Quem somos nós? Nós somos super-heróis! escrita por Doutor


Capítulo 4
Memórias passadas - parte 1




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Um vulto solitário caminhava lentamente através daquele planeta. Um planeta que em hipótese alguma habitaria alguma vida. Os níveis de radiação ali eram muito altos, a pressão atmosférica absurdamente forte e a gravidade superava a da Terra. Além disso, outros fatores contribuíam para transformar aquele ambiente em um local aonde ninguém sonharia em passar as férias. 

Em um local assim, somente um ser muito poderoso seria capaz de sobreviver e esse vulto era de um ser assim. Era um ser de altura mediana, pele muito pálida,  cabelos curtos e negros como carvão e olhos amarelos. Usava uma roupa que se assemelhava com um colã prateado.

Nariel Karv-zer era um alienígena que outrora vivera na Terra e agora fazia parte dos Perpétuos, um grupo de entidades responsáveis por manter a ordem natural de como as coisas devem se seguir no universo.  Em alguns planetas são considerados deuses, enquanto a sua existência nem é conhecida em outros.

Nariel olhou ao redor do grande vazio naquele planeta e deu um passo a frente. Após esse passo, já não estava no inabitado planeta. Não. Agora ele contemplava todo o espaço-tempo. Via todo o tempo passado e todos os lugares do universo. Ainda se mantinha com o mesmo tamanho em comparação ao universo normal, porém, cada passo que dava era capaz de fazer ele ir de uma galáxia à outra. Ele estava no hiperespaço.

Ele olhou para uma direção no céu e, em um piscar de olhos,  já em um local distante de qualquer outra galáxia e num tempo aonde nenhuma vida havia se desenvolvido no universo. Estava no Templo dos Perpétuos. 

Saiu do hiperespaço e viu nove outros seres. Todos eram como ele. Ao todo, dez perpétuos.  Cada um com a sua responsabilidade.

Nariel era responsável pelo Espaço-Tempo. Quando se tornou um Perpétuo, ganhou a capacidade de acessar qualquer tempo no passado e presente,  além de ir para qualquer região do espaço através do hiperespaço. Além dele, haviam Vida(Criação), Morte(Destruição), Místico, Energia, Probabilidade, Caos, Saber, Forças Fundamentais e, por último,  o maior de todos: o Primeiro e Último.  

O salão principal era feito de algo muito parecido com mármore.  Um arco ogival se destacava no alto do teto e, no centro daquela sala circular, havia uma mesa circular. Uma mesa feita com um vidro puro e transparente. As dez cadeiras arrodeavam a mesa, com a maior delas para o Primeiro e Último. Nariel localizou a sua cadeira e se sentou.

—Boas notícias,  Nariel? Encontrou a Esfera? - disse a Líder dos Perpétuos. Possuía uma aparência jovial e feminina. Seu rosto era belo e sua pele tinha cor de pérola. Seus cabelos,  prateados, eram ondulados e atingiam a cintura.

—Não, senhor. - respondeu Nariel. -O universo é vasto.

—Eu sei que o Universo assim é. Mas mandei a ti justamente para textar as suas habilidades, meu jovem. - respondeu ela. - Mas preciso de provas de sua competência e fidelidade antes de assumir o antigo cargo de Arnon como Perpétuo da Morte. Meneldez tem sido extremamente tolerante em deixar-te como o Espaço-Tempo. Mas sabemos que esse lugar é dele. - ela apontou para o temporário Perpétuo da Morte. Era um homem alto e magro, com rosto longo e que demonstrava muita sabedoria. Seus olhos eram amarelos, como os olhos de qualquer outro Perpétuo.

—Agradeço a sua tolerância e paciência,  Meneldez. - Nariel cumprimentou-o e o seu colega acenou a cabeça. 

—Não te preocupes, Nariel. Sei que consegues. 

—Obrigado. E senhor... - ele olhou para a Líder. -Não decepcionarei.

—Claro. Pode voltar com a sua busca. - disse o Primeiro e Último.  -Continuaremos a nossa reunião.

O jovem Perpétuo se levantou e se retirou do local.

***

O local estava escuro e úmido.  Era uma pequena sala de algum edifício abandonado. Somente uma lâmpada central iluminava uma mulher amarrada em uma cadeira. Ela estava machucada e, aparentemente, havia levado alguns socos e não comia há alguns dias. A loira se encontrava desacordada e desamparada quando um homem entrou na sala e deu-lhe um tapa para acordá-la.

A mulher acordou em um susto e sua expressão mudou para medo. Olhou para seu sequestrador. Era um homem que usava uma máscara tampando a boca e o nariz. Seus olhos eram furioso e ostentavam cicatriza ao redor deles. Seu cabelo era raspado e com algumas tatuagens no couro cabeludo. Usava uma jaqueta de couro preta e haviam duas katanas em suas costas.

—Por favor, não.  - disse a mulher, com voz chorosa.

—Meu chefe está perdendo a paciência. - ele se aproximou da mulher. -Então me ajude a te ajudar... Onde está o espadachim?

—Eu não sei. - quando disse isso, a moça levou um soco na cara que a derrubou, junto a cadeira aonde estava amarrada. Ela chorou enquanto o homem a levantava.

—Como eu disse, meu chefe está perdendo a paciência. Creio que ele cogita a possibilidade de te matar. Então,  por favor, me diga... Porque se eu receber a permissão para matar, eu te estuprarei antes. E acredite em mim quando digo que torço por isso. 

—Por favor. Pelo amor de Deus... - a mulher nem conseguia mais falar. Chorava muito e sua voz carregava dor, agonia e desesperado. O sequestrador não deu mais socos. Apenas a olhou e saiu do local.

Quando saiu,  deixou dois homens de guarda na porta e subiu para o topo do edifício. Olhou para o céu noturno daquela bela cidade, tirou a máscara e acendeu um cigarro enquanto ligava para seu chefe.

—Ela insiste em dizer que não sabe. - disse o homem, quando o chefe atendeu do outro lado da linha.

"Mate-a" foi a resposta que recebera. O seu chefe desligou o telefone e o homem deu uma risada, apagou o cigarro e colocou a máscara. 

Ele desceu para o andar aonde estavam dez de seus homens e aonde estava a sala de sua refém. Ele caminhou até a porta e, quando estava prestes a abri-la, barulhos de tiros vindo de baixo chamaram a sua atenção. Tiros de pistola, gritos e silêncio. 

O mascarado olhou para seus homens, que expressaram medo.

—Preparem-se! - ordenou. Os homens prepararam as suas armas e olharam ao redor. Poucas lâmpadas iluminavam o local. Lâmpadas que já estavam fracas. Quando essas lâmpadas desligaram, todos sabiam que o Espadachim estava lá. 

Um grito,  o clarão de um tiro e um dos homens mortos. Os outros correram na direção, guiados pela audição. O herói mascarado tirou ao sua faca se batalha e cortou ao garganta e, dessa garganta, a faca foi na direção de outra, tão rápida que não dava chances de seus inimigos reagirem. Matou o quarto com a faça e deixou a mesma na garganta do morto,  tirando a sua espada e correndo na direção de três homens que estavam juntos.

O primeiro deles foi recebido com um golpe que tirou-lhe a vida instantaneamente. Com outro movimento rápido, o Espadachim deixou outro homem sem cabeça. O último deu um tiro na direção do herói, mas não o acertou. O mascarado perfurou a barriga desse homem com a sua espada  deixou a mesma na barriga do homem. 

Nesse momento, as luzes voltaram a funcionar e os três homens restantes, além do sequestrador,  olharam para o Espadachim. O herói correu na direção de um dos homens e acertou um soco tão forte em sua garganta que o bandido parou de respirar e caiu se contorcendo no chão.  Os outros dois investiram golpes sincronizados enquanto o líder sacava uma pistola. Espadachim segurou o soco de um deles e usou o dono do braço como escudo humano, fazendo-o levar tiros do seu próprio chefe. O herói jogou o corpo que usou de escudo no mascarado careca e investiu um golpe no último homem que sobrara. Investindo outro soco na garganta,  Espadachim matou aquele último sobrevivente e olhou na direção do líder, que se desvencilhava do corpo e se levantava.

—Filho da puta! - gritou o sequestrador,  levantando a sua pistola. Espadachim, em um movimento realmente veloz, pegou a sua própria arma e arma tirou na mão do careca e nos joelhos, fazendo o homem cair no chão e largar a arma, gritando de dor.

O herói caminhou até o homem caído e foi então que o sequestrador percebeu a roupa do homem que matara seus companheiros. Espadachim usava uma máscara que tapava todo o rosto. Suas roupas eram pretas, mas estavam sujas do sangue de seus inimigos. 

O herói pisou na garganta do sequestrador e viu o homem se depater até morrer sem ar. Quando não dava mais sinais de vida, o herói fez questão de dar uma pisada forte na garganta do homem para garantir que o morto continuaria morto.

Ele caminhou até a sala e abriu. A mulher suplicou pela vida,  mas logo que percebeu que não se tratava de seu sequestrador, ela parou com os gritos e apenas continuou chorando.

—Estou aqui para te ajudar. - o herói desamarrou as cordas e a moça o abraçou,  chorando muito. O Espadachim confortou a mulher e, quando a mesma se acalmou,  ele a olhou.

—Você precisa ir para um hospital. Consegue andar? - perguntou. 

—Sim... Eu consigo. - a mulher tentou se manter firme no chão,  mas as suas pernas tremeram e quase cederam. O herói segurou-a antes que ela caísse. 

—Acho melhor eu te acompanhar até o hospital.

—Não... Jason. Sei que você pode cuidar de mim na sua casa. - disse a mulher. O homem se assustou e tirou a máscara. 

—Sabia que era eu, Joanne? - disse. Jason era um homem forte, com uma barba por fazer. Seus cabelos castanhos estavam despenteados e ele tinha marcas de olheiras nos rosto.

—Imaginei... - Joanne olhou para o seu amigo e voltou a chorar. Nesse momento, as memórias de Jason voltaram para quando tudo isso havia começado.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro de português, peço que avisem.



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