Quem somos nós? Nós somos super-heróis! escrita por Doutor


Capítulo 11
Justiça. - parte 1




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Nariel olhou para o Sol. Estava sentado no topo de uma montanha do planeta Terra e pensava se deveria visitar seus antigos amigos. Havia conseguido devolver a Esfera e, consequentemente, se tornou o Perpétuo da Morte. Agora era capaz de sentir todas as almas do universo. Almas e suas dores, angústias,  felicidades e desejos. Tudo aquilo era tão novo que ele achava estranho. Além disso, conhecia o tempo de vida restante de cada ser do universo. Justamente por esse motivo que ele temia reencontrar Carl, Taylor e John.

—John... - sussurrou ao se lembrar do antigo amigo que havia deixado na Groelândia. -Por que ele estava daquele jeito? - pensou alto. 

A mente de Nariel se focou em John e ele decidiu usar seus poderes para descobrir o que angustiava a alma de seu atormentado amigo. Fechou os olhos, se concentrou e focou em John, mas algo atrapalhou o processo. Sentiu as almas de um planeta distante, e também sentiu a morte.  Todos os habitantes daquele planeta morreram no mesmo instante.

—Novamente... - Nariel suspirou. A sua reação revelou que aquilo não era novo.

Nariel voou lentamente, olhando a paisagem da Terra. Fechou os olhos e sentiu o vento soprando em seu rosto. Aquele planeta o encantava, por mais que os humanos fossem complicados.

—Meneldez. - sussurrou. Nesse momento, foi teleportado para a porta do salão do Primeiro e Último. Encarar aquela porta de ouro sempre o deixava tenso, mas tinha que tomar uma atitude. Toda semana, populações inteiras eram mortas. Aquilo estava deixando Nariel incomodado. 

Ele bateu na porta, temeroso.

—Entre! - soou a voz jovial e feminina da Líder dos Perpétuos.  Nariel abriu a porta e entrou. 

A jovem de cabelos prateados e pele pérolada estava nua, com o corpo submerso em uma piscina de águas cristalinas e quentes. Nariel, que era tímido,  ficou sem reação. Ver a mais importante dos Perpétuos em um momento de intimidade era algo que ele nunca esperava que fosse acontecer.

Claramente ela notou isso, pois deu um leve sorriso. Não sentis vergonha de estar assim, talvez porque seu corpo fosse o mais belo dos corpos, com curvas perfeitas, ou talvez porque podia assumir a forma que quisesse.

—Meu... senhor... - tentou dizer Nariel.

—Não tenha vergonha, Nariel. E me chame de Luna.

—Luna?

—Sim, um nome que inventei para mim mesma. - ela fez uma taça com uma bebida amarelo se materializar em sua mão e bebeu um gole.

—Ok, Luna... Eu...

—Quer permissão para matar Zerek? Sei... Pode ir. - ela bebeu outro gole.

Claramente ela já deveria saber, ela sabia de tudo. Nariel se aliviou ao ver que ela havia concordado.

—Muito obrigado, minha senh... Luna.

—Mas você não poderá usar seus poderes de Perpétuo. Seria injusto demais,  não acha? - Nariel olhou-a e ela retribuiu com um sorriso. Ele era poderoso mesmo sem os poderes dos Perpétuos, mas será que seria capaz de vencer Zerek, que era chamado por todos de "O ser mais poderoso"? Luna percebeu os pensamentos de Nariel. - Não se preocupe. Terá seus poderes de volta. Não o tirarei do cargo, apenas quero um divertimento. 

—Como quiser. - disse ele. Luna deu um sorriso enquanto Nariel se retira do grande salão.

As portas se fecharam atrás do jovem e ele respirou profundamente, pensando no corpo de Luna, mas logo tirou esses pensamentos de sua cabeça quando se deu conta de que ela era capaz de ler a sua mente. Mudou seus pensamentos para missão, e então fechou os olhos.

—Meneldez... - sussurrou.

Nariel foi teleportado pae a um planeta desconhecido e, quando se deu conta, estava sem os poderes de Perpétuo da Morte.

 

***

Uma nave viajava à uma grande velocidade no vácuo do espaço. Era uma nave muito grande, feita para a abrigar mais de dez mil homens. Era uma nave negra com um formato esférico e, se não fosse algumas luzes azuis em determinados pontos de sua superfície, ela se camuflar ia na escura paisagem do universo. 

Dentro da nave havia um salão. Um salão que parecia de um rei, pois havia um trono no centro.

Sentado nesse trono estava um homem de pele branca como cerâmica, cabelos azuis e olhos com íris roxa. Seu corpo tinha altura mediana, era magro e definido, usando uma roupa negra que parecia um collant, que cobria as mãos,  pés e o corpo inteiro,  com exceção da cabeça. Acima desse collant haviam poucas e leves armaduras espaciais, que tinham uma cor de vinho e brilhavam sob a luz.

Ao redor desse homem estavam vários seres de várias espécies do espaço e, na sua frente, dois homens. Um deles estava de joelhos,  com as mãos e pés presos e um olhar fixo no homem do trono. O outro estava atrás do ajoelhado, usando uma armadura como a dos outros e com uma arma apontada para a cabeça do homem no chão. 

—Agradeça-me, pobre homem. Estou sendo misericordioso contigo. - disse o homem no trono.

—Agradecer? Você é Zerek, o pior ser do universo... - uma expressão de raiva surgiu no rosto do prisioneiro. -Você matou a minha espécie. Minha família, meus amigos...

—Foi um sacrifício que estava disposto a fazer. - disse Zerek. Sua voz soava calma, gentil e perfeccionista.

—Sacrifício? Isso é genocídio! - o homem  cuspiu no chão, o que o fez receber alguns socos.

Zerek se levantou do trono e olhou do cuspe para o prisioneiro.

—O universo precisa de purificação... Os seres vivos... Eles são podres, injustos, hipócritas, cínicos,  egoístas e ruins. -  Zerek caminhou até o prisioneiro e o encarou nos olhos. -Precisam receber meu julgamento. 

—Você se coloca no lugar de juiz, mas você é como qualquer assassino. 

—Não sou. - Zerek afirmou, ainda calmo. -Sou só alguém que tenta arrancar o mal pela raiz. Criar leis resolveu a maldade em qual planeta? Religiões, leis e regras apenaa escondem o verdadeiro desejo de todo ser vivo. Já eu? Não tenho prazer no sangue e na violência, mas o faço. Alguém precisa trazer justiça para os mundos. 

—Não há justificativas para o que você fez! - o prisioneiro olhou para o assassino de sua espécie, furioso. Uma expressão de decepção surgiu no rosto de Zerek. Caminhando calmamente, ele voltou para seu trono.

—Uma pena que uma pobre alma como a sua não entenda as minhas palavras de salvação... A morte será um ato de misericórdia para contigo. - Zerek olhou para seu soldado e o mesmo atirou na cabeça do prisioneiro. 

Enquanto homens retiveram o corpo do local, um alienígena verde, com uma cabeça razoavelmente grande, se aproximou de Zerek.

—Meu senhor e rei Zerek, para onde iremos agora? - disse. O rei o olhou, com uma expressão indiferente.

—Continuaremos limpando o universo,  até que o último ser vivo seja morto.


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