Romance Proibido escrita por Juliana Lorena


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Eu voltei bem rapidinho, né? Vou tentar postar diariamente, mas não prometo, depende da minha inspiração. Bom, espero que gostem!!!



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POV. ALLY


Não acredito! Será que isso é um sonho? Se for, eu não quero acordar. Estava no meu dormitório com a Mel quando Sra. Mary me chama até sua sala, ela me disse que o casal que veio à instituição, me escolheu para ser adotada e já tinham dado entrada nos papéis e o melhor, amanhã mesmo eu iria para a casa deles. Fiquei tão empolgada e emocionada que não soube o que dizer no momento. Quando eu já havia perdido a esperança de isso acontecer, finalmente acontece. Eu estava muito feliz , finalmente eu saberia novamente como é ter uma família, não seria a mesma coisa que era com meus pais, mas ao menos eu teria um lar. Apenas uma coisa me entristece, eu teria que me despedir de minha melhor amiga. Como eu conseguiria fazer isso? Mel foi a única pessoa que tive ao meu lado por 7 anos, e agora a deixaria e nem sei quando verei ela novamente. Esse pensamento fazia meu coração doer. Voltei ao meu dormitório e Mel estava deitada em sua cama ouvindo música. Assim que abri a porta, ela se levanta e tira seu fone.

— E então? – Pergunta com ansiedade.
— Eu vou ser adotada.- digo
— Ally, isso é maravilhoso. – diz animada. – Mas por que parece que você não está feliz? – Pergunta.
— Eu estou muito feliz com isso ,Mel. Mas eu vou te deixar aqui sozinha e nem sei quando nos veremos novamente. – digo com tristeza.
— Não se preocupe comigo, Ally. Eu vou ficar bem e estou tão feliz por você. Eu tenho esperança que logo vou sair daqui também e nos veremos. Com certeza vou sentir muito sua falta, mas nada me alegra mais do que saber que você agora terá uma família como sempre sonhou. – Diz e me abraça.
— Obrigada, irmãzinha. – digo retribuindo o abraço carinhoso de minha amiga. Eu espero realmente que ela esteja certa, Mel é uma pessoa essencial na minha vida e eu não conseguiria viver sem sua amizade. Já era quase 23:00 horas, então resolvemos dormir, amanhã seria o dia que mudaria minha vida.

6:00 da manhã e a gente está como? De pé. A verdade é que eu nem consegui dormir de tanta ansiedade. Fiquei pensando em como seria minha vida a partir de agora, eu estou tão acostumada a viver aqui dentro, na mesma rotina ,que nem imagino como será a vida lá fora. Será que o casal tem filhos? Será que eles vão gostar de mim? Como será na escola? Terei amigos lá fora? Tudo isso me perturbava. Já havia arrumado minhas coisas , eu não tinha muitas. Sra. Mary me disse que eles viriam me buscar na hora do almoço, então eu ainda assistiria a aula aqui hoje.
— Bom dia. – Fala Mel esfregando os olhos.
— Bom dia, Melzinha. – digo sorrindo pra ela.
— Acordou cedo. – diz sentando na cama e se espreguiçando.
— Eu nem consegui dormir, na verdade.- digo
— Muita ansiedade?
— Muita, eu estou quase pirando. Eu nem sei mais como é a vida fora daqui e se eu não me adaptar? – digo apavorada.
— Calma, Ally. Vai dar tudo certo, eu tenho certeza. – diz sorrindo confiante para mim
— Tomara que você esteja certa, Melzinha. Tomara. – digo.
Fomos para o refeitório tomar o café da manhã antes de ir para a aula. Comemos e fomos para a aula de química, eu amava química e amava a professora, sentiria falta dela também. O tempo passou mais rápido do que eu imaginei, quando vi já tinha acabado a aula e já estava quase na hora dos meus “pais” virem me buscar.
Fui para o que em breve não seria mais meu dormitório junto com Melissa. Minhas poucas coisas já estava todas organizadas em uma bolsa em cima da cama, Sra. Mary disse que “Meus pais” viriam me buscar ao meio-dia, eu aproveitaria o pouco tempo que tenho com minha melhor amiga.
— Ally? – Me chama Mel, me tirando de meus pensamentos.
— Sim?
— Promete que não vai me esquecer? Com certeza, você vai fazer novas amizades lá fora, mas não se esqueça de mim.- diz abaixando a cabeça triste.
— Claro que não vou esquecer você, Mel. Ninguém nunca vai te substituir, foi você que esteve ao meu lado no momento mais difícil da minha vida, você sempre será minha melhor amiga, eu prometo.- digo me levantando e indo abraçar minha amiga. – Eu te amo, Melzinha. – digo ainda abraçada a ela.
— Eu te amo, Ally.

POV. AUSTIN

Argh! Meus pais hoje estão insuportavelmente felizes. Por quê? Hoje era o dia de buscar a minha “irmã”, e para piorar, meus pais decidiram que eu não iria para a escola e os acompanharia até o orfanato. Se eles soubessem o quanto estou odiando essa história! Na verdade ,eles sabem, mas não dão a mínima para a minha opinião.
— Austin, vamos. – Ouvi minha mãe gritar lá de baixo, eu estava acabando de arrumar meu cabelo. Peguei meu celular e minha carteira e desci, meus pais me esperavam na sala. – Vamos, filho, mal posso esperar para que conheça sua nova irmã.- Diz minha mãe saltitando de animação, há muito tempo não a vejo tão animada.
Apesar de não gostar nada da ideia, eu não podia negar que estava curioso para saber quem seria a nova integrante da família. No caminho para orfanato, meus pais conversavam provavelmente sobre a adoção e eu apenas fiquei calado. Após 25 longos minutos, chegamos ao local. A instituição era bem grande. Saímos do carro e entramos, eu apenas seguia meus pais. Chegamos a uma sala, onde imaginei ser a diretoria do orfanato.

— Sr. Mike e Sra. Mimi, sejam bem-vindos novamente. – diz a senhora baixinha com um sorriso simpático – Imagino que esse seja o filho de vocês. – diz olhando para mim.
— Sim, Sra. Mary, esse é nosso filho Austin.- diz minha mãe nos apresentando.
— É um prazer, Sra. Mary. – digo sendo gentil.
— O prazer é meu, Austin. Bom, fiquem à vontade, vou chamar Allycia. – Diz a mulher saindo. Então, esse era o nome da menina, Allycia. Por algum motivo, meus pais nem haviam me dito o nome da garota. Aguardamos alguns minutos, até que Sra. Mary entra novamente na sala e logo atrás dela, uma garota baixinha, de cabelos longos e castanhos.
— Allycia!- Fala minha mãe alegre indo abraçar a garota.
— Bom, está tudo certo. Os papéis para a adoção estão todos ok, Allycia já pode ir para casa com vocês. – diz a mulher sorrindo.
— Que ótimo!- digo irônico baixinho, mas parece que não foi tão baixo assim visto que todos na sala escutaram. Minha mãe me olha feio, Dona Mary me olha confusa e Allycia me olha confusa e envergonhada.
— Allycia, esse é Austin, meu filho.- Diz minha mãe me apresentando.
— Muito prazer, Austin. – Fala me estendendo a mão. Olho para sua mão e depois para os seus olhos e digo:
— Pena que não posso dizer o mesmo. – digo ignorando sua mão estendida para mim e saio da sala indo em direção ao estacionamento. Por que eu havia agido assim? Não faço a mínima ideia, as palavras apenas saíram. Acho que minha relação com Allycia não vai ser muito amigável e tenho certeza que minha mãe não gostou nem um pouco da minha atitude e isso vai gerar consequências. Chego ao estacionamento e me encosto no carro e fico ali esperando por eles. Por que será que eu ataquei a menina sem ela nem abrir a boca direito? Esperei por uns 10 minutos, quando enfim eles apareceram, minha mãe não estava com uma cara boa.

— Austin Mônica Moon, que atitude foi aquela na sala?- minha mãe estava realmente brava.
— O quê? Só disse a verdade.- digo
— Pois, por causa dessa atitude infantil, você vai ficar uma semana de castigo, sem sair de casa, apenas de casa para a escola e da escola para casa. – diz séria. Allycia me olhou com um sorriso de lado. Ela estava rindo de mim por ter ganhado um castigo? Como assim?
— Ah, mãe, isso não é justo.- resmungo.
— Está decidido, sem discussão. Vamos embora.- diz decidida. Bufo irritado, mas não adiantava discutir, quando minha mãe diz uma coisa, é aquilo e ponto final.
Chegamos em casa e eu fui direto para o meu quarto, estava muito irritado, a menina mal chegou e já não estávamos nos dando bem e agora estou de castigo por causa dela. Uma semana sem poder sair com meus amigos, vou ter que inventar alguma desculpa, não vou pagar o mico de dizer que minha mãe me deixou de castigo. Logo, alguém bate na porta:

— Filho, posso entrar? – pergunta minha mãe.
— Entra, mãe. – falo um pouco alto. – Veio dizer que vai me tirar o castigo? – pergunto esperançoso.
— Nada disso, vim saber o motivo de ter tratado Allycia mal sem ela ter feito nada. – diz se sentando em minha cama.
— Eu não fui com a cara dela, mãe. Sinto que não vamos nos dar bem.
— Mas como pode dizer isso sem ao menos conhecê-la? – pergunta confusa.
— Mãe, eu apenas não fui com a cara dela e pronto, já vou pagar pela minha atitude de hoje mais cedo, então estamos quites. – digo irritado.
— Bom, eu vim dizer também que já matriculei a Allycia no marino, ela está no mesmo ano que você e ela vai com você para a escola. – avisa minha mãe.
— O quê? Vou ter que levá-la para a escola?- pergunto incrédulo.
— Qual o problema, Austin? Você vai para lá, não custa nada levá-la.
— Mas...- tento argumentar.
— Mas nada, é isso e pronto.- diz convicta. Eu odiava isso em minha mãe, não dava pra discutir com ela, ela sempre dava a palavra final.

POV. ALLY


Me despedir da Mel foi extremamente difícil, vou sentir muita falta da minha melhor amiga, ela sempre foi uma verdadeira irmã, mas prometemos sempre manter contato por WhatsApp. Quando Dona Mary me chamou dizendo que meus “pais” haviam chegado, meu coração quase saltou pela boca, agora era o início de uma nova vida. Peguei minha bolsa, dei um último abraço apertado em Mel e segui Dona Mary. Chegando na sala, estavam o casal que eu já conhecia e um menino muito bonito, ele era alto, loiro, era forte, mas nada exagerado, ele era muito bonito mesmo. Mimi apresentou o garoto como seu filho, Austin. Eu estendi minha mão para cumprimentá-lo, tentando ser educada e disse que era um prazer conhecê-lo ,mas o garoto olhou para minha mão e depois me olhou nos olhos ( Seus olhos eram castanhos esverdeados ,lindos) e disse que não podia dizer o mesmo, abriu a porta e saiu da sala. Fiquei perplexa com a falta de educação do garoto, mas se ele pensa que eu sairia por baixo, está muito enganado. Eu posso ter essa cara de bobinha, indefesa, mas mexer comigo não é uma boa ideia. Sempre fui do tipo que não levo desaforo pra casa, sempre tive a personalidade forte e se esse garoto pensa que vou aguentar a falta de educação dele de cabeça baixa, é melhor tirar o cavalo da chuva. Após alguns minutos de conversa entre meus “pais” e Dona Mary, saímos da sala em direção ao estacionamento e lá estava o garoto debochado, encostado no carro e de braços cruzados. Mimi logo chegou chamando a atenção dele e dizendo que ele estava de castigo por uma semana sem poder sair de casa, além de ir para a escola. Dei um sorriso de lado com isso e o garoto percebeu, a cara que ele fez foi épica, como se não estivesse acreditando que eu estava rindo de seu castigo. Entramos no carro e fomos em direção ao que seria minha nova casa, após uns 25 a 30 minutos chegamos. A fachada da casa era linda, era toda branca por fora e tinha um lindo jardim na frente e uma varanda, e ela tinha dois andares. Mike abre a porta e entramos, o garoto debochado entrou e subiu direto para o andar de cima, certamente indo para seu quarto.

— Venha, Allycia, quero te mostrar a casa e principalmente seu quarto. – fala Mimi animada.
— Pode me chamar de Ally, Mimi.- digo sorrindo para ela.
— Tudo bem, Ally. Vamos. Essa é a sala.- A Sala era linda, os móveis tinham uma cor mais rústica e havia um enorme sofá preto, a parede era decorada por alguns quadros de paisagens. – Venha ver a cozinha. – A cozinha era grande, tinha uma bancada no meio, era tudo muito lindo. – Agora , vamos para a melhor parte, seu quarto.- diz batendo palmas animada – Eu e Maria escolhemos a decoração, espero que goste, se não gostar, podemos trocar. – Disse enquanto íamos para o andar de cima. Mimi abre a porta do quarto e eu quase não acredito, o quarto era perfeito, do jeito que eu gosto. Três paredes eram brancas com borboletas lilás desenhadas e a parede central onde estava a enorme cama de casal, era roxa. Os móveis eram todos brancos, para mim estava perfeito.
— Eu amei, Mimi. Ficou perfeito.- digo sorrindo feliz.
— Que bom que gostou, querida.- diz alegre pela minha reação. – Bom, agora vou deixar você descansar, amanhã você começa no colégio, você vai junto com Austin.- Ai, eu iria para a escola com o garoto debochado , mas deixa só ele mexer comigo. Mimi sai do quarto e eu me jogo em minha cama, no meu quarto, na minha casa. Como era bom dizer isso: Minha casa. Eu considerava o HHCH minha casa , mas agora eu realmente tinha uma casa e uma família, o garoto debochado era uma exceção, mas era ótimo ter uma família. Resolvi ir tomar um banho para descansar, amanhã teria que encarar uma nova escola, conhecer novas pessoas. Eu não sou tímida, sou bem sociável, na HHCH eu me dava bem com todos, mas apenas Mel era mais próxima a mim. Sempre fui extrovertida e acho que vou conseguir me adaptar bem a essa nova escola. Abro minha bolsa com as poucas roupas que tenho e pego uma roupa confortável para dormir, deixo a roupa em cima da cama e vou para o banheiro.

POV. AUSTIN

Acordo assustado, pego meu celular e olho a hora, eram 6:30. Levanto da cama em um pulo e vou para o banheiro, estava tão cansado que nem ouvi meu despertador tocar e acabei me atrasando. A aula começa às 7:00, eu tinha que correr. Faço minhas higienes, me visto e desço, Allycia estava na mesa tomando café já arrumada, Maria colocava alguma coisa na mesa.
— Bom dia. – cumprimento.
— Bom dia, meu menino. – diz Maria me dando um beijo na bochecha como sempre faz.
— Bom dia. – Responde Allycia. Sento de frente para ela na mesa e começo a tomar meu café.
— Vou tomar café rápido para sairmos, estamos atrasados. – digo enquanto encho minha xícara de café, ela me olha com ironia.
— É, eu percebi mesmo que estamos atrasados. – diz irônica.
— Qual é, garota? Eu perdi a hora, estava muito cansado. – digo irritado. Não vai ser fácil conviver com essa garota.
— Claro, muito cansado. E agora eu vou chegar atrasada no meu primeiro dia de aula, porque você estava muito cansado. – diz revirando os olhos.
— Garota, você é muito irritante, mal chegou e já está procurando confusão comigo.
— Eu? Que eu saiba quem é mal educado aqui é você, ontem eu tentei ser gentil com você, mas você foi totalmente babaca. Acha mesmo que eu vou abaixar minha cabeça para um garoto debochado e babaca como você? Não espere isso de mim, tudo que vier, vai voltar. – diz brava. Eu ia dizer alguma coisa, mas minha mãe apareceu.

— Bom dia, meninos. Acho que já passou da hora de vocês saírem, não?
— Sim, mãe, já estamos indo. – digo tentando disfarçar o clima ruim que estava no ar.
— Então, vão. Boa aula.- Ela me dá um beijo na bochecha e um abraço em Allycia. Saímos em silêncio em direção ao carro. No caminho para a escola, ficamos em silêncio com apenas a música no rádio tocando. Allycia cantarolava a música olhando pela janela. Enquanto isso, eu pensava em como dizer a ela que não queria que ninguém soubesse que ela era minha irmã adotiva por enquanto.

— Allycia? – chamo hesitante. Ela me olha com curiosidade, acho que por eu quase não ter dirigido a palavra a ela. – Quero que você finja não me conhecer na escola.- digo tudo de uma vez olhando para o trânsito. Ela continuava olhando pra mim como se não acreditasse no que estava ouvindo.
— O quê?- pergunta ainda perplexa.
— Quero que finja que não me conhece na escola, não quero que ninguém saiba que você é minha irmã adotiva por enquanto. – repito ainda olhando a estrada.
— É sério isso? Eu sabia que você era debochado e um babaca, mas agora você me surpreendeu. Tudo bem, também não faço questão que saibam que sou sua “irmã”. – respondeu fazendo aspas no ar ao falar a palavra irmã e a mágoa em sua voz era perceptível. Continuamos em silêncio até chegar onde eu a deixaria, um quarteirão antes da escola. Ela desceu e não me dirigiu a palavra. Continuei o meu caminho até a escola sem nenhum remorso, eu não gostava dela e ela não gostava de mim e eu não queria que ninguém soubesse ainda da ideia estúpida dos meus pais de adotar essa garota. Apenas Dez e Trish já sabiam. Tinha certeza que eles não concordariam com o que eu estava fazendo, mas eu não me importava.

 


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Notas finais do capítulo

E é isso, me digam o que acharam. Beijos ❤️



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