Crônicas de Gelo e Neve escrita por Haruyuki


Capítulo 7
Livro 2 - Herança de Neve - Parte III




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# Quinta Noite

 

## Quarta desconhecido n° 3

“Yuri.”

O adolescente de cabelos loiros e olhos verde esmeralda olha para quem acaba de invadir o quarto, onde ele estava mantendo como prisioneiro Jean-Jacques Leroy. Ele arregala os olhos ao ver um homem de aparência oriental, com duas pistolas erguidas na direção dele.

“Quem é você?!” Ele exclama, erguendo um revólver que roubou de Ivanovich.

“Yuuri.” O rapaz responde, o olhando seriamente. “A mulher que ganhou desse idiota aí no Blackjack noites atrás.”

“Mentira!” O grito de Yuri faz com que Leroy acabe despertando.

“Hm? O que está acontecendo? Por que eu estou amarrado nessa cama?” Ele começa a perguntar, fazendo os dois o olharem com irritação.

“Se importaria de o deixar inconsciente de novo?” Yuuri pergunta, fazendo o outro Yuri o olhar com surpresa e Leroy, assustado.

“Por quê? O que diabos eu fiz? E quem diabos é você?” Ele pergunta, olhando de um para o outro.

“Ugh. Você irrita mesmo.” E o adolescente coloca Leroy para dormir com uma coronhada, antes voltar a encarar o outro homem. “Agora, quem diabos é você?”

“Yuuri Murakami. Estou aqui para te resgatar e te levar de volta para seu avô, Nikolai.” Ele diz, o fazendo arregalar os olhos.

Dedushka? Ele está bem?” Yuri pergunta em russo, imaginando que o outro Yuuri não lhe entenderia.

“Da. Ele está na minha casa, recebendo todo o tratamento que precisa para curar a doença dele.” Yuuri responde, o deixando surpreso por estar falando russo fluentemente. “Ivanovich já foi imobilizado, então você não precisa mais fazer trabalhos para ele.”

“Mas o maldito roubo do tesouro de minha família!” O adolescente de cabelos loiros exclama, furioso. “Ele roubou e me forçou a trabalhar para ele em troca de não vender o Ovo, mas eu descobri que ele vendeu sim, para esse idiota aí.”

“Espera. Eu peguei o Ovo, a pedido do Senhor Nikolai. Eu posso te mostrar primeiro, mas vamos por nossas armas no chão primeiro.” Yuuri diz, girando suas pistolas para que aponte para o teto ao invés do rapaz.

“Como assim você está com o Ovo?” Yuri pergunta, o imitando com o seu revólver.

Lentamente os dois se agacham para colocarem suas armas no chão, e Yuuri retira sua mochila das costas, a abrindo e retirando o Ovo dela.

“Eu meio que roubei esse Ovo desse idiota aí e coloquei um falso no lugar.” Yuuri diz, o estendendo para o ele. “Aqui, você pode ficar com ele.”

O rapaz aproxima suas mãos trêmulas do Ovo, o agarrando para si.

“Eu… eu não consigo acreditar…” Ele diz, o abraçando. “Spasibo, Yuuri. Spasibo.

“Vamos embora. Você pode ficar na minha casa até seu avô melhorar da saúde.” Yuuri diz, recolhendo suas pistolas e as guardando nos coldres.

“E quanto a esse idiota aí?” O adolescente pergunta para Yuuri, apontando para o dorminhoco que está ali.

“Apenas o desamarre e o deixe dormir. O cruzeiro não irá afundar com apenas uma bomba simples daquela.” Ele dá de ombros, voltando a colocar sua mochila nas costas

“Foi você? Quem desarmou quase todas as bombas?” Yuri pergunta, olhando para ele admiradamente e quando recebe uma afirmação dele, arregala os olhos. “Legal!”

“Me dê esse revólver. Se ele estiver comigo, eu posso alegar que ele me pertence.” Yuuri estende a mão para ele, o surpreendendo. “Você não quer que seu avô saiba que andou apontando essa arma para qualquer um, não é?”

“Certo, certo.” O adolescente diz, entregando a arma para ele. “Sabe, você é mais legal que um certo cara idiota que eu conheço.”

“Quem?” Yuuri pergunta, o olhando com surpresa.

“Eu acho que ele se refere a mim.” Victor diz, surgindo na porta do quarto.

“Victor, seu velho estúpido! A quanto tempo você estava aí?!” Yuri exclama, para a surpresa de Yuuri.

“Vocês… se conhecem?” Ele pergunta, surpreso.

“Sim.” Victor responde, indo até o adolescente e bagunçando os cabelos dele. “Afinal ele é meu filho.”

“Eh?”

“Espera um pouco? Vocês dois se conhecem?” Yuri pergunta, olhando para o agente russo com a testa franzida.

“É claro, Yura! Ele é o homem que conheci no Japão, no mês passado!” Victor diz, abraçando Yuuri pelas costas e colocando seu rosto no ombro direito dele, o assustando.

“Victor? O que está fazendo?” Yuuri pergunta, facilmente se soltando dele.

“Ahhhh! Yuuri, volte para os meus braços!” Victor exclama, querendo abraçar ele de novo.

“Puta merda, ele ficou maluco mesmo.” Yuri comenta, observando a cena com um estranho sorriso no rosto.

“Victor, por favor! Se acalme e me diga o que está havendo!” Yuri exclama, usando suas mãos para o impedir o abraço dele.

“Eu te amo, Yuuri!” O agente russo exclama, fazendo ele congelar e o olhar apavorado.

Ele acabou de dizer quer…

“O QUÊ?!” Ele pergunta, o olhando de olhos arregalados. “Não! Você não pode me amar!”

Victor o olha com surpresa, não esperando ser rejeitado por ele ao mesmo tempo que nota que os machucados de antes já desapareceram completamente. O adolescente também o olha, preocupado em como seu pai irá reagir a isso. Mas Victor então percebe que Yuuri está se agarrando na camisa e na calça e imediatamente se lembra do que ele havia lhe dito lá no hotel, em Tóquio.

“Entendo. A gente pode conversar melhor depois sobre isso. Mas por favor, acredite em mim quando eu digo que eu percebi que eu te amo.” O agente russo o olha com um sorriso tímido no rosto, algo que surpreende os outros dois ali presentes.

“Mas… como você pode me amar se eu não me amo?” Yuuri pergunta, com a voz rouca.

“Isso, Moya Lyubov, eu só posso te mostrar quando estivermos a sós.” Dando uma piscadela para ele, Victor pega no ombro de Yuri e o puxa para fora do quarto.

Yuuri, de rosto corado ao entender o que ele quis dizer, também são com eles, deixando JJ ali, dormindo profundamente.

 

## Hotel Zarkovich - Térreo

 

Todos as vítimas resgatadas do cruzeiro devem ficar hospedados neste hotel até que as investigações sobre o atentado sejam devidamente investigadas pela Interpol. Victor se vê preocupado em ter que se revelar para os detetives, e sobre como eles reagiriam ao souberem que Yura estava envolvido com Ivanovich.

“C-coronel Murakami?” Um dos detetives, um homem já bastante experiente, exclama com surpresa.

“Agente Feltsman, que bom rever o senhor.” Yuri comenta, olhando para o homem com um sorriso no rosto.

“Quem?” O outro detetive, um homem bem mais jovem, de cabelos negros curtos pergunta.

“Georgi Popovich, eu lhe apresento o Coronel do Exército Imperial Japonês, Yuuri Murakami. Coronel, eu vos apresento Georgi Popovich, meu parceiro.” Agente Feltsman diz, para a surpresa do outro agente.

“Yuuri Murakami? Você quer dizer o homem mais temido do mundo?” Ele pergunta, fazendo Victor olhar para Yuuri com surpresa.

“Seu idiota!” Agente Feltsman diz, dando um tapa forte na nuca do outro agente. “Você não sabe com quem está lidando, então fala a boca e escuta.”

“Agente Feltsman, vamos logo ao que importa?” Yuuri pergunta, cruzando suas pernas e apoiando seu braço direito nelas, enquanto usa o outro para apoiar a cabeça no sofá que está sentado.

“Não acho que seja necessário. Já deduzo que foi você quem matou os integrantes da máfia russa que pretendia afundar o navio.” O agente diz, cruzando os braços. “Posso também dizer o mesmo sobre você, Katsuki. Estou ciente de sua ligação com Medvedeva e já recebemos informações que ela mandou a execução desses integrantes, que estavam agindo independentemente. Agora, e com relação a esses dois? Quem eles são?”

“Meu amante e o irmão dele.” Yuuri responde, o olhando inocentemente. “Eu os presenteei com as passagens porque é nosso aniversário como namorados e o irmão dele passou no vestibular. Deseja saber de algo a mais?”

Yuuri e o agente da interpol se entreolham em silêncio por um tempo, até que...

“Não, senhor. Com licença.” Agente Feltsman diz, percebendo que nada mais poderia ser feito ali.

“Ei, Yakov! Espera um pouco!” Agente Popovich exclama, assustado com o comportamento de seu parceiro. “O que diabos está fazendo? Aquele homem é muito suspeito.”

“Georgi. Aquele homem, sozinho e desarmado, matou 55 homens envolvidos em tráfico ilegal de objetos históricos na Colômbia. Sozinho e desarmado, contra homens usando diversos tipos de armas.” Agente Feltsman diz, assustando o outro agente.

Quando os dois saem, Yuuri solta um longo suspiro.

“Eu sabia! Eu sabia que você era mais legal que o velhote aí.” O adolescente diz, se aproximando dele. “Por favor me ensine tudo o que sabe.”

“Yura!” Victor exclama, fingindo surpresa.

“Isso é impossível.” Yuuri responde, o olhando seriamente. “Você acha mesmo que uma pessoa normal seria capaz de sair vivo ao encarar sozinho e desarmado tantas pessoas armadas?”

Yuri o olha com surpresa, não entendendo o que ele quis dizer.

“Eu não sou um ser humano normal, Yuri. Todas as minhas ‘habilidades especiais’ foram forçadas a mim contra a minha vontade, quando eu era uma criança.” Yuuri então inclina o rosto para ele. “Mas se você ainda quiser aprender algo comigo, você pode pedir para o seu avô primeiro.”

“Nós vamos ver ele, certo?” Yuri pergunta, ansioso.

“Sim. Eu já entrei em contato com minha sócia no Museu para informar ao seu avô que estaremos retornando amanhã. Também já providenciei um jato para nos transportar para o Japão e documentos seus para que sua entrada no país seja liberada.”

“Ótimo. Mal posso esperar para voltar para casa.” Mari Katsuki comenta, surpreendendo Yuri.

“Espera um pouco, quem é você e porque você está conosco?” Ele pergunta, e Victor olha dele para ela com surpresa.

“Meu nome é Mari Katsuki e sou a Oyabun da família Yakuza Katsuki. Além disso, sou a irmã mais velha desse idiota aí.” Ela responde, apontando para Yuuri, e fazendo o adolescente arregalar os olhos e olhar para ele com surpresa.

“Puta merda, você é demais! Velhote, não quero mais ser seu pupilo. Yuuri é alguém muito mais legal que você.” O adolescente diz, fazendo Mari cair na gargalhada. “Seja meu mentor, Yuuri!”

“Yuuuuuuuuura! Não me abandone!” Victor diz, querendo abraçar o adolescente.

Yuuri observa tudo assustado, não entendendo o que diabos está acontecendo ali. Aliás…

“Espera um minuto. Vocês são mesmo pai e filho?” Ele pergunta, fazendo os dois russos ali o olharem com surpresa.

“Eu te falei que falar para os outros daquele jeito ia dar merda.” O adolescente diz, chutando Victor na perna. “Esse cara aí já fez um trabalho envolvendo meu avô, e se viu na obrigação de me ensinar a me defender. Acontece que ele me ensinou coisas que foram completamente inúteis quando me deparei com Ivanovich e seus comparsas me sequestrando. Os malditos acharam que eu era uma garota, mas quando perceberam a verdade sobre mim, me forçaram a aprender a ganhar dinheiro para eles em troca de me devolverem o tesouro que roubaram de meu avô. Foi assim que me tornei um empregado no cassino do cruzeiro. Eu deveria ser capaz de trapacear e ganhar boa parte das apostas, e foi o que eu fiz, até 'Yuuri’ se sentar na mesa e vencer todas as partidas.”

“Entendo. Agora tudo faz sentido.” Yuuri diz, o tocando na cabeça. “Você pode ficar tranquilo agora. Você não precisa mais fazer nada. O ovo está seguro e logo, irão retornar para Nikolai, que com certeza deve estar esperando com pirozhki quentinhos para nós servir e você pode provar também meu prato preferido, que se chama Katsudon.”

“Katsudon? Gostei do nome. Posso te chamar assim? E do que ele é feito?” Yuri pergunta, o fazendo dar risada.

“Tudo bem. Eu não me importo.” Ele diz, e Victor sente água na boca ao escutar ele descrevendo o prato.

Hmm… talvez ele deva acompanhar eles para o Japão. Sabe, para garantir a segurança deles. Não, não tem nada a ver com Kit-kats e Katsudon.

 

# Hotel Zarkovich - Quarto Privado n° 01

 

Ivanovich acorda, e logo percebe que seu corpo está amarrado em uma cama. Uma corda apertada segura suas pernas firmemente e algo duro está amarrado em sua boca, a machucando e o impedindo de falar.

“Bom dia, Ivanovich.” Ele congela e arregala os olhos ao ver Irina Medvedeva ali, sentada na cadeira na frente dele com seus longos cabelos loiros soltos em seu ombro e seus olhos azuis o olhando friamente. “Então quer dizer que você desobedeceu minhas ordens, tentou matar minha querida Mari, quis matar o Coronel Yuuri Murakami, sequestrou e ameaçou um garoto de 15 anos, o forçando a trabalhar para você e por sua causa, eu perdi 22 por cento de meus subordinados. Sabe, eu me pergunto o que você tinha na cabeça ao planejar fazer isso tudo, mas então eu me lembrei que o navio estava cheio de pessoas pertencentes a famílias importantes ao redor do mundo. Então talvez você estava planejando fazer algo do tipo: ‘Alô, estou ligando para informar que o cruzeiro SS Anastasya foi sequestrado e se quiser voltar a ver seus parentes de novo, você deve transferir uma certa quantia em dinheiro para uma certa conta em um banco.’ Acertei, não é?”

Ivanovich tenta falar algo e se mexer, em vão. Irina ergue a sobrancelha para ele, claramente sentindo prazer em ver o traidor ali, sofrendo.

“Você tem quatro opções a escolher, Ivanovich. A primeira é vir comigo e morrer como um traidor. A segunda é ir com Mari Katsuki e morrer nas mãos dela. A terceira é ir com o agente secreto Victor Nikiforov, ser interrogado e morrer pelos crimes que cometeu e a última é ir com Yuuri Murakami.” Ela diz, e ele logo mostra a ela quatro dedos, apavorado. “Entendo.” Irina diz, se levantando. “Mila, minha querida. Poderia informar aos outros sobre a escolha deles.”

“Imediatamente, Pakhan.” Mila Babicheva diz, se retirando do quarto.

“Ah sim. Antes que eu me esqueça. A última escolha é ir com Yuuri Murakami, onde você será torturado por Mari Katsuki, interrogado pelo agente Nikiforov e morto por mim enquanto Yuuri Murakami providenciará para que seu corpo seja jogado no meio do oceano Pacífico.” Ela diz, o fazendo gritar de pavor.

...

E é exatamente assim como a vida de Igor Ivanovich termina.

 

# Sexta Noite

 

## Hotel Zarkovich - Quarto Privado n° 02

 

Duas mulheres estão deitadas em uma cama, nuas, se beijando e se tocando ardentemente. Duas amantes, líderes de famílias mafiosas importantes da Rússia e do Japão, unidas pelo amor, pela paixão, e pelos negócios que tal relacionamento, apesar de ser visto como um absurdo para a maioria dos subordinados delas, proporciona para os dois grupos. Além disso, Irina praticamente adotou Yuuri Murakami como seu irmão mais novo, após ele e Mari revelar toda a história dele para ela. É graças a ela que ele possui entrada livre na Rússia e em países cujos famílias mafiosas são aliadas a ela e aos Katsuki, como a Itália e China.

 

# Hotel Zarkovick - Quarto Privado n° 03

 

Yuri Plisetsky está deitado na cama, admirando o ovo de Fabergé que pertence a família de seu avô. Ele retira a pulseira de seu pulso direito e a encaixa no ovo, a girando e fazendo com que um mecanismo se destrave e abra o ovo horizontalmente, onde no meio de diversas pedras preciosas há um papel dobrado. Quando ele pega e o abre, se surpreende e derrama uma lágrima ao ver uma foto sua quando bebê nos braços de sua mãe, e ao lado dela estão seu pai e seus avôs. Eles estavam sorrindo. Eles estavam felizes.

Spazibo, Deduskha.” Ele diz, com um largo sorriso no rosto.

 

## Hotel Zarkovich - Quarto Privado n° 04

 

“Eu vou matar a Mari.” Yuuri resmunga, de braços cruzados e rosto corado no meio da suíte com suas coisas no chão, perto dele.

O motivo disso é o agente russo, que também está hospedado ali e que dá risada ao escutar isso.

“Qual é o problema? Não é como se nós fossemos inimigos.” Victor comenta, abrindo uma garrafa de água e a bebendo.

“Mas ela não deveria se meter nos meus assuntos.” Yuuri o olha e morde o lábio, ficando nervoso por estar sozinho na presença dele.

“Aliás, eu jamais esperava que você e ela fossem irmãos. Você não me contou isso quando estávamos no hotel de Tóquio.” Victor comenta, o olhando seriamente.

“Eu te falei sim que eu me lembro de tudo desde quando estava no orfanato. Isso significa que as memórias do período anterior a ele foram apagadas de minha mente. Ou seja, toda a minha ligação com o nome Katsuki deixou de existir, para mim. Além disso, tem o fato de Hiroko e Toshiba Katsuki, nossos pais, foram assassinados e Yu-topia Katsuki foi destruída por causa de Ninomiya. Ele me fez assistir meu antigo lar pegar fogo, Victor.” Ele começa a se tremer e a se abraçar, para a surpresa do agente russo, que deixa a garrafa de água cair no chão e se aproxima dele, o abraçando.

“Oh, Yuuri. Me perdoe por ter te feito se lembrar disso.” Ele comenta, o beijando na testa.

Yuri escuta o coração dele bater muito forte, e começa a se sentir mais calmo por causa disso. Lentamente, ele ergue a mão direita e o toca no peito, erguendo o seu rosto para o olhar timidamente.

“Você poderia… me contar sobre você?” Ele pede com um sussurro, notando como os olhos dele brilham.

“O que você quer saber?” Victor pergunta, se perdendo naqueles belos olhos castanhos dele.

“Tudo?” Yuuri diz, respirando fundo. “Tudo o que você puder me dizer.”

“Já que você me contou tudo de importante sobre você, eu irei contar sobre mim, exceto que eu não tenho muito o que falar.” Victor diz, tocando na mão direita dele com a sua esquerda e o pegando na cintura, lentamente dançando com ele. “Meu nome é Victor Nikiforov, tenho 28 anos, faço aniversário dia 25 de Dezembro, sou um agente secreto russo, eu falo diversas línguas, sou perito em diversos tipos de armas, luto boxe, tenho uma poodle chamada Makkachin, adoro filmes românticos, já dormi com homens e mulheres por causa do trabalho mas até pouco tempo atrás eu nunca me apaixonei, adoro viajar pelo mundo e conhecer diversos pratos de comida, também passei boa parte da minha infância em um orfanato, adoro a cor rosa e neste exato momento estou perdidamente apaixonado por uma pessoa chamada Yuuri Murakami.”

Nós braços dele, Yuuri dá risadas, e respira fundo.

“Seu bobo.” Ele diz, inclinando o rosto para ele, sorrindo. “Me desculpe se você achou que eu te rejeitei, mas por favor entenda que não é fácil para mim.”

“Você pode se despir para mim?” Victor pede, parando de dançar e o tocando no rosto com as duas mãos. “Eu disse que ia te mostrar como eu posso te amar.”

“As luzes…” Yuuri começa a dizer, mas é interrompido por Victor, que lhe dá um beijo na boca.

“Claro, Dorogoy.” Ele diz, se afastando e apagando as luzes principais, deixando apenas a do abajur ligada.

Victor começa a se despir, tirando de si sua gravata, sua camisa branca, o cinto, os sapatos e as meias, se sentando na cama e abrindo um sorriso ao ver Yuuri o admirar com os olhos.

“Você precisa de mais alguma coisa?” Ele pergunta, recebendo um não dele como resposta.

Yuuri está nervoso. Antes, quando ele havia se despido para Victor, o agente estava bastante bêbado e tinha o risco de ele não se lembrar. Agora, os dois estão sóbrios e conscientes de seus sentimentos e seus atos. Yuuri começa a retirar sua longa capa azul marinho. Ele levanta a camisa, revelando seu tórax com ainda mais cicatrizes por causa da explosão. Ele retira.as botas e as meias, e volta a olhar para Victor.

“Me desculpem por não ser bonito…” Yuuri começa a dizer, mas se interrompe quando Victor se levanta e se aproxima dele.

“Não, meu Yuuri. Cicatriz nenhuma é capaz de esconder sua beleza. Você não pode enxergar, mas eu posso.” Victor diz, o tocando delicadamente com as duas mãos no rosto, pescoço, ombros, tórax e estômago. “Você é Incrível, sabia? Seu coração, sua alma, sua mente e seu corpo são incríveis. Me toque, Yuuri. Me sinta.”

Respirando fundo, ele ergue suas mãos e o toca, praticamente imitando o que ele havia feito consigo. Ele então aproxima suas mãos das calças do agente russo e desliza os dedos sobre o pênis ereto dele, o fazendo arregalar os olhos.

Porque Victor está sentindo desejo por ele, sóbrio.

“Por favor. Desabotoe minhas calças e me toque.” Victor diz, erguendo o rosto dele e o beijando na boca.

Yuuri retorna o beijo, abrindo a sua boca ao sentir a língua dele em seus lábios. Algo se agita dentro dele, que o faz deslizar suas mãos para a cintura e quadris de Victor, o erguendo para si. Mas o movimento assusta o russo, que acaba o mordendo com força no lábio, mas Yuuri o ignora e o leva até a cama, o deitando nela e subindo em cima dele.

“Yuuri? Ai meu deus, o seu lábio…!”

Mas ele se cala ao perceber que Yuuri está se afastando dele, aproximando seu rosto de suas calças e a desabotoando com a mão direita. Victor sente sua respiração falhar quando Yuuri usa os próprios dentes para descer o zíper e puxar suas calças lentamente, junto com sua cueca.

“Yuuri, por favor!!” Victor exclama, soltando um longo gemido ao ser tocado em seu pênis.

“Victor?” Yuuri pergunta, deslizando suas mãos pelo seu corpo até chegar em suas calças. “Eu tenho medo de decepcionar você se eu te mostrar todo o meu corpo.”

“Oh, Yuuri. Eu entendo completamente o que você sente, pois eu também tenho medo de não ser bom o suficiente para ser digno de seus sentimentos. Eu sei que descobri os meus há pouco tempo, mas acredite em mim quando digo que eles são reais, Moya Lyubov.” Yuuri o beija novamente, e Victor ergue sua mão até o rosto dele, enxugando a lágrima que escorre dos olhos dele.

“Não tire seus olhos de mim.” Yuuri sussurra, se afastando e deslizando seus dedos pela sua cintura cheia de cicatrizes.

E então, ele retira as calças, fazendo Victor arregalar os olhos por ele estar usando uma calcinha preta. Victor engole em seco ao ver os quadris e as pernas de Yuuri, e não se contenta com apenas observar. Ele se aproxima e o toca nas pernas, sentindo Yuuri se arrepiar ao seu toque. Ele então o toca nos quadris, o fazendo soltar um gemido rouco e sexy.

“Bonito. Você é muito bonito.” Victor sussurra, o apertando.

“Mais. Me diga mais.” Yuuri pede, o beijando novamente.


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