Crônicas de Gelo e Neve escrita por Haruyuki


Capítulo 5
Livro 2 - Herança de Neve - Parte I




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#Primeira Noite

 

## Plataforma de embarque nordeste do Cruzeiro SS Anastasya

 

Uma grande quantidade de pessoas usando roupas, jóias e outros objetos de luxo estão reunidas para finalmente embarcarem em uma viagem de 14 dias ao redor do mundo a bordo de um dos cruzeiros mais luxuosos da atualidade. Entre essas pessoas, duas mulheres estão fofocando entre si, dando risadas e fazendo diversas expressões após ficarem cochichando baixinho.

 

## Plataforma de embarque sudeste do Cruzeiro SS Anastasya

 

Um jovem rapaz de cabelos loiros e olhos verde esmeralda se encontra de cabeça baixa, esperando para entrar no navio. Em suas mãos, ele observa atentamente a fumaça que sobe de um cigarro aceso. Ele está usando roupas velhas e uma estranha pulseira prateada no pulso. Não muito longe, um homem cabelos ruivos surge, o agarrando pelo braço e o puxa para dentro do navio.

 

## Plataforma de embarque sudoeste do Cruzeiro SS Anastasya

 

Um homem de cabelos prateados, óculos escuros, terno e gravata, segurando uma maleta e discutindo algo no telefone também espera a sua vez de embarcar no navio. Para uns, ele mais parecia um homem de negócios. Mas na verdade, ele é...

 

# Segunda Noite

 

## Cassino Real do Cruzeiro SS Anastasya - Oceano Atlântico.

 

Dinheiro. Para alguns, é algo que traz alegrias. Para outros, desespero. E é exatamente em um lugar como este que os dois tipos de encontram. Um cassino, com diversas pessoas ganhando, perdendo, dando altas gargalhadas, se exibindo, apostando, gritando de raiva, usando de violência, chorando em um dos cantos. No meio disso tudo, em uma mesa de Blackjack, uma bela mulher asiática usando um vestido vermelho chinês decorado com pedras douradas que descem até a perna dela, de está a mostra pela fenda da longa saia dela e atraindo a atenção dos homens ao redor da mesa. Se bem que a atenção inicial deles não é a perna da e sim na montanha de fichas que está ao lado dela.

“Ela veio só com 5 fichas e está ganhando todas as apostas.”

“Ela é muito bonita e cheia de sorte.”

“Vou falar com ela. No final da noite, a terei nua na minha cama e comigo dentro dela.”

“Cara, tu acha mesmo que depois de ganhar todo esse dinheiro, ela vai querer alguma coisa com você?”

“É claro que ela vai. Eu sou o filho de Alain Leroy!”

“JJ, e quanto a sua noiva?”

“Ela não precisa saber de nada. Não é como se eu fosse reencontrar essa mulher aí de novo.”

A mulher, sentada na mesa, rola os olhos e apoia a cabeça na mão. O movimento é percebido pelo jovem de cabelos loiros e olhos verde esmeraldas que está embaralhando as cartas, que franze a testa.

“Algum problema, Madame?” Ele pergunta, a vendo o olhar com surpresa.

“Eu tenho boa audição.” Ela diz, dando risada. “E você pode me chamar de Yuuri.”

“Nem morto. Esse é meu nome!” Ele diz, e observa um homem alto se sentar ao lado dela.

“Vamos lá, gatinha. Joga uma partida da comigo. Se eu ganhar, deixo você me acompanhar no meu quarto.” Ele diz, abrindo um largo sorriso.

“Hm, que interessante proposta a sua, Senhor Jean-Jacques Leroy. Mas só se conseguir ganhar de mim.” Ela diz, o assustando.

“Oh, então você sabe quem eu realmente sou? Maravilha! Assim não precisarei perder meu tempo e apreciar seu corpo colado no meu.” Leroy diz, fazendo o rapaz o olhar com nojo.

“Será que dá para calar a boca?” Ele pergunta, recebendo um olhar feio do homem. “Estarei distribuindo as cartas agora.”

Ele começa distribuindo duas cartas para si, para a mulher chamada Yuuri e o homem. Colocando o deck ao seu lado, ele coloca as mãos para a frente.

“Podem começar a fazer suas apostas.” Ele diz, observando o homem dar uma espiada nas suas cartas e abrir um largo sorriso.

“Eu aposto tudo.” Yuuri diz, sem sequer observar as cartas e assustando a todos.

“Senhor?” O rapaz pergunta, percebendo Leroy abrir um largo sorriso.

“Eu também aposto tudo.”

“Muito bem, me mostrem suas cartas.” O rapaz diz, virando um 6 de Espadas e um 8 de Corações.

Leroy desvira um 8 de Copas e 10 de Espadas. Todo mundo observa em silêncio, esperando a mulher começar a girar suas cartas. Ela faz um rápido movimento com seus dedos, fazendo as duas cartas de virarem e revelarem ser um K e um A de Corações.

“Que adorável.” Ela diz, olhando para Leroy que está de olhos arregalados. “Me desculpe, querido, mas você perdeu. E eu não acho que você iria realmente me ter depois de saber quem eu realmente sou.”

“O que quer dizer com isso?” Ele pergunta, começando a ficar com raiva ao ver todas as suas fichas serem recolhidas e estendidas para ela.

“Eu não sou uma mulher.” Ela dá uma piscadela, joga algumas fichas para o rapaz de cabelos loiros, que a olha com surpresa enquanto Leroy se engasga com a própria saliva. “Tchauzin~.”

Ela recolhe todas as suas fichas na bolsa dela e se levanta da mesa, se afastando o mais rápido possível. Ela segue até o banheiro feminino, onde ela entra e passa por outras duas mulheres que estão se maquiando no espelho, e coloca sua bolsa na pia, começando a lavar suas mãos, com sabão e as enxugando. Uma das duas mulheres, com feições parecidas com ela, a olha e afirma com a cabeça. A outra mulher sai do banheiro, as deixando sozinhas.

“Está tudo preparado.”

“Muito bem.” A mulher chamada Yuuri diz, usando um papel úmido para retirar toda a sua maquiagem. “Vou me trocar agora.”

“Claro, claro. Com licença.”

Ela se curva e se retira do banheiro. Murakami Yuuri abre a porta do armário e ter dá uma mala preta, a abrindo e retirando roupas e objetos especiais dela. Ele começa a se despir e se vê nu no largo espelho. Seu corpo cheio de cicatrizes, seu peitoral firme de um homem, e mais embaixo, ele possui partes do corpo de uma mulher. Ele se odeia por não ser totalmente um homem nem uma mulher. Porque mesmo se possuir uma vagina, ele não possui útero. Yuri Murakami não é um homem nem uma mulher.

“Eu achei que ficaria mais fácil após a morte dele.” Ele diz, soltando um longo suspiro. “Pelo menos consegui fazer com que outros não sofressem o mesmo destino.”

Lentamente, ele veste uma calça e uma camisa de manga comprida e gola alta pretos, ajusta o cinto com suas pistolas na sua cintura, a mochila com munições e outros itens especiais nas suas costas, meias e um par de botas também pretos. Ele guarda suas luvas no bolso da calça e veste um macacão cinza claro bem folgado e um largo colete de plástico para esconder as marcas deixadas pelas armas e mochila. Pegando o boné e um fone de ouvido sem fio, ele volta a olhar para seu novo disfarce de funcionária de limpeza e abre um sorriso.

“Perfeito.” Ele diz, se afastando e saindo do banheiro, parando ao lado da outra mulher, que está fumando um cigarro. “Está tudo pronto. A partir de agora, você pode fazer o que quiser, mas trate de não chamar muito a atenção.”

“E qual é a graça disso?” A mulher diz, dando risada. “Eu sou a Oyabun da família Katsuki. Eu estou aqui para chamar a atenção.”

“Depois não diga que eu não avisei.” Yuuri diz, colocando o fone no ouvido e o boné na cabeça. “Deixo o resto das minhas coisas com você, Mari.”

“Se divirta, Yuu-chan.” Ela diz, acenando para ele, que se afasta do banheiro e segue para fora do cassino.

 

## Corredor lateral direito do cruzeiro SS Anastasya

 

“Peach.” Ele sussurra, quando se vê sozinho. “O ‘Ovo’ está com a ‘Moeda’.”

Afirmativo.” Ele escuta. “‘Moeda’ ainda se encontra no mesmo lugar. Provavelmente ainda está trabalhando.

“Muito bem. Me dê as coordenadas para o quarto do alvo.” Yuuri anda lentamente, passando por passageiros discretamente.

De rosto abaixado, ele se aproxima do quarto em questão e com um crachá especial, abre a porta e entra.

 

## Quarto desconhecido n° 01

 

Alvo ainda se encontra no cassino. Seja rápido.” Phichit diz, em seu ouvido.

Yuri tranca a porta e olha em volta, no escuro. Imediatamente ele decide procurar no lugar mais óbvio daquele quarto para guardar um objetivo tão precioso. O cofre que se encontra dentro do armário. Usando a combinação universal dada por Phichit, ele abre e realmente encontra o objeto em questão. Um belo ovo de fabergé vermelho decorado com pedras preciosas.

Alvo está saindo do cassino!” Phichit diz e Yuuri desce o zíper do macacão até a cintura e retira as luvas e a mochila das costas.

Ele coloca as luvas e abre a mochila, retirando um outro ovo idêntico ao que encontrou e o colocando no cofre, no lugar do outro. Ao fechar o cofre, ele escuta.

Alvo está se aproximando do quarto. Rápido!” Phichit exclama, e Yuuri imediatamente coloca o ovo na mochila e a fecha.

Oh, merda.” Phichit diz, e Yuuri, não perdendo tempo, coloca a mochila nas costas, e abre a porta da varanda, a fechando no exato momento que um homem destranca e abre a porta do quarto.

 

#Terceira Noite.

## Quarto desconhecido n° 01 e 02 - Varandas

Amarrando as mangas do macacão, ele se pendura na bancada e salta para o quarto ao lado no andar de baixo, vendo apenas um estranho brilho prateado antes de cair em cima de alguém e cair no chão, fazendo o boné em sua cabeça deslizar para o chão. Olhos castanhos escuros e cabelos negros se encontram com olhos azuis claros e cabelos prateados, que se entreolham em choque. E então…

E então Yuuri Katsuki sente seu rosto corar.

“Yu-Yuuri?” Victor Nikiforov, agente secreto russo, pergunta.

“Por que você está aqui?” Yuuri se levanta rapidamente e volta a olhar para ele.

“Eu estou aqui em missão.” Victor fica sério, e Yuuri afirma com a cabeça. “E você?”

“Pode-se dizer eu também estou em uma.” Yuuri aponta para o interior do quarto, silenciosamente pedindo para entrar.

Yuuri? Qual é o problema?” Phichit pergunta, e ele toca no seu ouvido.

“Eu estou bem, Peach. Apenas encontrei um conhecido.” Ele diz, observando Victor abrir a porta e lhe dar espaço para passar. “Não se preocupe. Irei desligar o comunicador por um tempo, para poupar bateria. Status do ‘Ovo’?”

“O ‘Ovo’ se encontra a caminho do quarto dele. Tudo parece estar em segurança, por enquanto.” Phichit responde, e ele abre um sorriso, se abaixando para pegar o boné.


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