A Salvação de Leah Clearwater escrita por Aninha Anjinha


Capítulo 2
"Prazer, Elena Gilbert."


Notas iniciais do capítulo

Meninas, peço mil perdões por demorar mais de um mês para postar o capitulo, houveram diversos imprevistos e não consegui sentar para escrever a metade que faltava dele até menos de três dias atrás.
Prometo que serei mais rápida com a postagem do próximo e agradeço muitíssimo a quem estava acompanhando a fanfic, os comentários foram muito doces da parte de vocês ♥

Desejo-lhes uma boa leitura e espero muito que comente mais! ♥ ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776371/chapter/2

Ao desembarcar após quase duas horas de voo estava repleta de uma ansiedade mal contida, meus olhos observando cada coisa ao redor enquanto esperava por minhas malas na área de retirada, não demorando a vê-las deslizarem pela esteira. O carrinho de bagagens foi uma grande ajuda para transportar as malas e não demorei a achar um táxi disponível na área externa do grande prédio.

— Bom dia, minha jovem! – Exclamou o taxista, um senhor com por volta de 60 anos que possuía um sorriso gentil nos lábios.

— Bom dia.

Ele precisou de ajuda para colocar as malas pesadas no porta malas e, após isso, rapidamente estávamos a caminho da imobiliária, que parecia ser bem famosa pela área julgando através da reação dele. Coincidentemente a construção aonde se encontrava a imobiliária era não muito longe do aeroporto e chegamos rápido lá, em decorrência da ausência de transito.

Pedi para que ele esperasse, dizendo que o que trataria ali seria rápido, e a resposta que recebi foi um aceno positivo junto de um sorriso. No final, ao entrar lá para falar com Alyssa, descobri que ela já possuía tudo arrumado e apenas precisei ler o contrato antes de assina-lo, gostando muito ao ler uma parte dele que dizia que se continuasse a pagar o aluguel até obter o valor do imóvel completamente quitado, o mesmo seria passado para mim. Após tudo conversado com ela, as cláusulas muito bem explicadas e esclarecidas, parti para aonde se encontraria meu novo endereço.

O taxista ajudou-me a levar as malas até o hall do pequeno prédio de 5 andares, aonde lhe paguei antes de despedir-me, levando as coisas comigo para dentro do elevador assim que a porta se abriu, apertando o botão do terceiro andar. Percebi assim que cheguei ao meu andar a existência apenas da porta do meu apartamento e outra ao lado, que em sua frente possuía um tapete escrito "Bem-vindo", este denunciando a presença de moradores ali junto do som de passos.

Ao entrar em meu apartamento e puxar as malas comigo, percebi a pouca mobília ali presente, um pequeno sofá branco junto de um raque e um tapete simples preto decoravam a sala, a cozinha tendo um fogão de quatro bocas e uma geladeira media além dos armários embutidos. Quando entrei no quarto, depois de xeretar os armários vazios da cozinha atrás de possíveis teias de aranha e insetos, notei o único quarto sendo mobiliado apenas com um grande armário de madeira escura e uma cama de casal básica.

Deixei as malas próximas ao armário antes de deixar o quarto, levando apenas minha bolsa pequena comigo ao sair do apartamento. Precisava comprar as coisas para a casa e minha fome estava voltando a dar as caras para mim novamente, o lanchinho feito mais cedo no avião servindo apenas para palitar os dentes.

No decorrer do dia passei em algumas lojas para utensílios de casa e no mercado, ao voltar para casa estando completamente carregada de sacolas de diferentes lugares, com diferentes itens. O sol já havia se posto e me pareceu perfeito entrar, tomar um banho, arrumar minhas coisas e comer algo, meu estômago estando roncando com fúria desde que me permiti apenas comer um salgadinho durante a correria do dia.

O banho, assim como qualquer ideia sobre comida, desapareceu da minha mente assim que deixei as sacolas no meio da sala e congelei, um grito baixo vindo da rua chamando minha atenção pelo nível de medo presente ali e, antes que pudesse me parar, disparei pela porta, meus pés me guiando para a escada de incêndio ao invés do elevador afim de chegar mais rápido ao térreo.

A noite me abraçou junto a um vento frio quando deixei o prédio, meu olfato captando um par de cheiros mais fortes que levavam a um beco escuro e que era de onde podia ouvir xingamentos em uma voz feminina, enquanto uma masculina debochava descaradamente. Meu corpo entrou em modo automático e me vi indo para o lugar da maneira mais silenciosa possível, meu coração trovejando no peito enquanto a pele formigava com o excesso de calor que a proximidade de minha loba causava em meu corpo.

Meus olhos rapidamente se ajustaram a escuridão do beco, vendo a forma de um homem alto com cabelos curtos de costas para mim enquanto segurava ambos os pulsos de uma garota pequena e magra, com cabelos lisos e longos, ela xingou-o com ferocidade ao tentar soltar seus pulsos novamente, fazendo-o apenas resmungar algo sobre "humanos estúpidos".

— Vá se ferrar! – Ela gritou puxando as mãos antes de puxar o ar com força, os olhos se arregalando com a mudança no aperto dele.

Antes que pudesse sequer pensar já estava sobre eles, lançando o homem longe contra uma das latas de lixo ali presentes enquanto colocava a garota em choque atrás de mim, não conseguindo conter um rosnado furioso. Ele veio com uma rapidez surpreendente para mim e a ficha caiu sobre o que era, os tremores se irrompendo por meu corpo no instante que colidimos, rolando pelo chão entre rosnados até que explodi em minha forma lupina e o lancei longe, vendo-o fugir assim que se ergueu antes que pudesse avançar novamente.

O ofego atrás de mim lembrou-me da presença da pequena mulher e rapidamente voltei a forma humana, amaldiçoando sob a respiração ao notar minha nudez e o quão rubra isso deixou-a, aceitando meio sem jeito o grande suéter que ela estava vestindo sobre uma blusa leve de manga comprida, o cheiro de outra pessoa, um homem, presente na peça.

— Você... – Comecei rapidamente, mas ela fez um gesto rápido com a cabeça, silenciando-me.

— Eu sei sobre o mundo sobrenatural... – Ela disse enquanto seus ombros se encolhiam, um sorriso sem jeito surgindo em seus lábios. – Mas nunca havia visto um Lobisomem que se transformasse em um lobo real, mesmo que muito grande.

— Sou uma transmorfa, não uma filha da lua. – Dei ênfase ao nome, meus braços se cruzando em minha frente pouco antes que a visse rir, o que me deixou levemente desconcertada e confusa com a situação.

— Desculpe-me, nunca havia visto um transmorfo antes.

— Os únicos que sei existirem de fato são os presentes em minha antiga aldeia. – Limitei-me a dar de ombros com pouco caso enquanto imagens do bando, assim como de mamãe e Seth, surgiam em minha mente. – Bem.... Qual o seu nome?

— Sou Elena. – Ofereceu-me a mão e prontamente a aceitei, um sorriso podendo ser visto sobre os lábios dela. – Elena Gilbert.

— Prazer em conhece-la, Elena, sou Leah Clearwater. – Soltei sua mão pouco antes de vê-la estremecer com uma brisa um pouco mais fria. – Ahn... Quer ir ao meu apartamento? Está ficando um pouco frio demais e posso me vestir, assim vai ter seu suéter de volta.

Um aceno foi a resposta dela e apanhei sua mão na minha, levando-a comigo de volta para dentro do prédio enquanto agradecia mentalmente a ausência de pessoas ao redor para verem toda aquela cena. Ao chegarmos no apartamento lhe indiquei o sofá, deixando a porta da frente trancada antes de correr para o quarto, aonde coloquei um par de moletons pretos confortáveis.

Elena aceitou o suéter com um sorriso e passamos a conversar enquanto guardava as coisas que havia comprado mais cedo, ela contou-me sobre os vampiros da cidade, quem era seu namorado e que quem tentara leva-la fora Klaus Mikaelson, o híbrido original. Pude lhe contar sobre os vampiros que conhecia também, assim como os lobos e a vida em La Push, vendo-a ficar fascinada por tudo e gargalhar junto comigo ao saber sobre a parte de que os Cullen brilhavam.

As horas passaram e quando percebemos estava tarde, o tempo tendo esfriado mais enquanto uma leve chuva passou a cair sobre o céu. Elena pediu-me o celular emprestado para que pudesse pedir a Stefan para busca-la, a conversa entre eles não me passando em branco por conta da audição aguçada.

Stefan no final chegou muito mais rápido do que o previsto, seu olhar preocupado e levemente confuso sendo fácil de ler quando cheguei ao hall do prédio com Elena, que apenas disse a ele que explicaria tudo em casa. Despedi-me deles com um aceno e o vi envolve-la protetoramente com um braço antes de sair para a chuva com ela, um grande guarda-chuva preto os protegendo das gotas que engrossavam com rapidez.

Antes de voltar para o apartamento pude jurar que havia alguém me observando, mas apenas afastei tal sentimento incomodo ao retornar para a segurança de casa, afim de comer algo antes de finalmente cair na cama, o dia seguinte seria muito cheio.

 

~Quebra de tempo~

 

A blusa e calça sociais eram levemente incomodas e totalmente fora do meu padrão, mesmo que ambas fossem pretas, mas isso foi deixado completamente de lado enquanto saia do Grill, um sorriso radiante em meus lábios pela resposta da entrevistadora que ainda percorria minha mente. Contratada. Céus, meu primeiro emprego desde que recomecei longe de La Push! Ao ligar para mamãe e Seth pude ouvi-los gritar, comemorando junto comigo mesmo com toda a distância entre nós.

O contrato me mantinha trabalhando no período de fim de tarde e noite, assim poderia facilmente começar a cursar a faculdade que tanto quisera e que toda aquela baboseira de lobo impedira. Optara por fazer pedagogia na pequena faculdade presente na cidade e foi relativamente fácil conseguir a matricula, minha vida parecia estar entrando nos eixos com facilidade. Pelo menos foi isso que pensei até esbarrar com Elena nos corredores da faculdade.

— Leah! - Ela exclamou antes de me abraçar, o qual retribuí ainda meio surpresa.

— Ei Elena. - Meu sorriso foi pequeno, talvez por perceber a presença do namorado dela e por saber o que ele era através do cheiro, assim como soube que sabia que não era humana.

— O que faz por aqui? - A pergunta deixou-nos ao mesmo tempo e logo estávamos rindo por tal coincidência, o que atraiu olhares de algumas das pessoas que passavam pelo corredor.

Ela explicou-me que cursava enfermagem e ao saber que logo começaria a cursar pedagogia sua animação foi quase palpável, lembrando-me mesmo que minimamente a irritante baixinha dos Cullen, Alice. Foi fácil afastar os pensamentos de Forks e tudo que se relacionava a lá quando fui arrastada por Elena e seu namorado, Stefan, para uma cafeteria próxima ao campus, aonde ficamos com uma mesa mais afastada.

— Qual vai ser o pedido de vocês? – Uma garota segurando um pequeno bloquinho de notas perguntou de maneira quase monótona, o som que fazia ao mascar o chiclete irritando-me levemente.

Os pedidos foram feitos com rapidez e após sua saída o ar ao redor da nossa mesa mudou por completo, fazendo-me franzir a testa enquanto mantinha meu olhar em Elena, vendo-a morder o lábio levemente.

— O que houve?

— Bem... – Ela desviou o olhar por um momento antes de traze-lo a mim novamente com um suspiro, seus ombros cedendo. – Klaus foi até nós está manhã...

— E..? – Comecei, arqueando uma sobrancelha com certa curiosidade.

— Aparentemente ele vai deixar de ir atrás de Elena, segundo o próprio. – Stefan tomou a palavra, sua voz sendo excessivamente tranquila para ser de fato convincente.

— Isso não deveria ser bom? – Não consegui evitar a carranca que tomou meu rosto, meus braços cruzando-se com certa força. – Ele vai deixar de ir atrás de vocês, vão estar seguros.

— Leah, achamos que ele estava se referindo a ir atrás de você quando disse que havia coisas mais interessantes em mente. – A seriedade estava ali, presente nos olhos castanhos muito escuros de Elena, assim como o medo e a apreensão.

Ela estava falando sério. Merda.

 

Klaus

 

Alguns dias depois

O branco imaculado do teto poderia ser uma visão altamente entediante depois de algum tempo, mas nem mesmo estava realmente prestando atenção a isso durante todas as horas em que passara deitado na gigantesca cama king-size presente dentro do quarto principal da grande casa que obtivera em Mystic Falls, tudo que se passava em minha mente eram os grandes olhos que eram uma mistura perfeita de avelã com fios de âmbar, os quais estavam repletos de uma fúria muitíssimo mal contida na única vez que se voltaram para mim, mesmo que tal fato não diminuísse em nada a beleza deles.

Aquela noite, a uma semana atrás, ainda se repetia em um looping infinito por minha mente, tendo decorado todos os mínimos detalhes da aparência da fêmea transmorfa que me enfrentara com excessiva facilidade apenas nas primeiras vezes que parei para refletir sobre o que ocorrera. Obviamente ela não era da cidade, a região em que podia encontrar-se os escassos últimos resquícios de sangue transmorfo estavam a milhares de quilômetros daqui.... Então por que expor seu segredo para ajudar uma humana insignificante e desconhecida? Por que colocar a própria vida em risco em prol de uma fraca mortal? E aonde estava sua matilha? Transmorfos de lobos sempre estavam em matilhas, a maioria deles, mesmo os felinos, encontravam-se em bandos... Céus, uma raridade como ela, uma fêmea pura, deveria estar em uma matilha, sendo guardada a sete chaves como a preciosidade que era.

Ela tornou-se uma incógnita para mim com facilidade, perturbando minha mente e enchendo-me de perguntas que sabia serem de fato insignificantes se não fossem relacionadas a beldade cheia de curvas e dona de magníficos olhos avelã que dominava minha mente. Era fácil saber o motivo disso tudo, do fascínio, da curiosidade e da sufocante vontade de apenas ir até ela para que pudesse me certificar de que estava segura, bem, feliz. Companheira.

Uma maldita companheira, algo que nunca pensei nos últimos séculos, que não passou por minha mente nem mesmo por um misero segundo depois que minha imortalidade foi me dada e que agora está sendo esfregado em minha cara, fodendo minha mente, como se o destino estivesse rindo de mim, debochando descaradamente. O que diabos iria fazer agora? A Gilbert com total certeza havia aberto a maldita boca a meu respeito e a loba deveria ter criado uma imagem bastante cruel a meu respeito, mesmo que essa imagem seja real... Céus, isso vai dificultar tudo. Aonde diabos eu me meti ao ir atrás daquela duplicata?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem por favor ♥
E sorry por ser menor que o anterior kk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Salvação de Leah Clearwater" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.