Durante o decorrer dos dias tornei-me mais próxima e apegada a Elena, consequentemente me apegando um pouco a Stefan também, e fui apresentada a Bonnie e Caroline, das quais me tornei amiga rapidamente pela maneira descontraída e natural com a qual elas pareciam agir ao meu redor, assim como sabia que fazia com ambas. Na sexta-feira da semana seguinte ao ocorrido que me apresentou a Elena pude sentir um pesado olhar sobre minhas costas durante todo o dia, somente conseguindo me livrar dele ao escapar para dentro de casa, aonde fechei as cortinas que comprei e coloquei com a ajuda do pessoal, bloqueando qualquer visão que poderiam ter do lado de dentro.

Meu coração não diminuiu a batida em momento algum durante toda a correria que seria o meu primeiro dia de folga, o qual Caroline quis comemorar com uma ida ao Pub da cidade, um novo que abrira recentemente e que aparentemente pertencia a um idiota riquinho que julgou ser um bom investimento ter um Pub em uma cidade do tamanho de Mystic Falls. Optei por um vestido tomara que caia preto que ficava na altura do meio das coxas justo, era de um vinil brilhante, as botas do mesmo material e cor com solas tratoradas e de cano curto encaixaram-se perfeitamente com o vestido, uma jaqueta de couro completamente o look com facilidade antes que penteasse meu cabelo, o qual já estava pouco abaixo dos ombros, optando por passar uma maquiagem leve e pegar uma pequena bolsa de lado, a qual tinha alguns pequenos brilhantes.

Precisei reunir toda a minha coragem no momento que recebi a mensagem de Caroline dizendo que estavam na frente do prédio me esperando, deixando o apartamento de um jeito excessivamente lento para quem deveria estar empolgada com a ideia de sair para dançar e me divertir, mas meu estômago revirava sem parar com a sensação de que esta noite seria muito mais do que apenas diversão com as amigas novas, e essa sensação era extremamente assustadora, pois senti isso antes de me tornar parte da matilha.

Ao entrar no banco de trás do carro prata e excessivamente limpo, assim como bem cuidado, de Caroline, fui recebida com anime pelo trio de garotas, notando que de fato Stefan não havia vindo conosco. O caminho foi tranquilo e nós cantamos como doidas as músicas que tocavam no rádio, um pequeno gritinho deixando os lábios de Cah quando pudemos ouvir a voz de Maria Brink cantando um dos sucessos da sua banda, In This Moment, a música “Whore”.

— Eu amo tanto essa música! – Disse a loira com uma animação totalmente diferente da anterior, passando a cantar enquanto procurávamos um lugar para estacionar o carro.

Conseguimos estacionar no momento que a música acabou e uma Caroline radiante desligou o carro antes de pular fora dele, sendo seguida por nós. Nosso caminho até a entrada do Pub foi tranquilo e no momento que passamos por uma luz mais forte fui parada por Bonnie, que sorriu ao reparar a roupa que havia escolhido e cutucou Cah e Elena, ambas parecendo medir-me após o gesto de Bon, fazendo-me ruborizar profundamente.

— Está tão ruim assim? – Acabo por encolher os ombros e sentir-me cada vez mais desconfortável, o sorriso que pareceu cortar o rosto de Caroline não ajudando muito, era completamente sacana.

— Bebê, no momento que você entrar na pista com essa roupa vai ter que lidar com todos os caras babando aos seus pés! – Exclamou a loira com o sorriso tornando-se ainda maior em seu rosto, ela e Bon estavam com vestidos ímpares, ela de preto e a morena de branco, ambos brilhantes e com sapatos da mesma cor, cabelos soltos e maquiagem pesada, preparadas para matar. Receber tal elogio me fez sorrir e relaxar. – Vamos meninas, temos corações para partir enquanto a nossa Eleninha rebola na pista conosco.

E com essas palavras de Cah seguimos para a entrada do Pub, a atmosfera com luzes fracas e música envolvente nos cercando com rapidez, S&M da Rihanna estava tocando alto e rapidamente fui levada junto das meninas para a pista, aonde as vi dançar enquanto me incentivavam a fazer o mesmo. Foi fácil me soltar e dançar com elas, Cah ou Bon saindo as vezes de perto para buscarem bebidas, nunca dizendo o que traziam para nós, mesmo que pelo cheiro pudesse julgar instantaneamente como algo altamente alcoólico, fato que me fez agradecer a rapidez do metabolismo de lobo para queimar isso e me dar maior resistência.

Cerca de uma hora depois estávamos sentadas em uma mesa conversando e rindo, todas um tanto altas e excessivamente risonhas, logo tendo Stefan surgindo acompanhado de um garoto que foi apresentado como Tyler, o namorado de Caroline, não demorando para que ela e Elena estivessem sentadas nos colos de seus respectivos namorados, fazendo eu e Bon apenas revirarmos os olhos.

Após algum tempo conversando com eles pedi licença e fui em busca do lugar aonde ficavam os banheiros, meu nariz captando um cheiro leve de menta e loção pós-barba que atiçou minha loba no instante que cheguei à pequena fila do banheiro feminino e me vi tendo que força-la para trás, ignorando completamente o impulso de ir atrás do cheiro enquanto me trancava no banheiro.

Verifiquei a maquiagem e ajeitei o cabelo antes de usar rapidamente o banheiro, este que estava assustadoramente limpo para um Pub, lavando as mãos antes de sair do mesmo sem olhar para a frente, logo colidindo com um peito duro e um pouco amplo, apenas não caindo de bunda no chão por conta do braço firme que envolveu minha cintura.

— Oh! Me desculpe...! – Apressei as palavras por meus lábios, dando um passo para trás de maneira que o estranho tivesse que retirar o braço que estava ao redor de mim, meu nariz captando o mesmo cheiro que sentira antes vindo dele enquanto cedia a curiosidade de olhar seu rosto, algo que poderia ter sido facilmente a escolha mais estúpida da minha vida ou a mais inteligente também.

Seus olhos eram de um azul-esverdeado profundo e me vi perdida no momento que se focaram em mim, meu coração disparando enquanto meu corpo foi banhado por uma onda de calor que incendiou meu sangue, transformando-o em lava, minha mente perdendo quaisquer linhas de raciocínio no mesmo instante que pude sentir a conexão surgir, as correntes que me prendiam a tudo que amei enfraquecendo consideravelmente enquanto outras se prendiam a ele com uma força assustadora. Oh, foda-se.... Eu estava cara-a-cara com o meu Imprinting! Não foi como os lobos disseram que seria, as correntes que me prendiam a tudo não se soltaram e se arrumaram ao redor dele, tornando-o meu único pilar, mas vieram a enfraquecer consideravelmente, mas talvez fosse porque sou uma loba, a única fêmea do bando.

— Qual o seu nome? – A frase que o deixou me pegou de surpresa, minha loba emitindo um som baixo de agrado com o visível interesse dele por nós.

— Leah... – Consegui forçar a palavra por meus lábios, minha língua tornando-se pesada e espessa na boca enquanto meu coração falhava uma batida diante do sorriso radiante que ganhou seus lábios finos, sua mão rapidamente passando por seu cabelo levemente comprido, o despenteando por um momento antes que a outra me fosse oferecida, ao qual aceitei quase instantaneamente.

— É um prazer conhece-la. – Sua voz foi baixa e a rouquidão que a dominou enviou arrepios pelo meu corpo que se instalaram rapidamente em meu cerne, minha respiração acelerando consideravelmente no instante que o vi se inclinar e levar minha mão aos lábios, um casto beijo sendo plantado nas juntas dos dedos enquanto seu olhar permanecia cravado ao meu, sem deixa-lo nem mesmo por um instante. – Me chamo Niklaus...

Podia sentir meu coração na garganta enquanto repetia seu nome em minha mente, apreciando momentaneamente como ele soava e a esperança que aquilo tudo me dava, tanto de uma chance de ser feliz quanto de ter uma vida completamente nova.

— Me permitiria lhe pagar uma bebida? – Sua voz manteve o mesmo tom enquanto se endireitava, sua mão jamais deixando a minha em momento algum.

Fui capaz de apenas assentir em resposta, não encontrando minha voz, e seu sorriso foi a maior recompensa que poderia ter recebido enquanto apertava minha mão delicadamente, guiando-me para o balcão do bar presente no Pub, o barman rapidamente vindo até nós no momento que fui sentada em um dos banquinhos livres ali e ele se colocou ao meu lado, Niklaus pedindo um Whisky com gelo enquanto me permiti mais uma taça de Vinho Tinto.

Durante o período que passei junto a ele no bar as bebidas pareceram voar enquanto conversávamos, as risadas deixando-nos junto a sensação de felicidade que brotava em meu interior, seu perfume envolvendo-me como uma nuvem altamente sedutora no instante que seu braço envolveu meus ombros pouco mais tarde, talvez uma hora depois que nos esbarramos no banheiro.

— Acho que chega de vinho para a senhorita. – Ele disse com um tom repleto de diversão enquanto apanhava a taça vazia de minha mão, minha mente levemente nublada pelo álcool não sendo capaz de negar-lhe isso. – Quer que a leve para casa? Já passa das 2 horas de qualquer maneira.  

— Ah... – Considerei permitir que me levasse no mesmo instante que as palavras lhe deixaram, mas minha mente pareceu recordar-se que estava ali junto do pessoal e que me envolvera tanto na conversa e encanto do Imprinting que esquecera completamente deles, minha mão rapidamente encontrando o telefone dentro da pequena bolsa de lado que estava comigo. Haviam cerca de 15 chamadas perdidas de Elena e inúmeras mensagens da mesma, todas perguntando aonde eu estava, se estava tudo bem e, logo em seguida, mandando-me atender o telefone, o suspiro foi inevitável e tive meu queixo segurado por sua mão forte no mesmo instante, atraindo meus olhos para os seus.

— O que houve? – Sua voz expressava a preocupação facilmente, a linha franzida em sua testa me fazendo querer levar a mão até ali e massagear para que se desfizesse.

— Lembrei-me que vim com alguns amigos e, bem, uma delas me encheu de chamadas e mensagens perguntando sobre onde estava e tudo o mais. – Me vi dando de ombros enquanto ele apenas revirava os olhos com um sorriso quase frustrado, como se o que fosse dizer lhe incomodasse bastante.

— Quer que eu a leve até eles? Podemos encontra-los pelas câmeras de segurança dentro do Pub se assim preferir ao invés de busca-los andando por entre as pessoas. – Suas palavras me deixaram levemente confusa antes de que me lembrasse que havia me dito ser o dono do lugar durante nossa conversa quando perguntei porque ele não estava pagando os drinks antes de pedir novos e me ofereci para pagar, um rubor profundo cobrindo minhas bochechas.

— Não precisa se incomodar com isso, posso encontra-los sozinha e assim pode continuar aproveitando a madrugada. – Precisei forçar as palavras por meus lábios enquanto me erguia do banco, ajeitando a barra do vestido antes de sorrir-lhe, dando um passo para longe no instante que sua mão apanhou a minha.

— Não estaria me incomodando acompanha-la e apenas permaneci aqui até tal horário por sua causa. Permita-me ao menor ter seu número de telefone? – Suas palavras somadas ao toque firme de sua mão me tiveram sem reação por um momento e forneceram uma faísca que incendiou meu sangue, minha única resposta sendo um aceno positivo com a cabeça antes de vê-lo apanhar o telefone, aonde digitei meu número com rapidez e o vi salvar como “Leah ♥” antes que seu braço envolvesse minha cintura, puxando-me contra si no instante que seus lábios vieram aos meus, deixando-me momentaneamente aturdida antes que as mãos fossem para seu cabelo, um leve click soando perto pouco antes de ter sua outra mão em minha cintura também.

O beijo foi selvagem, o gosto de Whisky em sua boca apenas intensificando o gosto natural dele que me envolvia em um manto aquecido, trazendo minha loba a superfície enquanto me perdia sob seu toque, o beijo só sendo rompido quando a respiração se fez muito necessária. Sua testa estava colada junto a minha e não me passou despercebido o sorriso radiante em seu rosto, assim como o brilho em seus olhos, algo que com certeza espelhava-se em meu próprio rosto.

— Aconselho que vá antes que eu mude de ideia sobre deixa-la ir. – Um casto selinho foi deixado sobre os meus lábios e me vi assentindo, levemente contrariada por ter que deixar seus braços.

— Boa noite, Niklaus. – Consegui murmurar com o coração aos tropeços, um carinho suave sendo deixado sobre minha bochecha antes que outro selinho viesse, me tendo rubra como uma pequena cereja muito madura.

— Boa noite, Leah. – Aquelas foram as últimas palavras que ele disse antes de me virar e dar um tapinha em minha bunda, incentivando-me a ir e deixando minhas bochechas ainda mais rubras, meus lábios formigando após a sensação de ter os seus sobre eles.

Achar Elena e o pessoal não foi difícil, continuavam na mesa, mas no instante que apareci, quase completamente sem batom e levemente tremula enquanto o rosto estava banhado por um rubor profundo foi o suficiente para ter Cah e Bon em meu encalço atrás de respostas, até mesmo Elena parecendo interessada nisso junto aos garotos, Tyler e Stefan.

Ao deixarmos o lugar pouco depois, todos dividindo-se entre o carro em que Tyler e Stefan chegaram e o que eu, junto das meninas, vim. Poderia jurar que vi Niklaus sorrir para mim da entrada do Pub enquanto entrei no banco do passageiro do carro de Cah, meu coração falhando uma batida com isso. No carro fomos apenas eu, Caroline e Bon, mas isso não impediu ambas de tentarem me interrogar no caminho para o meu apartamento, parando na frente do mesmo sem me deixar sair até que tivesse respondido satisfatoriamente suas perguntas, mas no meio do interrogatório meu celular zuniu em minha mão, fazendo ambas arquearem as sobrancelhas antes que eu o desbloqueasse, vendo uma foto de que foi tirada quando estava beijando Nik mais cedo junto de uma legenda que me teve sorrindo de maneira completamente boba.

“O melhor momento da noite e meu novo plano de fundo s2”

— Certo, passa esse telefone para cá e deixe a gente ver quem é o Romeu! – Exclamou Caroline antes de que surrupiasse o telefone de meus dedos, seus olhos junto aos de Bon cravando-se na tela enquanto vi o queixo de ambas despencar, suas expressões expondo uma descrença que enviou um arrepio ruim por minha espinha.

— O que foi? – Murmuro sem ter certeza se iria querer saber a resposta ao aceitar o telefone de volta, ambas assumindo uma seriedade que me gelou por dentro.

— Leah... – Começou Bon como se não soubesse o que dizer, como se expressar, então Cah assumiu a frente.

— É ele, Leah? – Ela foi objetiva e me vi apenas capaz de assentir, vendo ambas suspirarem diante da nova informação. – Você tem certeza que é ele?

— Absoluta, Cah! – Mal mantive minha voz sob controle, meus ombros cedendo no momento que um suspiro exausto me deixou. – Ele é meu Imprinting, eu tenho certeza absoluta disso, não haveria como me enganar sobre isso. O que diabos vocês estão me escondendo? Estão começando a me assustar.

— Ele é Klaus, baby... – A voz de Bonnie foi doce e ela estava tentando me acalmar, não me deixar surtar, mas não pude evitar que o peso daquela informação me batesse com força.

— Ele disse se chamar Niklaus, não Klaus. – Consegui sussurrar, meus olhos ardendo levemente com as lágrimas que sabia estarem por vir.

— Ei ei, sem chorar! – Adiantou-se Cah, me puxando para um abraço desajeitado por conta de estarmos dentro do carro. – Ele não mentiu para você, ok? Seu nome completo é Niklaus Mikaelson.

— Isso é verdade. – Rapidamente completou Bon enquanto me afastava do abraço, piscando para longe as lágrimas, ambas me sorrindo enquanto juntavam nossas mãos. – Pode contar conosco, sim? Se ele vai te fazer feliz, se é o seu par, então tem nosso apoio.

Foi a minha vez de sorrir e abraçar a ambas, meu coração tornando-se mais leve com tal informação enquanto me despedia delas, beijos trocados e gritos de que estariam por ali amanhã a tarde para conversarmos mais sendo o que me cercou antes de sair do carro, rapidamente indo para dentro do prédio com o coração aos saltos.

Minha noite provou-se uma tremenda loucura, deixando um misto de alegria e apreensão em meu âmago enquanto pensava se a reação de Elena e Stefan seria tão agradável quanto fora a de Bonnie e Caroline.