UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO escrita por Jace Jane


Capítulo 7
Capitulo 7º - Um conselho? Dê uma de doida


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a Kalyn, CatrinaEvans e Natty Farias Freitas por seus comentários no capitulo anterior.



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Aquele dia tinha acordado animada. Depois do café da manhã peguei meu celular, coloquei o fone de ouvido e fui encerar o piso de madeira da sala ao som de Shakira, podia usar magia para realizar a tarefa? Podia, mas se algo desse errado a culpa seria minha, e como eu explicaria isso ao Marcus? Ta legal que eu duvido que ele ligue muito para isso, acho difícil que vampiros se preocupem tanto com bens materiais, mas seria ruim se eu fosse flagrada pelos vizinhos.

Depois de acabar com as minhas costas com o piso da sala fui para cozinha preparar um bolo para o café da tarde.

— Eu deveria pesquisar receitas italianas – Pensei em alto. Peguei uma vasilha grande e comecei a separar os ingredientes que iria precisar para o meu bolo. Não precisei de mais do que vinte minutos para bater a massa e untar o tabuleiro, depois coloquei no forno e marquei a hora, daqui a trinta minutos eu deveria ver como ele estava, mas em quanto isso resolvi fazer uns rascunhos da minha história de senhor dos anéis que tinha começado na minha terra.

***

O sol já tinha deixado o céu há algumas horas, eu encarava a rua pela janela dando longos suspiros de cinco em cinco minutos, em quanto esperava Marcus da o ar de sua graça, havia aprendido uma magia incrível e estava louca para mostrar a ele, mas o desgraçado ainda não tinha aparecido.

— Ele não vai vir hoje – Disse uma voz atrás de mim. Ao ouvi-la quase tive uma parada cardíaca.

— Loki – Suspirei – Como sabe disso?

— Eu sou um deus, não sou? – Sorriu a deusa com um olhar suspeito.

— Você deve ta entediada para dar as caras por aqui – Comentei para ela. Seus olhos ficaram mais sérios ao meu comentário.

— Esperar é a parte mais difícil. – Seus olhos relaxaram e a manifestação da deusa desceu do salto e sentou na poltrona.

— Você não sabe como é frustrante e doloroso ficar naquela maldita caverna com uma serpente pingando veneno no seu rosto, sem poder para fazer nada a não ser esperar que vinte jovens estarem preparados o bastante para cortar minhas correntes e destruir aquela serpente. – Lamentou Loki desanimada.

— Eu posso não ser a garota que irá liberta-la, eu tenho um longo caminho a percorrer ainda, mas um dia vai aparecer à pessoa certa e ela ainda vai destruir seu carcereiro, tenha um pouco de fé em nós.

— Palavras bonitas para uma feiticeira iniciante – Seu olhar tinha um brilho malicioso, ó o golpe! – Talvez pudéssemos entrar em um acordo, eu te ensino magia divina e você me liberta o que acha?

— Você não perde uma oportunidade não é? – Ri com a audácia da Loki. Olhei serio para ela. – Hoje não Loki, hoje não.

— O que você tem a perder com isso? – Arqueei a sobrancelha, é serio?

— Ora, se eu te liberto vou comprar briga com Odin e Thor – Respondi o obvio – Posso lidar com vampiros, caçadores de sombras e bruxos, mas deuses? Já não posso me garantir.

— De todos os vinte viajantes, você é a minha favorita.

What fuck? Todo aquele veneno mexeu com a cabeça dela só pode. Loki não é conhecido por ser sentimental.

— Você ta bem? – Perguntei preocupada, Loki riu e desapareceu.

Fiquei uns cinco minutos olhando para onde Loki estava sentada até me recompor e começar a pagar as luzes, era muita informação para digerir.

— A vida continua! – Tirei a bunda do sofá e fui preparar meu banho, estava louca para estrear aquela banheira maravilhosa.

Tirei minha roupa e a deixei no chão mesmo, iam para a lavanderia mesmo, me dirigi ao chuveiro e deixei a água cair, primeiro eu iria me lavar e depois ficaria uns minutos na banheira, seria péssimo ficar rodeada de água suja. Quando acabei me enrolei no roupão e abri a torneira da banheira e esperei por uns minutos até estar cheia, então fechei a água e peguei uns sais de banho e deixei dissolver na água e então pendurei a toalha no suporte e entrei.

Quando a água começou a esfriar suspirei, o que é bom dura pouco, para a minha tristeza, apoiei minhas mãos na borda banheira e me levantei, ao abrir os olhos eu dei um grito e voltei a me sentar na banheira.

— Como ousa espiar uma dama tomando banho, seu pervertido! – Gritei para o garoto na minha frente. Como o Marcus ele era pálido e tinha olhos vermelhos, vestia roupas sociais escuras e em volta de seu pescoço tinha um colar com um pingente da letra V, um Volturi.

— A senhorita invadiu esta casa em primeiro lugar. – Disse sem alterar sua expressão. Que audácia!

— Eu tenho cara de ser do MST? – Disse indignada, o vampiro me olhou confusa, não entendendo minha referencia. – Eu estou aqui sob a autorização de um Volturi!

Sua sobrancelha arqueou, parece que chamei sua atenção, infelizmente sua surpresa não durou muito.

— Eu duvido muito – Ele tava de onda com a minha cara.

— Ta me chamando de mentirosa? – Que absurdo, quem ele pensa que é? Esse era pior que o Raphael. – Olha em cima da pia e veja o meu passe.

Sem tirar os olhos de mim o pervertido seguiu para pia e viu o cordão do Marcus, seus olhos arregalaram, sorri.

— Você vem comigo!

— Como é que é? – Perguntei surpresa.

— Tem dois minutos para se vestir.

O pervertido era mais pervertido do que eu pensava, nem para me deixar trocar de roupa sozinha no quarto o desgraçado deixou! – Eu devia fugir pelo espelho, mas depois não poderia voltar para o apartamento, Marcus poderia ficar preocupado, e fugir de vampiros não é fácil. – Eu ainda me vingo do desgraçado.

— Pode ao menos dizer o seu nome, ou posso continuar te chamando de pervertido? – Perguntei com um sorriso cínico.   

— Demetri. – Disse em um rosnado.

— Você estará muito encrencado no futuro Demetri.

Com o cabelo molhado fui arrastada por Volterra até chegar ao coração do clã Volturi. Andamos pelo chão de mármore até chegarmos ao um elevador, graças a Deus não tinha aquelas musiquinhas broxantes, já estava doida para dar na cara de Demetri a ultima coisa que precisava era de mais combustível para minha raiva. Ao chegarmos no andar a secretária da recepção cumprimentou Demetri e me encarou surpresa.

— Boa noite! – Desejei a moça.

Uma mulher de vestido vermelho com luvas cumpridas e com uma aparência divina cruzou o corredor.

— Trouxe um lanche? – Perguntou me devorando com os olhos.

— Talvez seja Heide – Sorriu Demetri.

Meu sofrimento nas mãos de Demetri não durou muito, seguimos até o fim do corredor e uma menina loira chamada Jane abriu as portas duplas. Fiquei de queixo caído, era um salão enorme, o teto era circular como um domo, com desenhos renascentistas, o chão era coberto de mármore puro e no meio do salão estava três tronos negros, mas somente dois lugares estavam ocupados, o do meio estava um homem na casa dos trinta e sete ou quarenta, olhos vermelhos, cabelos negros e vestes formais, sentado ao lado dele tinha um homem da mesma idade de cabelos loiros.

O vampiro de cabelos negros olhou de forma curiosa para o Demetri e para mim.

— Ninguém pediu um lanche Demetri. – Disse o Loiro para o vampiro ao meu lado.

— Encontrei essa humana no apartamento que me foi designado.

— E? – Perguntou o mesmo vampiro com cara de tédio, e então Demetri mostrou o colar do Marcus.

— Ela tinha isso. – Respondeu Demetri.

Comecei a bater o pé impaciente.

— Da para acabar logo com isso? – Perguntei sem um pingo de juízo correndo nas veias – Daqui a pouco eu tenho que tomar meu remédio e gostaria de secar meu cabelo antes de eu pegar um resfriado.

— Você não faz ideia de com quem esta falando – Falou o loiro aparecendo na minha frente com sua alta velocidade, que eu pouco me importei.

Olhei de relance para Demetri e ele esta de mãos dada com o vampiro de cabelos negros, essa situação ta bem estranha, mas ignorei, eu queria era esculachar o Caius.

— Ah se tenho – Dei um sorriso de canto. - Onde esta o Marcus?

Todos os vampiros olharam para mim com cara seria. Fudeu! Ou não, minha mãe uma vez me deu um conselho que serve pra quase tudo, o conselho? Dê uma de doida. – Vai dar super certo com vampiro, confia! - Sarcasmo ativado.

Joguei meu cabelo molhado para trás e dei à louca. – Coloquei a mão no peito e fiz expressão de espanto, ai meu Deus eu vou morrer, na certa.

— Não me diga! Já sei, a madame é a rainha da Inglaterra, devo me curvar perante a sua alteza? – Caius rosnou com uma raiva visível em seus olhos. Antes que eu pudesse perceber fui empurrada pela mão dele, meu corpo foi jogado para trás e minha cabeça bateu no chão de mármore, o ar escapou dos meus pulmões, em quanto eu perdia a consciência ouvi o Aro gritando com o Caius.


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Notas finais do capítulo

Nota: MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, conhecido popularmente como invasores de propriedade privada.