UMA INTRUSA EM CREPÚSCULO escrita por Jace Jane


Capítulo 6
Capitulo 6º - Uma deusa, uma louca, uma feiticeira


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a CatrinaEvans e Natty Farias Freitas pelos seus comentários no capitulo anterior.



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Aquela sensação familiar de pular na água cobriu meus sentidos, um arrepio subiu pela minha espinha, mas logo foi interrompida quando em um passo em falso levou a minha queda ao chão, xinguei mentalmente.

— E eu achando que a Bella era desastrada, como é possível tropeçar no próprio pé, me diz senhor, como? – Respirei fundo e me levantei – Vou ficar com uma mancha roxa no joelho, merda.

Olhei para o cômodo e estava vazio, será que tinha alguém em casa? Em cima da mesa tinha dois copos com gelo, não tinha derretido então não fazia muito tempo que tinha sido largado lá. Dei alguns passos e pude ver melhor atrás da mesa, especificamente no chão, uma camisa de seda e uma de malha preta, arqueei a sobrancelha confusa. Dei de ombros e fui para o quarto do feiticeiro com passos decididos, logo que eu cruzei o corredor vi o gato do Magnus barrando minha passagem com um rosnado.

Olhei para aqueles olhos bravos e me agachei no chão.

— Eu não tenho tempo para isso querido – Ativei meus olhos de cobra e o gato correu assustado. Joguei o cabelo para trás saboreando a vitória.

Escancarei a porta de uma só vez, meus olhos pararam no feiticeiro de olhos arregalados, Alexander que estava debaixo do namorado me olhava envergonhado, aparentemente interrompi uma tarde de sexo, ops!

Nossa.. Eles são bem mais sarados do que aparentam, lambi os lábios admirando a bela paisagem a minha frente, será que o Marcus por debaixo de todos aqueles panos era sarado também?

— O que você esta fazendo aqui? – Perguntou o Magnus saindo de cima do Lightwood que se cobriu com o lençol em quanto o feiticeiro vestia um roupão de seda.

— Porque pararam? – Perguntei indignada – Adoro sexo BL!   

— Rodrigues! – Gritou o Magnus irritado.

— Desculpa, mas eu preciso falar contigo! – Deu um sorriso amarelo.

— Pelo anjo.. – Disse Alexander morrendo de vergonha.

— Calma Alexander, não é a primeira vez que eu empato uma foda. – Reprimi um riso quando vi a cara furiosa do Magnus – Eu vou esperar lá fora.

Esperei o Magnus sentada no sofá, tentando inutilmente reprimir o riso. Eu tenho uma sorte danada com isso, realmente não foi a primeira vez que peguei alguém no flagra, já vi minha meia irmã com o peguete, minhas amigas com os namorados, mas o mais traumatizante foi a minha mãe com o colega do escritório, ainda bem que tive o bom senso de seguir as pistas das roupas espalhadas pela sala e dar meia volta, até porque dava para ouvir os gemidos da sala.

— Você me atrapalha e agora fica toda pensativa – Resmungou o feiticeiro emburrado, sentando com as pernas cruzadas na poltrona ao meu lado – Vai me dizer o que esta acontecendo ou já posso voltar para o Alec?

Fui direto ao ponto, sem rodeios.

— Lembra do Marcus? – Balançou a cabeça para eu prosseguir – Descobri que ele é um vampiro! – Disse com horror.

— E? – Disse despreocupado, arregalei os olhos, incrédula.

— Da onde eu vim não temos os acordos da clave não meu bem! Eles bebem sangue direto das veias humanas, e pior! – Frisei – Marcus é da realeza dos vampiros, um dos três lideres que comanda a porra toda.

— Se ele quisesse lhe fazer mal já teria feito – Tentou me tranquilizar, meu desespero deveria ser visível para o feiticeiro.

— Esse pensamento me tranquiliza, mas tem outra vertente para considerar – Cruzei minhas mãos uma na outra, elas tremiam com o meu nervosismo – Existe duas regras que são aplicadas pelos Volturi, a realeza, a principal é: Os humanos não devem saber da existência dos vampiros, e ele não foi muito discreto.

— Como você descobriu sobre a realeza desses vampiros? – Perguntou intrigado.

— Eu estava lendo um livro que veio comigo quando fui parar na Itália, chamado Crepúsculo, e lá foi mencionado o clã Volturi, a realeza dos vampiros – Minhas mãos estavam pegajosas com o suor que transpirava entre os dedos – O clã é regido por três lideres, Aro, Caius e Marcus. E os irmãos do Marcus se chamam Aro e Caius, o sobrenome também bate!

— Não precisa se precipitar.

— Magnus! – Pulei do sofá e fiquei de pé e comecei a andar em círculos pelo tapete. – Se eles descobrirem vão me matar! É o que fazem com quem sabe demais. É morte ou vampirismo, é a única escolha que eu tenho, se me derem a opção!

Magnus deixou à poltrona e ficou de frente para mim, colocou suas mãos em meus ombros e disse às palavras que acalmariam meu espírito.

— Você não é uma humana qualquer lembre-se disso – Seus olhos de gato encaravam os meus de cobra – Você pertence ao sobrenatural tanto quanto os vampiros, você é uma feiticeira! Ou se esqueceu?

Sorri. Aquelas palavras aliviaram minha consciência.

— Ou você acredita que qualquer ser humano pode viajar entre mundos por um espelho? – Não pude deixar de rir.

— Obrigada Magnus – Agradeci, o feiticeiro limpou uma lagrima que escorria pela minha bochecha que nem havia percebido.

— Sempre a disposição – Depositou um beijo na minha testa e quando voltou a olhar para mim seus olhos estavam normais. – Agora se me der licença tem um lindo caçador das sombras na minha cama – Piscou.

— Longe de mim te prender ainda mais, vai lá e aproveite aquele abdômen sarado.

Deu as costas para mim aos risos.

— Pode apostar que vou!

***

 Quando atravessei o espelho lá estava o meu vampiro favorito, com os braços cruzados com expressão séria no rosto translucido.

— Esperou muito por mim, my love? – Perguntei com um sorriso cínico.

Seus olhos me encaravam intrigados, por dois longos segundos o vampiro ficou em silencio.  Me deixando irritada.

— Vai falar não? – Cruzei os braços e bati o pé – É melhor dizer alguma coisa porque quando eu começar a falar não vou te dar a oportunidade de dizer um “ai”!

— Viajantes possui habilidades peculiares – Disse Marcus saindo da inércia. – Porque não me disse nada, não confia em mim?

— Eu descobri há alguns dias sobre isso – Falei – A questão de confiança, eu me questionei sobre – Fui andando em sua direção até poder lhe encarar de perto. – Você nunca me deu motivos para desconfiar de você, Magnus me fez lembrar isso quando eu descobri que você é um vampiro.

Seu olhar vacilou quando eu disse a palavra “vampiro”, sua expressão parecia ligeiramente preocupada.

— Você contou ao seu amigo que eu sou um vampiro? – Perguntou.

— Sim, mas não tem importância, ele mora em outra dimensão – Sua sobrancelha arqueou em confusão. – É o que eu faço quando eu entro em um espelho, viajo para outro mundo, foi como eu conheci o Magnus e o Alexander, sem querer eu apareci na sala de estar do apartamento dele, ele ficou bem preocupado por eu ter invadido as alas de segurança, mas foi tudo resolvido e ele me ajudou descobrir que eu tenho poderes mágicos! – Revelei empolgada.

— Como descobriu que eu sou um vampiro? – Perguntou intrigado.

Coloquei minhas mãos na cintura e estufei o peito com orgulho.

— Foi fácil, você nem se deu ao trabalho de disfarçar – Ele me olhou intrigado, bufei – Agora a madame vai se fazer de desentendida? – Revirei os olhos – Vamos listar então, primeiro: você não respira, segundo: você é tão branco como se não tivesse sangue correndo nas veias, terceiro: Nunca vi você comer ou sequer beber água, quarto: você consegue ficar na mesma posição por horas e isso é humanamente impossível e quinto e ultimo, que é o mais obvio, seus olhos são vermelhos.

Ele deu de ombros, minha explicação fazia muito sentido. – Ainda bem, porque eu não poderia dizer que um deus me falou por um sonho e depois tive a confirmação em um livro.

— Agora você sabe que eu sou uma feiticeira linda e poderosa e eu sei que você é um vampiro, me responda uma duvida – olhei seriamente para os seus olhos fazendo um suspense constrangedor – Você também é gostoso? – Minha pergunta o deixou visivelmente constrangido o que me fez cair na gargalhada, dei dois tapinhas em seu ombro e me controlei para conseguir falar – Um dia eu descubro. – Não resisti e voltei a rir.

 


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Notas finais do capítulo

Magnus sendo a voz da razão, quem diria?



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