Through Her Eyes escrita por CrisSouza


Capítulo 8
Uma Layla Bem Cansada


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!!
"Nossa Cris, como você anda sumida."
Então, sinto muito por ter desaparecido assim de repente, a verdade é que eu estava sem tempo pra postar e logo depois me veio um bloqueio criativo que só Deus na minha causa!
Esse capítulo está pronto há alguns dias, mas por falta de tempo eu não consegui postar ele antes. Já comecei a escrever o próximo mas ainda não sei quando ele vai sair.
De qualquer forma, mil perdões espero que gostem!



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Estou no meu quarto deitada, ainda pensando sobre o que aconteceu na aula de literatura. Depois da troca de olhares rápida que tive com Nate não pude mais falar com ele, estava com tanta vergonha que assim que bateu o sinal eu sai correndo, sem olhar para trás.

Agora é meu horário vago, tenho que esperar até depois do jantar para poder falar a sós com Maddie, então não há nada que eu possa fazer agora, a não ser andar por essa escola, sozinha. A NASI possui uma biblioteca enorme, contudo, a maioria dos livros ali são didáticos e a outra parte são livros com histórias de romances onde o homem trata a mulher como um objeto tirado do lixo; o acesso à internet é livre, mas não podemos acessar nada que não esteja na lista de sites da escola, e como eu não possuo uma ligação tão forte assim com meu pai, e como meu avô não é tão adepto a novas tecnologias, não tenho ninguém para conversar nessa hora que ainda me resta. Sendo assim, o assunto Nate volta a minha cabeça com tudo, me deixando mais confusa do que o normal. Mente vazia, oficina do diabo, já diria meu avô.

Procuro entre minhas coisas um livro antigo que pertencia a minha mãe, já o li diversas vezes e não me canso nunca, é muito bom saber que a algum tempo atrás as mulheres lutavam por seu direito de ser mulher e ser independente. Nem meu avô, tampouco meu pai sabem que esse livro está comigo, até porque se ele soubesse já o teria tirado de mim. Eu o encontrei enquanto estava no porão da minha casa mexendo nas coisas da minha mãe e desde então o levo comigo para onde eu for.

Leio por dez, vinte, trinta minutos e então Maddie chega ao quarto, mas não sozinha. Junto a ela estão Anne e Caterina, não me surpreendo, apenas me levanto e espero que minha amiga guarde sua mochila para nos dirigirmos a sala de descanso para os alunos. Nos sentamos e logo pergunto, pois não consigo segurar minha curiosidade:

— Onde está Alexa? Ainda está em sala de aula?

— Acho que está com o senhor Malloy, eles se tornaram bastante amigos. Acho que na verdade ele gosta dela, sinto cheiro de romances no ar. - disse Anne animada.

— Romances? - Indaga Caterina, me impedindo de fazer a mesma pergunta.

— Sim, Alexa e o senhor Malloy. - Responde olhando para Caterina. - Layla e o senhor Lawford. - Diz, agora olhando para mim.

Decido não responder, apenas balanço a cabeça em negação. Me viro para a entrada e no mesmo instante vejo Alexa entrar acompanhada de Oliver, ela acena para nós, contudo segue seu caminho e se senta junto ao garoto.

— Podem ainda não ter assumido, mas é óbvio que se tornarão um casal em breve. - Diz Anne num tom baixo, para que somente nós possamos escutar. Encaro a Maddie e posso ver que assim como em mim, há um pequeno sorriso em seu rosto, porém sei que é por um motivo totalmente diferente do meu.

…….*…….

Já era quase o horário do toque de recolher, Maddie e eu caminhávamos discretamente até o armário do zelador em que ficava o nosso portal e era visível a curiosidade no rosto da minha amiga. Chegamos perto do local e eu me certifiquei de que não havia ninguém por perto antes de entrarmos, como era escuro lá dentro, ligamos as lanternas dos tablets. Demoramos mais ou menos cinco minutos para chegar ao nosso “lounge”.

Quando descobri esse lugar o que mais me surpreendeu foi o fato de que esse lugar realmente parece um lounge antigo. Aqui existem videogames, computadores, livros, revistas e diversas outras coisas da época em que meu abuelo era um homem de 20 anos, nada comparado ao que temos hoje, contudo é uma ótima forma de passar um tempo fora desse mundo horroroso.

Jogo-me em um dos sofás enquanto Maddie se posiciona a minha frente, já esperando que conte tudo o que descobri a ela. Mal sabe minha amiga o quanto esse dia me deixou cansada.

— Pode ir abrindo essa sua boca Layla, não passei o dia todo esperando esse momento pra você fazer charminho e demorar a falar. - Diz minha amiga com expressão que é um misto de curiosidade e inquietude.

— Quando souber a verdade Maddie vai se arrepender de ter ficado tão animada. - Me arrumo no sofá ficando de frente para ela. - Nataniel Lawford só queria saber se eu tinha algum dos livros que serão estudados esse ano na aula de literatura. - Posso ver o sorriso se desfazer no rosto de Maddie enquanto a indignação toma seu lugar.

— Você quer dizer que, eu fiquei um dia inteiro esperando uma fofoca boa e você me chega só com isso?! Não acredito! Aposto que você nem quis saber o porquê mais a fundo não é?

— Amiga, mesmo que eu quisesse não conseguiria falar com ele mais, não sei nem se vou conseguir novamente algum dia. - Respondo-a e vejo ela congelar no mesmo instante.

— Como assim? Layla Martínez, o quê você fez?

— Eu não fiz nada sozinha, que fique claro. É que depois dele me responder, ele me perguntou a razão de eu ter o perguntado aquilo, e então… - Faço uma pausa, uma parte de mim pensa que é para dar suspense, mas eu sei no fundo que o real motivo é que não consigo falar isso em voz alta.

— Então o que? Por favor Layla, não me faça implorar. - Pede já em tom de súplica.

— Nossos rostos ficaram mais perto do que o necessário na aula, e depois disso eu não consegui mais falar com ele, é isso.

— Ok, mas do quão perto estamos falando? - Pergunta Maddie.

— Perto o suficiente para eu conseguir perceber o quão azul são os olhos dele. - Mal acabo de dizer a frase e escuto um gritinho vindo de Maddie, para logo depois pular em cima de mim. - Menina se acalma, credo.

— Calma? Você me pede calma, sendo que você me joga uma bomba dessas? Agora faz todo sentido essa aproximação de vocês e devo dizer também que, mesmo a contragosto, Alexa está certa, Nataniel gosta de você e você dele!

— Sem paranoia Madelaine, ter vergonha por causa da proximidade que nossos rostos ficaram não significa que eu goste dele ou vice-versa. - disse a tirando de cima de mim.

— Ata, e você ficar mais corada que meu cabelo no momento em que isso aconteceu e no momento em que me contou, também não quer dizer que você está interessada nele.

— Não, não quer dizer. Vamos passar pro próximo assunto tudo bem? Isso não foi a única coisa estranha do meu dia. Lembra que o Oliver veio falar comigo hoje não é? Na hora do almoço. - Ela balançou a cabeça em afirmação, contei a ela, então, tudo o que havia acontecido comigo na aula de álgebra. No final pude perceber a confusão no rosto da minha amiga.

— Não vai falar nada sobre isso? Nenhuma piadinha? - Perguntei.

— Layla, você não consegue fazer encaixes rápidos de informações mesmo não é? Então me acompanha. - Insulto? Não imagina! Mas é minha amiga e eu relevo, sei que não é por mal. - Oliver foi trazido para esse lugar de maneira totalmente estranha, a história de sequestro não entra na minha cabeça de jeito nenhum. Desde quando nosso governo leva dois anos para recuperar alguém de sequestro, sendo que temos as armas mais tecnológicas possíveis? Os pais dele são extremamente importantes e ricos não demoraria tanto tempo. E agora, ele chega no dia de hoje e fala essas coisas pra você. Tem alguma coisa muito mal contada sobre a história desse cara. - As vezes eu acho que Maddie teria de trabalhar com investigações policiais, como pode em alguns minutos uma pessoa ligar tantos pontos assim? - Amiga, desfaz essa cara de “não entendi nada que essa louca falou”, sei muito bem que deu pra entender.

— Eu entendi o que você falou, eu só não entendo como você conseguiu juntar tudo isso em tão pouco tempo.- Digo impactada.

— Elementar minha cara Martínez, eu sou a próxima Sherlock do mundo.- Não é porque não pode, e mesmo se pudesse não seria o que ela queria.- Mas então, você concorda com tudo que eu disse certo?

— Claro que sim, mas não podemos confirmar essa história baseada só na sua dedução. Precisamos investigar mais de perto Sherlock, e eu não conseguirei muita coisa baseado no fato de que ele já sabe que eu não gosto desse lugar. Tem que ser você.

— Nada disso meu amor, não vou não. Primeiro que a única aula que eu tenho com ele é filosofia e o professor já me odeia, não quero ele reclamando por conversar no horário de aula. Segundo, eu pago pra ver a cara da Alexa quando descobrir que vocês se tornaram amigos bem mais fácil que os dois.- Como assim?!

— Como assim mais fácil? Não percebeu o quão amigos eles são, ficaram conversando o horário livre quase todo.

— Não, ela ficou falando o horário livre todo.- Explica dando ênfase na palavra “ela”. -Ele só ficou escutando. Não pensei que você fosse tão devagar, se ele te falou isso com toda certeza ele não é tão amigo dela quanto aparenta ser.

 


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Notas finais do capítulo

Pequeno? Sim, porém lembrem-se que essa parte da história foi planejada, inicialmente, para entrar no capítulo anterior.
Tentarei postar mais capítulos logo, mas não prometo nada.
Se gostaram comentem, isso pode me ajudar a me livrar do bloqueio criativo que sempre vem...



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