The Hunt escrita por Don R


Capítulo 3
Erick Grinish - Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo teremos a visão do Erick dos fatos ocorridos até então.



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                                       19 de Outubro de 2012

     Certamente ele jamais esquecerá daquele dia em sua infância, o fato ocorrido lhe traumatizou profundamente.

     Erick Grinish, um jovem de 25 anos, prepara-se para sair em mais uma ronda de pesquisas, seria um hobby? Ou apenas uma certa admiração por isso? Erick vivia um tanto distante da cidade e não poderia ser considerado uma pessoa muito sociável. Gastava seu tempo lendo muitos livros, não tinha muitos amigos — poderiam ser contados nos dedos de uma única mão — um homem afastado da sociedade, sobrevivia da pensão que recebia pelo seguro de vida dos seus pais. Foi criado num orfanato que tinha intenções diferentes de apenas criar crianças sem amparo e sem ter um lar para morar. O lugar era desconhecido pelo governo e autoridades locais, raptavam crianças cujos pais tinham sido mortos por motivos obscuros e desconhecidos pelos moradores daquela cidade onde o acidente ocorrera. O dever daquele lugar que ninguém conhecia era pesquisar a fundo sobre supostas criaturas que vinham atacando as cidades desde os séculos passados, seriam monstros sanguinários? Talvez. Mas seria exagero classificar desta forma, pois como essas criaturas atacavam majoritariamente na calada da noite, desse jeito as vítimas eram pouquíssimas e assim dificultava o trabalho dos pesquisadores e policiais que saíam em busca de informações, mas não tinham onde encontra-las.

   Erick levanta-se do sofá velho na sala e vai em direção ao quarto, abre um compartimento de onde retira uma katana preta com lâminas forjadas em aço damasco, coloca-a dentro da bainha, cruzando sua alça na diagonal de seu tronco. Na garagem ele monta em sua moto e segue para um antigo campo de futebol americano que era usado para treino por uma equipe amadora da cidade, porém decidiram encerrar com os treinos logo após dois dos seus jogadores sumirem misteriosamente próximo ao local.

                                                  30 de Outubro 2012

    Erick era investigador, procurava saber tudo sobre a vida das pessoas mais poderosas da cidade e até mesmo das mais humildes. No lugar onde cresceu havia a necessidade de se monitorar a tudo e a todos. As suas pesquisas não eram em vão, desde que ele começou a pesquisar notou que o ataque das criaturas seguiam um padrão, ele apenas precisava descobrir que padrão era esse.
     Durante a tarde fria de terça-feira Erick pegou sua katana e saiu para uma caminhada rotineira que fazia todas as noites ou sempre que possível. Chegava a ir para lugares realmente distantes. Passou pela rua mais nobre da cidade de São Francisco, entrou em um beco após notar um movimento estranho na rua. Entrou e esgueirou-se no muro para tentar avistar algo suspeito, espiou pelo fim do muro e avistou um criatura com formato grotesco, tinha asas iguais a de um morcego, uma cabeça de humano, dentes de leão e orelhas de lobo. Óbvio, ele já sabia do que se tratava.
     Popularmente conhecido como gárgula, atacou e dilacerou uma mulher no meio da rua. Observando tudo e sem poder fazer nada, Erick nota o ronco potente do motor de um carro — certamente não era um carro popular — o mesmo parou com uma freada brusca e o condutor desceu para olhar o que o impedia de prosseguir sua trajetória. Imediatamente, o monstro larga o corpo da mulher, nesse momento já sem nenhum respiro, olha em sua direção e começa a persegui-lo. Erick, que observava tudo, resolveu entrar em ação. Correu em direção ao gárgula freneticamente, sacou sua katana da bainha e, ao se aproximar do monstro, deu um grito para atrair sua atenção. A criatura parou e no tempo dela virar o corpo para ter a visão do que a havia chamado atenção, o jovem se antecipou e com um golpe vertical arrancou a cabeça da gárgula, sem muito esforço; era claro que Erick sabia quem era o dono do carro, investigara sobre sua vida há muito tempo, Peter Walker agora deve sua vida ao órfão.

                                                02 de Novembro 2012

     Um pensamento ecoava dentro da cabeça de Erick: "O que deve ter acontecido com o corpo da mulher que encontrara dias antes?".
     Ele havia voltado e procurado pelo corpo da moça que havia sido brutalmente assassinada, mas não encontrou sequer vestígios do corpo dela.  O que mais lhe incomodava era o fato de que ele teria de se responsabilizar em ajudar Peter o quanto antes; que futuro vai ter um cara mimado e egocêntrico neste tipo de tarefa?
    Erick fazia de tudo para que os senhores do orfanato não ficassem sabendo de suas ações secretas, mas desta vez ele não sabia se foram realmente eles que interferiram no assunto. Durante o dia, Erick estava atrás de um suposto abrigo de gárgulas, sobre o qual vinha pesquisando, mas todas as vezes que ele achava uma pista de como encontrá-los, tudo voltava ao início e ele tinha de recomeçar do zero e fazer suas pesquisas novamente.

    Decidido em sair em mais uma de suas rondas noturnas pela cidade, em busca do tal "ninho", pegou sua espada, ligou a moto e acelerou o máximo que pode. Pilotando pelas ruas da cidade, ainda preocupado com Peter, resolveu passar por perto de sua casa. Chegando à rua ouviu o alarme da mansão e avistou um gárgula voando para fora da residência com um homem pendurado. Não tardou a acelerar e invadir a residência pelos muros; tendo acesso ao jardim, encontrou Peter desacordado no chão e outras duas gárgulas aparentemente sem vida. Erick correu para verificar se ainda tinha indícios de pulsação no jovem, vendo que se mostrava resistente fez o que pode para amenizar o sangramento. Felizmente chegara a tempo, mais alguns minutos e estaria sem vida. Ligou para o socorro clamando que viessem o mais rápido possível, e após passar o endereço sabia que chegariam mais rápido do que pudesse imaginar. Encarregou-se de esconder os corpos onde mais tarde pudesse encontrar com facilidade e assim poder dar um fim nos vestígios. Poucos minutos após a chegada do socorro a família de Peter aparecera.

     Erick disse aos pais de Peter que estava fazendo um serviço na vizinhança, quando ouviu o alarme e decidiu ir ver o que estava acontecendo. Contou outras mentiras tão bem contadas, que os Walkers e até mesmo a polícia acreditaram ingenuamente.

                                                 04 de Novembro de 2012

     Erick acordou decidido a ir visitar Peter no hospital. Sabia que a recepção por parte da família seria calorosa, mas ele tinha que fazer o que foi ordenado. Vestiu sua jaqueta de couro preta, escondeu um frasco de vidro com um líquido transparente como água e uma seringa no bolso. Não podiam correr o risco de que o rapaz abrisse a boca, teria que conversar com ele sobre o acontecido e o seu futuro em um lugar privado depois que ele saísse dessa situação. Por mais que torcesse por sua melhor recuperação, o que estava prestes a fazer poderia colocar a vida dele em apuros.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado. Sinta-se à vontade de expor sua opinião sobre o capítulo no comentário, ficarei feliz em poder esclarecer qualquer coisa. ;)