Adrien levou Marinette para o seu quarto e contou tudo o que descobriu sobre sua mãe. Sentia que precisava ser sincero com ela, já que era a pessoa que mais precisava perto de si no momento.

— Pelo que Nathalie me disse, ela era a portadora do Miraculous do pavão que está com defeito. Quando meu pai usou os dois, pode ser que ele tenha corrompido o da borboleta. – o loiro explicou.

— Deve ser por isso então que deu aquela loucura e ele se atirou da Torre junto comigo. Deve ter mexido com a mente dele ou algo assim. Não acho que ele faria isso em condições normais. Nós precisamos falar com o Mestre.

— Sim, talvez ele saiba nos dizer alguma coisa. – ela assentiu e os dois ficaram parados refletindo – Você deve estar cansada. Por que não vai pra casa dormir um pouco?

— Eu estou, mas posso ficar aqui com você. – sorriu colocando a mão sobre o ombro de Adrien.

— Vai descansar, é sério. Você fez muito por mim hoje e se formos investigar isso tudo, vamos precisar de energia.

— Tudo bem. Amanhã depois da aula vamos falar com o Mestre. – Marinette bocejou e ficou de pé – Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me liga, ok? – Adrien levantou e ficou de frente para ela.

— Pode deixar. – deu um beijo demorado nos lábios da amada, se despedindo.

Adrien suspirou pesadamente depois que Marinette saiu, e se jogou na sua cama. O dia tinha sido incrivelmente cansativo e ele sabia que seus problemas, infelizmente, ainda não tinham acabado.

***

Marinette colocou seu pijama e assim que chegou em casa deitou na cama, pretendia dormir um bom sono até o dia de amanhã.

O problema era que ela não conseguia.

Agora não tinha mais akumas para se preocupar, no entanto ainda deveria ser a heroína de Paris e precisava recuperar os Miraculous que deixou com seus amigos de volta.

Mestre Fu pegou o Miraculous da joaninha e o do gato – e o do dragão – de volta e colocou na caixa dos Miraculous para que os kwamis possam “descansar” depois de terem usado seu poder máximo. Marinette então estava na posse do Miraculous do rato por enquanto e Adrien com o da cobra – que não tinha sido esgotado já que mal foi somado ao poder supremo.

Após muito pensar e refletir, Marinette finalmente conseguiu pegar no sono. O problema é que faltava apenas algumas horas para que ela tivesse que acordar novamente.

— Isso é sério? – murmurou sonolenta assim que acordou ouvindo seu despertador – Tikki... – como todos os dias, pediria para a kwami desligar, mas logo lembrou que não poderia fazer isso por enquanto. – Droga!

Marinette levantou, deligou o despertador e fez tudo o que tinha que fazer antes de ir para a aula. Porém antes que saísse, colocou seu novo Miraculous temporário, despertando o kwami acinzentado.

— Olá novamente, Mullo.

— Marinette! – sobrevoou a azulada – O que aconteceu? Deu tudo certo?

— Vamos indo pra escola que eu te conto. – abriu a bolsa cor-de-rosa e o kwami entrou.

Depois de contar a Mullo o que tinha acontecido, Marinette encontrou seus amigos em um grande bolo de alunos na frente da escola.

— O que aconteceu? – encontrou Alya no meio da multidão – A escola está fechada? Eu cheguei muito cedo? – a morena riu.

— Marinette, isso é impossível! – a azulada colocou a língua para sua melhor amiga.

— O diretor disse que a escola foi parcialmente destruída.

— Como?

— Também não sei. Não existem mais akumas, então ninguém sabe o que aconteceu aqui.

Marinette franziu a testa. Algo de errado tinha acontecido. Se não foram akumas nem sentimonstros, o que poderia ter sido?

— Marinette? – ouviu a voz de Adrien chegando e o segurou pela mão, o puxando para fora da multidão. – O que aconteceu?

— Algo ou alguém destruiu uma parte da escola.

— O quê? Como assim?

— Não sei. Já derrotamos Feather Moth, não faço ideia do que pode ter sido.

— Pessoal, olhem isso! – Alya chegou ao lado de Nino mostrando o noticiário ao vivo. – A Torre Eiffel também foi atacada.

— E a prefeitura também. – disse Chloé se aproximando. – Preciso encontrar o meu pai. – a loira saiu correndo.

— Não pode ter sido algo natural. – Marinette e Adrien se entreolharam.

— Precisamos ir. – a azulada se despediu dos amigos e saiu puxando Adrien pela mão – Vamos adiantar a nossa conversa com o Mestre.

***

— Aconteceu o que eu temia. – Fu admitiu ao casal. – A onda de poder que vocês liberaram usando os seus Miraculous juntos causou anomalias.

— Do tipo?

— Monstros, akumas talvez. Não sei ao certo. Poder gera desejo e acontece que vocês não controlaram o poder dentro de vocês e ele acabou causando isso. Não que seja culpa de vocês, sobreviver a ele já é um feito enorme. – Marinette e Adrien trocaram olhares preocupados.

— E o que vamos fazer agora?

— Precisam encontrar quem ou o que causou essas destruições e destruir eles.

— Mas os nossos Miraculous...

— Vocês não precisam purificar nada, então Ladybug e Chat Noir não são necessários. Usem os Miraculous do rato e da cobra. – Fu explicou – Dependendo da quantidade desses... Monstros, podem pedir ajuda para os seus amigos também.

— Certo, vamos ver o que podemos fazer. Muito obrigada, Mestre.

— De nada e boa sorte. – o idoso sorriu e logo o casal saiu.

— Acho que precisamos contatar Alya, Nino e Chloé novamente.

— Sim e depois eu aproveito e pego os Miraculous deles. – o loiro assentiu – E como está o seu pai? Nem falamos o que queríamos com o Mestre.

— Ele está bem, embora ainda de cama. Falamos com ele depois, agora a nossa prioridade é deter seja lá o que for que causou essas destruições.

Marinette se inclinou e depositou um rápido beijo nos lábios de Adrien, fazendo com que o garoto desse um sorriso.

— Vamos lá, então. Mullo, chase on!

­— Wow! Tinha esquecido de como você fica bem nesse traje. – a heroína socou o ombro do amado de leve – Desculpa, parei! – levantou as mãos em sinal de rendição – Sass, bring it on!

— Não é o Chat Noir, mas continua um gato. – Adrien riu.

— Gostaria de lembrar que cobras também comem ratos! – a garota sentiu suas bochechas ficaram vermelhas e foi andando apressada na frente.

— Vamos de uma vez!

Multimouse e Aspik saíram saltando entre os prédios até acharem Alya e Nino conversando calmamente em um banco do parque, na rota para a casa da Césaire.

— Quem são vocês? – a morena se assustou assim que os dois pousaram em sua frente.

— Eu sou o Aspik e a ratinha aqui é a Multimouse. – Marinette revirou os olhos – Ou podem nos chamar como também somos conhecidos, Chat Noir e Ladybug.

— Na verdade é Ladybug e Chat Noir, o meu nome sempre vem primeiro. – brincou e antes que Adrien rebatesse Alya se aproximou.

— O quê? Como assim? O que houve com seus Miraculous? – a jovem repórter questionou enquanto seu namorado estava apenas parado olhando.

— Nossos kwamis estão descansando devido nossa última batalha, vocês lembram, não é? – a azulada começou explicando e eles assentiram – Então pegamos esses emprestados e precisamos da ajuda de vocês. Estão com seus Miraculous, certo? – os dois assentiram novamente. – Bem, então se aceitarem nos ajudar, precisamos encontrar quem ou o que está destruindo Paris.

— Vamos sim! – Alya segurou Nino pela mão e o puxou para trás dos arbustos. – Trixx, let’s pounce!

— Wayzz, shell on!

— Ótimo! Agora só falta uma pessoa.

Durante o caminho até a prefeitura, Marinette e Adrien explicaram aos seus amigos o que eles estavam procurando – por mais que nem eles soubessem ao certo – e porquê da existência desses monstros.

Marinette avistou Chloé ao lado do seu pai enquanto ele dava um depoimento para o canal de televisão. O olhar da loira acabou encontrando o grupo no topo do prédio e Alya fez sinal para que ela se aproximasse.

Chloé disse algo para seu pai e correu na direção deles, que desceram para o beco ao lado do prédio.

— Rena Rouge? Carapace? O que houve? E quem são esses?

Marinette começou explicando tudo novamente para a loira, que entendeu e não se importou em ajudar.

— Pollen, back on! E agora, aonde vamos?

— Museu do Louvre, está sendo destruído agora. – Alya disse mostrando o vídeo que havia recebido de um dos leitores do Ladyblog.

— O que é isso? – Nino questionou ao ver um tipo de monstro verde destruindo a pirâmide de vidro que ficava na frente do museu.

— Uma anomalia. Vamos, não podemos perder tempo! – Multimouse tomou a frente e logo todos foram atrás dela na direção do museu. – Precisamos conter o monstro. Aspik, eu e você...

— Más notícias! – Alya ficou entre a dupla, mostrando em seu celular a destruição em outro ponto da cidade – Não é apenas um monstro!

— Vamos precisar nos separar. Vão vocês três e nós cuidamos desse, ok? – Rena Rouge, Carapace e Queen Bee assentiram – Tentem não usar seus poderes especiais, se tem dois poderá ter mais e precisamos das transformações.

— Liguem assim que terminarem ou se precisarem de ajuda. – disse Adrien e logo os três heróis saíram, deixando ele e Marinette sozinhos.

— Segura! – Multimouse jogou um lado de sua corda para Aspik. – Vamos passar correndo sobre as pernas dele e o derrubar.

— Tá bem!

A dupla saiu correndo na direção do monstro, cada um segurando um ponta da corda de Multimouse. Para sorte deles, a criatura não os viu chegando, então foi fácil fazer com que ele caísse no chão ao tropeçar na corda.

Marinette pegou sua arma de volta e saltou alto, a girando e acertando com tudo no monstro que se desfez, dando lugar a uma pessoa aleatória de Paris. A destruição causada pela anomalia também tinha sido desfeita e logo a pirâmide de vidro estava na frente do Louvre novamente.

— Você está bem? – a mulher assentiu – Qual é a última coisa de que se lembra?

— Eu estava em casa, tinha acabado de ser demitida daqui do museu e do nada eu senti que tinha poder para me vingar. Eu machuquei alguém?

— Não, não. – disse Multimouse – Está tudo bem agora.

Após resolver as coisas com a mulher, Marinette e Adrien se afastaram para discutir rapidamente a situação.

— Então esses monstros são pessoas.

— É, e você viu que ela disse que estava irritada? – a garota assentiu – Pois é, my lady, acho que nós criamos novos akumas.

Antes que dissesse algo, seu comunicador tocou.

— Ladybug? Digo, Multimouse? – Alya chamou.

— Sim?

— Derrotamos o monstro aqui e eu recebi um alerta que tem mais dois ataques. Permanecemos separados?

— Acredito que seja mais eficiente.

— Certo, vou passar o endereço. – Marinette assentiu e Rena Rouge desligou.

— Quando eu acho que as coisas finalmente terminaram... – suspirou pesadamente e logo Adrien segurou seu ombro.

— Somos super-heróis, nosso trabalho nunca vai terminar. – ela riu e puxou o amado para um abraço.

— Depois que terminarmos de eliminar as anomalias, iremos tratar do assunto da sua mãe, ok? – o loiro assentiu – Não esqueça que eu amo você e farei de tudo pra te ver feliz.

— Você já me deixa feliz. – sorriram um para o outro – E eu também amo você.