Borboleta Transparente escrita por Clyver


Capítulo 1
A garota invisível




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A neve, amontoada, é preenchida por buracos. Pegadas. Uma após a outra.

Alguém está andando, mas não está lá. É só neve com seus buracos. Ouve-se um som de roupas e de um vai-e-vem de uma mochila se movimentando, além de ruídos de papel. Tudo isso acompanha as pegadas, que vão para uma direção só, norte. As pegadas preenchidas na neve vêm de uma casa, mas parece querer se distanciar mais e mais. No meio do caminho, coberta por mais neve, há uma placa. Nela está escrito "洗車町 - Sensha-cho". As tais pegadas, junto aos sons, acabaram de chegar nesta cidade.

São 08:52 duma sexta-feira, dia 11 de janeiro, o céu está pálido e o sol tímido.

Quarenta minutos se passam, consegue-se sentir o cheiro e o som de fadiga vindo das pegadas e dos barulhos. Onde estão tem muita pouca coisa que não seja neve. As poucas casas dessa cidade só ficam lá na frente, aqui é só um lugar com neve e mais neve. Pelo visto as pegadas invisíveis já andaram bastante. Inclusive, já que começou a nevar novamente, as pegadas estão deixando de ser pegadas e a neve caindo cria uma forma. Não está mais invisível. A dona delas é apresentada. A neve desenha uma aparente garota magra. Touca. Agasalhos. Roupas de frio. Em torno de 1,62 metros de altura.

Seu objetivo é misterioso.

Uma reclamação é deixada no vácuo pelas bocas da moça. Ela bufa antes de proferir;

— Holy Kuso! Maldita neve.

Seu passo acelera.

Sua respiração acelera.

Ela estava desconfortável. De alguma forma, ouviam-se barulhos de lugares que ela não conseguia enxergar. Olhos que ela não sabia se estavam lá fitavam ela. É só imaginação? Alguém está me perseguindo? ­ — a garota pensou.

Não. Em fato, alguém está me perseguindo. Isso eu sei. – Ela se contradisse em seus pensamentos – O problema é realmente terem me notado.

Uma ondulação de nervosismo desce na garganta da garota. Ela não pode ser avistada. Os poderes de invisibilidade dela são fortificados, ela começa e deixar invisível tudo que toca ou que está ao redor dela. A neve que formara a sua imagem desaparece e não mais neve é mostrada caindo nela.

Os passos da garota aceleram ainda mais. Seu nervosismo aumenta na mesma medida que seu sentimento de ser vigiada.

Então;
Um barulho.

Ela se vira instantaneamente, preocupada.

Algo de errado estava acontecendo? – pensou.

O barulho não veio tão de longe. Ela pode ver os resultados do barulho. Era o som de um pássaro caindo no chão. A sua cara invisível de espanto é implicitamente visível quando ela checa o pássaro.

Quase não se percebia o que era neve e o que era ave, o branco das duas coisas formava uma coloração homogenia. O problema é o que contrastava com isso. De um vermelho-escuro pra preto, sangue mortífero jorrava de onde era pra ser o pescoço da gaivota que caíra. Uma cabeça decepada e olhos arregalados de uma ave eram suficientes para fazer a menina temer sua vida.

Ela olhava ao redor. Ela procurava seu predador.

Ela tremia no imenso vazio do branco.
Só não mais branco pelo vermelho-sangue que acumulava no ambiente.

Um segundo barulho estranho fez seu coração bater mais rápido ainda. O barulho vinha de um pouco mais longe, e ela preferiu não ir lá checar, mas o som era suficiente para ela ter entendido o que tinha acontecido. O som de um cachorro se remoendo de dor, provavelmente um lobo. Foi a mesma coisa que aconteceu antes, ela deduziu

Tem alguma coisa atacando as coisas dali, e ela teme que seja o próximo alvo.

A mulher invisível corria no mesmo ritmo, mas agora pensando no que fazer:

Talvez... apenas talvez... eu consigo entender um padrão. Se o inimigo não me descobriu ainda, ele está atacando quase cegamente, mas com um padrão de alvos. Caso já tenha me descoberto, está apenas tentando me assustar. De qualquer forma, preciso esperar os alvos continuarem, continuar como estou e rezar para que eu não seja morta.

Naquele campo nevado, habita uma comunidade de animais relativamente diversificada, com, por exemplo, gaivotas, andorinhas e gansos voando sobre o céu; corujas dormindo em árvores secas; poucos ursos descansando na neve; e de vez enquanto são avistados lobos caçando renas. São estas as próximas vítimas, é o que a garota pensa. O lobo que vencia a corrida contra uma rena foi o mais recente alvo. Ela precisa usar este cenário como sua vantagem.

Ao terceiro barulho acontecer, a garota-invisível não pôde ficar parada sobre isto. Ironicamente, é justamente isso que ela faz; ela decide que a melhor opção é se manter imóvel.

Quase que diretamente, ela viu uma rena ser decepada e sujar o chão com uma terceira mancha vermelha. Isso foi o suficiente pra ela provar seu ponto.

Ela começa a tomar medidas drásticas para o que está acontecendo. Algo de muito anormal está aqui, e ela com certeza é um alvo. Ela precisa lutar. Mas como lutar, sem que tenha ninguém? Tudo que ela pode fazer é pensar e calmamente analisar a situação. Ela planeja sua própria sobrevivência:

Está praticamente confirmado. É movimento. Se o inimigo ataca seu alvo pelo animal com mais movimento do lugar, eu preciso ficar parada. Primeiro a gaivota, voando em constante velocidade; depois o lobo, correndo atrás de uma rena, quase alcançando ela; e logo em seguida, a própria rena. Ele ataca a coisa que está mais rápida no momento. Deve achar que eu vou correr e vou virar seu alvo, então permanecer imóvel e invisível é a melhor opção.

Apesar de achar que está livre do perigo, o que a pequena garota ouve agora não é o som de uma ave caindo ou de um animal chorando, é relativamente mais perigoso que isto. De um lugar que ela não faz ideia, uma voz grossa, atordoante e irritante entra em seus ouvidos:

— Joestar! – um nome é proferido.

Ela permanece quieta. Já seu coração, pulsava em desespero.

— Não se preocupe, eu já sei que você está aí – a voz continua. – Boa escolha tentando escapar do meu Voa Liberdade ficando parada.

Parada?  – Ela pensou – Então ele sabe meu sexo!? Droga... acho que não preciso mais me esconder.

Porém, a recentemente chamada Joestar permaneceu invisível e quieta. Ela precisava pensar antes de fazer qualquer ação brusca.

Joestar... parada... ele sabe muita coisa. Quem diabos é você? – Sua mente caia em questionamentos – “Voa Liberdade” ... então isto realmente é o trabalho de um stand inimigo?

Seu avô desde os primórdios a ensinara sobe stand, este ser fantasma que representa a própria alma da pessoa. Tudo que atinge o stand, atinge o usuário. Podendo conter diversos poderes e assumir diferentes formas dependendo da pessoa, os que contém stand são certamente perigosos. Ele sempre dizia que stands atraiam stands, isso porque apenas usuários de stands podem ver outros stands. É isso que faz a garota ficar invisível e aparentemente é isto que está atacando os animais do lugar.

Uma batalha de stands está prestes a acontecer.

Após um intervalo de alguns segundos quieta, Joestar resolve fazer uma ação.

— Quem é você? – esta é a segunda voz que ecoa no vácuo no meio do branco vivo e solitário.

É um cenário nevado aparentemente comum, nada parece estar errado; as partes vermelhas já foram cobertas por neve, mas no meio do aparente comum, duas vozes desconhecidas conversam. Nenhum sabe onde o outro está; mesmo assim, eles mantêm uma batalha psicológica.

— A fauna aqui é realmente grande, não acha, pequena Joestar?

Ela permanece calada. Ele não respondeu sua pergunta. Seu coração acelera a cada minuto que passa.

— Diante de toda a natureza que aqui vive, existe um ser vivo em especifico muito diferente do resto. Um ser vivo capaz de transmitir e sentir emoções. Um ser vivo com direito a sensações.

O que ele está querendo dizer? – Indagou em seus pensamentos a garota.

— Cuidado com suas emoções. Cuidado com seu coração, garota. Sua humanidade é sua ruína.

Neste momento Joestar percebeu algo; mas era tarde demais. O homem continuou com um grito assombroso:

Voa Liberdade detecta a eletricidade de seus batimentos cardíacos, Joestar!

Joestar encontra-se em apuros extremos. Ela é o próximo alvo. Isso só faz seus batimentos aumentarem quase ao limite. Ela percebe que Voa Liberdade não ataca exatamente o objeto mais movimentado, mas o que produz mais eletricidade. E é o que seu corpo está fazendo agora, com a emoção à flor da pele, seus batimentos cardíacos intensos, todas as reações e movimentos que seu corpo cria a estas circunstancias geram uma intensa eletricidade, que vira alvo do inimigo.

Eu vou ser atacada! – ela pensa. Ela não sabe de onde o ataque vai vir. Da esquerda? – Ela olha para sua esquerda. Da direita? – Ela olha para sua direita. Da frente? – Ela observa seu horizonte. De trás? – Ela olha para suas costas. Ou até mesmo de baixo? – Ela analisa o chão.

Mas a garota estava errada. Era quase tarde demais quando ela olhou para a direção certa. Vindo em uma velocidade alucinante, um objeto irreconhecível era lançado sobre ela diretamente do céu.

Mas Joestar não podia ficar parada.

Achtung Baby!! – Ecoa seu grito de socorro.

Em uma reação contra o ataque, a garota invoca um tipo de punho fantasma que acerta o objeto a atacando na mesma força em que ele atacava.

O misterioso punho fantasma parece apenas uma luva flutuando no ar, com ponta rasgada e dobras pelas partes do punho.

Ao fazer contato com o ataque desconhecido, um estrondo enorme acontece. O ataque impulsiona os dois para trás. Mas, aparentemente, o efeito foi feito apenas para Joestar, já que o objeto sumiu depois disso sem mesmo ser reconhecido.

Ao mesmo tempo, à medida que Joestar dá um leve grunhido de dor, sangue é jorrado entre os dedos do punho fantasma. Um corte relevante e doloroso. Ao mesmo tempo, sangue também é jorrado de uma parte invisível do espaço que a menina está, aparentemente também da mão dela.

Instantaneamente ela fortifica sua habilidade para esconder o sangue de ser visto também, apesar do chão já estar manchado.

A voz masculina assombrosa puxa assunto novamente:

— Então você não morreu de primeira, Joestar...

Ela reclama em silêncio.

Enquanto invisível, ela segura seu punho. Ela está sentindo mais dor do que queria. Essa é a primeira vez que corre um risco tão intenso. Ela não queria, mas seu coração está a mil.

A menina entra em posição de combate procurando pelo próximo ataque pelo céu. Mas nada acontece. Por que o inimigo não ataca novamente? Eu claramente estou desvantagem – ela pensa. Isso a deixa desconfortável. No entanto, ela permanece imóvel.

Ela falha ao tentar achar algum ataque vindo, mas acha outra coisa no lugar disso. No céu. Bem no alto. Devido a neve, é quase imperceptível, mas há uma pipa colorida voando no céu, exatamente sobre a posição da garota.

O... O que!? – Ela indaga em seus pensamentos. – Seria isso seu stand!?

Antes que ela pudesse teorizar mais sobe o objeto desconhecido que observara, o mesmo objeto faz uma ação. Ele começa a se movimentar descer rápido, indo em direção a Joestar. Ela percebeu que aquele era o objeto que a atacara, e ele está indo fazendo o mesmo agora. Porém, agora com tempo de resposta, Joestar corre na direção oposta do objeto com toda a sua velocidade para que a pipa não a pegue e atinja somente o chão.

Porém, quando o objeto está perto do chão, ele contorna rapidamente em direção a Joestar.

Ela foi acertada novamente.

No último instante, ela percebeu o que aconteceu e usou novamente as mãos fantasmas pra desviar a pipa do caminho a seu corpo. A operação não foi bem-sucedida, dada a velocidade do objeto, mas ao menos Joestar não foi acertada em cheio. Se não, a este ponto, ela teria morrido.

Além de ter duas mãos machucadas, a pipa atravessa um quarto de seu estomago, na parte esquerda; se não fosse a sua defesa, o estomago inteiro seria cortado, mas a pipa foi desviada e só cortou a metade de um lado.

Estomago inteiro cortado ou não, isso foi um baita estrago.

Joestar está sangrando para tudo quanto é lugar, em quantidades enormes. Seu rosto está em estado de choque, ela não tem mais força nem para raciocinar o que acabou de acontecer. Esse choque e ferimento faz seu stand parar de funcionar.

Joestar desaba no chão nevado, manchando tudo ao redor dela de vermelho. Ela sequer está mais invisível, todos os efeitos de suas habilidades já cessaram.

O que se vê é uma garota ruiva caída de costas, com várias camadas de casacos e roupas de frio, também sujas de sangue. Ela está morta? Desmaiada? Não se sabe mais. Sua localização já foi mostrada ao inimigo; ela não parece medir esforços para ganhar esta batalha mais nesse estado.

Ao sinal de vitória, o inimigo reage.

— Derrotada com um simples ataque como esse? Que vergonha... Quero que saiba o real nome de quem o matou, Joestar. Eu sou Fred Zero Shi, e você está presenciando o poder de meu stand, Voa Liberdade. Você não me parece uma Joestar de verdade. Derrotar você não me deixou satisfeito o suficiente. Acho que terei que ir atrás dos outros descendentes da família. Jotaro Kujo... Josuke Higashikata... Giorno Giovanna, são estes? Eu não devia estar surpreso por você ter sido derrotada tão fácil, afinal, você não é um descendente de verdade, é? Me disseram que você era foi só uma bebê adotada que acharam na rua...

O inimigo, ainda não visível, insiste em falar em voz alta pois quer ter certeza que a garota ouça. Ele continua.

— Os homens da Speedwagon Foundation já-já chegam para te resgatar. Eles estão te procurando, sabia? Eu estava com eles. Saiba que eles encontrarão você morta depois de fugir de casa. Eu fiz o esforço de entrar na fundação só para matar vocês, Joestars. Com certeza vou ter um aumento de cargo na organização quando eles descobrirem que eu te assassinei. Eu só preciso encerrar o trabalho logo. É só te dar o último ataque. Você deve estar pensando que não posso te atacar pois está parada e não é a coisa com mais eletricidade, mas, antes de você morrer, posso explicar para você.

A pipa, que é o stand de Fred, Voa Liberdade, desce um pouco para perto da menina caída, mas não o suficiente para ela poder o atacar. Sua aparência se torna mais nítida. Uma pipa com o papel em formato de losango, estampa metade colorida de diversas cores com figuras geométricas, metade preta. Rabiolas metade com um degradê colorido, metade preto. E principalmente, no meio de seu papel, um enorme e assombroso olho.

— Conheça Voa Liberdade, este stand é uma pipa de vidro. É extremamente cortante e perigosa até o mais simples toque, então é melhor tomar cuidado... apesar de achar que já é tarde demais pra avisar isso. De qualquer forma, meu stand pode atingir até 5 quilômetros de distância de mim. Ele apenas consegue detectar a eletricidade que seu olho observa, ou seja, se ele estiver bem alto, vai ter um raio muito maior de eletricidade, já, se estiver muito perto, vai ter poucas vítimas. Ele sempre vai estar apontado para o lugar com mais eletricidade de sua vista, e eu, a cada 5 segundos, posso realizar um ataque para ele ser arremessado na vítima em alta velocidade.  Agora, Voa Liberdade está perto de você o suficiente para você ser a fonte de eletricidade mais alta.

Ele começa a gritar em orgulho:

— Acabou, Joestar! Voa Liberdade! Acabe com ele!

— Você não me conhece mesmo, não é? – Profere a menina, antes do homem executar qualquer ação. Ela se levanta com dificuldade do chão, ainda deixando cair um pouco de sangue.

— Do que... está falando? – Ele começa a ficar nervoso.

— Acha mesmo que meu poder é só invisibilidade? Os caras da fundação que te contaram isso? Eles não sabem de nada sobre mim, moron.

O homem permanece quieto em confusão e nervosismo.

— Enquanto seu stand pode detectar inimigos pela eletricidade, o meu detecta pelo som. Antes, você não tinha falado muito, então ainda não tinha certeza. Mas agora... – Joestar se levanta completamente – minha mira está exatamente na sua cabeça.

O quê? – Fred pensou. – Como eu pude ser tão descuidado?

Ele não tinha escapatória. E sequer podia falar mais palavras, que iriam só facilitar o trabalho da Joestar. Fred, que antes tinha tudo sobre controle, está em grandes apuros. Ele não sabia dessa habilidade. Ele não fazia ideia. Nada do seu plano correu como planejado.

Não, espera, ainda tenho uma chance! – ele refletiu.

— Me ataque então! Estarei preparado para seu mais forte ataque! – Em um momento de astúcia, mais nervoso ainda, o homem gritou.

É só... é só eu o atacar... enquanto ele me ataca... Se o Stand dele é forte assim, quando ele estiver indo em minha direção para me atacar, ele gerará eletricidade o suficiente para ser morto pelo meu Voa Liberdade! Eu estarei correndo um grande risco, mas... eu ganharei essa batalha, custe o que custar! – Fred planejou seus movimentos.

— Ataque-o, Achtung Baby! – gritou Joestar, proferindo toda sua determinação nesta frase.

É agora.

Joestar está indo atacar Fred Zero Shi.

Voa Liberdade! – No mesmo momento em que Joestar ataca, o homem realiza seu plano e executa um ataque de seu stand também.

Uma explosão de neve ocorre por todo lado. Poeira e nevoa sobrepõem o ambiente. Algo atacou. Algo foi atacado.

Surpreendentemente, nada que prometeu atacar atacou nada que foi prometido ser atacado.

Uma área em específico dos montes de neve se destaca. Jorrando sangue por todo o lugar, dentro deste monte, Voa Liberdade, o stand pipa, acabou de atacar um homem escondido debaixo da neve. Este homem foi perfurado diretamente no estomago e urra desesperadamente de dor. Este homem é Fred Zero Shi, dono do próprio Voa Liberdade que perfurou seu corpo.

Joestar está em pé, no lugar onde antes estava antes, com várias partes do corpo sangrando, mas, agora, numa incrível pose de vitória; suas pernas estão viradas para dentro, seu braço esquerdo e corpo ereto, e sua mão esquerda segurando a touca em sua cabeça. Joestar fala a primeira frase:

— Agora você vai dizer: “Meu próprio stand... como?”.

— Meu próprio stand... co...! – o homem se enche de raiva quando a menina acerta suas palavras.

— Meu stand não detecta som nenhum, dumbass. Eu estava mentindo, baka. – Com a explicação de Joestar, os olhos de Fred se enchem de raiva e desespero. – Eu apenas fiz você ficar nervoso com minha encenação e ocasionar seu stand para atacar a si mesmo, já que produzia tanta eletricidade com seus batimentos.

— Como... você... ugh...

— E, como eu previa, você não conseguia ver nada e estava apenas escondido na neve, então podia ser enganado. Agora eu consigo te ver. Quase em pedaços, mas consigo.

— Maldita... Joestar... eu não vou... morrer... aqui... – O homem se levanta, apesar do sangue que mancha toda sua roupa de frio pesada. Ele possui uma máscara que cobre todo o rosto exceto pelos olhos, e os olhos são justamente a coisa mais marcante no homem, que fitam Joestar com muito ódio. Fred ofegava para falar. Tem um enorme corte em seu estômago. Ele estava a cada minuto perto da morte.

Eu não sei a força desse stand... ele refletiu o meu Voa Liberdade, então tentar um combate um a um contra ela não parece ser uma boa ideia... – Fred não sabia mais que escolha tinha, seus pensamentos estavam a mil.

Joestar caminhava em direção ao homem para realizar o golpe final, foi então que o homem trouxe seu stand em uma imensa velocidade e começou a girar ele por todo o campo que estavam.

— O que diabos está planejando...? – Questionou a adversária.

Voa Liberdade... tem... uma velocidade inimaginável... contemple... sua habilidade... Voa Tempestade! – Ele usa seu stand para fazer vários giros e bagunça todo o ambiente de neve. É literalmente como uma tempestade; neve e sua poeira está girando em todo lugar e ninguém mais sabe onde está ninguém, o cenário é uma bagunça dinâmica. É como se eles estivessem dentro de um furacão de neve. Teria Joestar perdido completamente sua vantagem?

Voa Liberdade não pode mais atacar a menina a esta altura, pois toda a eletricidade está no próprio cenário balançando. Então, essa foi apenas o último recurso de Zero Shi, e ele usou isso apenas para tentar se recuperar de seus ferimentos. Ele carrega em suas vestimentas uma mochila com um kit de primeiros socorros. Apesar de toda a bagunça que o stand causa, o homem consegue realizar curativos em si mesmo para não morrer.

Maldita... eu não vou ser morto fácil assim... – Fred pensou. É com esse plano que ele quer dar a volta na batalha, e, quando for curado, parar a tempestade e fazer um ataque surpresa em sua inimiga. Ele usa o kit médico e os equipamentos rapidamente, mas, enquanto estava derramando soro em uma parte de seu machucado, algo bizarro acontece.

Tudo some.

Exceto ele.

Em uma grande área que o cerca, todo o gelo, todo o chão, e até mesmo sua adversária desaparecem. Tudo ao seu redor se torna invisível.

— Eu não sou mais um bebê que só fica invisível. – O homem ouve uma voz conhecida, mas não vê ninguém falando. Era Joestar. – Meu poder de invisibilidade evoluiu a ponto de eu poder controlar categorias do que eu queria tornar invisível. Especificamente, eu deixei toda a neve daqui sumir ao olho nu, junto a mim.

O homem ofega incessantemente. Joestar dá um berro:

Who the hell do you think I am!?

Joestar grita indo em direção ao homem. Ele, apesar disso, não faz ideia de onde ela está e sequer pode localizá-la com seu stand.

— Shizuka J. Joestar desu!

Ela profere seu nome.

— Pode me chamar de... – Ela pausa sua frase. A menina tira a invisibilidade de seu corpo e aparece exatamente na frente de Fred. Quando ela aparece, suas costas estão viradas para trás, pernas separadas, e as duas mãos abertas na boca juntas, juntando os polegares, fazendo um símbolo com elas que se parece com uma ave. – Jojo!

Pequenos olhos vivos, corpo dolorido, Roupas de frio manchadas de sangue e sua toca com uma estrela na ponta quase cai de seu cabelo curto liso, meio estragado pela neve. Seu casaco desce um pouco do seu ombro, tal ombro que mostra uma tatuagem de estrela roxa. Esta é a aparência de alguém que está determinada a vencer.

— Invisibilidade própria, de tudo que me tocar, de tudo a um raio de até 50 metros, até mesmo por categoria do que eu escolher, contemple... – a forma fantasma aparece. Duas luvas azul-claro flutuando sozinhas, formando punhos; e uma touca flutuante, formando uma cabeça, a touca, em sua ponta, carrega uma estrela igual à touca real de Shizuka. Tal estrela de mesmo tamanho também está estampada nos punhos do stand. Seus olhos e bocas são pretos e sombreados, mais parecendo dobras do que feições, e nos olhos, estrelas brilhantes como pupilas. – Achtung Baby!

 

— Aaababababababababababa!! – Achtung Baby executa uma rajada inacabável de socos que destroem a estrutura óssea do inimigo. Sangue é jorrado para todo canto com a sequência de socos, na mesma frequência em que ele gritava de ódio.

Shizuka Joestar conquista sua primeira vitória depois de muito esforço. Ela mantém a pose de sucesso enquanto vê o inimigo ser friamente derrotado.

Mas, com todos os machucados possíveis, segundos antes de sua morte, Fred fala suas últimas palavras.

— V... oa... Li... b-ber... dade...

Fred Zero Shi está morto.

Ao falar suas últimas palavras, os restos de Voa Liberdade, nos últimos segundos, executam seu ataque. Ele acerta a coisa com mais eletricidade em seu raio. Por Fred ter morrido, seus órgãos pararam de funcionar lentamente, a um ponto que não se concentra muita eletricidade em seu corpo, pois já não tem trabalho nenhum nele.

Conclusivamente, o único ponto de eletricidade que resta é Shizuka Joestar, que acabou de realizar um ataque cheio de movimento.

Voa Liberdade realiza seu ataque.

Shizuka cai no chão.

Sangue é espalhado.

(...)


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Notas finais do capítulo

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