O despertar da Herdeira escrita por Course


Capítulo 7
VI - O que há nos céus


Notas iniciais do capítulo

Oi, Leitores!!
Talvez alguém tenha lido o capítulo anterior que eu liberei hoje ainda (24/03) e pegou um baita spoiler, claro! Eu liberei o capítulo 7 ao invés desse e só agora, por volta das 20h10 que me dei conta disso. Enfim! Aos que não pegaram o capítulo anterior, observarão neste aqui uma nova mudança: nossos capítulos terão capas iniciais, apresentando, quem sabe, um local ou uma pequena cena que ocorrerá ao longo do capítulo. Espero que tenham gostado da novidade ♥ Eu estou amando, apesar do trabalho kkk

Sobre esse capítulo: Como observarão, é uma continuação exata do anterior, em que encontraremos Caspian sendo julgado pela população narniana.
Veremos que o povo dos bosques é muito sofrido. Foram privados da sua própria liberdade de expressão e de viver a vida como bem conhecem. Tiveram que abdicar da cultura de um povo livre, para se esgueirarem entre as árvores, buscando nas sombras um refúgio contra os exércitos telmarinos.

Eu acho bastante poético o momento de Caspian para incitar uma revolução, mas preciso dizer que ele teve uma grande ajuda aqui para tanto. Estão ansiosos? Aproveitem o capítulo!



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O que há nos céus

 

Uma enorme gritaria prosseguia lá fora quando alcancei o grupo a tempo de ouvir melhor sobre o que debatiam.

Caspian, ao centro da roda, estava sofrendo ataques de todos os tipos, de todos os lados enquanto ouvia tudo absorto.

Matem ele!

Telmarino!

Mentiroso!

Então, Nikabrik, que estava em uma posição favorável para ganhar destaque, colocou-se a falar:

― A trompa só prova que foi mais um objeto que ele roubou de nós.

― Eu não roubei nada de vocês. ― Defendeu-se Caspian notoriamente desnorteado com os ataques desenfreados.

Um sátiro que segurava uma espada de dois gumes gritou de outra direção:

― Não roubou nada? Devemos listar os objetos que os telmarinos levaram?

Era evidente que eu havia perdido o início daquela confusão que certamente estava já bastante desenvolvida. Tentei, então, captar o que iniciara o conflito para conseguir ajudar o esguio rapaz de olhos castanhos ao centro da roda.

A gritaria seguiu-se, até que Caspian voltou a falar, agora com a voz mais controlada e uma postura firme:

― Vocês acham que sou responsável por todos os crimes do meu povo?

― Responsável e punível. ― Nikabrik aproximou-se bons passos em direção a Caspian e senti meu sangue gelar.

Enquanto eu tomei coragem para me aproximar mais, vi Ripchip defender o telmarino que sofria ataques verbais.

― Há! Essa é boa vindo de você, anão! Ou vai se esquecer que foi o seu povo que lutou ao lado da feiticeira branca? ―  Segurando sua espada pequena, porém visivelmente afiada, o rato ergueu-a em direção ao anão negro que foi forçado a recuar.

― E eu lutaria de bom grado outra vez, se ela nos livrasse desses bárbaros! ― Grunhiu Nikabrik apontando ferozmente em direção à Caspian.

― Sorte a nossa que você não tem poder para trazê-la de volta. ― Foi com essas palavras que todo o grupo se calou para ouvir o autor das palavras.

Caça-trufas, apesar de mancando, aproximava-se do enorme grupo que reuniu um mutirão de acusação contra o telmarino, como se ele fosse o responsável por todos os erros de seu povo humano.

― Ou sugere que peçamos ao garoto para se voltar contra Aslan agora?

Somente pelo fato de mencionar quem quer que fosse Aslan, um forte arrepio percorreu meu corpo, junto de um grave retumbar de recusa das pessoas que aparentemente não gostavam da ideia de agir contra quem quer que fosse o ser mencionado.

― Alguns de vocês podem ter se esquecido, mas nós, texugos, nos lembramos bem. ― Agora, ao lado de Caspian, Caça-trufas lançou palavras de grande poder enquanto apontava para o rapaz ― Nárnia só foi segura quando teve em seu trono um filho de adão.

― Ele é um telmarino, por que iríamos querê-lo como rei? ― Rebateu Nikabrik, ainda capaz de incitar a multidão contra Caspian.

― Porque ele salvou a minha vida. ― Finalmente eu falei, tomando a atenção de todos, calando-os enquanto me aproximava do centro do círculo para falar ― A vida de Caça-trufas e, sinceramente, Nikabrik, sejamos francos, a sua também. ― Apontei para o anão olhando-o zangada por sua postura horrível diante da situação a qual nos apresentávamos.

― E agora vamos ouvir a fada que pertence a um povo que nos abandonou na primeira oportunidade? ― Ele tentou, novamente, incitar a raiva, mas alguns não fizeram questão de tomar o seu partido.

― Sim. Os fae se esconderam. Sim, eles deixaram o estilo de vida narniano chegar ao caos que chegou. E sim, na primeira oportunidade, os fae se resguardaram, incapazes de oferecerem ajuda, suporte ou segurança. ― Eu não fazia ideia do que iria dizer para convencê-los a ouvirem Caspian, mas, apesar da insegurança, as palavras foram escapando de meus lábios como água corrente, incitadas por meus instintos ― Se vocês ficarem aqui, esperando que os fae saiam de onde estão para ajuda-los, sinto muito, mas... morrerão esperando.

E o silêncio foi contaminado por espasmos em surpresa.

― Eu sei que a minha presença aqui pode parecer que, finalmente, os fae se unirão a vocês e lutarão pela liberdade do povo, mas é certo que, se realmente fosse acontecer, eles não me enviariam apenas, não é mesmo?

― O que você quer dizer com isso? ― Um dos lobos indagou, parecendo frustrado com minhas palavras.

Encarei Caspian, buscando forças para dizer o que estava prestes a falar e vi em seus olhos uma confirmação de que eu poderia fazê-lo. Depois encarei Caça-trufas que me olhava com admiração e respeito. Um breve aceno de cabeça foi o que eu ganhei do texugo para que eu prosseguisse com minha fala.

― Vocês não foram os únicos afetados que nessa guerra. Como bem sabem, nós perdemos nossas terras das Montanhas altas para os telmarinos. ― Comecei falando, buscando escolher delicadamente as próximas palavras, correndo um risco absurdo de perder o respeito que havia conquistado daquele grupo por apenas ser quem eu era ― Os fae... eles... bem, eles prezam pela união. E, se eles estão afastados dos bosques conhecidos, é porque estão cansados deste tipo de desrespeito que vocês, a cada instante, esbanjam. Digam-me, como esperam que o meu povo retorne para ajuda-los nesta batalha, se, aqui e agora, vocês não conseguem, ao menos, se respeitarem para prosseguirem na luta pelo bem comum? ― Suspirei, pausando brevemente para tomar um pouco de fôlego enquanto examinava as criaturas a minha volta iluminadas pelos poucos feixes de luz solar que adentravam no espaço ― Convenhamos, senhores, a última coisa que eu vejo aqui é um resquício de união. Como acham que os faes se sentirão, ao chegarem aqui e serem afrontados como eu mesma fui agora? Sequer são capazes de respeitarem o momento de fala de Caspian, que já está aqui há mais tempo. ― Nikabrik ia falar alguma coisa, mas eu o interceptei antes, interrompendo-o enquanto apontava para ele e dizia: ― Sim, Nikabrik, ele é um telmarino. Sim, ele vem de um povo cruel, que tomou nossas terras na marra, deixando-nos sem liberdade e correndo risco de vida constantemente. Mas foi ele quem nos trouxe a trompa, não é mesmo? Foi ele quem a fez soar e foi ele quem convocou os reis e rainhas da antiga Nárnia para nos ajudarem. Então, eu lhes pergunto ― fiz uma leve pausa, para fazê-los absorverem melhor as palavras a seguir ―: Como podemos ser merecedores do retorno dos filhos de Adão e das filhas de Eva se não respeitamos um dos representados bem aqui, na nossa frente?

Um outro arfar em surpresa e alguns faunos passando a mão em suas cabeças, pensativos, fora um grande motivador para que Caspian pudesse ter sua vez de fala.

― Vocês perguntaram antes o porquê iriam querer-me como rei de vocês. E eu os digo: porque eu posso ajudar. ― Alguns reclamaram de seu falar, mas logo se calaram, agora mais interessados no que ele tinha para dizer ― Além desse bosque, eu sou o príncipe. O trono telmarino é meu por direito. Ajudem-me a reclamá-lo e trarei a paz entre nós.

O silêncio prosseguiu por longos instantes, enquanto os narnianos assimilavam as palavras fortes, com uma promessa sincera e desejável de Caspian. Logo, Ciclone deu alguns passos para ganhar destaque no círculo enquanto falava:

― É verdade. ― Anunciou o centauro ― É um momento oportuno. Eu observo os céus, porque compete a mim vigiar assim como compete a você não esquecer, texugo. ― A voz branda de Ciclone causou um efeito intenso de suas palavras agora repletas de significado para aquele povo que ansiava por ouvir a opinião do centauro líder ― Nos céus, Tarva, o senhor da vitória, e Alambil, a senhora da paz, se encontraram nos salões do firmamento.  E aqui, na Terra, um filho de adão se apresenta para oferecer nossa liberdade de volta, apoiado por um dos seres mais poderosos entre nós, uma fada.

― Será possível? ― Indagou um esquilo que prestava atenção atentamente em uma árvore, nos observando do alto ― Acha mesmo que é possível haver paz? Quer dizer... paz de verdade?

Caspian sorriu, docemente, para o esquilo ansioso.

― Três dias atrás, eu não acreditava na existência de animais falantes, ou de anões, ou de centauros, ou de fadas. Mas existem em número e forças que nenhum de nós telmarinos jamais poderia imaginar. ― Ele aumentou seu tom de voz ao repassar as últimas palavras enquanto erguia seu braço, revelando segurar a trompa que mais cedo eu tive um leve vislumbre ― Esta trompa, sendo mágica ou não, nos reuniu aqui. E juntos, temos a chance de retomar aquilo que é nosso.

Olhando firmemente agora para Ciclone, Caspian e todos nós observamos o centauro dar um passo a frente.

― Se você nos guiar, então eu e meus filhos lhe ofereceremos nossas espadas.

Ciclone ergueu sua espada e foi seguido por todos os outros quatro centauros atrás de si, repetindo o mesmo movimento com suas armas, apontando-as para o céu. Não demorou muito para que os outros grandes centauros ali presentes também repetissem a ação, acompanhados dos faunos, sátiros e todos os outros que possuíam qualquer arma em mãos.

Como complemento, Ripchip, seguido de seus ratos companheiros falou:

― E nós lhe oferecemos nossas vidas sem reservas. ― Fazendo uma mesura ostentativa, reverenciou-se ao que agora era considerado o novo rei de Nárnia.

― E mesmo que nenhum outro fae resolva lhe apoiar, eu lhe seguirei onde quer que vá, majestade. ― Repeti o gesto de Ripchip, reverenciando-me, já que não portava de nenhuma arma para exibir assim como os outros.

Caspian teve alguns minutos para absorver a nova informação e conquista, até que Caça-trufas resolveu se pronunciar.

― O exército de Miraz não deve estar muito atrás, meu senhor.

― Se quisermos nos preparar, temos que nos apressar para achar soldados e armas. Eu sei que estarão aqui logo.

Logo, os murmúrios começaram a soar e pequenos grupos foram formados para discutirem táticas de ataques entre si, dispersando um pouco a multidão que agora certamente aceitava Caspian como alguém de importância em seu meio.

― Se não se importa, senhor, aceitaria conversar conosco sobre algumas propostas de treino para alguns faunos? ― Um dos primeiros faunos a erguer sua espada aproximou-se de Caspian, todo cortês.

― Eu poderia pedir que aguarde alguns instantes? Gostaria de falar com Ella primeiro sobre argumentos com o seu povo, para convoca-lo a se unirem a nós. ― Ele assentiu brevemente para o fauno antes de tomar uma das minhas mãos na sua e puxar-me para o mais distante possível do grupo, com toda certeza, procurando privacidade.

Nós seguimos a mesma trilha que outrora fizemos, a que ficava atrás da tenda de Mentis e ele só parou quando não era mais audível nenhum som a nossa volta, senão o farfalhar leve das folhas das arvores pela brisa tardia da noite.

― O que foi aquilo? ― Apesar de estarmos distantes, ele mantinha um tom baixo, quase sussurrante para falar comigo ― Você se recordou de quem é? Foi isso? Os exércitos dos faes podem mesmo se unir a nós?

Neguei rapidamente.

― Desculpe ter dito aquilo, mas na hora, pensei que seria o melhor a se fazer. ― Expliquei, as pressas, usando o mesmo tom ―  Eles queriam mata-lo Caspian.

― Mas como espera que formemos uma revolta baseando-nos em mentiras, Ella? Aquele povo agora acredita que os faes virão até nós.

Suspirei, um pouco frustrada por agora, após a longa energia se esvair de meu corpo, sentir-me uma tola por minhas palavras.

― Eu nunca afirmei, em momento algum, que eles viriam, Caspian. ― Lembrei-o rapidamente ― E talvez eles venham mesmo, nunca se sabe. ― Tentei argumentar, mas não o convenci muito bem.

― Eles me seguirão tendo fé em uma mentira.

― Não, Caspian! ― Rebati ― Não foi meu discurso que os fizeram crer em você. As minhas palavras só chamaram atenção para o que você queria falar e não para o meu povo ou nada do tipo. Os narnianos seguirão você porque acreditam no seu potencial. Acreditam no seu espírito de liderança.

― Mas e se eles perguntarem dos Faes?

― Nós daremos um jeito de encontrar tantos soldados que sequer precisaremos pensar nisso novamente.

― Como pode me garantir isso, se sequer recorda de quem você é?

Suas palavras me magoaram profundamente. Dei um passo para trás, como se tivesse sido atingida por um soco no estômago e o olhei afetada e puxei minha mão da sua, segurando-a junto ao peito, como se eu estivesse machucada.

― Sinto muito, não quis dizer isso. ― Imediatamente ele se desculpou.

― Você tem razão em estar chateado por meu discurso eufórico, mas não precisa apontar minhas falhas logo após avançarmos um grande passo em direção às conquistas dos narnianos.

― Sim, você tem razão. ― Ele assentiu, movimentando-se para aproximar-se novamente ― Precisamos ficar juntos se quisermos vencer meu tio. União, foi o que você falou, não é mesmo?

Balancei a cabeça levemente, tentando acalmar meus nervos recém atiçados por nossa breve discussão e pela estupidez que eu fizera antes.

― Não acredito que eles realmente esperarão pelos fae. Estão tão agitados em reunir o que já possuem que, talvez, esqueçam da possibilidade da existência de mais como eu. ― Firmei minhas expectativas, lapidando qualquer pensamento esperançoso que eu fui capaz de criar antes a respeito de outros faes.

― Vamos precisar reunir o maior número de narnianos dispostos a lutarem ou não teremos chance. O exército telmarino é muito forte e precisaremos lutar com todas nossas energias para ganharmos esta guerra. ― Comentou, enquanto começamos a voltar para os narnianos que nos aguardavam.

Enquanto andávamos em silêncio, com um pequeno espaço entre nossos corpos, repassei brevemente o que ouvi na Clareira e resolvi indagar sobre algo curioso que ouvi de Caça-trufas, causando um tremendo alvoroço.

― Caspian, quem é Aslan?

Seus olhos, que estavam longe e pensativos, logo voltaram-se para os meus com uma energia tremenda reluzindo de suas órbitas.

― Aslan é o mais poderoso dos seres de Nárnia, de acordo com as histórias que eu ouvi. Foi ele quem coroou os reis e rainhas da antiga Nárnia. Mas... Ella... não é fácil assim encontra-lo.

― Poderíamos pedir ajuda, então. Se ele é o mais poderoso. Deve haver algum meio de acha-lo, não é mesmo? ― Uma pontada de esperança retumbou em meu coração e senti-me ávida por iniciar a busca por aquele que poderia nos salvar.

― Ella, pense comigo. Os narnianos já estão passando por anos de exílio nos bosques e florestas, e Aslan ainda não apareceu. Por que ele apareceria agora?

Sua pergunta deixou-me sem palavras. Pensei em bons argumentos para usar em favor daquele ser poderoso, mas nada realmente concreto. Eu deveria conversar com Caça-trufas mais tarde para apresentar a minha ideia, já que fora ele o responsável por trazer a tona aquela nova informação.

― Antes de irmos...― Caspian pausou-se brevemente e, pousando a mão em meu ombro, fez com que eu parasse próxima a ele.

Lá estava o calor de seu toque novamente me inundando e fazendo-me perder as estribeiras enquanto era aquecida com a energia que emanava de seu corpo. Com tanta correria, não tive tempo para assimilar corretamente os últimos acontecimentos e, principalmente, as revelações que ele me fizera mais cedo, bem ali, no fim daquela trilha. Caspian sentia o mesmo quando nos tocávamos e aquilo, no fundo de minha alma, brilhava em alegria e satisfação por ser recíproco um sentimento que ainda não conhecia muito bem.

Subiu sua mão e passou-a brevemente pelo meu cabelo, agora trançado, deixando seus dedos deslizarem pelo penteado grosso que foi formado às pressas mais cedo. Depois deixou que sua mão deslizasse por minha face e a puxou gentilmente e direção ao seu rosto que já se aproximava aos poucos. Uma onda de antecipação percorreu todo o meu corpo quando o senti, centímetro por centímetro, aproximar seus lábios dos meus. Eu queria beijá-lo, mais do que queria que o ar inundasse meus pulmões, então deixei que minhas mãos, em vida própria, trilhassem um caminho até os ombros altos e largos de Caspian.

― Majestade, poderia, por favor... Oh! ― Ripchip surgiu, no meio de uma grande moita e, surpreso com o que estava interrompendo, percebi-o pular no seu lugar.

Afastei-me de Caspian o mais rápido que consegui e segui a trilha sem aguardar pelos dois, extremamente constrangida, como se tivesse sido pega fazendo algo errado. Antes de me afastar totalmente, pude ouvir Ripchip murmurar:

― Eu... é... sinto muito se interrompi os dois, é que o Caça-trufas, ele...

Meu corpo ainda queimava com a expectativa de mais um quase beijo, mas tentei esconder qualquer possível frustração quando me aproximei dos grupos que agora organizavam-se em suas respectivas tendas, procurando um local para descansar.

Elaster alcançou-me em um lento galope, com um sorriso amistoso no rosto.

― Os centauros filhos de meu pai farão a guarda esta noite. ― Ele informou animado, enquanto me acompanhava caminhando entre os que ainda não haviam saído do centro da Clareira.

― Amanhã será um dia longo. ― Supus, enquanto buscava um assunto.

― Sim, bastante trabalhoso. Caça-trufas e Nimienus planejam encontrarem-se com um grupo de faunos que guardam as montanhas da antiga Nárnia, no centro do bosque.

― E o que há nestas montanhas? ― Indaguei, curiosa.

― Bom, dizem que guardam as histórias da batalha dos reis de Nárnia contra a feiticeira Jade. Eu nunca tive permissão para viajar tão distante para ver de perto, mas um primo meu, Toemeos, contou que todas as paredes são recheadas com gravuras da história, até o dia da partida dos reis.

― E também conta a história da princesa do Jardim das Montanhas Altas?

Elaster olhou-me surpreso com minha indagação, mas não comentou diretamente sobre o motivo da minha dúvida.

― Não sei dizer, senhorita, infelizmente terá de ir lá e ver com seus próprios olhos.

E com essas palavras, Elaster inseriu mais uma missão a ser cumprida em minha jornada pela busca do autoconhecimento.

 

 


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Notas finais do capítulo

Ai, gente. Ripchip empata beijo, né?

O que estão achando até agora? Ansiosos para os avanços dessa história?
E o discurso da Ella sobre os faes? Parece que ela exerceu uma autoridade e tanto ali, não é mesmo? Para despertar a atenção de todos para Caspian. A propósito, de nada, tá Caspian? Sem ela, você nem conseguiria sair com vida dali.



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