Zombie AU escrita por Penelope


Capítulo 4
Agora você conhece eles.




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                                        Rapunzel Corona

Estávamos indo em direção a casa que Peter disse. Meu casaco já não era mais branco, ele estava sendo usado para pressionar a perna cortada de Hiccup. Ele chorava de dor e apertava a mão de Merida, se ele continuasse desesperado a dor só aumentaria.

— Hey, Hic. - ele olhou desesperado para mim – já sei oque você é. Você inventor da NASA né? - Ele negou – não? Droga eu podia jurar que iria acertar. - olhei para Merida. - Dica 2 – levantei a voz – Eu tinha instrumentos.

— Cientista louca – Peter gritou tentando entrar na brincadeira para acalmar Hiccup.

— Não. - Ri

— Dica 2 – Merida disse olhando para ele, que parecia um pouco mais calmo, se concentrando na conversa. - Eu usava um instrumento famoso em filmes.

— Porra Merida. - Hiccup disse, e sorrimos ao ouvir a voz dele – essa é uma péssima dica. - Rimos de novo, Peter atravessou o portão da casa e parou o ônibus. Jack e Peter pegaram-no, e eu segui pegando minha mochila com suprimentos, Alice pegou a de Merida. Quando desci do ônibus vi que Merida estava com os meninos. Nem vi ela sair.

Eles foram até a cozinha, colocando Hiccup no balcão central. Corri e derramei as coisas no chão. Peguei tudo que precisava, e tirei minha blusa da perna dele. Olhei para Merida e ela foi até ele, segurar sua mão.

— Hic, eu to aqui com você. – tentei não ser fofoqueira e prestar atenção na conversa, afinal ela estava mantendo-o distraído. Derramei álcool na ferida, e ele gritou. - Quando eu e Jack nos beijamos, rimos e eu juro, JURO que eu e ele sentimos que estávamos beijando irmão e irmã. Aquilo foi um mal entendido. - Comecei a limpar seu machucado, e escutava de relance Merida chorando e Hiccup dizendo que perdoava ela. Chorando também. Os idiotas se gostavam e não diziam um para o outro. Enfachei a perna dele, depois que limpei a ferida, depois de tantas emoções só me joguei no chão. Estava cansada.

— Você já tinha feito isso? - Jack perguntou agachando na minha frente e eu afirmei fechando os olhos e jogando a cabeça para trás apoiando – bom trabalho loirinha – ele puxou minha cabeça e beijou minha testa. Demorei quase uma eternidade para sair da minha bolha de exaustão e me levantar. Percebi que Alice limpava o balcão e Peter colocava os remédios na bolsa.

— Onde eles foram? - Perguntei meio tonta pelo cansaço.

— Relaxa – Alice disse – Jack levou ele até o melhor quarto e devem estar conversando.

— Esse grupo de vocês tem muita emoção. - Vi Peter e Alice rirem.

— A casa tem água ainda. - Arregalei os olhos, poucas casas hoje em dia tem água por que a maioria das pessoas esvaziam a caixa d' água para sobreviver. - Você pode tomar um banho e ir descansar um pouco, aqui tem fogão a lenha – Que mina de ouro – vamos fazer o jantar – sorri e iria sair para procurar o banheiro – A, Rapunzel – me virei – obrigada. - sorri e quando estava no corredor dei de cara com Jack

— A – parei ele – a casa tem água, não é ótimo?

— Que bom que esta feliz, gata.

— Você também parece feliz.

— E estou. - Ficamos nos encarando um pouco.

— Você sabe onde é o banheiro? Quero tanto tomar um banho – Ele sorriu e me pediu para segui-lo. Ele abriu a porta e me mostrou um banheiro lindo e com um chuveiro mais bonito ainda. - Droga, eu esqueci a minha bolsa com a roupa. - Ele pediu para mim esperar. E enquanto esperava chequei um pouco as gavetas e tinha pasta de dentes, escovas extras e sabonetes. Vou amar escovar meus dentes por horas. Jack voltou e segurava um vestido. - Acho que um vestido não é apropriado para um apocalipse, Jack.

— Eu sei, mas você pode usa-lo no jantar de hoje e depois trocar, eu vou usar uma blusa social. - Ele fez pose e eu peguei o vestido, analisando-o, era um tom claro de rosa era simplesmente lindo com os detalhes – você vai ficar linda.

— Obrigada – Dei um beijo na bochecha dele e quase me arrependi ao ficar vermelha. Ele ficou me olhando um tempo e depois me beijou fortemente. Eu não resisti e só me entreguei ao beijo. Logo nossas roupas foram embora, a porta foi trancada, o chuveiro ligado e transamos no chuveiro. Mas, era o Jack. Não conhecia-o, provavelmente aquilo não significou nada. Então resolvi que aquela seria a única vez que faríamos aquilo.

Quando terminamos, ele estava colocando o vestido em mim, com uma toalha amarrada no quadril, Ele saiu do banheiro para pegar suas roupas e um pente para mim, enquanto ele se vestia eu penteava meus cabelos que iam até a cintura, cantarolando. Me virei e ele abotoava a camisa social, mas eu terminei para ele. Me virei de novo e peguei um perfume que estava na pia e passei nele. Ele me olhou de cima a baixo.

— Eu falei que o vestido ia ficar lindo – Eu sorri e elogiei ele. - Vamos – Ele saiu do banheiro olhando pros lados e não vendo ninguém, estávamos descalço então ninguém podia nos ouvir. Minhas roupas ficaram no banheiro, mas não me preocupei as de Jack estavam no outro quarto. Descemos as escadas e vimos Merida com um vestido vermelho colocando as coisas na mesa, claro que não era nenhum banquete, mas era boa comida e vinho.

— Nossa estão lindos. - Merida elogiou e elogiamos ela, olhei para cozinha e Alice vestia um vestido azul e Peter com uma blusa social verde.

— Onde você estava Frost? - Peter perguntou trazendo um vinho.

— Tomando banho ué, queria aproveitar.

— Ta, vamos subir e pegar o Hiccup. - Ele bateu no peito de Jack e foram em direção as escada e eu ouvi Peter dizer que não foi fácil dar banho nele. - Chega a parecer errado – Peter disse com todos sentados na mesa para comer – Seila, o pessoal se matando para trabalhar e a gente nessa quase festinha chique – ri. - Mas acho que merecemos.

— Vamos encher o ônibus com suprimentos.

— Não podemos, encher – Jack fez questão de falar claramente esta palavra – não sabemos quantos vamos buscar, vamos levar comida para gente e todos os remédios que pegamos. - ele olhou triste para Hiccup.

— Antes – falei e me levantei – trouxe algo para gente usar – fui até minha mochila – são pages que achei no hospital – entreguei para cada um – sobrou alguns e esses podemos nos comunicar quando tiver algum problema – eles sorriram satisfeitos e comemos. Alice teve a ideia de dormimos em frente a lareira e bebermos vinho. Então enquanto os meninos trocavam de roupa, nós arrumamos almofadas. Depois que trocamos de roupa, estávamos na frente da lareira jogando o famoso jogo de profissão.

— Rapunzel – Alice me chamou, eu estava do lado de Hiccup deitada na almofada e ele encostado na parede. Suas dores eram anestesiadas com antibiótico, e não era muito bom dar vinho para ele, mas era só um pouco – olha se não quiser falar disso, tudo bem. Mas, queríamos saber. - ela parou e olhou para os outros – o que aconteceu com você? Te acharam e você não disse nada. Estava com cinzas e machucados.

— Bom – Pensei bem, e tudo bem. Não era nenhum segredo mas, eu podia contar para eles. - Minha mãe era cirurgiã, muito boa alias. E quando tudo começou, ficamos em casa. Mas, quando os suprimentos tinham acabado, nos refugiamos na segunda casa dela, o hospital. Era incrível como tínhamos comida e remédios a disposição. Um dia eu e uma amiga descobrimos que – Parei. Essa parte eu não preciso contar para eles, eles não pensariam coisa boa de mim. - quando meu namorado morreu no acidente de carro, não foi um acidente. Minha mãe cortou os freios do carro, ela então confessou para mim. Gritou dizendo que iria me proteger de todos. Ela pegou essa minha amiga, e para tentar fugir, minha amiga colocou fogo na sala. O fogo se espalhou e me perdi dela. Eu fiquei presa num quarto, ou eu morria por causa do vidro da janela, ou pela queda ou pelo fogo. Então, pulei e é óbvio que não morri por nenhum dos três. Eu passei alguns dias no beco, vendo o hospital queimar e sem saber para onde ir. Quando comecei a andar, achei a Fada. - eles me olharam atentamente e Jack se manifestou.

— Eu tinha uma irmã, Emma. Era o nome dela. No começo de tudo, minha mãe chegou doente em casa e não sabíamos o que era. Até ela comer nosso cachorro. Fugimos, deixando minha mãe trancada no banheiro. Não podíamos mata-la. Era nossa mãe. Duas mochilas, a antiga arma do meu pai. Com 2 meses, se escondendo e tentando sobreviver. Achamos um grupo, tinha crianças nesse grupo e eu não contive a felicidade. Deixava sem problema nenhum, a Emma com as crianças. Mas – os olhos dele se encheram de água. - ela só tinha 7 anos, 7 anos. Só queria ser criança, e ela foi brincar de pique pega com as crianças, e saíram da nossa vista. As crianças gritaram e correram, mas antes de matarmos as cabeças mortas, uma delas tinha mordido a Emma – droga, ele estava chorando. Merida levantou do lado de Peter e sentou do lado de Jack dando a mão para ele. De relance, olhei pro Hiccup que não parecia incomodado e sim triste. - Eu tive que matar minha irmã, para que ela não virasse algo que me matasse.

O clima ficou tenso.

— Minha mãe era psiquiatra. - Alice começou a contar – quando tudo começou, a burra em vez de fugir comigo, queria ver os pacientes dela. Fomos né, e um idiota metido a coringa tentou fugir machucando minha mãe, deixando ela com o braço uma merda só. Eu não sabia muito o que fazer, então tentei pedir ajuda. Eu não sei o que o idiota do cara achou, mas quando ele entrou desesperado no hospício. Ele deixou várias cabeças mortas entrarem, minha mãe se sacrificou para me salvar – ela sorriu, parecia orgulhosa – deixou eles pegarem ela, enquanto eu fugia.

Acho que isso virou uma rodinha de contar a sua historia.

— Eu sou filho único – Era Hiccup contando. - Meu pai, filho da mãe, tão diferente de mim. Era lutador, e eu um fracote, nerd. - Ele olhou para Merida, acho que ela já conhecia a historia. - quando começou – ele deu um gole no vinho – eu estava com meu pai e ele jogava as cabeças mortas longe. E não tinha nenhuma arma. Ele ia embora da cidade, mas eu não deixei. Fiz meu pai ir buscar a Astrid minha namorada, que burro. Quando chegamos na casa dela, ela estava passando mal. Então coloquei ela no banco da frente com meu pai. No meio do caminho, ela morreu. Meu pai quando foi tentar acorda-la, ressuscita-la, seila. Ela acordou uma cabeça morta e mordeu ele. Eu só sabia gritar, e meu pai jogou ela para fora do carro. Quando vi ela longe com a boca cheia de sangue eu só chorei. Meu pai parou num posto de gasolina, me ensinou a usar uma arma. Me contou como ele e a mãe ficaram felizes de me ter, e foi embora. Antes, que eu pudesse ver ele se transformar.

Peter pegou a garrafa de vinho, sentou direito e encheu seu copo

— Minha vez. - sorrimos - Eu nunca tive pais ou casa. - todos olhamos confusos – eu era moleque de rua. Meus pais me deixaram no orfanato, e eu fugi de lá. Afinal, ninguém ia adotar um adolescente. Quando a parada começou eu estava no meu trabalho e acho que me virei bem, por que conhecia as ruas como ninguém, sabia onde arranjar comida e abrigo. Um dia eu salvei um garotinho. Os pais dele me agradeceram me convidando para ficar no abrigo deles, eu conhecia a irmã dele, Wendy. Caralho, a garota era linda demais. E a família dela me recebeu bem, mesmo quando descobriram que eu e Wendy estávamos namorando. Fiquei quase um ano com eles, até um maluco que dizia q fazia parte dos piratas, atrair os irmãos mais novos da Wendy e tentar mata-los. O pai dela me pediu para fugir com os meninos e a Wendy. Ele e a mulher deixaram os piratas matarem eles, se deixassem as crianças vivas. Mas, eles não deixaram. Pouco tempo depois eles nos encontraram e mataram Wendy e os meninos enquanto dormiam, eu fui fazer xixi – Ele riu com um olhar triste – ele levou nossas coisas e eu tive que me virar de novo.

Olhamos para Merida, só faltava ela. Ela sorriu e começou.

— O nome Dubroch é famoso por produzir pêssego desde anos atrás. Eu tinha bastante dinheiro – ela riu, mas não parecia se vangloriar por isso. - Morávamos numa fazendo, chegamos um dia e um dos cuidadores comeu minha mãe – Agora Jack confortava-a. - Meu pai fugiu comigo e meus três irmãos. A cidade estava um caos e o carro bateu. Só sobrou eu e Hamish. Pensei em voltar para fazenda, mas quando tentei roubar um carro, o cara me atacou. Hamish tinha 5 anos, e não entendeu direito o que aconteceu. Ele tentou tirar o cara de mim e ele foi mordido. Acertei a cabeça do cara, roubei um carro e voltamos para fazenda. Parecia vazia agora, excerto pelas tripas da minha mãe manchando o carpete que ela gritava para não marcharmos com lama. - ela riu – limpei o machucado de Hamish e fiz ele dormir. Fui embora. Chorei tanto, mais tanto. - E agora ela também chorava – o corpo dele ainda tá lá.

Acho que agora sou um deles. 

 


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