Os quatro reinos escrita por Estefanie Priscila


Capítulo 5
Capítulo 4




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—Acorda cinderela – grita alguém.

Abro os olhos assustada com o grito e o coração disparado. Erlian da tapas na porta. Levanto e abro a porta irritada.

—Já acordei a propósito – digo irritada. Ele me olha e sorri – e é bela adormecida.

—Erlian – chama Kawell e quando ele me vê sorri – gostei do penteado – ele diz sarcástico – precisamos ir.

Fecho a porta na cara deles irritada.

—O que custa dormir mais... – levanto as mãos pro alto – 24 horas?

Arrumo-me rapidamente fazendo minha rotina matinal diária e quando saio encontro os dois parados na porta me esperando.

—Preferia o outro penteado – diz Kawell.

—Cala a boca – falo irritada me dirigindo a saída do estabelecimento.

A viagem continua e o sol aos poucos vai mudando sua posição. Fico inquieta dentro do carro com aquele silêncio. Então logo vejo uma cidade ao longe.

—Já chegamos? – pergunto olhando a cidade.

—Não – responde Erlian – é apenas uma vila antes do reino. Mas vamos parar nela antes de chegarmos.

—Ta legal – digo ranzinza.

Quando chegamos à vila, ela é de humanos e percebo alguns mestiços misturados. Kawell estaciona o carro e descemos. Erlian segue pela calçada até uma loja de tecidos. La dentro ele acena para a vendedora.

—O que vamos fazer aqui?

—Comprar carne – responde Kaweel e olho para ele irritado.

—Engraçado em – digo revirando os olhos.

Eles conversam em uma língua que não conheço e então Erlian aponta para mim. Ela assente e me puxa pelo braço até um vestuário nos fundos. La ela me deixa e puxa a cortina me deixando sozinha. Logo depois volta com diversos tecidos coloridos em sua mão. Sinaliza para que eu tire minha roupa. Faço careta e então tiro. Ela acomoda vários tecidos os enrolando em mim de um jeito que eu não aprenderia nunca e quando ela finaliza me põem um na cabeça deixando apenas meus olhos de fora. Me dá um par de luvas e eu as coloco. Então assente e abre a cortina que nos separa do resto da loja. Os rapazes também estão vestidos cheio de tecidos, porem seus rostos estão a mostra diferentes do meu.

—Yalla – diz Erlian e ela assente – obrigada – sussurra para mim.

—Yalla – digo e ela assente também se retirando. – Isso aqui coça – digo irritada.

—Se acostume – diz Erlian sério – vamos.

Voltamos ao carro e seguimos a reino tão esperado.

No caminho vejo inúmeras fazendas e suas plantações de trigo, milho e outros. Quando avisto o reino me choco com a realidade. Minha mãe descrevia para mim o reino dos ossos de bourn como paraíso. Porém parecia um tanto diferente. Mesmo sendo verde e possuindo vários lagos dentro e fora da cidade o lugar parecia carregar algo pesado no ar. Havia flores e árvores por todo lugar. Pessoas caminhavam de um lado pro outro carregando cestas de comida ou de tecidos. Todas as mulheres estavam vestidas como eu com todo o corpo coberto. Perguntei-me porque aquele tipo de cultura. Kawell parecia apreensivo.

—Vamos para a capital? – pergunto.

—Sim – responde Erlian – mas não hoje.

—Porque acho que ainda não me contaram algo?

Kawell se vira parecendo temeroso.

—Vamos entrar de forma escondida, se eles nos descobrirem estaremos mortos simples assim.

—Para entrar na capital você precisa de autorização do supremo, se não tiver você não entra e se pegarem você la dentro te enforcam – fala Erlian.

—Me deixou muito animada – digo sarcástica. – E como planeja que entremos?

—Vamos discutir isso em outro lugar que não seja na rua.

Ele entra em um estacionamento subterrâneo de uma casa grande e quando descemos do carro encontro uma senhora pequena e enrugara que vem a nos receber. Eles falam na mesma língua que ouvi mais cedo, mas que não entendo nada. Kawell parece achar graça no fato que pareço uma idiota tentando entender algo.

—Não há nada do alfabeto deles parecido com o seu Arya.

Olho para ele semicerrando os olhos.

—Vamos – chama Erlian e nós o acompanhamos.

Seguimos uma escada até o primeiro andar. A casa é grande e repleta de móveis, extremamente limpa e organizada. La dentro a senhora se dirige a cozinha e prepara algo para comermos.

—Pode tirar – Erlian aponta para o tecido que cobre meu rosto e eu o retiro não sabendo como vou colocar do mesmo jeito depois – aqui dentro não tem problema se mostrar seu rosto, lá fora sim.

—Por quê?

—Mulheres que mostram o rosto não vestem roupas como as suas, na verdade... – ele olha para Kawell pedindo ajuda para explicar.

—Mulheres casadas só saem com o marido, elas andam atrás como submissas. Mulheres solteiras andam com a mãe ou sua criada principal. Mulheres que desobedeceram alguma lei do reino andam nuas e são apedrejadas e estrupadas nas ruas.

Abro a boca horrorizada.

—Minha mãe dizia que aqui era o paraíso, eu não estou achando isso.

—As leis sempre foram essas, mas incluíram muito mais coisas ultimamente. Então vamos ver varias mulheres assim nas ruas, você não pode olhá-las nem tocá-las.

—Tenho que deixá-las la? – digo indignada.

—Não é responsabilidade sua Arya.

—Como vocês são uns filhos da puta! – digo totalmente irritada – como podem falar sobre o assunto como se não significasse nada!

—São leis – diz Kawell.

—Então quer dizer que concordam com elas? – eles ficam calados – inacreditável!

—Crescemos com elas, aprendemos a entendê-las e respeitá-las.

—E eu pensando que os humanos que eram cruéis – digo me levantando – eu perdi a fome – digo saindo da cozinha. Subo as escadas para o segundo andar e encontro uma criada limpando o chão. Ela não me olha nos olhos. Apenas continua limpando como se fosse ensinada a nunca levantar o olhar para quem estava na casa.

Cutuco ela e ela então levanta o olhar. Faço sinal de dormir mesmo que eu não queira, só para saber onde fica o quarto. Ela assente e me leva até o final do corredor e então abre uma porta e o mostra. Ela diz algo, mas eu não faço ideia do que significa e odeio nunca entender nada a minha volta.

—Yalla – digo e ela assente e sai.


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Notas finais do capítulo

continua...



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