Os quatro reinos escrita por Estefanie Priscila
Notas iniciais do capítulo
***
—Olha eu decidi vir com vocês porque se há uma vida melhor para mim em algum lugar eu quero. Não para lutar suas batalhas, defender vocês nas lutas e ser amiguinhas de vocês entendeu?
—Ta bom Arya – diz meu meio irmão fazendo careta.
Coloco no carro minha mochila com minhas coisas e viro para o rapaz.
—Deixa eu dirigir?
—Não – diz Erlian.
—Qual é? É a quilômetros o primeiro reino. Deixe-me dirigir pelo menos até ele.
—Não é não Arya – ele abre a porta do carro e indica para que eu entre.
—Você é um chato – entro fazendo careta.
O rapaz entra e senta no lugar do motorista. Meu irmão senta ao seu lado.
—Como é sua vida lá? – pergunto curiosa – minha vida será parecida não é?
—É como o reino dos humanos, entretanto com olhos de vidro. Cheio deles.
—Há humanos por la?
—Não é permitido – diz ele – a lei não os aprova e qualquer olho de vidro que abriga um humano tem como punição a morte.
—Ta e como eu me sinto em relação a isso sendo mestiça?
—Isso é algo que daremos um jeito.
—Esperai – grito – você disse que as coisas mudaram...
—E mudaram – diz ele e então olha para mim com o semblante triste – para pior.
—Então eu não vou para aquela droga de reino, eu vou descer – digo irritada – abre essa porta do carro agora! Vocês estão é me levando para forca!
—Arya da parar de gritar?
—Não!
—Arya!
—Não! Você mentiu para mim! Eles vão perceber que sou mestiça e vão me matar se eu chegar até la!
—E se eles não descobrirem?
—Isso não faz sentido se estou indo a procura de uma boa vida – olho para ele com muito ódio nos olhos – a não ser que não seja isso, o que você esta escondendo de mim?
O rapaz olha para trás.
—É complicado – ele diz com pesar.
—Ou vocês me explicam agora... – movo as mãos e o carro para. Fico controlando a gasolina com meus dedos – me contem agora!
***
—Os reinos eles não são como eram antes – diz o rapaz – os quatro reinos já não se conciliam igual. O reino dos olhos de vidro se juntou aos de soldados de aço. E os peito de ferro aos ossos de bourn. Por causa da historia que a princesa Elizabeth uma olho de vidro foi traída e morta por seu melhor amigo o ex príncipe do reino dos peitos de aço.
—O que aconteceu com ele?
—Foi exilado e de alguma forma fugiu antes de seu julgamento – diz – ninguém o encontra.
—E o que acontece agora?
—As regras as quais você já sabe permanecem. Porém agora com o desentendimento entre os reinos a guerra esta cada vez mais próxima e se realmente vir acontecer sabemos que muitos perecerão....
—E se juntarem aos humanos os outros reinos vão morrer – digo concluindo. Ele assente e move as mãos no ar mostrando imagens da princesa e do príncipe.
—Temos que descobrir se ele esta vivo.
—E porque acham que posso ajudar? – pergunto.
—Eu a levaria para conhecer o melhor de nosso reino, mas os planos mudaram, só esperamos que nos ajudassem.
—Mas eu mal sei sobre tudo isso, mal sei sobre o que tenho em mãos.
—Nós vamos lhe contar tudo que deva saber e vamos procurar todo jeito de encontrá-lo.
—Como a princesa morreu?
—Ela foi esfaqueada no coração em seu quarto de leitura onde sempre estava com o príncipe Wiliam.
—E vocês acham que ele a matou?
—Não – diz o rapaz com o semblante triste – meu irmão a amava mais do que como amigo. Ele nunca faria isso.
—Perai...você é um príncipe?
Ele abre um sorriso indecente.
—Sim minha querida.
—E porque não esta sendo um no seu castelo brilhante?
—Eu tenho uma irmã mais velha, ela assumiu o trono. Não levamos o papo de apenas homens.
—Estranho – digo e ele sorri – e você não deve satisfação por não estar la? – indago.
—Claro – diz ele – estou em uma expedição com o nobre Derlan, oras.
—Anh – falo fazendo um careta – claaro – digo devagar. – E vamos procurar o príncipe William a onde exatamente?
—Ele com toda certeza ta procurando provar a própria inocência.
—Fugindo?
O rapaz me olha de cara feia.
—Tá – levanto as mãos em rendição – beleza, eu vou com vocês, mas só porque não tenho nada melhor para fazer.
A estrada é longa. Paramos algumas vezes para comer algo ou dormir. A viagem é cansativa e muito silenciosa. Vejo os tons da terra mudarem aos poucos. Nossa terra é vermelha, quero dizer a dos humanos onde cresci, entretanto agora esta ficando marrom e as árvores um pouco mais alta com troncos resistentes.
Paramos em uma pousada. Depois de tomar um banho relaxante visto minha ultima peça de roupa que sobrou limpa e desço para jantar. Estou faminta. Espero na fila enquanto as pessoas à frente se servem. Erlian chega logo depois. Sirvo-me e me sento com ele.
—Chegamos amanha?
—É o pretendido.
—Eu nunca visitei um reino antes.
—Eu sei – diz ele.
—Estou ansiosa eu acho.
—Não espere muito de la, as coisas já não são pacificas então só não espere tanto, esta bem?
Assinto desanimada.
—Como é o reino dos ossos de bourn?
—É...anh...as pessoas são.... – ele sorri – é estranho.
Sorrio também.
—Ouço pouco sobre eles.
—Eu sei – diz ele – todos ouvimos. Era um povo pacifico, na verdade o mais calmo de todos.
—Porque ele se aliou?
—Ou ele se aliava ou entrava na guerra contra dois reinos que já eram amigos.
—Entendi – como devagar – é triste pensar que quando eu vou finalmente ver tudo isso já não é como quando minha mãe conheceu.
—Precisamos ter fé que volte a ser um dia.
—Espero que seja.
—Eu também – o rapaz se junta à mesa.
—Como é seu nome?
Erlian ri e derrama um pouco do café, porém o rapaz mantém-se sério.
—Kaweell.
—Anh diferente.
—É porque não sabe o primeiro nome dele – Erlian sorri novamente e Kaweell permanece sério.
Após jantarmos dirijo-me para meu quarto. Deito na cama e memórias começam a rodear a minha cabeça, tento conectar tudo que descobri hoje mas sinceramente não vejo conexão. Não é que eu não acredite neles, mas nada no meu passado comprova o que eles disseram. Meus pais mentiram para mim a vida inteira e não deixaram uma única pista. Adormeço com meus pensamentos perturbadores.
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Continua