O sucessor escrita por HinataSol


Capítulo 9
O presente para o menino folha


Notas iniciais do capítulo

Oi! Alguém sentiu falta?
Quero dizer que sinto pela demora. Mais do que vocês, acreditem!
Demorei tanto que estava até com vergonha de postar.
Esse capítulo vai ter uma "parte 2" (mais ou menos). O próximo capítulo será uma continuação direta desse aqui. Vai começar de onde esse parou. Eu iria escrever sobre o evento nesse capítulo 9, mas como estava muito devagar só ia postar no final do ano, né?!
Espero que gostem!
Boa leitura!



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Capítulo 9 — O presente para o menino folha

Hinata esperava ansiosa pelas férias de inverno.

Konohamaru havia lhe explicado que no fim do ano, a família dele, a de Shikamaru e a de Asuma-sensei se ajuntavam na casa de Minato-san. Eles se reuniam no dia 30 (ainda de dia), no aniversário do menino, e ficavam lá até o ano novo. Também falou que, estava apenas a esperar o ano virar para convidá-la a assistir uma das aulas de Naruto no dojô, já que no início de ano a turma estaria mais populosa e seria algo mais interessante para se assistir. Argumento que Hinata considerou válido.

Para ela, naquele dia, o tempo passava gostosamente na biblioteca.

— Ah, apenas mais algumas horas e terei meu precioso descanso — Murmurou Shikamaru. Embora sua voz soasse apática Hinata conseguia notar o tom aliviado ao fundo.

Ela riu.

— Mas aqui na biblioteca é tão bom — Brincou Hinata.

Shikamaru a fitou um tanto aborrecido e ela encolheu os ombros, como se pedisse desculpas.

A verdade era que Shikamaru gostava, sim, da biblioteca, mas, conquanto gostasse, ele já estava cansado de tanto ler. O rapaz estudava no Instituto de Ciências e Tecnologia de Nara e com o curso chegando em sua reta final ele vinha estudando mais que o de costume. Aparentemente, Shikamaru tinha como foco uma pós-graduação em outra universidade e precisava de uma boa recomendação para isso.

A rotina intensa de estudos deixava seus membros já preguiçosos ainda mais atrofiados, além de fazer a cabeça latejar de dor frequentemente.

Apesar de gostar de estudar, a sensação de proximidade das férias o deixava ainda mais indisposto.

— Eu preciso respirar um pouco. — Desabafou Shikamaru. Ele empurrou a cadeira ao se levantar e caminhou até a porta, de lá ele olhou para Hinata e disse — Se a Kurenai-san voltar e eu não estiver aqui, diz pra ela que eu já volto.

Hinata apenas acenou com a cabeça.

Como esperado, naquele último dia antes das férias de inverno, a biblioteca da Nara Gakuen recebeu escassas visitas dos alunos. Ao que parecia, ninguém deixaria nada pendente ali para a última hora (pois superlotaram a biblioteca na semana anterior).

Shikamaru retornou antes do que Hinata esperava e Kurenai chegou ali uns vinte ou trinta minutos depois.

Aquele último dia de aula antes das férias era um sábado e, após o expediente acabar, Hinata e Shikamaru esperaram Kurenai trancar a porta da biblioteca e a acompanharam até à saída do prédio.

— Este ano acho que levarei porções extras de noodle. — Comentou Kurenai, de súbito e riu — ano passado os meninos disputaram tanto pelo macarrão.

Ao ouvir isso, Hinata franziu o cenho em dúvida, todavia, nada disse.

— No fim de ano a gente come mais macarrão do que qualquer outro dia — Explicou Shikamaru e resmungou — Naruto e Konohamaru sempre brigam pelos noodle*.

— Ah, sim! — Exclamou Kurenai — Konohamaru disse que você iria passar o ano novo com a gente esse ano.

— Bom, eu ainda não decidi. — Confessou Hinata. Ela apertou a bolsa um pouco mais contra o corpo, sem saber o que mais dizer.

— Ah! Entendo. Mas a Mirai e o Konohamaru estavam tão ansiosos por ter você por lá esse ano — Kurenai disse em um resmungo e emendou — De qualquer forma, vamos ficar muito felizes se você vir.

— Hunhum — Resmungou em concordância, depois disse — eu já vou indo. Até... hm, o aniversário do Konohamaru-kun, talvez.

Kurenai apenas sorriu, enquanto Shikamaru também se despediu delas, seguindo em direção diferente de Hinata.

Hinata retirou os sapatos assim que chegou em casa. Ela deixou a bolsa sobre o sofá e seguiu direto para a cozinha, onde bebeu um copo com água e passou a esquentar a comida que havia tirado do congelador de manhã cedo, antes de ir para a Nara Gakuen.

Ela fitou o calendário preso numa das paredes da cozinha, sem se atentar de fato à data daquele dia. Seus olhos fixaram-se no número vinte e sete, apenas. Estava tentada a voltar para Tóquio e passar o aniversário com a família, embora isso lhe fosse inviável no momento.

Suspirou profundamente e cruzou os braços, quando se recostou no balcão.

— Acho que vou ligar pra Hanabi... ou pro otou-sama — Resmungou sozinha. Nunca havia passado a data longe da família e, embora antes não parecesse grande coisa, agora sentia certa falta antecipadamente.

Assim que a comida estava quente, ela terminou de ajeitar a mesa e se assentou para comer.

Enquanto mastigava ela pensou no que iria fazer para o jantar e se repreendeu por estar sendo tão gulosa.

— Mas... está frio hoje... — resmungou, enquanto circulava a tigelinha com os hashis — acho que vou fazer algum caldo ou sopa mais tarde. — disse por fim.

Ela terminou a refeição sem dizer mais nada. Lavou a louça, secou e guardou.

Pegou a carteira e vestiu o casaco outra vez.

Ela foi andando até um dos mercados no centro de Nara. Havia alguns termômetros pelo caminho que indicavam que naquele início de tarde a temperatura estava em torno de 12°C.

Ao chegar no Shika Market¹, ela pegou um pequeno carrinho e, caminhando pelos corredores e sessões, pegou alguns legumes, vegetais, verduras, temperos, massas e carnes, pegou também leite e alguns sucos de caixinha e folhas para chá, além de itens de higiene, como creme dental.

Depois de pagar tudo, ela ponderou sobre o número de sacolas. Sete. Havia comprado mais do que, de fato, esperava. Dava para carregar, com certa dificuldade, entretanto. Só seria um pouco pesado. Disse a si mesma que deveria comprar um daqueles carrinhos de compra. Facilitaria sua vida.

Assim que saiu do pátio do mercado, ela virou à direita e, distraída, somente percebeu Naruto ali quando ele a chamou.

Hinata parou abruptamente ao reconhecê-lo.

— Yo, Hinata! — Naruto deu uma breve corridinha até ela e a cumprimentou com um sorriso e então pôs as mãos nos bolsos da calça.

— Konnichiwa, Naruto-san. — Ela respondeu e curvou-se minimamente.

— Você é tão formal, Hinata. — Constatou Naruto e riu. — Estava passeando?

Chateada com o comentário, as bochechas dela esquentaram um pouco.

Eu não sou muito formal, você que é muito espontâneo e informal, Hinata pensou com um sentimento de contrariedade em seu interior.

— Na verdade, não. — Respondeu Hinata — Passei no mercado pra comprar algumas coisas. — Ela levantou um pouco uma das mãos ao dizer, mostrando as sacolas. Quando abaixou o braço, ajeitou as bolsas nas mãos, sentindo os dedos começarem já a arder com atrito contra o plástico.

Naruto acompanhou o movimento da mão dela e apontou.

— Quer ajuda? — Ofereceu ele, já estendendo a mão.

— Não precisa — Hinata recuou — Não está tão pesado assim — Ela mordeu a parte interna da boca, pela pequena mentira. Estava sim começando a pesar.

— Tem certeza? — Naruto insistiu.

— Hunhum! — Ela balançou a cabeça, evitando olhar para o rosto dele. — Além disso, não quero atrapalhar.

— Ah, então era isso! — Falou Naruto, ao compreender e riu. — Não vai atrapalhar. Você não precisa ficar com vergonha. — Ele completou e logo estendeu as mãos e pegou quatro das sete bolsas de plástico e pôs duas em cada mão.

— Vergonha? — Ela balbuciou.

— É! — Ele falou. Balançou as sacolas pra cima e para baixo umas três vezes e comentou, como se a estivesse repreendendo — Estão pesadas, sim. — E ele então indicou a direção que ela seguia anteriormente, com o queixo e já foi andando. — Você mora pra cá, né?

Hinata enrubesceu, mas afirmou com a cabeça, o seguindo.

— Eu nem havia notado que estava tão pesado assim...

— Sei — Ele riu. — Eu digo vergonha de aceitar ajuda — ele retomou o assunto.

— Não estava envergonhada — Falou ela e, em seguida, resmungou — Só não queria atrapalhar.

— Então estava com vergonha. — Sentenciou ele e deu de ombros — Além disso, eu que ofereci ajuda.

— Pensei que estava apenas sendo educado.

— Mesmo se fosse isso, não precisava recusar. — Rebateu ele.

— Bom, mesmo recusando você está carregando. — Treplicou ela.

Naruto riu e Hinata desviou os olhos, incomodada com aquilo.

Céus! Que situação mais inesperada! O, provável, futuro imperador do Japão havia não só se oferecido para carregar as compras dela no supermercado como o fazia. Aquilo parecia tão errado.

Um tanto nervosa e com a intenção de se distrair, Hinata passeou os olhos pelo seu redor. Reparando que, embora fizesse frio, a vegetação de Nara se mantinha presente, mesmo que tímida e encolhida. Algumas poucas pessoas passavam a pé pela calçada, dos dois lados da rua, todas envolvidas em casacos quentinhos, algumas com toucas e cachecóis até.

Naruto, ao seu lado, vestia uma calça cor de chumbo e um casaco laranja com linhas pretas, ambos de moletom grosso, provavelmente um conjunto, além de sandálias fechadas nos pés.

Ela só percebeu que o analisava quando ele chamou a atenção dela outra vez.

— O que foi? — Ele perguntou, um tanto encabulado com o olhar meio perdido dela em sua direção.

— Anh? — Com um vinco entre as sobrancelhas, Hinata demorou alguns segundos para se localizar — Ahh, não é nada. Eu só estava pensando... Você gosta de laranja?

— Gosto, mas prefiro o suco — Ele respondeu depressa.

Hinata riu.

— Eu me referia a cor — Ela indicou o casaco dele com o queixo.

Ele constrangeu-se.

— Ah, claro — titubeou — Gosto sim.

Ela respirou fundo, resolvendo continuar a pequena conversa com ele. Afinal, Naruto era o motivo dela estar ali em Nara.

— Você estava passeando? — ela fez a mesma pergunta que ele a fez antes e se sentiu boba por isso.

— Quem dera! — Ele brincou — Eu precisei passar na casa do Shikamaru agora há pouco. Até almocei lá. Eu já ia embora, mas o Konohamaru esqueceu de comprar o que o otou-san mandou. Por isso eu estava indo na direção do mercado. — Ele deu de ombros.

— Mas então você não precisava me ajudar com sacolas. — Achando que soou ingrata, ela emendou — Eu estou te atrasando.

— Ah, não tem problema. Eu quis ajudar. Além disso, seus braços são muito magrinhos pra carregar todo esse peso — Ele gracejou — e o Konohamaru ficaria chateado se soubesse que eu não te ajudei.

— Ei! Meus braços podem ser “magrinhos”, mas possuem bastante força.

— Claro, claro!

Ela não se conteve e logo riu junto a ele.

— Bom, minha casa é aquela ali na frente — Hinata indicou — Eu te ofereceria algo, mas não tenho nada pronto agora. Só água. Se não se importar em esperar eu posso fazer um chá. — Incerta e um tanto constrangida, ela ofertou.

— Não precisa — Garantiu ele, com um sorriso educado — Bom, aqui estão as sacolas — Ele colocou as bolsas sobre o chão de madeira da pequena varanda ao dizer.

— Naruto-san, obrigada.

— Não foi nada! — Assegurou e foi andando — Bom, eu vou indo. Ah! Mas antes disso, Shikamaru falou que você não tem certeza se vai passar o aniversário do Konohamaru e o ano novo com a gente... mas, se não for passar em outro lugar, passa lá sim. O Konohamaru gosta muito de você, se você não for, ele vai ficar meio pra baixo...

— Eu vou pensar melhor sobre isso. — Afirmou ela.

Ele acenou com a cabeça.

— Tudo bem! Agora eu vou indo mesmo. Jaa ne, Hinata!

— Jaa ne!

Hinata o seguiu com os olhos até aonde sua visão permitiu, assim que não pode mais vê-lo, ela suspirou. Pegou as sacolas e levou para dentro pondo em cima da mesa para, em seguida, guardar as compras na geladeira e o restante na dispensa, deixando fora apenas o que usaria agora.

Ela passou uma mão pelos cabelos, ajeitando-os com os dedos e resmungou. Respirou fundo e lavou as mãos para poder cozinhar alguma coisa. Talvez assim lhe ocorresse algo ou simplesmente relaxasse a mente.

.

.

.

Ela havia acordado mais cedo para terminar de se preparar para o evento daquele dia, mesmo ainda estando incerta quanto a ir ou não.

Hinata fitou o embrulho no qual havia embalado a sobremesa que havia feito e, como uma fraca desculpa para ir, disse a si mesma que não poderia comer todo aquele doce nem deveria o deixar estragar.

Decidida, após separar uma roupa, Hinata foi até o banheiro, onde tomou um banho quente e começou a se ajeitar. Logo que saiu, foi direto para o quarto, onde secou os cabelos e os penteou costumeiramente. Após passar um hidratante labial, ela pegou a mochila que ajeitou duas noites atrás (para caso fosse passar o fim de ano com os amigos de Nara na casa de Konohamaru), colocou a carteira dentro e a pôs nas costas. Ela chamou um veículo particular e, assim que saiu do quarto foi direto para a cozinha. Quando o veículo chegou, ela pegou o pacote sobre a mesa e, passando pela porta da sala, fechou-a atrás de si e colocou as chaves no bolso do casaco, junto ao celular.

Durante o percurso, Hinata fitava o lado de fora, através da janela, lembrando-se que três dias antes Kushina havia lhe mandado uma mensagem de texto desejando feliz aniversário e, também, lhe encaminhou as felicitações da família Hyuuga pelo vigésimo aniversário da filha mais velha de Hiashi. Hinata a agradeceu, mas não omitiu que sentia falta da família. Acresceu um pedido à Kushina: que, se possível, passasse seus agradecimentos à sua família (de Hinata) e que faria o que pudesse para voltar para Tóquio o mais brevemente possível.

Quando chegou à casa de Konohamaru, Hinata agradeceu ao motorista e, após pagar a corrida, desceu do carro, com a mochila nas costas e o pacote nas mãos.

Olhou para o alto e, vendo o céu nublado e a neblina cobrindo uma parte das montanhas de Nara, suspirou.

Voltou sua atenção para a entrada da propriedade ao ouvir um ruído vindo de lá. Logo a silhueta do menino se fazia visível.

— Ah, oi, Hinata-san. — Konohamaru parecia um tanto constrangido ao cumprimentá-la.

Hinata o fitou surpresa.

— Como sabia que era eu? — Indagou ela.

Ele apareceu inteiramente ali, permitindo a Hinata vê-lo melhor.

— Não passam muitos carros por aqui. Então, quando ouvi o barulho, imaginei que fosse você e vim aqui — Respondeu ele.

— Ah, sim — compreendeu ela. Passou os olhos pelo seu redor antes de voltar a falar — É... eu cheguei antes de todo mundo? — Quis saber, já envergonhada com a possibilidade de receber uma resposta positiva e parecer ansiosa.

— Na verdade, só faltava você — Contou Konohamaru. Houve um breve silêncio antes dele emendar — É..., pode entrar — Ele a convidou e enfatizou com um movimento do braço.

— Claro! Obrigada! — Agradeceu Hinata e entrou. Caminhando ao lado dele, disse então — Aliás, otanjōbi omedetō!

— Ah, arigatō, Hinata-san — Agradeceu ele, com um sorriso desenhado nos lábios. Ao fitar Hinata, ele reparou melhor no pacote nas mãos dela e ofertou — Quer ajuda?

— Não precisa. Não está pesado. — Ela falou e lembrou-se de que esteve na mesma situação na semana passada, no entanto, com o irmão mais velho de Konohamaru. Dessa vez, todavia, realmente não estava pesado. — É uma sobremesa. Eu fiz para o seu aniversário. Espero que todos gostem. — Disse Hinata, cada sentença em sua vez, ponderando.

— Claro que vão. — Afirmou ele, convicto e já à porta de casa.

Hinata o fitou demoradamente e suas sobrancelhas formaram um vinco. Ela resmungou pesarosamente, ao dar-se conta de algo.

— Na verdade, agora, espero que seu pai não fique chateado comigo — exclamou ela, desacreditada com anterior sua falta de atenção.

Konohamaru tirou a mão da porta e franziu o cenho.

— Ué? Por quê? — Ele, genuinamente confuso, perguntou. Hinata indicou com os olhos o embrulho em suas mãos e, ao fitá-lo com atenção, pelo formato do pacote, Konohamaru entendeu e murmurou — Ahh!

— Eu devia ter feito algo diferente. Não havia me dado conta de que poderia parecer rude, até agora.

— Tenho certeza que ninguém vai reclamar. Mas, se você achar melhor, podemos deixar para amanhã. — Ele sugeriu, dando de ombros e a tranquilizou — Só não se preocupe com isso agora. Eu realmente acredito que ninguém vai achar ruim ou reclamar por você ter trazido comida.

Hinata sorriu.

— Acho que você tem razão.

Ele sorriu de volta e abriu a porta.

Assim que entrou e avistou os demais ali presentes, Hinata curvou a cabeça suavemente, os cumprimentando.

— Minna-san, ohayo gozaimasu! — Desejou ela.

Ali estavam, além dela e Konohamaru, Asuma-sensei, Kurenai-san, Mirai-chan e Shikamaru-kun. Próximo a Shikamaru estava também um casal, que Hinata logo concluiu serem os pais de Shikamaru, visto ele parecer em demasia com o senhor ali, a exceção do cavanhaque e, ao lado de Shikamaru, ela avistou a moça da recepção do hotel no qual se hospedara ao chegar em Nara, a mesma que conversava com Shikamaru naquele dia.

Mas, antes que alguém respondesse ao cumprimento, Hinata ouviu a voz de Mirai a chamando.

— Hinata!

— Mirai! — Kurenai chamou a atenção da filha. A menina já estava agarrada à perna de Hinata, a abraçando, e com um sorriso alegre e infantil. — Deixe-me ajudá-la com isso, Hinata. — A bibliotecária ofereceu e pegou o pacote.

— Obrigada, Kurenai-san — Hinata a agradeceu e se abaixou um pouco para corresponder o abraço da menina — Mirai-chan, como você está linda. Parece uma princesa. — Hinata a elogiou. Em seguida, voltou seu olhar para os demais, cumprimentando-os individualmente. — Asuma-sensei, Shikamaru-kun.

— Yo, Hinata. — Asuma a cumprimentou de volta.

— Hinata, deixe-me apresentá-los. — Shikamaru falou e, sem se dar ao trabalho de levantar-se do sofá, conforme falava ia indicando — Esses são meus pais, Nara Shikaku e Yoshino e essa é Sabaku no Temari, minha... hm... namorada.

Shikamaru e o pai eram muito parecidos, Hinata notou. A diferença entre um e outro era a barba feita em cavanhaque na ponta do queixo de Shikaku e as linhas de expressão mais marcadas, devido a já ter certa idade. Havia também duas cicatrizes passando pelo lado direito da face dele, com se houvesse se cortado com algo no passado. Já Yoshino tinha uma aparência simples, cabelos lisos e escuros amarrados em um rabo-de-cavalo e belos olhos negros. E Temari, como da primeira vez que Hinata a viu, tinha o cabelo claro amarrado em duas partes no alto na parte detrás da cabeça.

Hinata cumprimentou os pais de Shikamaru e à Temari também, apesar de um pouco confusa com a forma que Shikamaru se referiu a ela hesitando. Sabia que ele tinha uma namorada. Konohamaru havia mencionado ela em algum momento anteriormente, descontente e com uma careta estampada na face, ela lembrava, mas não sabia o porquê. Achou rude a hesitação de Shikamaru, mas não externou isso de forma alguma, afinal, não lhe dizia respeito.

Temari olhou feio para Shikamaru brevemente e ele suspirou e coçou a cabeça, encabulado e desconcertado.

Hinata resolveu tirar o foco daquilo. Tirou a mochila das costas e a abriu.

— Hm, Konohamaru-kun, eu trouxe um presente para você — Ela falou e pegou uma sacola — Esse primeiro é para a Mirai-chan — Hinata a entregou um embrulho.

Mirai olhou para o pai, recebendo dele um aceno a incentivando a abrir. Da embalagem, que foi facilmente aberta ao retirar o lacinho escarlate, a menina tirou uma boneca de pano claro e com os cabelos pretinhos, um macacãozinho cor de creme com faixas brancas e olhinhos de botão.

— Oh, sugoi! É igualzinha a Mirai! — Konohamaru surpreendeu-se.

— Eu pensei o mesmo quando vi — Afirmou Hinata.

— Hm, e como é que se diz, Mirai? — Kurenai disse. Ela que retornava à sala, viu o momento em que Hinata entregou a boneca à filha e como uma boa mãe, instruiu a filha a agradecer.

— Arigatō, Hinata!

Hinata sorriu ao vê-la contente.

— Konohamaru-kun, espero que goste do seu. — Ela estendeu a mão o entregando.

Konohamaru desconfiou um pouco pelo porte do embrulho. Era um retângulo não tão estreito, perfeito para ser um livro. Ele temeu e quase estremeceu por não ser um dos maiores fãs de leitura.

— Obrigado — Ele disse ao pegar. Quis acrescentar que “não precisava”, mas Hinata parecia mais ansiosa que ele e então sentiu-se coagido a abrir ali mesmo. Konohamaru rasgou a embalagem sem muitas cerimônias e assim que a capa ia aparecendo seu coração falhou. — Eu não acredito — Ele sussurrou baixinho e olhou para Hinata.

— Abra! — Ela o encorajou.

— Eu não acredito! — ele novamente exclamou, porém mais alto dessa vez — Eu não acredito! Sugoi!

— O que foi? — Naruto perguntou ao chegar ali, não entendendo a afobação do irmão mais novo. Ele fitou Konohamaru, esperando uma resposta para aquela euforia.

Vindo da direção da cozinha, logo o senhor Minato juntou-se a eles.

— Olha só isso! — Disse Konohamaru e apontou para o livro em suas mãos. Em seguida, estendeu-o com uma mão e fez um “v” com os dedos da outra — A Hinata-san encontrou o volume um do Samurai 8!

Naruto puxou o exemplar da mão de Konohamaru e o aproximou do rosto.

— Mas esse ainda não está em pré-venda? — Ele indagou maravilhado.

— É! Mas a Hinata-san me deu de aniversário — Konohamaru mostrou a língua e puxou o mangá de volta.

Naruto voltou seus olhos para Hinata e arqueou as sobrancelhas.

— Meu aniversário é em outubro. – Avisou ele.

Ela apenas encolheu os ombros. E ele suspirou derrotado em resposta.

— Hm, é mesmo! Hinata-san, como sabia que eu queria esse mangá? — Konohamaru percebeu e indagou.

— Bom, eu perguntei ao Shikamaru-kun o que você poderia gostar de receber de presente e ele me falou que você gostava do “ninja destemido”, então achei que fosse gostar desse também já que é do mesmo autor. — Ela respondeu.

Ele anuiu a cabeça em entendimento.

—Hinata-san, arigatō!

— Hum! — Minato exprimiu, chamando a atenção deles — Vamos à outra sala. Está tudo pronto lá.

— Hai!

Antes que Hinata também fosse, Kurenai a chamou.

— Deixe que eu guarde sua mochila, Hinata. — Ela ofereceu — Vou deixar no quarto em que vamos ficar, tudo bem?

— Ah, claro! Obrigada. — Ela entregou a bolsa à Kurenai, sua expressão estando agradecida e gentil.

Aqueles seriam dias de comemorações e bons sentimentos.


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Notas finais do capítulo

Comentem!

E mais um capítulo que começou com "Hinata" kkkk
Eu vou ver até onde consigo fazer isso, sem ficar ridículo. KKKK
Talvez eu comece outros, futuramente, com o nome de outros personagens. XD

Agora:
¹ trocadilho com o nome do Shikamaru XD
* Os japoneses não falam noodles, mas noodle. Sem o “s” no final. E a soba noodle é um prato muitíssimo importante no ano novo japonês.
“Otanjobi omedeto” equivale a “feliz aniversário”
“A lenda de um ninja destemido” foi um dos livros escritos pelo Jiraiya (ero-sennin) e “Samurai 8” é o novo mangá com roteiro do Kishimoto.
"menino folha" porque Konoha é vila da folha e "maru" é uma terminação comum aos nomes masculinos, então quis fazer um outro (quase) trocadilho.

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