O sucessor escrita por HinataSol


Capítulo 7
A família de Konohamaru


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tudo bom com vocês?
Espero que sim, hein!
Agradeço a quem favoritou e comentou no capítulo anterior, e antes também!

Boa leitura! :)



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Capítulo 7 — A família de Konohamaru

Hinata notou que a casa de Konohamaru ficava a uma distância considerável da escola. Distava quase vinte minutos de transporte coletivo e mais uns dez a pé.

O caminho até a residência do menino possuía ainda mais vegetação do que as áreas que Hinata já havia visitado em Nara. Era possível até sentir o cheiro do verde impregnando em suas narinas.

A casa dele era uma das últimas da rua e tinha uma entrada para o terreno ampla e feita de madeira.

Havia uma construção grande e simples na entrada e uma outra menor e elaborada mais em frente.

Konohamaru a convidou para entrar com Mirai e ele, e Hinata aceitou.

O menino, ao entrar, jogou a mochila no chão próximo a entrada e gritou:

— Tadaima!

— Tadaima! — Repetiu Mirai, após o primo.

— Okaeri! — Hinata ouviu alguém responder. Era uma voz calma e agradável, levemente grave.

Quando ela se voltou para onde havia vindo o som, ela se deparou com um homem bonito, de cabelos loiros vibrantes, olhos azuis e expressão agradável. Ele apareceu ali na sala de entrada com um avental e tigela na mão e parecia ter mais ou menos a idade de Hiashi, seu pai.

O sorriso que havia em seu rosto, gradativamente sumiu quando avistou Hinata.

Pelos olhos dele, como um lampejo, passou uma sombra. Mas ele voltou-se para Konohamaru e disse.

— Não disse que traria visita.

— Ah, essa é a Hinata-san. Ela é assistente da Kurenai-oba-san na biblioteca. Ela veio acompanhando a Mirai e eu — Konohamaru falou e disse — Hinata-san, esse é meu otou-san, o senhor Minato.

Ao ver aquele homem e ouvir seu nome, Hinata teve a confirmação que precisava. Obviamente, o irmão mais velho de Konohamaru era o filho de Kushina.

Ela curvou levemente a cabeça, em cumprimento a Minato.

— Minato-san, desculpe-me por vir à sua casa sem avisar. Kurenai disse que eles viriam sozinhos, então me ofereci para acompanhá-los.

— É claro! — Respondeu Minato, somente. Ele voltou a bater levemente o conteúdo da tigela.

Hinata não sabia como agir ali. Ela estava em Nara com o objetivo de encontrar Naruto, mas agora que estava ali, prestes a conhecê-lo, estava totalmente alheia ao mundo real. Foram dois meses sem progresso algum e, de repente, naquele único dia, tudo vinha até ela daquela forma, tão simplória e complexa ao mesmo tempo.

Konohamaru se sentiu constrangido com o silêncio que ficou no cômodo. Ele trocou o peso de uma perna para outra, repetidamente.

— Ne, Hinata-san, por que não fica aqui e almoça com a gente? — Konohamaru indagou-a. Logo pôs-se a olhar o pai. — Por falar em comida, a Hinata-san cozinha muito bem, tou-san. Você precisa ver a comida dela, ou melhor, comer, né?! — Ele riu.

— Claro. Seria bom. — Minato sorriu para Konohamaru.

— Ah, eu não quero atrapalhar — Hinata comentou. Estava se sentindo estranha ali, meio deslocada. Pouco à vontade.

— Não atrapalha! — Konohamaru respondeu de supetão, e voltou sua atenção para a prima — Ei, Mirai, vamos chamar o Naruto-nii-chan.

— Hai! — a menina foi até ele e o deu a mão.

Konohamaru e Mirai saíram da casa, subitamente, e a deixaram ali. Só ela e Minato.

Hinata desviou os olhos um momento e esfregou levemente o braço, constrangida e sem saber como se portar ali.

Minato, então, chamou a atenção dela.

— Você veio aqui por causa do Naruto. — Ele não perguntou. Sua voz saiu mais grave do que antes e Hinata arrepiou-se com aquilo. Hinata sentiu como se ela houvesse sido pega no flagra, como se ele houvesse descoberto o seu maior segredo.

E realmente havia.

— Como? — Titubeou ela. Em seu rosto pálido, os olhos se arregalaram. A surpresa foi tão grande que ela, que sempre havia sido uma pessoa transparente, não conseguiu ao menos disfarçar — O quê? Eu... Minato-san, o senhor — Ele a interrompeu.

— Os seus olhos. Você é da família Hyūga, a terceira família na linha de sucessão atual. Não faz sentido alguém como você estar aqui se não for por causa dele. E eu não acredito em coincidências.

Hinata surpreendeu-se. A família Hyūga possuía prestígio. Todavia, seu maior destaque não estava em sua linhagem sanguínea ser atrelada à nobreza. Mas Minato tinha ciência da linhagem dela e a reconheceu (a linhagem).

Claro que ele sabia, Hinata pensou se repreendendo. A mãe do filho dele é a imperatriz. Claro que ele, se não soubesse antes, saberia algo agora. Seria o mais apropriado.

Minato fitou a tigela em suas mãos, vendo que as claras já haviam atingido o ponto de neve.

— Konohamaru disse que você cozinha bem, então por que não me ajuda com a comida? Podemos conversar enquanto isso. Os meninos vão chegar logo. Eles estão naquele dojô que você viu na entrada.

Então a construção maior na frente do terreno era realmente um dojô, ela pensou.

Ele fez um gesto com a cabeça para que ela o seguisse.

Hinata, ainda um tantinho atordoada, demorou alguns segundos até que se realocasse e o acompanhasse.

Quando chegou na cozinha, ela viu que havia uma mesa já com bastante comida e arqueou as sobrancelhas.

— Há bastante comida aqui — Ela soltou — Há mais pessoas aqui?

Minato anuiu com a cabeça. Ele colocou gemas de ovo, tomates, pimentões e pequenos pedaços de queijo picados junto à clara.

— Alguns amigos do Naruto vieram treinar com ele hoje. Eles provavelmente não vão embora antes de almoçar — Minato disse e riu.

Hinata estranhou a atitude daquele homem.

Minato estava sendo uma pessoa muito agradável, mesmo sabendo que ela estava ali por causa do filho dele. Ela pensou que, no momento que ele revelou a reconhecer, ele a poria para fora, a expulsaria de sua casa. Mas, não. Minato estava a tratando bem.

Hinata pediu licença e foi até a pia lavar as mãos. Minato indicou um outro avental pendurado num ganchinho, o qual ela logo vestiu.

Ele lhe empurrou uma panela de arroz e Hinata começou a enrolar os bolinhos.

— Minato-san, o senhor sabe quem eu sou e por que estou aqui, então por que está agindo dessa forma?

Minato começou a fritar umas omeletes.

— Não entenda mal, Hinata-san. Eu não tenho nada contra você. Não há por que tratá-la mal. Além disso, confio no meu filho.

— O que quer dizer? — Ela desconfiou da resposta.

— Naruto é como Kushina, mas, não vai ser tão fácil levar o meu filho daqui. — Ele afirmou com certeza, firme convicção.

— Ele também tem o direito de conhecer a mãe. — Hinata rebateu infantilmente, não entendendo de fato o que Minato queria dizer.

— É claro que tem. Se ele quiser, não vou impedir. Naruto já é um homem, não é mais criança. Pode decidir por si só. Além do mais, eu não o afastei da mãe. — Ela entendeu, mesmo que o tom dele não tivesse soado ácido.

— O que ele sabe sobre Kushina-sama?

Minato deu de ombros.

— Eu nunca disse quem era a mãe dele. Para ele, Kushina é só a imperatriz que ele vez ou outra viu em algum jornal ou noticiário.

Passou-se alguns segundos. Minato pegou uma travessa e colocou a omelete recém-preparada e, em seguida, colocou mais da mistura na frigideira antiaderente.

— Por que nunca contou a ele? Digo, sobre a mãe. — Ela indagou realmente curiosa.

Ele aspirou profundamente o ar, quando terminava de fritar mais uma omelete.

— Bom, em qualquer lugar você pode ouvir falar de pais que abandonam os filhos por motivos variados — ele iniciou e pendeu a cabeça para o lado em que ela estava — Mas nunca porque sua mãe se tornou uma rainha. Seria estranho explicar isso pra ele. Eu mesmo ainda espero por uma explicação.

— Não sente raiva da Kushina-sama? — Inquiriu ela. Hinata sabia que Kushina nunca havia dito a Minato o porquê sairia de Nara. Ela havia lhe contado que simplesmente o deixou lá e, recentemente, a contou que também havia deixado um filho.

— Você parece ser próxima da Kushina — Minato comentou. Ele finalmente apagou o fogão. Seguiu até a mesa e tampou a travessa. Retirou o avental e o pendurou. Caminhou até a pia e, de costas, se apoiou ali — Sabe, em nossas vidas, há sempre a possibilidade de encontrarmos pessoas as quais não conseguimos odiar, pessoas que odiamos, pessoas com as quais não nos damos bem, pessoas que nos apaixonamos, pessoas que não somos capazes de deixar de amar. Eu diria que Kushina é uma pessoa que não sou capaz de odiar. Mesmo se eu quisesse. — Ele sorriu pequeno.

— Ainda sente algo por ela? — Hinata sussurrou. Estava se sentindo intrometida, mas não conseguia frear sua inconveniência.

— Você é bem curiosa. — Ele rebateu. — Faz quase vinte anos que não a vejo pessoalmente, não posso afirmar muita coisa. Mas mesmo que ela tenha me deixado aqui sem qualquer arrependimento ou algo do tipo, ela deixou nosso filho aqui. Isso pra mim já é muito mais do que eu poderia pedir.

— O senhor parece amar muito o Naruto-sama. — Externou sua conclusão.

— Ele é meu filho — Minato disse simplesmente.

Houve silêncio por um momento.

— Sabe que eu tenho que falar pra ele — Hinata começou.

— Não vou te atrapalhar, Hinata-san. Mas, como já disse, confio no meu filho.

Hinata acenou.

Ela notou que Minato era exatamente como Kushina, inúmeras vezes, descreveu. Bonito, por fora e por dentro.

Apesar de tudo, não conseguia ainda compreender como Minato-san podia agir daquela forma. Ele não demonstrava rancor por Kushina em seu tom de voz, todavia não parecia que ainda era apaixonado por ela. Por outro lado, ficou evidente o quanto ele amava o filho, conquanto dissesse que não a atrapalharia em sua missão.

Algo parecia errado.

Ela só não conseguia entender o quê.

— Eu vou levar a comida para a mesa da outra sala — Minato chamou-a atenção. Hinata, distraída, o encarou meio perdida até que compreendesse.

— Eu ajudo! — Ela se prontificou e pegou um refratário, e o seguiu.

Era no cômodo que ficava ao lado da cozinha. A sala de jantar.

A sala de jantar tinha um tamanho considerável, além de uma mesa de madeira para 12 pessoas, havia um armário para louças ali. O chão era de madeira escura e as paredes de tela, como em uma casa tradicional do interior do Japão. Havia algumas lamparinas nas paredes e um relógio de parede, feito em madeira e marcadores em algarismos romanos.

Eles fizeram um número considerável de viagens até colocarem tudo sobre a mesa dali.

— Eles estão demorando um pouco, não? — Hinata indagou de repente.

— Não se preocupe. Eles devem estar terminando. No momento que o Konohamaru-kun disser que a comida está pronta, eles chegam aqui rapidinho.

Ela anuiu em concordância.

Passou-se mais quatro minutos, com Hinata correndo os olhos pelos cantos da sala, evitando encarar Minato. Ele riria da moça se não a achasse tão diferente do que julgou ao ver os olhos dela.

— Oji-san!

A voz de Mirai foi a primeira que ouviram.

Ela foi até Minato correndo, na velocidade de uma criança de quatro anos, e pediu colo.

— Já cansou? — Minato riu a pegando nos braços.

Ela balançou a cabeça, afirmando.

— O Naruto-kun não quis me carregar.

— Ah, mas como ele é malvado!

Hinata sorriu com a cena.

— Ei, não falem mal de mim. — A voz soou risonha, falhando em parecer bravo. — Mirai-chan está grandinha, não pode ficar o tempo todo no colo. — Continuou e ao notá-la falou — Ah, você deve ser a Hinata-san, que o Konohamaru falou.

Hinata estancou repentinamente. Engoliu em seco, e sem nem o olhar direito, curvou levemente a cabeça em cumprimento a Naruto.

— Sim, sou eu. Você deve ser o Naruto-san. — Ela engoliu o sufixo sama no último momento.

Ela arregalou levemente os olhos ao focar seus olhos em Naruto. Ele era exatamente como na foto. Claro que os seus traços estavam mais firmes e marcados, afinal, a foto que tinha era de uma criança pequena e diante dela estava um homem já adulto. Os olhos de Naruto possuíam a cor dos de Minato e o formato dos de Kushina, seus cabelos eram loiros vibrantes em grandes mechas arrepiadas, tinha o sorriso como o de Kushina e o rosto em si lembrava muito a ela também.

— Hai. — Ele confirmou — O Konohamaru tem falado muito de você.

— Espero que bem — Hinata desviou os olhos para o menino.

— Ele só lhe rende elogios. — Naruto disse alto, mas como se fosse um segredo.

Konohamaru envergonhou-se.

Hinata sorriu para Konohamaru.

— Onde estão os meninos? — Minato perguntou.

Naruto olhou para o pai.

— Eles já estão vindo. Hoje só vão ficar o Chōji, o Lee e o Kiba. O Shino pediu desculpas, mas não vai poder ficar.

Minato balançou a cabeça em concordância.

— Podem ir se ajeitando à mesa, então.

— Finalmente! — Naruto exclamou, afoito. Ele afrouxou um pouco o nó da faixa do quimono, apenas para não atrapalhar ao se sentar.

Naruto logo estendeu a mão e pegou um bolinho de arroz.

— Nii-chan, espere os outros chegarem antes de comer.

— Mas eles já devem estar chegando. E eu não comi nada hoje. — Naruto juntou as mãos, como em uma prece.

— Não seja tão criança. — Konohamaru cruzou os braços.

Hinata sorriu brevemente. Aquela parecia ser uma boa família.

Mas, internamente, sentiu-se mal por Kushina. Minato já tinha Naruto e agora Konohamaru, além de outras pessoas, como Mirai, a sua volta. Kushina, não. Ela era só. A pessoa mais próxima da imperatriz era ela, Hinata Hyuuga. E, havia dois meses que não se viam, mal conversavam.

Seu pensamento foi até Tóquio.

Em seu interior, Hinata questionou-se como Kushina estava.


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Notas finais do capítulo

Aposto que ninguém imaginou que seria assim! Eu planejava algo diferente. Inicialmente, a Hinata só encontraria o Minato bem mais para a frente, mas resolvi pô-lo agora diante dela.
Tentei deixar o mais "natural" possível! Me digam o que acharam!



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