O sucessor escrita por HinataSol


Capítulo 2
A viagem até Osaka. De trem até Quioto e Nara


Notas iniciais do capítulo

Hi, guys!
Esse capítulo é a continuação direta do anterior. É como se fosse a parte 2.
Fiquei um pouco decepcionada com a falta de interação do pessoal aqui, mas vou continuar postando a fanfic aqui também (eu posto no spirit tb) por enquanto.



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Hinata viu a fotografia nas mãos de Kushina e, quando as palavras da imperatriz finalmente fizeram sentido para ela, a moça fez um “O” com os lábios, levantou-se da cama de supetão e olhou para Kushina com a expressão mais surpresa possível, assustada até.

— Um, um filho? Kushina-sama, como pôde manter isso em segredo? Isso é, isso é... Ó, meu Deus! — Gaguejou Hinata. Aturdida, pôs a mão esquerda sobre a boca. — A senhora tem um filho! — Declarou ela por fim e deu uma pequena volta pelo quarto, inquieta. — Tem um filho e nunca me disse! — Acusou voltando-se para a imperatriz.

— Eu sei que que deveria ter dito antes. Pelo menos pra você, mas... eu não pude. —Murmurou Kushina.

Hinata voltou os olhos para a sua soberana, sem entender.

— Mas por quê?

— Porque eu tive medo. — Ela admitiu pesarosa e abaixou a cabeça. — Meu filho vive com Minato desde quando era um bebê. Eu não sei o que ele pensa sobre mim.

— O que quer dizer? —Perguntou ela, desconfiada.

— Pense bem, Hinata! Eu o deixei com o pai quando ainda era um bebê e ele nunca me procurou. Não acho que Minato o jogou contra mim. Você sabe. Sempre te falei sobre ele. Minato não era esse tipo de pessoa, ele sempre foi um bom homem. Então...

Kushina encolheu-se.

— Entendo. Então a senhora acha que ele não sabe quem é a mãe dele. — Constatou ela. — Faz sentido. Mas não acha que ele possa se sentir constrangido ou que talvez tenha medo que a senhora pense que ele é um interesseiro? — Hinata arqueou as sobrancelhas.

— Já pensei isso. Mas interesse em quê? No trono? Se fosse assim, seria direito dele, de qualquer forma, afinal! —disse Kushina, abanando a mão. — Confesso que, durante um tempo, pensei que eles viriam até mim. Mas eles não vieram, como pode ver. — Ela desabafou.

Kushina sempre foi uma mulher forte e confiante aos olhos de Hinata. E, além de a considerar uma mãe desde bem cedo, Hinata via a imperatriz como uma amiga, no entanto, não uma amiga qualquer, e sim uma confidente. Vê-la falar sobre o filho de forma tão fragilizada quebrava-a em milhares de pedacinhos e a deixava tão desolada quanto a própria Kushina.

Hinata fechou os olhos com força por alguns instantes e tornou-os a abrir, apertou os punhos e declarou apoio à mulher.

— Kushina-sama... eu vou buscá-lo! — Falou ela e suspirou. — Vou trazer o seu filho. — Repetiu a moça. — Mas, quando eu chegar aqui com ele, quero que me esclareça tudo. Acredito que há mais e a senhora não me contou.

Kushina ficou constrangida.

— Me perdoe por isso. Eu lhe contarei sim. – Falou Kushina, indo até ela e a abraçando.

— Eu só não entendo por que eu, Kushina-sama. Essa deveria ser uma missão oficial. Como imperatriz, a senhora deveria mandar alguém em missão para trazê-lo. — Hinata disse e desfez o abraço.

A imperatriz afastou-se um pouco da menina. Kushina deu alguns passos em volta do enorme leito, desviando os olhos.

— A verdade... — Ela virou-se de costas para Hinata — a verdade é que eu não tinha bem um plano. Só não queria que alguém o obrigasse a vir até aqui. — Ela passou a mão no braço incomodada — Nem que ele se sentisse obrigado a vir. Por isso estou pedindo você para fazer isso. Seja amiga dele. Eu só confio em você pra isso, Hinata.

Hinata mordeu os lábios, pensativa.

— Kushina-sama, eu não sei se é uma boa ideia eu me aproximar dele assim. Seria praticamente uma mentira. Não quero que ele se sinta enganado. Não por mim, nem com motivos.

Kushina sorriu pequeno.

— Eu a compreendo e confio em você. Eu o deixarei em suas mãos. Sei que você saberá como agir.

Hinata sorriu de volta. Todavia, logo sua expressão tornou-se indagativa.

— É... Kushina-sama, aonde eu vou encontrá-lo, afinal? O Minato-san ainda vive em Nara?

— Ah, sim! Aliás, eu já tomei algumas providências para caso você aceitasse me ajudar. — Kushina antecipou-se a dizer — Seu voo sairá de Tóquio para Osaka, depois de amanhã, às 8h50. Eu também já comprei um bilhete de trem para Quioto por você. Aluguei um quarto de hotel e providenciei uma quantia em dinheiro. Você poderia aproveitar o período e dizer que está de férias, mas eu já encontrei um emprego de meio período perfeito pra você! — Kushina declarou empolgada, seus olhos parecendo joias, tamanho brilho.

— Puxa, assim eu me sinto manipulada. A senhora premeditou tudo. — Hinata a acusou em um murmúrio.

Kushina arregalou os olhos, quase ofendida.

— E-eu? N-não. A internet... eu comprei tudo pela internet. E ainda há o prazo de desistência. Eu acreditava que você me ajudaria, mas não queria forçá-la. Se você se recusasse, eu devolveria tudo sem que você soubesse.

— A senhora confia em mim, certo? Então por que cogitou a ideia de uma recusa por minha parte? – Inquiriu Hinata.

— Confio! Claro que confio! Mas você não é obrigada a fazer nada por mim. Ninguém precisa se sentir obrigado a fazer algo que não queira.

— Eu a compreendo, Kushina-sama — Hinata esclareceu e resolveu provocá-la — Mas eu não sabia que a senhora era uma pessoa conectada à rede.

— Ora, quem não usa a internet hoje em dia? Ainda mais aqui em Tóquio. — A imperatriz riu-se.

Hinata anuiu a cabeça em concordância.

— Mas será um pouco complicado — Hinata comentou, finalmente. Seus olhos fitaram o teto e ela se jogou sobre o colchão da cama de Kushina — Não acho que ele me reconhecerá pelo título e nem pelo sobrenome, então isso não será um problema. Mas não sei o que direi ao otou-sama. — A moça confessou em suspiro. — Kushina-sama, a senhora sabe que eu não sei mentir nem inventar histórias, então espero que já tenha pensado em algo. — Hinata a lembrou e tornou a sentar-se — E, também, se ele vive em Nara com o Minato-san, por que comprou um bilhete para Quioto?

— Não é nada demais, só por precaução. — Desviou em desdenho — Quando chegar lá, você compra outro bilhete, até Nara, no dinheiro — Kushina instruiu — e não se preocupe com o Hiashi-san, eu cuido de tudo por aqui. — Garantiu ela. — Ah, eu também comprei um outro celular pra você e outro pra mim, mas só ligue quando chegar lá. Eu gravei o meu número nele.

A imperatriz foi até o armário e tirou de lá uma caixinha colorida de papelão e a estendeu para Hinata.

— Tudo bem! — Ela pegou a caixinha — Eu preciso ir, Kushina-sama. Aliás, como está se sentindo?  A senhora me distraiu tanto que eu nem a perguntei antes. — Brincou e riu.

Kushina olhou-a sentida, um sorriso simples se desenhou em seus lábios.

— Eu estou bem, Hinata — Respondeu ela. — Obrigada!

A moça acenou e, quando passou pela porta, o sorriso dela mostrava que ela entendia que aquele obrigada trazia profundos sentimentos.

...

O motorista atravessou toda a propriedade e a deixou em frente a escadaria externa que dava acesso a entrada principal da grande mansão. Ele lhe estendeu a mão para ajudá-la a sair do carro e Hinata o agradeceu. E, antes que alguém lhe viesse abrir a porta de casa, ela mesma o fez e correu através do salão de entrada rumo a escadaria principal. Porém, ainda na metade do caminho, em meio aos lances de degraus, Hinata foi obrigada a parar.

— Hinata, para que essa correria dentro de casa? — Seu pai, o senhor Hyuuga Hiashi, a pegou de surpresa. Ele a olhou carrancudo e cruzou os braços. — sua irmã disse que Kushina a chamou. O que a imperatriz queria com você?

Ela desceu as escadas novamente e foi até o pai.

— Otou-sama, gomem nasai. Kushina-sama pediu para eu ir até Osaka e... e...

Hinata embolou-se, sem saber o que dizer. Ela mordeu os lábios e Hiashi suspirou.

— Tudo bem. Faça o que for preciso. Não vou lhe importunar por um pedido dela. — Ele respondeu.

— Otou-sama... — Hinata disse e lhe sorriu. Ela deu beijo na bochecha dele e voltou a subir as escadas.

Hiashi a observou até que ela saísse de suas vistas. Então ele outra vez suspirou e sorriu pequeno.

Após despachar sua pouca bagagem, Hinata seguiu até uma cafeteria no terminal do Aeroporto Internacional de Tóquio. Lá ela sentou-se em uma mesinha afastada das demais, quase escondida atrás da porta de vidro coberta por adesivos de tortas, pães e cafés dos mais diversos tipos.

Uma garçonete veio lhe anotar o pedido. Hinata pediu um chá qualquer e uma porção de rolinhos de canela, além de alguns pãezinhos.

Ainda era cedo e enquanto Hinata realizava calmamente seu desjejum. Ela passeava os olhos preguiçosamente pelo ambiente. Ela reparou que a cafeteria possuía quase todas as paredes em alvenaria até cerca de um metro de altura, dali para cima era toda de vidro e isso lhe dava um efeito de integração com o ambiente exterior.  E, apesar do isolamento acústico, Hinata sentia-se imersa na movimentação de fora. Ela avistava pessoas de aparentes distintas etnias passeando pelo grande átrio do aeroporto e inconscientemente tentava adivinhar qual seria a nacionalidade desses.

Foi entre um rolinho de canela e outro que ela viu ao longe uma pessoa conhecida, aparentemente afoita. Ele virava o rosto de um lado para o outro como se estivesse buscando algo... ou alguém (ela pensou de repente, sem nem ao menos dar-se conta). Logo outro chegou perto e ela podia imaginar as palavras que Itachi Uchiha dizia ao irmão mais novo quando colocou as mãos sobre o ombro dele.

Ela estava prestes a desviar os olhos para outro lado quando, de relance, os olhos negros (cor-de-piche) de Itachi encontraram-se com os seus. Ele a fitou e sorriu, mesmo de longe, ao reconhece-la também. O rapaz acenou simpático e apontou ela para que Sasuke a visse também.

O mais jovem dos irmãos a olhou e arregalou os olhos por uma brevidade de segundo. E logo Hinata viu-os voltar e seguirem até ela.

— Hinata-san, que coincidência agradável a encontrar aqui hoje!

O sorriso de Itachi era amigável e bonito. Ele tinha os cabelos negros como petróleo e um tanto compridos amarrados em um rabo de cavalo baixo. Já Sasuke, o mais novo dos dois Irmãos, tinha uma expressão, quase sempre, fechada e os cabelos mais curtos e repicados, que lembravam a plumagem traseira de um pato.

— Oh, Itachi-san, Sasuke-san — ela cumprimentou os dois — eu digo o mesmo. Hm, querem sentar-se aqui comigo? Ainda está cedo, meu voo só saíra daqui a quase uma hora.

— Não, obrigado. — Sasuke graniu azedo.

— Claro! Obrigado pela gentileza. — Falou Itachi, educado e sutilmente repreendendo o irmão mais novo. — Hm, perdoe a minha curiosidade, mas para onde está indo? — Ele perguntou.

Itachi pegou um pequeno folheto dobrado em quatro partes e correu os olhos por ele. Ele olhou para o lado e, antes que chamasse alguém, a mesma garçonete que atendeu Hinata, chegou com um sorriso educado e puxou um bloquinho de papel do bolso para anotar o pedido dele.

— Chá de que, senhor? — A moça perguntou quando Itachi finalizou o pedido. — Itachi olhou para Hinata e apontou para a xícara de chá dela. — Pode ser o mesmo que o dela. E você, Sasuke-kun, o que vai querer?

— Um café sem açúcar e uma quiche de tomates cereja com queijo e manjericão. — Sasuke resmungou sem dar muita atenção.

— Eu estou indo para Osaka. Tirar um período de férias. — Respondeu Hinata, lembrando-se do que Kushina havia lhe falado. Afirmou a si mesma que não estava mentindo, afinal seu voo era para Osaka mesmo, conquanto não fosse esse o seu destino final. Ela ajeitou os cabelos atrás da orelha e sorveu um gole de chá — E vocês?

— Férias de quê? Até onde sei, você não trabalha e nem estuda. — Sasuke acusou.

— Sasuke-kun! — Itachi lhe ralhou — Hinata-hime-san, perdoe o meu irmãozinho. Ele não está em um bom dia. Aliás nós não iremos viajar. Estamos esperando a namorada do Sasuke chegar.

— Ela não é minha namorada. — Sasuke grunhiu. Sua expressão apática. Ele olhou o relógio e se levantou. — Está quase na hora dela desembarcar. Itachi, vamos.

— Eu vou esperar o meu café chegar e você deveria fazer o mesmo. Ainda falta alguns minutos para o avião dela chegar aqui.

Hinata estranhou aquela discussão. Todavia sua atenção foi tomada pela chamada do seu voo.

 — Ah, é a primeira chamada para o meu voo. Então eu já vou indo. — Ela limpou a boca com o guardanapo e se levantou. — Obrigada pela companhia. Itachi-san, Sasuke-san.

— Até mais, Hinata-san. — Itachi despediu-se e Sasuke apenas resmungou um “hm”.

O voo de Tóquio para Osaka durava apenas uma hora e o trem para Quioto chegou em pouco tempo. Lá ela comprou um novo bilhete com destino a Nara. Mesmo que não entendesse o porquê, seguiria as instruções de Kushina.

Assim que desembarcasse do trem, iria direto até o hotel aonde Kushina havia providenciado sua reserva.

Sua missão estava iniciada. Finalmente havia chegada em Nara.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, eu escrevo meio devagar... tendo isso em vista, quero já antecipar que os capítulos não serão muito extensos, porém é praticamente certo que terão entre mil e duas mil palavras. Tá ok?!
Foram introduzidos três personagens "novos" neste capítulo 2.
Quero saber o que acharam! É muito importante para mim. :)



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