O sucessor escrita por HinataSol


Capítulo 1
O pedido de um favor inesperado


Notas iniciais do capítulo

Oi, povo!
Estou postando novamente essa fanfic. Eu também havia começado a postar ela no meio do ano passado.
Espero que gostem!

P.S.: A história tem desenvolvimento lento no início.



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A jovem Hinata caminhou pelo largo e comprido corredor que a levava em direção ao aposento real. Havia grandes quadros pendurados ali nas paredes de cor clara. Gerações da família imperial do Japão eternizadas em telas emolduradas em armações de madeira pura e noutras banhadas a ouro. 

Ela parou defronte à bela e velha porta de madeira maciça feita à mão. Passou as mãos em sua roupa feita sob medida, na intenção de disfarçar um amassado que não existia ali. Bateu na porta e ouviu um “entre, Hinata” abafado. 

Ela deslizou a porta e adentrou no quarto, passando e fechando-a atrás de si. 

O recinto era amplo, digno de sua majestade imperial. O ambiente todo claro possuía um enorme leito em madeira centralizado próximo a parede norte do aposento, o chão era todo de madeira pura e possuía um grande tapete macio e elegante no chão. Um lustre discreto ao centro do teto além de lamparinas nas paredes. Havia ali três portas além da de entrada que levavam ao guarda-roupa real, ao banheiro e à sacada. 

— Kōgō Heika! — Ela saudou respeitosamente a sua governante e se curvou. 

A imperatriz cobria todo o corpo com a coberta e, ao ouvir o som da porta ser fechada, abaixou o pano e deixou apenas seus olhos à mostra. 

— Hinata, obrigada por vir, minha filha. — A moça meneou a cabeça afirmativamente. — Preciso lhe pedir algo. — A imperatriz se ajeitou e sentou na cama. 

Hinata suspirou e foi até ela. 

— Kushina-sama, não precisava de um ofício para pedir um favor a uma amiga. Sabe que eu a considero como uma mãe. Mesmo que a senhora não fosse a governante do país, eu lhe atenderia. — Hinata balançou um papel que havia em sua mão. — Uma citação? Mesmo? 

— Gomen ne, Hinata! Mas eu não vou pedir um simples favor a você e queria garantir que não fosse prejudicada com sua família por minha causa. É algo muito importante. — Disse Kushina e levantou-se. Ela caminhou pelo quarto e foi até a enorme porta da sacada, afastou um pouco as espessas cortinas cor de marfim e bisbilhotou o exterior por uma fresta através da porta de vidro. 

Hinata estranhou. 

— Mas o que a senhora deseja? – Casualmente perguntou. Deu uma leve inclinada no corpo como se assim fosse capaz de observar o rosto de Kushina. 

— Eu já lhe contei diversas vezes a história da minha vida, Hinata. Eu não estava na linha direta de sucessão do Império Japonês. Na verdade, não imaginaria nunca que eu viria subir ao trono. — Lembrou ela, de costas para Hinata, ao introduzir o assunto. 

— Sim, assim como a minha família, a sua família era secundária na linha sucessória. — Hinata disse ciente e inquiriu-a — Mas, qual a relação disso com o seu pedido? 

Kushina virou-se em direção à menina. Caminhou até Hinata, pegou nas mãos da moça, as segurou e sentou-se ao lado dela sobre a cama. 

— Hinata, além da família principal, havia na minha própria casa, minha mãe e meu irmão mais velho a minha frente. E, apesar de tudo, minha família não era tão afortunada como a sua e os Uchiha. Muita coisa aconteceu e, de repente, eu estava sendo coroada. Você lembra quando eu lhe disse sobre a minha vida em Nara e Kyoto, certo? 

Hinata riu-se. 

— Impossível esquecer. A senhora me contou essas histórias mais vezes do que eu possa me lembrar. De como era jovem e apaixonada. Tinha o tal de Minato, seus olhos sempre brilhavam quando falava dele. Acredito que seja apaixonada por ele até hoje já que nunca se casou. — Zombou a moça. 

— Ora, Hinata! Mais respeito para com a sua soberana. — Kushina fingiu uma bronca. 

Hinata abaixou a cabeça, as bochechas ardendo, meio constrangida. 

— Gomen nasai, Kushina-sama! 

Kushina riu e, Hinata, quando percebeu se tratar de uma brincadeira, começou a rir também. 

Quando seu riso cessou, a imperatriz teve sua expressão divertida convertida em um sorriso melancólico e um tanto resignado. Ela baixou um pouco a cabeça e ajeitou o cabelo, que caiu sobre os lados de sua face, atrás da orelha. 

Hinata observou-a em silêncio. 

— Hinata, sei que é uma pergunta boba, mas sabe o pporquê de eu deixar meu cabelo crescer tanto? 

A menina estranhou a pergunta. Ela fitou os longos cabelos de Kushina. Belos e vermelhos como a escarlate. Colocou o dedo abaixo do lábio inferior como se refletisse, pensando em uma resposta ou tentando lembrar-se se em algum momento Kushina havia a dito algo a respeito. 

— Hm, eu não saberia dizer. 

— Bom, lembra-se do Minato? — Ela perguntou retoricamente e viu Hinata revirar os olhos. — Eu não costumava gostar muito desse meu cabelo. Ele tem uma cor diferente. Somente vi um cabelo vermelho assim em outras duas pessoas, minha mãe e meu irmão. Você já deve ter visto fotos deles. 

— Sim, Mito-sama e Nagato-sama. — Hinata os citou. Lembrava de tê-los visto... em algum livro recente de história talvez. 

— Costumavam zombar de mim, por ter um cabelo tão diferente. E, por mais que eu sempre tenha sido uma pessoa bem durona, não era legal ouvir algumas coisas. — Ela confidenciou. — No entanto, você deve estar se perguntando como isso responde a minha pergunta... Bom, o Minato disse que nunca havia visto um cabelo assim e que gostava muito do meu, que era o mais bonito que ele havia visto. Talvez eu já estar quase  apaixonada por ele tenha feito eu ficar ainda mais derretida quando ele disse isso. Mas foi aí que decidi deixar o meu cabelo ficar ainda maior e passei a gostar tanto dele. — Hinata a olhou confusa e ela emendou — Tá, existe mais por trás disso, mas não vem ao caso agora. 

— Hm, mas ele tinha razão, Kushina-sama. Seu cabelo é realmente muito lindo. Não é à toa que a senhora tem o cabelo mais famoso do Japão. — Lembrou Hinata — Mas isso ainda não explica o favor que a senhora quer que eu a faça. 

Kushina hesitou dois segundos. 

— Hinata, há algo que eu sempre lhe omiti. — Confessou Kushina — Foi assim que eu me mudei de Kyoto para Nara que eu conheci o Minato. Você sabe dessa parte, mas o que eu não falei é que ele e eu nos casamos. 

Hinata abriu a boca em um “o” perfeito. 

— Mas no seu registro o estado civil é‒ 

— Solteiro. Eu sei! — Kushina a cortou. — Não casamos civilmente. Foi um casamento mais cerimonial. Nem tivemos testemunhas. Foi algo mais como um acordo aos olhos alheios. Acredito que só nós dois consideramos o nosso casamento válido. Fizemos os votos, ele deu beijo em minha testa e dissemos que estávamos casados. Mas ninguém nunca questionou o fato de não termos avisado ou dito algo. Apesar de vivermos sempre muito juntos, ninguém nos via muito e a maioria nem deve se lembrar de mim por lá, pelo menos não como a Kushina. Eu não tinha muitos amigos e o Minato também não. 

Kushina olhou para Hinata e se levantou, se abaixou e puxou uma caixinha de madeira de debaixo da cama. 

Hinata arqueou as sobrancelhas. 

— Não ria! — Kushina a advertiu. — Eu só coloquei a caixa aqui hoje mais cedo, antes de mandar chama-la. 

A mulher sentou outra vez ao lado da menina e fitou o objeto em suas mãos. Ela abriu uma gaveta no criado mudo e levantou uma plaquinha de madeira que formava um fundo falso na gaveta e tirou dali uma chave.

Hinata estava estranhando tanto mistério. 

— Você sabe que estive doente, e que só agora estou me recuperando. Isso me fez refletir sobre algumas coisas, Hinata. Eu não estou tão velha, mas ninguém sabe a hora a qual vai partir. Eu ficaria feliz se Hiashi ficasse em meu lugar quando eu morresse. Veja só, você estaria no trono futuramente, se fosse assim. Assim como você diz me ver como uma mãe, eu a vejo como minha filha, Hinata. — Ela sorriu, mas logo o sorriso murchou — Mas a família Uchiha vem primeiro na linha de sucessão e não são apenas um ou dois. Há quatro na frente do seu pai. E, também, Hiashi não parece querer subir ao trono. Sua família já é muito promissora e influente e ter que ficar à frente do país talvez fosse um atraso se pesássemos os prós e contras. O que não aconteceria na família do Fugaku. No entanto, aquele pai dele não me parece muito confiável. — Ela pronunciou pesarosa. — Pode ser cisma minha, mas... — Ela deixou a frase morrer. 

— Eu entendo seu receio, Kushina-sama. Madara-sama é realmente estranho e parece assustador. Mas acredito que ele não seja uma má pessoa. Além disso, não entendo como eu poderia ajuda-la nessa situação. 

Kushina girou a fechadura e fechou os olhos para depois abrir a caixa. Ela apertou os lábios e tirou de lá um papel. Seus olhos tornaram-se ternos e Hinata viu as lágrimas que ela segurava. Ela mostrou para Hinata a fotografia. 

— Hinata, este é Naruto, o meu filho. Preciso que você o traga até a mim.


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Notas finais do capítulo

Kogo Heika = sua majestade a imperatriz.

Então, eu originalmente tive a ideia de escrever essa fanfic quando li, ano passado, sobre o estado de saúde do imperador Akihito do Japão. Ele deve renunciar em breve por conta da saúde ( ela já é avançado em idade) e seu filho mais velho vai assumir o trono Japonês. Bom, o nome do primogênito do imperador é Naruhito. Acho que não preciso dizer muito mais, né?!

Quero salientar que a história por ser uma fanfic não vai respeitar a realidade em sua totalidade. O que quero dizer é, por exemplo, o Japão é uma monarquia, mas quem "governa" o país é o primeiro ministro. Aqui não vai ser assim. Tá bom?!

Deixem comentários! É muito importante saber a opinião de quem está lendo.

Estou postando pelo celular, então pode ser que a formatação esteja quebrada. Estou desde cedo tentando postar, mas não obtive êxito até então.

Bom, até o próximo!

Vejo vocês nos comentários



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