O sucessor escrita por HinataSol


Capítulo 3
A Hospedagem. Quem é aquele rapaz?


Notas iniciais do capítulo

Konnichiwa, minna-san!
Perdoem-me pela demora. Eu devia haver postado o capítulo 3 antes. Ele já estava pronto, mas não consegui postar antes.
Ele é ainda é um tanto introdutório...
Boa leitura!



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Hinata havia levado duas pequenas malas apenas, além de quatro envelopes recheados com dinheiro em espécie como Kushina lhe orientara a fazer.

A suíte em que estava era bonita e possuía um guarda-roupas pintado de marrom com um grande espelho na porta deslizante central, além de uma cama de casal tamanho padrão coberta com colchas brancas, limpinhas e cheirosas. Em cada lado da cama havia um criado mudo e sobre o da direita também havia um pequeno abajur.

Ela separou um par de roupas para vestir após o banho e tirou a caixinha de papelão que Kushina havia lhe dado de dentro da mala. Viu um aparelho celular simples, pelo qual poderia trocar mensagens de texto com a imperatriz. Ponderou banhar-se antes de avisar a Kushina que havia chegado, porém, logo mudou de ideia. Escreveu brevemente o seguinte texto “Kushina-sama, cheguei em Nara e já estou na hospedaria. Mais tarde entro em contato com a senhora novamente.”

Ela deixou as duas malas próximas ao criado mudo e pôs os envelopes na gaveta.

Hinata olhou as horas na pequena tela do telefone móvel. 11:17. Colocou o aparelho sobre o criado mudo.

Ela foi até o banheiro e, após usá-lo, banhou-se. Ela realizara esse processo em meros 14 minutos. Vestiu uma roupa simples e confortável: uma calça de tecido mole cor creme, uma blusa leve de algodão com mangas medianas na cor lilás e ponderou se iria até o restaurante ou pediria que lhe levassem a refeição. Após pensar, decidiu que não almoçaria no quarto. Pôs o celular no bolso e pegou sua carteira pondo uma quantia em dinheiro dentro (para caso precisasse) a fim de poder dar uma volta pelo local e conhecer o entorno do hotel. Logo procuraria um outro lugar para morar temporariamente, afinal, não poderia ficar o tempo todo ali.

Após almoçar, Hinata andou pelas ruas próximas ao hotel. Nara era uma cidade historicamente preservada. Completamente diferente da tecnológica e iluminada Tóquio. Cheia de árvores e chão gramado. O contato com a natureza era direto ali. O ar mais puro e aconchegante. Agradável. Uma tranquilidade e calmaria invejável. Longe de toda agitação e modernidade da capital atual do Japão. Havia também os tradicionais templos de Nara, muito belos e que atraiam bastantes turistas à cidade.

A jovem Hyuuga decidiu voltar e era aproximadamente por volta das 16h10 quando ela adentrou o hall da hospedagem e avistou um rapaz conversando com uma moça mais adiante, na recepção.

A jovem mulher parecia ser uns dois anos mais velha que a própria Hinata. Estava vestindo o tradicional uniforme com detalhes em verde musgo do hotel e era alta, loira e muito bonita, percebeu a Hyuuga. O rapaz parecia familiarizado com a mulher e ambos conversavam amigavelmente, trocavam leves sorrisos durante a conversa, porém não eram gestos profissionais, mas de conhecidos, nada vulgar, no entanto. Somente, não parecia que ele estava fazendo uma reserva ou requisitando alguma informação.

Ao passar ao lado deles, Hinata acenou e eles a cumprimentaram de volta. Notou que o rapaz a fitara de um jeito estranho por um breve instante e disfarçou, logo ela seguiu até o elevador com uma sensação esquisita. Não era ruim nem boa. Talvez estivesse se sentindo intrusa no momento deles.

Assim que chegou no quarto, ela ouviu o celular em seu bolso emitir um som de notificação. Fechou a porta atrás de si e desbloqueou o aparelho, abrindo e lendo a mensagem de texto de Kushina. Ela brevemente dizia que esperava que Hinata ligasse para ela para poderem conversar.

A menina Hyuuga verificou novamente as horas 16h16.

Kushina andava com a agenda oficial um tanto esvaziada devido a ainda estar se recuperando. Naquele momento, deveria estar enfurnada em algum lugar quieto e sossegado do palácio imperial onde não houvesse alguém para importuná-la ou paparicá-la, nas palavras dela.

Kushina atendeu no segundo toque.

— Moshimoshi, Hinata. Você foi bem rápida. Confesso que me surpreendi. — Ela pôs o papel marca página no livro que estava lendo e o fechou.

— Kushina-sama, eu estava conhecendo o lugar aqui em volta... até agora não vi muita coisa, mas já pude notar que Nara é um lugar muito belo. Aliás, assim que o encontrar, vou procurar uma casa próxima para alugar.

— Claro, claro! Faça isso!

— Além disso, a senhora não me disse qual seria o emprego temporário que havia encontrado para mim. Ele era em meio período, certo? Estava pensando que talvez eu devesse aceitar, sabe? Para não ficar o tempo todo só o procurando ou fazendo nada.

— Oh! — Exclamou Kushina do outro lado da linha — realmente pretende trabalhar? Bom, eu iria encaminhá-la à biblioteca da Nara Gakuen. É uma chūgakkō, uma escola média municipal da prefeitura de Nara. Mas você não precisa ir realmente. Pensei em você lá porque lhe seria uma distração ficar em um dos seus lugares favoritos. Vi que há duas vagas para assistentes e auxiliares, sendo que uma está desocupada atualmente. Seria a união do útil ao agradável.

— Entendo! Mas... eu só precisaria chegar lá? Não preciso prestar um concurso ou participar de um processo seletivo?

— Na verdade, é um trabalho voluntário. Mais precisamente, é algo como um projeto de extensão voltado para alunos da kōtōgakkō, a escola secundária e para os alunos do tankidaigaku¹ ou do daigaku². Eles recebem uma bolsa por isso, é claro. Como você tem o kōtōgakkō, eu consigo coloca-la ali. Não se preocupe, não é nada errado. Não pense mal de mim, sou uma imperatriz exemplar. Não estou fazendo algo como nomeá-la livremente, você cumpre os requisitos para isso.

— Entendi... Por favor, peça que alguém me mande por e-mail as instruções, a documentação e o formulário para eu preencher e levar até à secretária de educação municipal.

— Farei isso sim — ela concordou e houve silêncio pelos momentos seguintes. Hinata estava prestes a encerrar a ligação quando a monarca lhe voltou a falar — Hinata, eu realmente estou muito agradecida pelo que está fazendo por mim. Você está confiando em mim às cegas ao procurar alguém assim. Você não conhece meu filho nem Minato. Não há como saber qual será a reação deles e, mesmo assim, você está fazendo isso. Sinto-me egoísta por estar lhe infligindo algo assim tão importante de modo tão descuidado. Eu não devia ter agido de modo tão precipitado. Você é tão jovem e não é um detetive. Céus! O que eu estou fazendo com você?! — Ela lamentou-se e Hinata a escutou fungar.

A jovem Hyuuga suspirou.

— Assim me sinto ofendida! Sei que não sou a pessoa mais capacitada pra isso, afinal não sou nenhum Sherlock Holmes. No entanto, quero que confie em mim, pois senão não irei conseguir. Tenho ciência de que é uma missão importante. Estamos falando do filho da imperatriz da nação. Mas, reitero, que quero que confie em mim e me apoie também. Estou disposta a encontra-lo e fazer o possível para leva-lo a Tóquio. Por favor, não me desencoraje. Minha determinação ainda é um tanto frágil, ainda não sou forte como a senhora.

— Hmhm — Kushina resmungou, sem nada falar. Não sentia que aquilo era verdade. Hinata demonstrava maior determinação e esperança que ela naquele momento. Estava cheia de receios, atormentada com a ideia da rejeição. Hinata mesmo sem motivo, estava disposta a fazer algo tão grandioso por ela. Sentia-se imensamente agradecida àquela menina.

— Bom, eu vou desligar agora. A senhora precisa de repouso e eu ainda não relaxei desde que cheguei de viagem. Ainda hoje começo a realmente trabalhar. Acho que talvez seja mais válido pensar em alugar uma casa próxima a escola. Até mais.

— Até, Hinata!

Assim que desligou o telefone, Hinata fitou o aparelho. Ela encarou o objeto em suas mãos e logo o soltou sobre a cama. Ela puxou o smartphone que o hotel disponibilizava aos hospedes da base aonde ele ficava carregando e o desbloqueou. Iniciou o navegador e digitou os termos de buscas “casas em Nara para aluguel”, “Casas para alugar em Nara”, “Casas para alugar próximas a escola média de Nara” e semelhantes. Clicou em alguns sites e viu algumas residências que estavam sendo anunciadas. Salvou aquelas que lhe chamaram atenção. Após a pesquisa, Hinata ponderou em ligar para casa e hesitou. Todavia, num ímpeto, ela discou o número.

O aparelho chamou por longos segundos e quando ela estava prestes a encerrar a tentativa atenderam-na lá do outro lado.

— Moshimoshi! — A voz soava sem ânimo, distante.

Hinata apreciou aquele som.

— Nii-san!

— Hinata? É você? — Do outro lado da linha, o rapaz levantou da cadeira em que estava e passou a se movimentar pelo local. — O que aconteceu com o seu telefone? Aconteceu algo? Aonde você está? Está tudo bem? Hiashi-oji-san disse que você passaria um tempo fora, mas não deu detalhes. Hanabi passou a manhã inteira reclamando querendo que ele dissesse aonde você estava. Eu estava preocupado também.

— Gomen nasai, Neji-nii-san. Eu estou bem. Não aconteceu nada. E... eu imaginei que o otou-sama faria isso — Suspirou Hinata. Ela riria se não conhecesse sua irmã e seu primo. — Por isso liguei. Vou ficar um tempo fora de Tóquio. Não sei ao certo quanto. Não posso dizer muita coisa e, como não podia dizer nada antes, então estou ligando agora. O otou-sama não sabe muita coisa também, então entendam o lado dele também.

Neji escutou tudo em silêncio. Logo ele voltou a sentar-se.

— Foi a Kushina-sama. — Supôs ele. Seu tom de voz deixava claro que ele mais afirmava do que a indagava sobre. O silêncio dela foi o suficiente para Neji. Ele suspirou resignado. — Céus! Às vezes, custo a acreditar que aquela senhora é a nossa imperatriz. Como ela pode ser tão irresponsável?!

— Não diga isso, nii-san. Kushina-sama me pediu um favor. Não podia recusar.

— Claro que não. Ela é a governante do país, Hinata.

— Não foi isso que quis dizer, sabe disso.

— Sim, eu sei. — Admitiu ele.

Houve uma breve pausa.

— Diga a Hanabi que, assim que eu puder, falo com ela.

Neji resmungou.

— Você pode, ao menos, dizer aonde está?

— Não. Sinto muito.

— Hinata... você não está fazendo nada perigoso, né?

— Não. Mas é algo importante.

— Tudo bem. Confio em você. E se cuida. Eu preciso desligar agora.

— Hai. E, nii-san... obrigada.

Neji encerrou a ligação após um murmuro.

Hinata devolveu o aparelho à base onde ficaria carregando.

Ela deitou na cama e fitou o teto.

Neji não era seu irmão, mas primo dela e de Hanabi, a irmã mais nova de Hinata. Ele era filho de Hyūga Hizashi o irmão gêmeo mais novo de seu pai, o senhor Hyūga Hiashi.

Hinata era mais próxima dele do que de Hanabi, sua irmã. Talvez isso fosse devido a eles terem personalidades semelhantes, já que ambos eram discretos. Diferentemente de sua irmã mais nova que era uma pessoa animada e eufórica.

Ela sorriu.

Já estava sentindo a falta deles.


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Notas finais do capítulo

chūgakkō algo como o Ensino Fundamental II (6º ao 9ºano)
kōtōgakkō algo como o Ensino Médio
¹tankidaigaku algo como o Ensino Superior
²daigaku algo como o Ensino Profissionalizante
oji-san = tio



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