O sucessor escrita por HinataSol


Capítulo 15
Sentimentos turbulentos e um convite


Notas iniciais do capítulo

Por essa vocês não esperavam, né?
Até que voltei "rápido" dessa vez! :v
Bom, boa leitura! :)

P.S.: cobarde = covarde



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Hinata levantou-se com grande enfado naquela manhã de domingo.

Seu corpo parecia pesar o dobro. Os membros se encontravam cansados e ela estava abatida. Sua mente revirava-se em meio aos pensamentos e a cabeça parecia pulsar tamanha agonia que ainda lhe tomava conta. Sua consciência insistia em a acusar, lembrando-a de que estava sendo hesitante e cobarde.

Nem sentia que havia dormido. Estava tonta.

O dia anterior havia começado de uma forma tal que Hinata acreditava ter grande sorte por possuir tranquilidade tamanha em sua vida. Terminou, porém, com ela completamente acuada e desolada. Kakashi-sensei a fizera ter um lampejo de realidade. Fê-la lembrar-se de que não estava em Nara-shi a tirar férias, estava ali com um propósito grandiosamente importante.

Ela foi até ao banheiro, onde passou um bom tempo, principalmente penteando os negros cabelos diante do espelho, como se aquilo lhe fosse distrair. Jogou água no rosto uma e outra vez e a viu escorrer em fios por sua face. Os olhos pareciam meio fundos e desfocados, mesmo que os mantivesse fixos em seu próprio rosto refletido. Os cabelos penteados pareciam cheios e desorganizados, seus lábios estavam um tanto ressecados e sua pele parecia pálida, levemente sem vida.

Após um suspiro, rumou à cozinha, onde preparou a refeição e, sentada à mesa, cutucou a comida com os hashis e bebeu bastante chá, intentando acalmar seus sentimentos. Seus olhos mantiveram-se baixos, fixos no kobati em suas mãos.

Ainda estava inerte quando ouviu o telefone tocar.

Apressou-se em se levantar e seguir até o quarto, pegou o aparelho celular sobre o criado mudo e o atendeu.

— Moshimoshi — falou ela, e seus olhos se arregalaram ao ouvir a voz que respondeu. Toda a letargia que lhe acometia até então, evaporou-se. Encontrou-se  repentinamente alerta. Afastou o celular por um instante e visualizou a tela, estupefata. Logo aproximou o telefone da orelha outra vez e indagou — Otou-sama?

— Hai, Hinata. Sou eu — Respondeu Hyūga Hiashi.

Hinata ficou momentaneamente emudecida, confusa por seu pai a estar ligando. Apenas Kushina tinha o número do aparelho. Nem mesmo a própria Hinata sabia qual era, então como seu pai estava falando com ela?

Sentou-se na cama, quase como se houvesse caído ali, e revirou suas lembranças, tentando buscar algo que justificasse o contato dele.

— Está no Kōkyo? — Indagou ela, ao juntar as sobrancelhas, buscando confirmação às suas suposições — Kushina-sama está com o senhor?

Em Tóquio, assentado em frente à Kushina, Hiashi vislumbrou o nada. Seus olhos fixados em um ponto qualquer.

— Ela está aqui comigo, filha — O tom de voz dele soou neutro e a jovem moça ouviu o suspiro do pai através da linha telefônica. — Hinata, o que você tem feito desde que chegou à Nara?

Acuou-se.

Ela estranhou aquela pergunta e remexeu-se com incômodo, o estômago parecendo contorcer-se. A imperatriz havia lhe falado que Hiashi estava ciente de sua missão, mas Hinata não tinha conhecimento do quanto Kushina havia dito ao Hyūga sobre isso. No entanto, devido à pergunta, julgou que ele sabia muito. Considerou o questionamento dele e tentou entender o que o pai queria.

— Não entendo... Kushina-sama o disse o que estou fazendo aqui, certo? — Lançou ela, com respeito e a voz baixa.

Hiashi aparentava muita calma, o que não era incomum a ele. Todavia ela não conseguia deixar de se sentir receosa com aquilo. Soava-lhe estranho que o pai estivesse a contatando tão repentinamente.

— Hinata, você está aí há quase quatro meses. Não acha que já passou tempo demais para trazer Uzumaki-san até Tóquio? — O Hyūga foi incisivo ao dizer. — Eu não tinha a intenção de te apressar, mas está prolongando demais sua estadia em Nara. Pensei que você voltaria para casa mais depressa.

Hinata aspirou o ar com força.

Ela não soube o que dizer de presto. Em seu íntimo, reconhecia que o pai estava certo. Estava demorando demais em falar com Naruto. Mas... não sabia explicar o que lhe acometia quando tinha a oportunidade de contar a ele o que estava fazendo ali. Toda vez que se encontravam, ela parecia ser transportada a algum outro lugar. Os sentidos se confundiam e Hinata se dispersava. Ela se sentia tão à vontade que todo o resto parecia sumir. A convivência em Nara era tão agradável e tranquila que ela não conseguia se manter atenta. Perdia todas as chances de contar a Naruto o que necessitava por puro comodismo.

Ela apenas precisava dizer aquelas simples palavras.

“Você é o próximo imperador do Japão.”

E daí discorrer sobre toda a história que a levou até ali.

Então por quê? Por que hesitava tanto em falar? Por que sempre esquecia de dizer? E, quando lembrava, por que perdia a coragem?

Era tão covarde assim? Tão cômoda? Tão indecisa?

Dessa forma estava a tornar sua própria vida dificultosa, notou.

Ela suspirou profundamente. Deu-se conta de que seus olhos estavam molhados. De repente, parecia que uma grande carga de emoções caía sobre ela. Tudo que Hinata negligentemente jogou para o fundo de sua mente queria vir à tona e lhe afogar.

Voltou as vistas para cima, para o teto, e engoliu seco. Não choraria.

— Eu vou dizer a ele — ela respondeu. A voz saiu como um sopro, sem muita entonação. Apertou a barra da blusa com força moderada, demonstrando um certo traço de angústia. — Vou falar quem ele é e porque eu estou aqui. Vou contar sobre a Kushina-sama.

Apesar da exclamação, a própria Hinata não acreditou tanto assim na força delas. Sempre seria mais fácil falar a fazer.

E, após ela dizer, demorou pouquíssimos segundos até que houvesse resposta.

— Hinata, eu poderia deixá-la aí por quanto tempo julgasse necessário. Em algumas circunstâncias, isso poderia ter sido mais difícil. Uzumaki-san poderia estar em qualquer outro lugar do Japão ou fora e demoraria muito tempo até encontrá-lo, mas você possuía a vantagem de Kushina acreditar que Minato ainda vivia em Nara — O pai se mostrou compreensivo, ciente de que se deveria levar muitas coisas em consideração quando se estava a procurar encontrar e convencer alguém. Não obstante, ele quis saber dela — Levei tudo isso em consideração. Mas não acha que eu liguei agora por algum outro motivo?

Ela atentou-se ao ouvir isso.

Outro motivo?

Toda a sua demora, como Hiashi já havia bem pontuado, não era motivo o bastante para que ele a bronqueasse?

Hesitou.

Tentou buscar algo mais que pudesse motivar ou justificar o contato inesperado. Mas, em meio ao diálogo, foi incapaz de perceber ao que Hiashi se referia.

— Eu... não sei o que pensar sobre isso — Admitiu com vergonha. — Não entendo. Há algo além do meu atraso?

— Há! — Declarou. — Quem você é! — E, após uma pausa, acrescentou — Hyūga Hinata, da família Hyuuga, Hyuuga-hime, Hinata-hime. — Ele exprimiu alguns títulos que lhe poderiam ser atribuídos. Demorou alguns segundos para que ela compreendesse e Hiashi continuou a falar — Está sendo ingênua ao pensar que ninguém notaria sua ausência em quatro meses, Hinata. Você é reservada. Quase nunca é vista em público desde que concluiu o kōtōgakkō, mas, mesmo assim, é estranho que não tenha aparecido aqui em Tóquio durante as últimas semanas, principalmente quando estivemos reunidos. Seria ainda mais inusitado se a vissem andando por Nara diariamente como uma civil — Falou ele, explicando-a pormenores. — Entende o que eu quero dizer?

Hinata arfou.

Ela lembrou-se da transmissão de ano novo. Kushina, a família Uchiha e a família Hyūga no Kōkyo. Mas ela não estava lá. Lembrou-se de se sentir aliviada e afortunada por Naruto e sua família não costumarem assistir às transmissões de ano novo e, assim, não a associarem a sua família. Agora, porém, sentia-se boba por ter sido tão inocente.

Passou a mão livre pelos cabelos, emaranhando-os entre os dedos. Seus olhos levemente arregalados. Estava desacreditada. Como podia ser tão dispersa?

— Eu sou uma tola, otou-sama! — Ela murmurou, lamentando. — Sou uma tola ingênua.

Hinata sentiu-se insignificante. Alguém que não compreendia as coisas. A família Hyūga era conhecida em grande proporção em toda a Terra do Sol Nascente. Era quase absurdo que ninguém em Nara parecia ligá-la ao sobrenome com sua aparência. Constatou, também, que era ainda mais absurdo ela haver se adaptado tanto ao lugar a ponto de esquecer-se de coisas tão primárias quanto àquelas.

Vivendo e se relacionando com tantas pessoas, ela deveria cogitar que alguém a reconhecesse ou supusesse quem ela era, assim como Minato e Kakashi fizeram.

— Não quero que pense isso. O que quero que saiba é que a qualquer momento você pode ser surpreendida — Ele falou e admitiu — Você é minha filha, então é normal que eu me preocupe e, por isso, preciso confessar que tenho acompanhado seus passos. Acho que Kushina foi imprudente em delegar isso a você, mas acredito que vai conseguir. É verdade que já questionaram sobre sua ausência, mas é algo que foi rapidamente contornado.

— Otou-sama... — Ela murmurejou. Apertou os olhos e mordeu o canto dos lábios. Claro que Hiashi estaria a vigiando. Como podia haver pensado algo diferente? O pai estaria a protegendo como sempre fez. Hinata sempre se sentiria pequena diante dele. O Hyūga parecia sempre ver dois passos adiante dela. Mesmo assim, ela o disse —, eu quero fazer isso. Kushina-sama merece ter o filho ao lado dela e Naruto-san é um homem gentil. Tenho certeza de que será um bom governante algum dia — falou ela e aditou — Além disso, quero dar isso a Kushina-sama. Eu preciso fazer isso por ela.

E pelo Naruto-san também, ela quis completar.

Hiashi ponderou por breves instantes, antes de respondê-la.

— Eu só espero um retorno em breve. Além disso, não tenho nada mais a dizer — Avisou. — Quer falar com Kushina-san? Ela ainda tem alguns minutos disponíveis em sua agenda.

— Hai.

Ela somente pode aspirar o ar profundamente antes de Hiashi entregar o telefone.

— Moshimoshi, Hinata! — Kushina a cumprimentou e logo desatou a falar. — Peço que me perdoe por essa situação. Hiashi-san está certo. Eu me precipitei em enviar você assim até Nara.

A imperatriz massageou a têmpora.

— Kushina-sama, por favor, não diga isso — Pediu ela, quase suplicante. — Eu que estou falhando em fazer algo tão simples. Naruto-san é alguém maravilhoso, tenho certeza de que, não importa a reação inicial dele, ele vai querer conhecer a senhora, mas... eu não consegui dizer nada porque tenho medo. Tenho medo de que não me perdoem por me aproximar assim.

A voz de Hinata soou baixa e meio sem vida, quase como se estivesse prestes a chorar. Um tom de desespero podia ser notado ao fundo e Kushina sentiu-se mal por aquilo.

A imperatriz costuma levar em consideração que Hinata era boa e gentil demais. Kushina pensou que suas desconfianças estariam prejudicando a jovem Hyūga. A menina era como a filha que não teve. Hinata e ela possuíam um laço forte, uma cumplicidade sem tamanho. Às vezes, surpreendia-se ao notar o quão ligadas as duas estavam, o quanto significavam uma para a outra. O quanto conseguiam entender uma a outra. Ter feito o que fez, de maneira tão abrupta, a fazia enxergar-se como alguém incapaz de governar.

Diariamente, como imperatriz, era exposta a situações que lhe demandavam análises imparciais e definitivas. Kushina não podia colocar seus interesses como norte em suas decisões, mas o fez quando pediu à Hinata que buscasse Naruto.

Fora uma atitude que, agora, considerava tola, estúpida e emotiva. Ao pesar todo o contexto, a segurança de Hinata se colocava mais em risco do que a de Naruto atualmente. O sobrenome Hyūga possuía muito mais reconhecimento que o sobrenome Namikaze que Naruto carregava. Enquanto o filho de sangue poderia ir e vir despercebido em meio à multidão, a menina que considerava como filha, possuía destaque. Aonde quer que Hinata fosse, alguém poderia reconhecê-la.

Se não fosse a precaução de Hiashi, o que já não poderia ter se sucedido a menina?

— Eu poderia ter colocado sua vida em risco com um pedido egoísta, Hinata. Você consegue entender o que estou sentindo? Se você se acha tola por não conseguir dizer algo ao Naruto, pense o quanto estou me sentido tola por ter colocado você em uma situação como essa — A imperatriz falou. Embora suas palavras denotassem agressividade, Kushina as disse de modo pesado e culposo. Sua vontade de ter o filho ali, em meio aos medos que cultivava, fizeram-na ser como a mais tola entre os tolos. — Você é como uma filha para mim. É inadmissível que eu tenha colocado a vida de um filho em risco para buscar o outro. É inaceitável que um governante aja de modo precipitado e impensado como agi.

Kushina maquinou aquilo por dias em sua mente, nada lhe passava pela cabeça se não o filho. Não confiava em ninguém como em Hinata. Ao ter suas emoções lhe corroendo tão fortemente, agiu de maneira equivocada, sem considerar o exterior. Apesar de todo o tempo em que pensou sobre aquilo, seus sentimentos nublaram sua razão e isso a fez tomar uma atitude imprópria. Descabida.

Hiashi estava certo. Ela foi imprudente.

Como alguém em sua posição poderia ter feito aquilo? Como pode expor Hinata daquela maneira?

Não podia esperar que, sempre que agisse mal, alguém fosse remendando as falhas de suas decisões. Precisava ser capaz de conciliar suas emoções e trabalhar com a razão.

Kushina apertou os punhos, queria se bater.

 

NH

 

Naquela segunda-feira, Hinata seguiu cabisbaixa, mas esforçou-se em transparecer firmeza.

A verdade era que, de maneira subitânea, as coisas começaram a mudar.

Há quatro meses, ela estava em Tóquio ouvindo o pedido inusitado de Kushina para que a levasse o desconhecido filho, o filho que antes ninguém parecia saber que ela possuía. E ela se dispôs a ajudar a imperatriz. Instalou-se em Nara e, depois de alguns dias, soube sobre Naruto através das pessoas que conheceu ali.

Os dias haviam seguido e ela se via cada vez mais envolvida. Hinata não conseguia distinguir em que momento a sua vida havia se misturado à deles. Notava apenas que Naruto, Konohamaru e Shikamaru eram os três dos quais havia mais se aproximado e afeiçoado. Pessoas que ela, em tão pouco tempo, já considerava seus amigos de toda uma vida.

Agora, Hinata somente pensava em como tudo que deveria ter sido simples tornou-se complicado por ela ter sido medrosa. Ela sabia que quanto mais demorasse, mais pioraria tudo. No entanto, havia chegado em um ponto em que não era capaz de achar o momento certo para dizer. Todos pareciam bons e maus ao mesmo tempo e isso a deixava inerte.

Sua mente estava em confusão.

Hinata ia tirando e recolocando nas caixas correspondentes os livros que Kurenai, em frente ao computador, catalogava para serem utilizados no próximo período letivo.

Kakashi-sensei adentrou a biblioteca naquela hora, ainda cedo, pouco antes das aulas se iniciarem. Ele cumprimentou-a com um sorriso simpático e, sem fazer barulho, colocou uma caixa de acrílico sobre uma mesa próxima a elas.

— Hinata-san, ohayo! — Disse ele e balançou a cabeça na direção de Kurenai-san, para saudar a bibliotecária. Tornou a olhar para Hinata. — Lembra-se do que eu disse sábado? Bom, vim buscar alguns livros. A Kurenai-san já está sabendo.

— Ah... hai! — Ela exclamou, um tanto atordoada com a presença dele ali. Olhou para Kurenai e de volta para ele. Cria que, enquanto não realizasse sua missão, não conseguiria mais encarar Kakashi sem se sentir acuada. — Deixe que eu ajudo — Mesmo assim, ela resmungou ao seguir até a seção de literatura junto ao sensei.

— Encontrei Shikamaru-kun no festival depois daquela hora...  — Após algum tempo, Kakashi iniciou. — ele disse que não ia vir pela manhã durante algum tempo, só à tarde — Falou ele.

— É... ele comentou algo sobre estar estudando.

— Você parece meio desanimada.

Hinata encolheu os ombros, enquanto colocava meia dúzia de livros que havia retirado da estante na caixa. Kakashi balançou a cabeça, como se entendendo o que o gesto dela significava e questionou novamente:

— Está com medo?

Ela pausou por um momento e o fitou pelo canto dos olhos.

Certo. Ele verdadeiramente parecia querer iniciar um diálogo.

Hinata considerou as palavras dele no sábado e o questionamento de agora, ponderando entre eles. Demorou alguns instantes até que ela se pronunciasse, após respirar fundo.

— Eu deveria estar? — Rebateu baixo, em um murmurejar monótono.

Realmente, não estava mais se sentindo como no dia do festival. Sem Naruto ou Konohamaru ali e, depois de conversar com o pai, no dia anterior, ela acreditou que não devia ter medo de Kakashi. Ao dar-se conta disso, sentiu os ombros relaxarem um pouco, embora não se fizesse menos alerta em relação a ele.

— Eu acho que não.

Remexeu-se inquieta com o tom extremamente tranquilo do sensei.

— Então por que disse aquilo na frente do Konohamaru-kun? — Questionou ela, ainda em um resmungo, sem se conter em suas dúvidas.

Seus olhos percorreram o rosto do sensei de literatura. Kakashi tinha os olhos pretos tranquilos, seus traços estavam suaves, os lábios levemente curvados de uma maneira simpática. Não havia tensão nele.

Hinata estranhou.

— Apenas queria que soubesse que existem pessoas que sabem quem o Naruto é. E, também, quem você é. Embora eu acredite que seja mais fácil saber sobre você.

— Mais alguém aqui sabe sobre mim? — Ela quis saber, arqueando as sobrancelhas, apesar de não estar tão surpresa. Parecia bastante óbvio agora.

O sensei balançou a cabeça.

— Shikaku-san e Yoshino-san com certeza sabem — disse. — Sobre você e sobre o Naruto. Eles são amigos de longa data do Minato-sensei. Acredito que Shikamaru-kun suspeite de você. Não só ele, como outras pessoas que você conheceu aqui.

Hinata arregalou os olhos.

— Shikamaru-kun?

— Hai!

— Mas... ele nunca disse nada... — comentou, mas calou-se. Lembrando-se de alguns comentários que Shikamaru fazia vez ou outra.

— Provavelmente teria preguiça demais em lidar com a situação.

— Isso parece um pesadelo — ela murmurou.

— Sinto muito — disse por educação.

A verdade é que acharia, no mínimo, curioso alguém como Hinata estar ali em Nara se não soubesse sobre Naruto. Porém, mesmo tendo isso em vista, não deixava de achar que a situação dela parecia complicada.

Hinata balançou a cabeça. Mas nada mais disse.

 

 

Quando seu turno acabou, ela logo se despediu de Kurenai-san e seguiu até a saída.

Ainda no pátio da escola, avistou Konohamaru, Udon e Moegi ao longe. Eles aparentavam empolgação em meio à conversa, e Moegi-chan foi a única que a avistou, acenando de longe, gesto o qual Hinata correspondeu.

Ao chegar à entrada/saída da Nara Gakuen, Hinata avistou Shikamaru, que vinha para o seu turno, e Naruto, que estava ao lado do amigo, se aproximando. Ela parou de súbito, surpresa por ver ele ali.

— Hinata! — o nome dela saiu de modo natural pelos lábios de Naruto. O tom dele era agradável, gentil e cheio de vida, como já bem estava a se acostumar.

E ela arregalou os olhos, um tanto envergonhada com a animação presente nos olhos azuis.

— Naruto-san... shikamaru-kun... konnichiwa! — Saudou-os ela, apertando a bolsa contra o corpo.

As suas bochechas esquentaram em meio ao frio.

Shikamaru arqueou uma sobrancelha e passou a mão pela cabeça, passeando os dedos pelo cabelo preso no alto.

— Hinata... ettoo... eu já vou entrar. Está no meu horário... Hm, você... — O Nara olhou de Hinata para Naruto, ainda um tanto encabulado e constrangido por conta dos comentários de Temari durante o festival, e quis se esquivar do mau clima que imaginou existir entre eles. — bem... estou indo. Jaa ne!

Hinata acuou-se ao se ver a sós com Naruto. Reparou que ele estava bem agasalhado, com as mãos nos bolsos do casaco laranja, um cachecol listrado e um sorriso suave no rosto.

— Hm, está indo para casa? — Questionou Naruto a ela.

Hinata anuiu com a cabeça.

— Acabou meu turno  — disse ela e adicionou — Eu... vou indo... tenho que fazer algo para comer ainda.

— Ei! — Exclamou ele. Fora um tanto repentino e fizera Hinata estancar. Naruto coçou a bochecha, constrangido, e disse com simpatia — não quer comer algo comigo? Estava indo para casa agora também, mas... tem uma barraquinha de lámen aqui perto... a gente pode ir lá.

Hinata o olhou e sorriu pequeno, intentando recusar com educação.

Ela ajeitou o próprio cachecol quando afrouxou o aperto na bolsa.

— Eu adoraria.

Mas se traiu e seguiu ao lado dele, enquanto conversavam.

 


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, já quero desejar um feliz ano novo a todos!

Nem falo nada... Hinata, Hinata...
Essa tensão surgindo na vida dela...
Pessoal, não se preocupem! As coisas começarão a ganhar um pouco mais de ritmo agora. Ok?
Digam o que acharam! Vou responder aos comentários com muita alegria, tá bom! ^^
Postei 3 oneshots NaruHina esse mês (postei uma ontem, aliás!), se alguém quiser dar uma lida:
https://fanfiction.com.br/u/773079/



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