Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 4
Capítulo 3




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Capítulo 3

Dezembro de 1911

Quando eu cheguei a Columbus estava ansiosa para rever minha prima Esme, cumprimentei meus tios rapidamente e entrei direto no quarto dela:

— Oi prima, como você está? – tinha medo que ela estivesse muito mal, mas não estava. Só com a perna engessada.

— Carine! Eu estou bem prima. Melhor agora por vê-la, – a voz de Esme mudou um pouco, mas era esperado que ocorresse devido a adolescência. Quase me surpreende, faz tanto tempo que não a via. – e você como vai?

— Eu estou noiva! – fico tão feliz em poder contar uma notícia boa. Eu acho que é.

— Já?! – ela fica alegre, mas surpresa.

— Sim, mas vamos falar de você agora. Eu estou aqui para cuidar de você prima. O que aconteceu?

— Eu cai de uma árvore, mas isso você já deve saber – aceno afirmativamente. – Não me julgue doida, você melhor do que ninguém entende. Eu não fiz de propósito, mas valeu a pena.

— Esme! Como assim valeu a pena?

— Graças a esse acidente eu conheci um médico tão bom e tão lindo lá no hospital.

— Você ficou apaixonada por ele, prima? – entendi imediatamente.

— Sim, ele é divino. Você deveria ter visto. Acha que ele iria gostar de mim, prima?

— Certamente, você é muito meiga. Mas o que faz você pensar que ele viu você diferente de outros pacientes?

— Bem, isso eu não sei; se ele trata todos os pacientes do mesmo jeito, mas ele não ficou olhando para mim com uma expressão zangada e com censura como meus pais, a enfermeira e outros adultos.

— Todo médico é assim Esme, é parte da profissão.

— Deveria, mas nem todos são atenciosos. Eu fui outras vezes ao hospital e não fui tratada dessa maneira. Eu sei a diferença entre cuidado e atenção por dever e por devoção. Foi isso que senti dele.

— Talvez ele tenha mesmo paixão pelo que faz, não por você prima.

— Eu percebi como ele olhava para mim, quando nossos olhares se cruzavam ele desviava discretamente. Com outro paciente ele não ficaria tão envergonhado, tenho certeza.

— Pode ser Esme, mas ele é muito mais velho do que você.

— Nem tanto prima. Ele parece um pouco mais velho do que você. Deve ter 22 ou 23 anos.

— Talvez ele seja casado, Esme.

— Não acredito nisso. Ele não tinha nenhuma aliança no dedo, só um anel com o nome da família: Cullen.

— Ele pode ter tirado.

— Não creio. Então porque ele não teria tirado também o anel?

— Não sei... Esme Cullen.

Ambas rimos em cumplicidade.

— Você quer se casar já? Não é muito cedo - pergunto.

— Sim, estou pronta. Caso o Dr. venha me pedir para meu pai eu vou aceitar.

— Você não precisa se casar agora só porque eu vou. Eu sou mais velha do que você prima, eu tenho quase vinte anos. Já está na hora.

— Eu também posso pensar nisso, eu quero me casar com o Dr. Cullen. Minha mãe já me disse que tenho que começar a pensar no assunto.

— Isso quer dizer que você já é moca, prima?

— Sim, já posso ter filhos.

— Foi quando? Você nem me avisou... – finjo ficar magoada, e de certa forma estou mesmo.

 - Mamãe deve ter contado na carta, ela ficou tão contente com isso. Eu fiquei constrangida – Esme faz uma expressão envergonhada. – Aconteceu mês passado, alguns dias depois que eu cai da arvore. Mamãe ficou tão esfuziante que se nós tivéssemos condições acho que minha mãe publicaria no jornal até, para aumentar ainda mais meu vexame.

— Isso não é tão ruim prima, agora você pode ser mãe.

— Sei disso, seria bom se não tivesse que passar por isso todos os meses. Os homens são tão sortudos! Podem ter filhos mesmo sem ter que passar por isso.

— É verdade prima, mas eles não engravidam. Dizem que é tão bom sentir a criança se mexer dentro de você...

— Você vai poder sentir isso logo enquanto eu vou ter de esperar. Nem tenho noivo ainda.

— Tudo vai acontecer quando tem que acontecer Esme. São os desígnios de Deus. Tenho certeza que Ele reservou algo maravilho para você.

— Tomara. Mas na minha situação agora é muito vergonhoso passar por isso. Eu dependo completamente de outra pessoa. Não me sinto bem tendo que submeter outra pessoa a cuidar de mim. Eu não queria dar trabalho.

— Eu vou cuidar de você prima. Não importa quantas vezes for necessário, você sabe que eu estou aqui para você. Não é incomodo algum para mim.

— Obrigada prima.

— Disponha.

— Por outro lado, eu até me imagino segurando no colo um lindo bebê com os olhos dourados. Meus filhos seriam loirinhos com olhos dourados.

— Você disse olhos dourados Esme?

— Sim. Os olhos do Dr. Cullen eram castanho claro, uma cor que nunca vi; é muito marcante, e muito bonita ao mesmo tempo.

— Será que ele não é humano? – um arrepio percorre minha coluna.

 - Ele é um anjo, sei que é.

...XXX...

 

— Então você logo vai ter filhos prima? – Esme me pergunta.

— Primeiro nós vamos casar ano que vem, os filhos virão quando Deus quiser – se vierem, eu acho que não posso ser mãe. Eu sinto. Mas mesmo assim passo pelo fluxo todo mês, não sei por que.

— Tomara que eu fique boa logo para poder ir ao casamento.

— Não se preocupe com isso prima, vamos marcar a data só quando eu voltar.

— Ah. Devo então me concentrar em ficar boa logo para libertar você, não quero atrapalhar.

— Esme, você é tão linda! Você não atrapalharia jamais. Eu estou aqui porque gosto de você. Eu amo muito você, sabe disso. Eu tenho apenas irmãos e nenhuma irmã. Você é a irmã que Deus me deu.

— Você também é uma irmã para mim, Carine. Quando eu ficar boa quero ajudar a cuidar de meus sobrinhos.

— Obrigada Esme.

— Você cuidou de mim quando éramos crianças e agora de novo, só quero retribuir.

— Obrigada Esme, mas não fiz esperando nada em troca, fiz com prazer.

— Sei disso, eu vou cuidar das crianças e ensiná-las como fazia quando nós duas éramos pequenas.

Minha prima me dava aulas com um ‘quadro’ – na verdade um pedaço de madeira no galpão da fazenda - e fingia escrever nele, e eu sentada num banquinho fazia de conta que anotava num caderno tudo o que a professora passava.

...XXX...

 

Janeiro de 1912

— Quer dizer que aconteceu a primeira vez há pouco tempo, Esme?

— Sim faz duas semanas.

Então foi logo depois que você viu o médico bonito?!

— Foi; alguns dias após ele ter cuidado de mim. Ele despertou a mulher que havia dentro de mim.

— Prima, isso também aconteceu comigo há quatro anos, logo depois de eu ter visto meu futuro marido na escola. Eu pensava que ele nem iria me notar, afinal eu era apenas uma menina entre tantas garotas mais lindas do que eu. Ele era o principal jogador do time de futebol americano da escola. Eu lhe disse que ele é grande. Pois é, ele parece bravo, mas é um amor, um gentleman. Tudo mudou quando eu entrei para a torcida no ano seguinte... E então começamos a namorar.

— Parece que eu vou gostar de conhecê-lo. Ele parece um cara legal, se faz minha prima feliz, eu já gosto dele.

— Acho que vocês vão ser dar bem. E por falar em escola, você ainda quer ser professora, Esme?

— Sim. Eu não mudei de ideia mesmo depois que meu pai não aprovou quando eu contei para ele que queria ir para o Oeste dar aulas. Ele disse que filha dele não iria para o meio do mato e era muito perigoso e blá blá blá. Eu não disse isso para meus pais, mas alguém tem que ir. E se eu não puder enquanto eles estão vivos vou depois que eles se forem. Ele quer que eu fique aqui na fazenda. Tomara que meu marido não seja tão cruel e permita que eu vá. Ou que nos mudemos para lá.

— Só você tem a fazenda Esme, e isso não é bom? Você tem sorte de ser filha única, eu e meus irmãos teremos de dividir a herança de nossos pais.

Constrangida, Esme muda de assunto:

— Quanto tempo você vai poder ficar prima?

— Eu ficarei mais dois meses, mas posso ficar mais se precisar.

— Não quero que perca o noivado por minha causa.

— Se Daniel não puder esperar é porque não daria certo ficarmos juntos.

— Você parece tão segura prima.

— Sim, eu confio em meu noivo.

Arrumo a minha cama aqui no quarto com ela para ajudar Esme quando quiser ir ao banheiro.

— Que bom que você vai poder ficar tanto, temos muito para conversar. Ficamos muito tempo longe uma da outra.

— Eu também estou feliz por estar aqui Esme – beijo o topo da sua cabeça. – Estava sentindo muito sua falta. Papai nem precisou mandar, eu quis vir assim que soube.

— Eu também senti muito sua falta, prima. Obrigada por estar aqui.

— Por nada, Esme. Disponha. Pode contar comigo sempre que precisar, sabe disso.

— Eu sei. Boa noite Carine.

— Boa noite Esme.

Apago a luz do abajur e somente a luz do luar ilumina nosso quarto.

...XXX...


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