Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen
Capítulo 2
Novembro de 1911
Papai recebeu uma carta de meus tios:
— O que houve papai? – pergunto aflita ao ver sua expressão.
— Sua prima Esme caiu de uma árvore e quebrou a perna. Viu só? Era por isso que eu sempre briguei com vocês duas dizendo que escalar árvores era perigoso.
— Também acho. Não é coisa de menina – concorda mamãe.
— Eu já não subo mais em árvore desde que tinha 14 anos pai – eu quase cai, pois me desequilibrei. Então percebi que já estava muito crescida para essa brincadeira. Eu fiquei tão assustada naquele dia que nunca mais tentei novamente. – Eu posso ir visitá-la papai?
— Na verdade é isso mesmo que minha irmã pede. Ela precisa de sua ajuda para cuidar de Esme.
— Onde é que já se viu uma menina desse tamanho ainda precisar de cuidados?! Minha cunhada não é tão velha, mas não precisava passar por isso. Como minha sobrinha foi imprudente e estouvada!
— Eu quero ir, já estava com saudades. Eu cuidei de minha prima quando era pequena posso fazer isso de novo.
— Claro, vai treinando para quando tiver seus próprios filhos. Espero que logo, não quero ficar muito velha – diz minha mãe.
— Amanhã mesmo partiremos – avisa papai.
—Ainda bem que Daniel vem jantar conosco hoje e já explico tudo.
— Faça isso, filha.
Daniel é meu pretendente. Eu gosto dele e ele também e apaixonado por mim. Espero que entenda. É o primeiro obstáculo para o nosso amor, será um teste para ver se resiste e é mesmo forte.
...XXX...
A noite chega e enquanto ajudava mamãe a arrumar a mesa para o jantar, ouço a campainha tocar.
— Vá – minha mãe percebe como estou eufórica.
Vou atender a porta:
— Oi Daniel – digo ao abrir a porta.
— Oi querida – ele responde me entregando um buquê de rosas vermelhas ao entrar.
— Senhor John...
— Vamos jantar primeiro – responde papai que estava ajudando mamãe a terminar de por a mesa depois que sai para atender a porta.
Nossa empregada comunica minha mãe que a refeição já está pronta.
— O jantar está pronto – anuncia minha mãe nos convidando a sentarmos à mesa. Daniel puxa uma cadeira para mim e senta ao meu lado.
...XXX...
Quando terminamos a refeição, meu pretendente pede a palavra levantando a taça.
— Senhora o jantar estava ótimo, nunca provei comida tão saborosa - elogia.
— Obrigada.
— Senhor Clark, gostaria de pedir a mão da sua filha.
Papai olha de relance para mim para conferir se eu estou de acordo e consente:
— Sim, rapaz. Já considero você como meu filho.
— Obrigado senhor.
— Faça minha menina feliz, só o que eu peço, está bem?
— Sim, pode confiar.
Daniel segura minha mão e ficamos nos olhando:
— Podem se beijar – diz meu pai.
E é o que fazemos, meu noivo se inclina em minha direção e coloca os lábios nos meus.
Espero que ele também tome a iniciativa de se afastar. Não demora muito, pois não quer deixar uma má impressão para meus pais.
— Dany, eu preciso lhe contar algo.
— O que foi minha amada?
— Terei que ir cuidar da minha prima em Columbus. Ela quebrou a perna e precisa de ajuda para fazer tudo.
— Oh, mas é claro que eu vou permitir. Não quero que você tenha de escolher entre eu e sua família. Vai demorar muito?
— Não sei, acho que três meses.
— Tudo isso!
— Se tudo correr bem talvez fique menos tempo. Você sabe como eu adoro minha prima, eu lhe disse que cuidava dela quando era criança.
— Ah, sim. Eu lembro. O nome dela é Esme, não é?
— Sim, ela mesma.
— É claro que vou sentir muito sua falta, mas não vou impedir você de fazer o que precisa.
— Obrigada por ser tão compreensivo Dany. Eu te amo – lhe dou um beijo no rosto.
— Eu também amo muito você nenê.
O acompanho até o portão:
— Até amanhã querida.
— Até amanhã – aceno em despedida.
Após explicar tudo para meu noivo, ele foi muito compreensivo, um anjo como seu nome – preparamos tudo para partirmos no dia seguinte.
...XXX...
Daniel nos acompanha até a estação de trem:
— Vou sentir muito sua falta querida, mas sei que precisa ir.
— Eu vou voltar, eu prometo querido – respondo, ele parece meio bobo duvidando de mim. Ele não confia no que eu sinto por ele? Acha que vou conhecer alguém em Columbus e me apaixona perdidamente em pouco tempo? Nós estamos junto há tantos anos, ele deveria ter mais confiança, o que pensa que eu sou? Por quem me toma?
— Eu sei.
— Eu te amo Dany – reforço para ele e dou-lhe um beijo.
Algo muito ousado na época, pois só os homens deviam tomar a iniciativa. Sempre.
— Eu também te amo meu nenê.
Ele me abraça enquanto o trem apita mais uma vez avisando que está prestes a partir.
— Filha, vem – meu pai grita da janela.
Faço um sinal com a mão aberta indicando que já vou.
— Vá, diz Daniel - não perca a viagem. - Estarei esperando você voltar logo.
— Eu também vou contar os minutos para revê-lo.
— Não se apresse, querida. Demore o tempo que precisar para cuidar de sua prima.
Daniel pode estar seguro porque meus pais vão comigo e meu pai deu sua palavra.
— Vou ficar o quanto for necessário, mas espero que seja pouco tempo.
— Você adora sua prima Esme.
— Sim, mas quero voltar rápido para preparar nosso casamento.
— Não tenha pressa.
— Você não quer mais se casar comigo, querido?
— É claro que eu quero. Muito.
Nos beijamos mais uma vez e subo no carro que começava a andar. Meu noivo fica chocado ao ver, mas feliz que eu tenha conseguido.
— Se cuide, meu amor – ele recomenda.
— Até breve – grito para que ele me ouça apesar do apito do trem.
Sei que ele ouviu, pois me lançou um beijo que eu peguei no ar e coloquei minha mão sobre o coração.
...XXX...
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