Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 5
Capítulo 4




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Capítulo 4

Maio de 1912

A tragédia do naufrágio do Titanic em sua viagem inaugural também atingiu nossa família. Meu tio, irmão mais novo de papai, estava a bordo com sua esposa e sua filha.

Me lembro vagamente de um dia estar brincando com ela e com Esme na fazenda de meus tios em Columbus há dez anos antes de se mudarem para a Inglaterra para tentar a vida por lá. Acho que não deu certo e por isso estavam voltando para a América.

Mas para meu pai a perda foi muito mais impactante do que para mim. Ele tinha apenas dois irmãos, meu tio e minha tia, mãe de Esme. Agora só tem a irmã.

...XXX...

 

1921

Um dia de repente Esme aparece na porta de minha casa:

— Esme! – exclamo ao vê-la esbaforida. Eu estou atônita com a visita inesperada mas bem-vinda.

— Carine, por favor, me ajude.

— É claro que sim prima, o que houve?

— Eu ainda não posso explicar... por favor, me ajude!

Eu sabia tudo o que Charles fazia com Esme, ela me contou nas cartas que nós trocávamos.

— Foi Charles? O que ele fez dessa vez? – percebo que foi muito grave pois fez até minha prima fugir de casa.

Esme assente com um pequeno gesto.

— Esme, o que foi prima?

Trago ela para dentro e ajudo a se sentar numa cadeira na sala e peço que a empregada busque um copo de água com açúcar na cozinha.

Ela bebe a água sofregamente.

— Pode me contar tudo. O que aquele crápula fez dessa vez?

— Ele... Meus pais não quiseram me ajudar da outra vez que eu pedi socorro para eles, então sei que agora não poderia contar com eles. Por isso vim até aqui procurá-la prima. Espero que não me mande embora também. Não quero voltar. Por favor não faça isso comigo.

— Esme, acalme-se. Eu jamais te mandaria de volta para aquele canalha. Mas o que foi que ele fez agora?

— Você sabe como Charles me maltrata, mas dessa vez foi longe demais não posso permitir que ele faça mal a outra pessoa.

— Você tem um amante, prima?

— Não! – ela fica indignada que eu tenha pensado nisso, mas mesmo se ela tivesse não a recriminaria, nesse caso seria compreensível. Além do mais Esme merece coisa melhor do que aquele monstro travestido de humano. – Nem teria como. Charles me mantém presa em casa. Só posso sair quando ele permite. Só consegui sair hoje porque ontem ele voltou para casa bêbado e esqueceu de fechar a porta.

— Você pode ficar aqui em casa, só espero que Charles não a descubra aqui.

— Eu também, não quero que ele faça mal a vocês por minha causa.

— Esme, vou protegê-la sempre. Mesmo que seus pais não vejam o que está acontecendo.

— Na verdade minha mãe me ajudou a vir para cá. Ela sabe onde estou.

— Mas porque você fugiu Esme? – o fato de Charles mantê-la trancada já seria mais do que suficiente, mas eu pressinto que tem mais.

— Eu acho que dessa vez... Meu marido foi para a guerra , eu queria que ele tivesse morrido, Deus que me perdoe, porque ele me batia e estuprava quase todos os dias, mas ele voltou. A princípio parecia melhor, mas depois foi ainda pior. Eu pensava que não poderia piorar, mas ele conseguiu ser ainda mais perverso do que era comigo antes de ter ido para a Europa.

— Ninguém deveria tratar outra pessoa assim, ainda mais aquele que deveria amá-la. Você não merecia isso.

— Obrigada por ser tão compreensiva e me acolher prima. Você é um anjo na minha vida.

— Obrigada Esme, faço o que posso. É o mínimo que posso fazer para ajudá-la. É meu dever. Sou sua irmã mais velha. Não de sangue, mas de criação.

— Carine eu tenho medo pela nossa segurança, se meu ex marido me encontrar ele vai nos matar – a mão dela desce e afaga o abdômen como se o protegesse.

Eu pensei que ela falasse de mim e de meu marido quando mencionou que Charles poderia nos matar, também é, mas ela está esperando um filho daquele cretino abusador. Charles não merecia ser pai, ele não podia ter feito isso com Esme. Por que Deus não fez com que ele fosse estéril? Claro que Esme merece sim ser mãe, mas não dessa forma. Deveria ser fruto de uma noite de amor com o homem que ela ama – o Dr. Cullen – não com esse maledetto (amaldiçoado em italiano) miserável.

— Esme você está grávida?

— Sim prima eu acho que estou. Eu sinto dentro de mim algo diferente. Foi por isso que escapei, não posso permitir que Charles faça mal ao nosso filho. Mesmo que tenha que proteger do próprio pai eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance. Agora não é só por mim, mas também pelo bebê. Nenhuma criança merece apanhar ou ver o pai agredir a própria mãe. Aquela casa não é um ambiente para um bebê crescer.

— Você está coberta de razão Esme. Eu vou fazer de tudo para proteger meu sobrinho.

— Carine, quer ser a madrinha de meu filho?

— Oh Esme, aceito. Quanta honra! Obrigada. Você acha que meus tios não seriam capazes de protegê-la, mesmo sabendo da gravidez?

— Papai não sabe ainda, tenho certeza que vai saber quando Charles acordar e não me encontrar em casa. Ele vai gritar e poderemos ouvir daqui até. Eu passei em casa antes de vir para cá e mamãe me ajudou a fugir. Ela também não quer que nada de mal aconteça com seu neto/a.

— Pode ficar tranquila prima, aqui você está segura e terá sossego para ter seu bebê.

— Obrigada Carine.

— Disponha Esme.

...XXX...


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