Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 17
Epílogo 2




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Epilogo 2

Ashland, Oregon – 25 de janeiro de 1926

PDV da autora

Esme decidiu voltar para visitar sua ex-aluna. Agora ela considera que é mais seguro se aproximar de uma humana, pois não é mais uma vampira recém-criada sedenta por sangue. Mas só por garantia pede para Carlisle ir junto para ele intervir se for necessário, porque ela não quer machucar sua querida ‘filha’.

Carolina estava se preparando para dormir quando percebe alguém no quarto. Antes que pudesse gritar por socorro identifica quem é e sua atitude de pavor a principio se torna de carinho e saudade:

— Tia Anne! – diz eufórica.

A jovem fica tão feliz que faz menção de abraçar, mas esta faz um gesto para detê-la. Com afeto para não magoa-la.

— Querida, eu também estou contente em vê-la. Senti muito sua falta e por isso vim. Fico feliz em saber que Mary adotou você.

— Sim. Meu pai passou dos limites e , só porque eu esqueci de lavar a louça, não sei se foi isso ou o motivo, mas ele nem quis saber, me arrastou pelos cabelos na rua sem se importar quem veria. Para ele o público seria outro vexame para mim, mas ele estava enganado. O delegado presenciou tudo e prendeu-o me tirou dele.

— Oh!

— Não fique assim tia, já estou bem. Não foi tão ruim para mim como ele queria. Foi pior para ele.

— Você não merecia, sweetie.

— Já passou, Agradeço por Mary ter me adotado, como você sabia que iria. Você  me deixou em boas mãos, eu não estou magoada com você por ter sumido.

— Está tudo bem mesmo querida? Me perdoe por ter abandonado você. Eu não deveria ter feito isso, você confiava tanto em mim.

— Tudo bem Anne eu entendo o que aconteceu. Não há o que perdoar.

— O que disseram para você sobre o que eu fiz?

— Mary me contou tudo, foi totalmente franca e não me escondeu nada. Ela disse que você pulou do penhasco quando encontrou seu filho morto um dia. Sinto muito, eu entendo, deve ter sido muito difícil.

— Sim, às vezes ainda é, mesmo que meu marido e minha família me ajudem a superar, ainda vai levar algum tempo.

— Oh tia Anne! – a menina estica as mãos como se fosse afagar o rosto da vampira mesmo de longe.

— Meu nome verdadeiro é Esme.

— Por que você mentiu tia?

— Eu não menti, meu segundo nome é mesmo Anne. Na verdade eu só usei meu segundo nome, eu me chamo Esme Anne (Platt Cullen).

— Que nome bonito! Eu só tenho um nome. Mas porque você não usou seu primeiro nome Esme?

— Pois eu estava fugindo e não queria ser encontrada.

— Fugindo de quem? Qual motivo?

— De meu ex marido, ele era muito violento. Eu sai de casa em Columbus, Ohio, porque ele me agredia quase todos os dis.

— Ninguém da sua família lá poderia ajudá-la.

— Eu fiquei algum tempo na casa de minha prima em Wisconsin.

Caroline imagina quanto a professora viajou, ela praticamente atravessou o pais!

— Você não teve medo de vir para cá Esme?

— Não. Eu estava esperançosa. Eu sempre quis ser professora desde que era criança.

— Porque você não ficou na casa de seus primos?

— Meu ex marido, Charles, descobriu onde eu estava e quase conseguiu me pegar. Foi por pouco que eu pude sair. Então eu decidi ir para longe, muito longe, onde ninguém imaginaria nem sequer desconfiaria que eu fosse me refugiar. E realmente eu fui muito feliz aqui, tive a sorte de conhecer pessoas tão maravilhosas como você e Mary que me acolheram sem saber de onde eu vinha. Sem fazer qualquer questionamento me receberam de braços abertos.

— Você também é uma pessoa maravilhosa Esme, você nos retribui tudo que fizemos. Não foi sem reconhecimento.

— Obrigada sweetie.

— Mas como você estava grávida.

— Você já sabe como isso acontece?

— Sim eu sou uma moçinha já. Mary me explicou o que acontece quando um homem e uma mulher se amam eles fazem amor e um filho.

— Sim, é assim que deveria ser. Mas infelizmente no meu caso não foi desse jeito. Meu ex marido me engravidou a força. Sem meu consentimento.

— Ah!

— Alguns homens fazem assim. As mulheres são para eles apenas objetos sexuais. Mas hoje não é assim e meu atual marido me respeita. Não tenha medo de se casar, filha, nem todos os homens são perversos.

— Não entendo porque precisam fazer isso, não há nenhuma gloria em fazer isso. Vencer o mais fraco é covardia!

— Eu sei o que você viveu.

— Entendo você tanto Esme.

— Eu não queria que você tivesse passado por algo parecido.

— Mas e seus pais não ajudaram você?

— Eu recorri a eles uma vez que meu ex marido me bateu, mas eles me mandaram de volta. Isso era normal, era culpa minha por ter apanhado. Eu não era uma boa esposa, se fosse Charles não teria me batido. Meus pais não pensavam que ele me agrediu porque quis, a culpa ainda era minha eu não o satisfiz.

— Que horrível! Você pensa que pode contar com seus pais e eles fazem isso com você! Sei bem como é.

— Então foi por isso que eu não pedi para eles socorro quando eu descobri que estava grávida. Fui para a casa de minha irmã em Milwaukee. Por meu bebê, eu resolvi lutar por nossas vidas. Meu filho merecia ter o direito de nascer, o que eu duvido que Charles permitiria, mesmo sendo seu filho. Meu ex marido não me deixaria em paz durante a gestação. Por isso eu fugi para protegê-lo do próprio pai. No começo eu não sabia se o bebê seria ele ou ela, escapei temendo que se fosse menina Charles fizesse com ela o que fazia comigo. Mas infelizmente Collin morreu poucos dias depois de nascer, o coitadinho. Isso me destruiu.

— O que aconteceu depois Esme? Você não foi embora, nunca acreditei nisso, foi?

— Eu não suportei e pulei no abismo tentando me suicidar. Eu esperava rever meu filho. Não aceitava, não era justo, eu não entendia porque meu bebê foi arrancado de meus braços dessa maneira. Ele viveu tão pouco, ele não merecia, eu não merecia!

— Você não morreu? – Carolina fica confusa.

— Não exatamente. Eu cheguei bem perto de consegui o que eu queria.

— Então como você está aqui?

— Bem, eu não quero assustá-la, mas meu atual marido que era o médico daqui do hospital percebeu que eu estava quase morta e me transformou em vampira.

Carolina que estava sentada na cama levanta e dá um pulo para trás ao ouvir a revelação:

— Vampira!  - ela repete refletindo no que ouviu.

— Não tenha medo querida.

— Você é uma vampira?! – exclama a adolescente ainda andando de costas até chegar na parede. Isso não impediria se Esme quisesse fazer mal para ela.

‘O que será que ela quer de mim?’ pensa a garota, ‘meu sangue? Só pode ser isso. Mas se ela realmente queria fazer isso poderia ter me atacado assim que eu entrei no quarto e antes de saber que era ela. Ela é a mesma quando a conheci há alguns anos. Esme continua a mesma só é agora vampira.’

— Acredite em mim, não há outra explicação para eu estar viva quando não deveria. Eu não poderia mais. Eu também demorei para acreditar mas é a única explicação para eu estar aqui, falado com você.

— Esme, você não quer me prejudicar – Carol diz voltando para perto da cama.

— Não sweetie, jamais faria qualquer mal a você.

— Então o que a deteve?

— Eu não estou com sede. Não colocaria você em risco se eu não tivesse certeza de que posso estar perto de você. Por isso eu não vim antes. Além disso, meu marido está lá fora e poderia intervir caso precisasse.

— Tudo isso por mim, Esme – a menina fica emocionada e lágrimas afloram em seus olhos.

— Não chore, meu amor. Eu te amo porque sou muito amada.

— Você sempre se importou comigo muito mais do que qualquer pessoa, Esme.

— Oh querida, obrigada! Aposto que Mary também te ama muito.

— Verdade. Eu senti muito sua falta mãe.

— Eu também senti muito sua falta filha.

— Você não é má, Esme. Não é como os vampiros das lendas que eu ouvi.

— Nos esforçamos para ser bons.

— Nos? Tem mais?

— Sim, agora eu tenho uma família. marido e filho.

— Os dois também são vampiros e estão aqui com você?

— Sim, eles são vampiros. Só meu marido veio comigo porque eu pedi. Foi ele que me transformou.

— Qual o nome dele?

— Meu marido se chama Carlisle, mas a maioria das pessoas o conhece por Dr. Cullen.

— Eu não preciso convidá-lo para entrar como nas lendas, não é?

— Não; ele ficou lá fora porque quis me dar certa privacidade com você. Eu entrei sem pedir licença, desculpe.

— Tudo bem, sua visita é muito bem vinda!

— Ainda bem que você não levou um susto. Eu deveria ter entrado de outra maneira.

— Por que você não chegou pela sala? Mary, mamãe, iria gostar muito de revê-la.

— Para ela eu estou morta.

— Eu sei disso. Mesmo assim eu nunca acreditei, iria ter esperança até meu ultimo dia. Se ela a visse seria uma forma de ela ver que você está viva.

— Podemos dizer que estou mais ou menos. Eu sou uma morta-viva. Você não tem medo de estar comigo?

— Porque eu deveria? Eu amava você quando estava viva, continuo amando. Não deixamos de gostar só porque a pessoa morreu.

— As pessoas sentem instintivamente medo perto de nós e agora eu não sou mais da sua espécie. Mesmo se eu ainda fosse humana, mortos estão de um lado e vivos do outro. Não podem se relacionar. Ou não deveriam.

— Você mesma é a prova de que isso não é verdade. Você é morta-viva. Você acha que eu teria nojo de você agora porque você é um defunto, um cadáver?

— Exatamente.

— Nunca tive medo de cemitério. Para mim é um lugar santo onde os mortos descansam em paz. E você não é como um zumbi, seu cheiro é agradável.

— Obrigada querida, isso faz parte de nosso poder de atração. E você tem medo de fantasma?

— Tenho um pouco de medo, mas eu creio que Deus pode me afastar dos maus.

— Nós somos seres entre fantasma e demônio. – Esme muda de assunto de repente. - Quer conhecer meu marido?

— Claro que quero, ele deve ser muito legal pelo modo como você fala dele.

— Você percebeu?

— Sim. Quero encontrar um dia um marido assim que eu ame.

— Creio que você vai, pois você é uma menina encantadora e merece ser feliz.

— Você também merece tudo de bom Esme. Pode entrar Dr. – convida a jovem.

— Com licença – Carlisle diz ao aparecer.

— Uau! Seu marido é muito bonito tia – Carol comenta deslumbrada.

Esme sorri ao ouvir as palavras e mais ainda por escutar a reação do coração da garota.

— Obrigada.

— Obrigado criança – agradece, mas ele certamente sabe o poder que tem sua aparência.

— Ele parece um anjo. Você também está linda tia. Não parece muito diferente da última vez que a vi cinco anos atrás.

— É porque nós não mudamos depois que somos transformados.

— Desculpe tia, mas quantos anos você tem?

— Não precisa se desculpar por nada, eu tinha 26 anos quando você me conheceu. Nasci em 1895, deveria ter 30 anos.

— E você ‘Carlaio’, posso chamá-lo assim, não?

— Claro que pode. Eu tenho 23 anos, eu acho, um pouco mais ou um pouco menos. O tempo não era marcado muito precisamente em 1640, só sei que foi pouco antes do governo de Cromwell.

— Você tem mais de 270 anos! – ela fica mais admirada ainda.

— Sim.

— Uau!

— Eu nasci em Londres.

— Ah, percebi que você tem um leve sotaque, pensei que fosse de outro estado dos EUA, mas não importa.

— Nós três somos de lugares diferentes – diz Esme.

— Sim, eu percebi que você também tinha outro jeito de falar quando chegou aqui.

— Você sempre foi e continua sendo uma menina maravilhosa – a vampira toca o queixo da garota com a ponta dos dedos. Um gesto que ela queria fazer há muito tempo.

— Gelado! – exclama Carol.

— E por isso que não podemos ficar perto das pessoas, entre outros motivos. Eles perceberiam nossa temperatura incomum.

— Não quer dizer que eu não gostei Esme, não me interprete mal, eu não estou acostumada com isso, mas posso me adaptar. É bom sentir você. Isso a torna mais real.

— Ah! Você ainda duvidava que estava mesmo me vendo.

— Poderia ser uma alucinação.

— Você não inventaria tanto assim.

— Bom, talvez. Você sabe que eu sou bem inteligente tia. Você foi minha professora lembra?

— Sim, jamais vou esquecer. Você foi uma das melhores pessoas que eu já conheci.

— Esme, se você quiser posso ir morar com você.

— Não quero tirar você daqui, só queria que você soubesse que estou bem.

— Ah Esme, obrigada por tanta consideração.

— De nada, meu bem.

— Os humanos perceberiam que não envelhecemos se ficássemos aqui com você. Não podemos. Por isso temos que nos mudar a cada pouco tempo. Agora moramos perto de Seattle e decidimos vir.

— Temos que ficar longe das pessoas também porque podemos sentir o cheiro de sangue humano e ficar tentados. Nós não queremos machucar ninguém – emenda Esme.

— Então vocês se alimentam de que? – Carol indaga.

— De sangue animal. (os humanos são animais também) Caçamos cervos, alces, ursos, pumas... etc., para sobreviver – diz Carlisle.

— Como?

— Não com armas como os humanos, temos as nossas próprias, digamos, ‘armas’. Somos rápidos e fortes – detalha Esme para que a menina entenda.

— Então vocês são indestrutíveis? As estacas e alho e cruz e água benta não funcionam?

— Tudo isso que você citou é mito – esclarece Carlisle. – Nenhum humano conseguiria se aproximar de nós para conseguir nos ferir. De um ponto de vista humano somos imortais.

— O sol não faz vocês virarem cinzas?

— Na verdade brilhamos na luz – ilustra Esme acendendo a luz do abajur direto em seu braço que brilha um pouco iluminado pela claridade. – No sol é muito chamativo, por isso moramos em locais menos ensolarados ou não saímos quando o dia está limpo. Agora moramos no estado de Washington, aqui perto.

— Ah! – exclama Carol fascinada.

— Eu também pensava que poderia fazer alguma coisa contra vampiros, mas estava muito enganado – continua Carlisle. – Vocês não podem sequer nos afetar, muito menos destruir. Eu aprendi isso da pior maneira. Eu fui encarregado pelo meu pai de caçar monstros, vampiros e bruxas e encontrei um grupo de verdade escondido nos esgotos da cidade e saindo a noite para caçar. Foi também culpa minha, eu não deveria ter procurado monstros reais, eu queria mostrar que eu podia denunciar, que eu conseguia ser tão bom quanto meu pai queria... No meio da confusão o vampiro veio para cima de mim.

— Você foi atacado?

— Sim, mas o velho vampiro teve que me deixar ao ver os outros que se aproximavam. Ele precisava escapar e por isso me largou. Eu me arrastei até um galpão e me escondi entre batatas podres durante a transformação.

— Demora muito?

— O processo costuma levar de dois a três dias. Depende da posição da mordida perto do coração ou não e da quantidade de veneno que infecta a corrente sanguínea e percorre o sistema circulatório modificando todo o corpo da pessoa. Eu demorei mais porque não era intenção do velho vampiro me transformar, foi por acaso que ele me soltou rápido.

— O que aconteceu depois?

— Assim que eu percebi no que tinha me transformado fiquei com muito receio do que eu poderia fazer, horrorizado. Eu não queria machucar ninguém. Eu sabia que não poderia voltar para casa porque meu pai iria queimar tudo que o monstro tocou (mais tarde soube que eles estavam certos da forma com que deveríamos ser mortos). Eu não queria ter que matar para viver, se era isso que eu precisava fazer, preferia morrer a tirar a vida de alguém. Por isso me afastei da cidade, fugindo da população humana insuspeita. Nadei até a França...

— Você atravessou a nado o Canal da Mancha?!

Esme lembra da aula de geografia em que estudamos a Grã-Bretanha e não fica surpresa de que a menina também se lembre.

— A distância não é tão grande, as pessoas fazem isso também.

— É, mas pareceu mais espetacular no contexto. Mas por favor continue.

— Nós somos bons nadadores... Eu tentei me matar de diversas formas, mas não é tão fácil quanto para vocês humanos. – olha brevemente para Esme. – Tentei morrer de fome (inanição) mas não consegui. Sabia que minha força de vontade estava ficando cada vez menor e que eu corria risco ficando próximo a seres humanos. Eu não sabia quanto tempo mais eu poderia aguentar e resolvi não arriscar. Por isso me escondi em uma floresta, dentro de uma caverna, para não machucar nenhuma pessoa quando não conseguisse mais evitar. Eu queria morrer, mas algo me dizia que assim não conseguiria.

‘Então um dia aconteceu, quando um rebanho de alces passava pela entrada da caverna e eu senti o cheiro não aguentei e ataquei todos eles, tão sedento que eu estava. Foi então que eu descobri que não precisava atacar humanos para sobreviver, o sangue animal também funciona. Eu poderia viver sem ser o mostro horrível que eu temia ter me tornado.

 - Uau, que história!

— Nós chamamos essa dieta de vegetariana, pois a maioria dos vampiros atacam sim as pessoas para beber seu sangue. Eles não entendem porque nós lutamos contra nossa natureza e nos esforçamos para não machucar ninguém. Pensam que somos fracos por escolher viver assim – Esme esclarece.

— Eu não acho; pelo contrário, deve ser preciso muito autocontrole para conseguir viver dessa maneira pacífica.

— Obrigada sweetie.

— Obrigado criança. Mas é muito gratificante para nós viver desse modo por isso não vamos desistir – Carlisle pensa assim, mas acredita falar por eles três.

— Quando vocês dois se conheceram? Não foi em 1921 a primeira vez, foi?

— Certo, você é bem esperta – Esme olha para o marido como que dizendo que já sabia que ela era observadora.

— Nós nos encontramos a primeira vez em 1911, querida – relata Esme.

— O ano em que eu nasci!

— Eu não sabia disso, mas acho que deveria ter imaginado pela sua idade. Eu tinha naquela época quase a mesma idade que você tem agora – Esme segura as mãos de Carol entre as suas. A menina não sente medo porque esperou tanto por esse dia.

Os olhos dela são tão dourados e hipnotizante que mal consegue desviar a atenção. Carlisle prossegue:

— Esme tinha caído de uma árvore e quebrado a perna...

— Eu também gostava muito de subir em uma árvore quando era criança.

— Eu era médico lá em Columbus e cuidei dela.

— Você é médico?! Um vampiro-médico, como isso é possível? Por que você escolheu essa profissão, não é difícil?

— Sim, mas eu sempre quis, mas meu pai não permitiu. Ele queria que eu fosse pastor como ele e cuidasse da congregação depois que ele morresse. Porém meu sacerdócio é a medicina, eu encontrei paz lá no hospital. Não acho que seria certo entrar em uma igreja agora que sou um vampiro... Acredito em Deus e faço o bem, tenho religião, mas não sigo nenhuma igreja.

‘ Eu consegui depois de séculos de prática. Jamais colocaria a vida de nenhum ser humano em risco se eu não tivesse certeza absoluta de que sou capaz de suportar a tentação provocada em nossa espécie pelo cheiro de sangue. Agora é para mim mais uma ferramenta de diagnóstico. Eu me sinto bem em poder usar minhas habilidades para salvar pessoas que morreriam se não fosse por minha causa.

— Você é uma pessoa admirável Carlisle! Que orgulho saber que alguém como você existe!

— Antigamente deram o nome de Stregoni Benefici para meu marido. E ele é mesmo o que significa – expõe Esme. – Agora você precisa dormir, querida - aconselha.

— Vocês não dormem em caixões como os vampiros nas lendas?

— Não, não precisamos descansar.

— Nunca?

— Nunca.

— Vou ver você de novo?

— Tenho certeza que vamos nos encontrar no futuro – Esme sabe que nessa vida não, pois quer deixar Carolina viver. Mas em outra encarnação sabe que vai reencontrá-la. Ela sabe disso agora que faz parte desse mundo sobrenatural.

A menina deita na cama e Esme beija sua testa:

— Boa noite filha!

— Boa noite mamãe!

— Boa noite criança!

— Boa noite papai!

Carlisle sorri ao ouvir Carolina chamá-lo assim, mais tarde Esme explica que a menina não tem mais pai e nunca pode chamar o pai biológico assim. Ele batia na filha e não a amava.

Ela boceja devido ao sono e logo fecha os olhos. Os dois vampiros ficam mais um pouco e a observam até terem certeza que a garota dormiu. Amanhã talvez ela pense que foi apenas um sonho. Carolina está com o coração leve e em paz agora que soube do que aconteceu com ‘tia Anne’.

...XXX...

 

Logo depois de saírem da casa de Carolina, Esme e Carlisle foram até o cemitério visitar o túmulo do filho dela. Eles não têm dificuldade em entrar, pois o local não possui grades, e não demoram para a encontrar o lugar onde o bebê esta enterrado.

...XXX...

 

Anos depois Carolina se casa com um inglês e vai morar na Inglaterra.

...XXX...


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