Esme's sister escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 16
Epílogo 1




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Epilogo 1

Milwaukee, Wisconsin - Maio de 1923

PDV da autora

Um dia de manhã ao acordar e levantar rapidamente Carine sente uma vertigem e Daniel ampara a esposa antes que ela se machuque:

— Oooo! – ela exclama.

Carine nunca teve um bom senso de equilíbrio, não podia dançar exatamente por causa disso, mas gostava de ver os outros e apreciava sua capacidade de coordenação motora.

— O que foi isso querida? – indaga.

— Não sei, eu senti uma tontura forte. Mas já passou.

— Será que finalmente nós conseguimos?

— Não, acho que não vamos mais conseguir. Eu não tenho mais fluxo há cinco meses. Acho que estou na menopausa.

— Com 32 anos? Não acredito que ainda não.

— Você realmente gostaria que eu estivesse grávida?

— Claro que sim querida! Nós dois sempre esperamos muito por isso. Não diga que você não quer.

— Claro que também gostaria, mas eu não quero me iludir criando falsas expectativas. Nem quero que você se decepcione mais uma vez. Você sabe que já passamos por isso dezenas de vezes. Minhas regras são irregulares, não dá para contar com esse sintoma para prever se estou mesmo esperando um bebê. Eu sei que ainda é um pouco cedo, mas talvez eu tenha mesmo uma menopausa precoce. Eu percebi que minhas regras foram ficando cada vez mais espaçadas...

— Querida, não desista ainda. Eu acredito que vamos ter um filho ainda – Daniel envolve a mulher pela cintura quando sente um movimento.

Os dois se entreolham atônitos a compreensão pouco a pouco inunda Carine e seus olhos ficam marejados de lágrimas devido a emoção:

— Sentiu? – pergunta Daniel.

Obviamente ela sentiu muito mais do que ele pois ocorreu dentro dela:

— Sim, querido. É um milagre. Então talvez eu esteja com aproximadamente 4 meses.

— E você achava que não iríamos ter filhos! Mas já está aqui, silencioso mas presente. Nosso presente!

— Oh! Se for menina quero que se chame Esme, tudo bem querido?

— Claro! Você terá o maior trabalho, deve poder escolher os nomes.

— Só se você concordar Danny. Se não fosse por você ele ou ela não existiria.

— É verdade. Mas qualquer nome que você escolher está ótimo para mim.

— Obrigada, meu amor.

— E se for menino.

— Eu gosto de Miguel (Michel) e William. Que tal Miguel William Smith?

— Perfeito.

— Mas acho que vai ser Esme Anne Smith.

Daniel beija a barriga da esposa.

— Papai ama muito você - ele diz admirado.

Carine sorri ao ver como o marido já está encantado pela filha e ficará muito mais depois que ela nascer. Ele será um excelente pai.

...XXX...

 

19 de Outubro de 1923

Após uma gestação complicada e difícil – Carine não podia sair do quarto de jeito nenhum, nem sequer levantar para ir ao banheiro por ordens do médico – chegou o dia em que estava previsto o nascimento de Esme.

A mãe de Carine, uma parteira e Daniel vão assistir ao parto. Ela fez questão de que o marido permanecesse com ela. Tanto insistiu que permitiram. Não faria sentido deixar ele longe agora que era o principal momento. Daniel merecia estar presente quando a filha deles nascesse. Ele tanto quanto ela a fez e tem o direito de ficar.

Carine segura a mão do marido.

— Fique comigo querido, por favor – ela implora.

— Claro que eu vou ficar aqui, querida. Vou onde você pedir.

— Ela é nossa filha. É tanto minha como sua.

— Daniel não precisa passar por isso filha – intercede a sogra dele.

— Só porque ele é homem não deveria ficar? Não é certo. Ahhhhhhhhhhhhhhh – Carine ofega e logo recupera o fôlego. – Por favor deixem meu marido ficar.

— Não vejo problema nenhum – diz a parteira.

— Obrigada - ela agradece.  

— Eu quero ficar, minha esposa precisa de mim, não vou abandoná-la  agora - diz Daniel.

— A presença dele pode até nos ajudar. Ele é o pai, não tem nada que já não tenha visto.

— Ele só não merecia ver desse jeito – retruca a senhora.

— Não tem problema, eu permito. Ahhhhhhhhhhhh – diz Carine.

— Eu estou aqui, meu amor. Vai dar tudo certo. Você vai conseguir. Amanhã teremos a nossa princesinha em seu colo.

— Tomara.

Ela segura com força a mão do marido e aperta quando sente cada contração.

...XXX...

 

A noite passa parecendo mais longa do que os outros dias e quando surge a manhã Carine está exausta pelo trabalho de parto:

— Não vou conseguir - lamenta.

— Você vai sim – diz a mãe.

— Amor, eu acredito em você – Daniel beija a testa da esposa.

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh

A parteira não concorda com os dois pois já viu muitas crianças nascerem, mas nenhuma demorou tanto ou foi tão cansativo. Ela não sabe se mãe e criança vão sobreviver. Carine está sangrando muito mais do que o normal. Ainda bem que eles não perceberam ainda.

— Eu não aguento. Sou fraca. Me desculpe Daniel. Tudo já me dizia que não nasci para isso, eu não deveria ter engravidado.

Ele se sente culpado por ter insistido e pressionado a esposa. Carine quis dar um filho para ele mesmo sabendo o que poderia acontecer. Ela aceitou se sacrificar por ele.

— Se algo acontecer a culpa é minha – diz Daniel. – Nas não vai, você vai conseguir querida. Eu sei. Vamos lá!

— Por favor Danny me perdoe. Eu não consigo.

— Nenê, não desista. Não me deixe.

— Eu estou morrendo, sinto que estou.

— Não diga isso meu amor.

— Não deixe minha filha morrer, mãe – Carine roga.

— Vocês duas vão ficar bem, minha filha. Você não vai nos deixar, não hoje. O primeiro filho é sempre mais complicado.

— Ah mãe, você sabe como eu sempre tive medo. Eu sabia que tinha razão.

— Vai dar tudo certo querida. O médico disse que você não iria conseguir se continuasse se esforçando demais. Ninguém disse que você não pode. Você pode! - reforça Daniel.

— Eu não nasci para ser mãe, me desculpe, querido. Eu te amo.

— Carine, não me deixe.

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh... Não posso mais.

— Você pode sim meu amor. Só mais um pouco – aperta a mão da esposa.

— Por você.

— Obrigado meu bem.

— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

— Uéééé... uééééééé... uéééééé...

— Nasceu! – exclama Daniel ao ver a menina que a parteira segura.

Ela traz a filha para a mãe e Carine desfalece sorridente logo depois de ver a filha.

— Ela está bem? – questiona o marido preocupado.

— Sim, as duas estão bem – explica a enfermeira ajeitando a recém-nascida do seio da mãe para a primeira mamada. – Pode me ajudar aqui?

Daniel sustenta a filha enquanto ela mama e contempla a esposa que acorda depois de alguns minutos:

— Nossa pequena Esme é linda.

—Sim muito! – concorda o papai coruja e beija a testa da esposa e depois sua boca.

 - Obrigado querida!

— De nada, faria tudo novamente. Você vale a pena de qualquer sacrifício e nossa filha também. Desde o começo eu sempre soube que valia.

...XXX...

 

Anos mais tarde Esme conhece um italiano no porto de Milwaukee e vai morar com ele e leva seus pais para a Itália. Pouco depois do casamento com Olímpio Zampenotti ela descobre que está grávida. Depois de alguns meses dá a luz uma menina a quem chama Mercedes, porque agradece a Deus pela benção recebida. Alguns anos se passam e os três resolvem mudar-se para o Brasil devido as condições precárias após a guerra e começar lá uma vida nova.

...XXX...


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