Depois daquele amor escrita por ChattBug


Capítulo 5
Silêncio


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o quinto capítulo, espero que gostem.
Ah, ainda não respondi os comentários porque fiquei meio enrolada essa semana, mas assim que tiver tempo responderei todos.



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Presente:

Marinette terminou de almoçar e subiu as escadas, indo para o quarto. Mais uma vez, encarou as paredes que, ao invés de estarem repletas de fotos de um certo modelo, estavam com algumas fotografias dela com Alya e suas amigas da escola. Depois de tirar as imagens de Adrien dali, a azulada achou que o quarto tinha ficado muito vazio e, para preencher aquele espaço que sempre a lembraria da falta dele, a menina colocou outras fotos no lugar, o que tinha adiantado por um tempo. Mas, naquela tarde nublada, muito semelhante àquela vivida há dois meses e que tinha marcado uma nova fase em sua vida, foi inevitável não lembrar-se do protagonista daquela história.

A azulada começou a organizar o quarto, na tentativa de afastar aqueles pensamentos que sempre lhe causavam um certo arrependimento e a queda de algumas lágrimas. Mas, assim que terminou de arrumar o local, deitou na cama e, encarando o teto, começou a viver, mais uma vez, os acontecimentos e emoções daquele dia.

***

Há dois meses:

Após aquela luta silenciosa e sem sincronia, o que a garota mais queria era se afastar do loiro, embora quisesse saber se ele tinha lido a carta que ela havia deixado no chão do quarto. Era muito estranho encarar seu parceiro sabendo quem ele era por trás da máscara. E lutar ao lado dele era mais complicado ainda. Quando o vilão atacava Chat Noir, a menina ficava muito nervosa, não queria que Adrien se machucasse e, com a distração,  a garota acabava sendo atacada pelo akumatizado.

Pensando nisso tudo e ignorando seu desejo de falar com ele por medo do que aconteceria, Marinette jogou seu ioiô em um poste qualquer e estava se preparando para sair quando Chat a impediu.

— Tenho que falar com você. — Disse ele e a garota estremeceu. Sabia exatamente sobre o que iria falar. Aquilo praticamente confirmava que ele tinha lido o poema.

O loiro apontou com a cabeça para um prédio, indicando que deveriam ir lá e ela o seguiu. Chegando ao telhado, os dois ouviram um apito do miraculous da azulada e o gato percebeu que ela parecia indecisa. Ladybug começou a olhar para os lados, como se procurasse um local para se esconder. Ela tinha consciência de que não precisava mais fazer isso, já que ambos sabiam quem eram por trás das máscaras, mas sentiu que ainda não estava pronta para desfazer sua transformação na frente do garoto. Percebendo que a menina estava preocupada, Chat Noir, que não aguentava mais aquela situação, resolveu quebrar o silêncio.

— Não precisa ficar assim. Como você mesma escreveu, "finalmente os segredos acabaram", não é? — Ele falou em um tom irônico, fazendo a azulada pensar que seu poema tinha deixado o garoto com raiva. Ladybug pensou em responder e, ao ouvir mais um apito dos brincos, desejou sair dali, mas permaneceu em silêncio. Se ele tivesse dito algo assim há alguns dias, ela com certeza teria respondido. Mas, agora que sabia quem era seu parceiro por trás da máscara, preferiu não dizer nada.

Ela caminhou na direção da beirada do prédio e observou a paisagem parisiense até escutar o último aviso de seus miraculous. Olhou para o ioiô, percebendo que ainda dava tempo de fugir, mas, antes que fizesse qualquer coisa, Chat Noir se aproximou e segurou suas duas mãos de modo que ficasse de frente para ele.

— Sinto muito, eu… — Ele deixou a frase morrer quando seus olhos se encontraram e a azulada sentiu um arrepio ao ouvir o último apito de seus brincos. — Plagg, esconder garras. — Ela escutou o parceiro dizer e, antes que pudesse ver Adrien, sua transformação se desfez.

Marinette não conseguiu conter uma lágrima assim que encarou seu amado. Como tinha deixado isso acontecer? Era para as identidades serem secretas. O próprio Chat havia dito isso no dia em que ela colocou os dois poemas no armário de seu amado na escola.

Tikki e Plagg encararam surpresos seus portadores, não imaginavam que os dois revelariam seus segredos tão cedo. A kwami, faminta, pegou um cookie que estava na bolsa de Marinette e pediu para o gato que se afastassem dali. Sabia que os dois jovens tinham muito o que conversar.

A azulada continuou olhando para Adrien em silêncio. Ela sabia, por conta da carta que o loiro tinha deixado em sua mesa, que ele era Chat Noir, mas ver a transformação dele a deixou surpresa da mesma forma. Era como se, só agora, a ficha tivesse caído. Ainda de mãos dadas com o garoto, Marinette voltou o olhar para os lábios dele. Tinha ficado tanto tempo desejando-os e agora percebia que era recíproco. Seu parceiro tinha declarado seu amor por Ladybug e, mesmo dizendo que não o amava, ele não tinha desistido. Ignorando as lágrimas que teimavam em cair e o arrependimento por não ter impedido a revelação das identidades, ela foi se aproximando lentamente do loiro e logo colocou suas mãos nos fios dourados e macios de seu amado.

Quando selaram os lábios, ela sentiu seu coração acelerado se acalmar aos poucos, como se estivesse ansiando por aquele momento tanto quanto ela. O beijo foi calmo e apaixonado e a azulada, que tinha ficado nas pontas dos pés para alcançar o modelo que era bem mais alto que ela, foi voltando ao chão à medida em que ele se inclinava para continuar beijando-a. Marinette colocou as mãos na nuca de seu amado, desejando que ele nunca a soltasse, e sentiu um arrepio quando o loiro segurou sua cintura. Mas, contrariando a vontade dos dois, aquele beijo chegou ao fim, levando com ele sentimentos que permaneceram guardados durante muito tempo. E, como os jovens perceberam mais tarde, continuariam guardados durante mais alguns meses.

Um pouco distante dali, os dois kwamis dividiam um cookie enquanto conversavam.

— Você acha que eles vão ficar bem? — Tikki perguntou, mas Plagg continuou comendo e não respondeu, deixando-a furiosa. — Não acredito que você deixou o garoto revelar a identidade dele em uma carta.

— Uma carta?

— Não se faça de desentendido!

— Mas eu não estou sabendo de nada. Ele mandou uma carta para ela? — A kwami assentiu — Por isso que ele se transformou quando eu ia falar sobre a carta da sua dona.

— Como você pôde ser tão irresponsável?

— Quer falar do quê? Você também deixou sua dona fazer isso! — Falou, lembrando-se do poema "garota mascarada".

— Foi diferente. Eu consegui impedi-la de colocar aquele poema junto com os outros no armário do seu portador. Mas foi só ela ler a carta dele que… — Plagg a cortou.

— Esqueça, Tikki. Já era! Os dois já sabem de tudo! — A kwami ficou em silêncio durante alguns segundos, pensando no que ele havia dito.

— É… não imaginei que fosse dizer isso algum dia, mas você está certo, Plagg. — Ele sorriu levemente com a admissão dela. — Não adianta ficar brigando por isso. Só… torcer para que eles se entendam. — Disse, olhando para o prédio em que os dois jovens estavam e foi surpreendida pelo kwami, que partiu o cookie e lhe entregou um pedaço.

Adrien e Marinette continuavam se encarando em silêncio. Ambos sentiam a necessidade de dizer algo, mas não faziam ideia do que falar. Perdida nos olhos verdes de seu amado, a menina tinha medo dessa nova fase que viria. Será que ficariam juntos? Teriam algum problema por saberem suas identidades? Ela estava tentando afastar essas dúvidas que a atormentavam quando a mão do loiro tocou seus cabelos, colocando uma mecha que tinha escapado do penteado atrás da orelha. A azulada sentiu novamente um arrepio com o toque do garoto em seu rosto e fechou os olhos na tentativa de aproveitar mais aquele momento. Ambos permaneceram em silêncio durante longos minutos, como se conversassem apenas pelo olhar. Ela queria dizer algo, mas, além de não saber o quê, tinha medo de piorar tudo. Já tinha percebido que Adrien estava um pouco estressado e deixou uma lágrima cair quando pensou que poderia ser porque ele descobriu quem era Ladybug por trás da máscara.

Quando o loiro percebeu o rastro úmido no rosto de Marinette, passou o polegar para secá-la, sentindo um nó formar-se em sua garganta. Tanta coisa tinha acontecido e ele não fazia ideia de como agir naquele momento. Sua lady estava bem ali na sua frente, sem a máscara, o que ele tinha desejado por muito tempo, mas ao encarar os olhos marejados da menina, notou que não era exatamente assim que tinha imaginado aquele dia. Ele começou a pensar no que dizer para Marinette, tentando conter as lágrimas que já estavam prontas para cair.

A azulada voltou o olhar para seu amado, percebendo que ele também não aguentava mais prender aquelas palavras. Sentindo mais um rastro úmido em sua face, ela desejou que tudo tivesse sido diferente. A garota sentiu que desabaria em lágrimas a qualquer momento e, resistindo ao ímpeto de abraçar o loiro, se afastou dele aos poucos. Ela não aguentava mais aquele silêncio, queria que ele dissesse alguma coisa, qualquer coisa, apenas para acabar com aquilo, mas, como o garoto não o fez e como ela não conseguia dizer nada, voltou novamente a sentir aquela vontade de sair dali.

— Tikki, transformar! — Disse com a voz um pouco embargada e, assim que o traje de Ladybug tomou o lugar das roupas de Marinette, jogou seu ioiô no primeiro prédio que viu e saiu dali, finalmente liberando o choro que estava entalado dentro de si. Era como se as palavras contidas estivessem rasgando sua garganta. Queria tanto ter falado para o loiro tudo o que sentia, mas, como ela mesma tinha dito para Tikki uma vez, era difícil falar sobre sentimentos, principalmente com quem se ama. E, sentindo a dor provocada por tudo o que tinha guardado, ela percebeu que uma separação silenciosa, muitas vezes, poderia ser pior do que aquela com palavras.

— Ótima "conversa"! — Adrien ironizou enquanto observava a menina pular sobre os telhados da cidade. Logo depois, lembrou que, se seu pai não o encontrasse em casa, ficaria trancado lá pelo resto da vida.

Quando finalmente chegou em seu quarto e deitou sobre a cama, deixou as lágrimas que tanto tinha contido cair. Estava com tanta raiva por ter deixado tudo aquilo acontecer, mas, ao mesmo tempo, estava arrependido. Poderia ter dito algo para a menina, poderia tê-la abraçado quando estava chorando, mas não o fez, deixando sua amada ir embora com lágrimas nos olhos. "Por que deixei o silêncio tomar conta? Por que não falei nada para ela?", ele pensava, tentando afastar aquela voz em sua mente que dizia o quanto tinha sido idiota.

***

Presente:

 

Adrien limpou o rastro úmido em seu rosto enquanto lembrava aquele dia. E, mesmo tendo passado dois meses, ele ainda sentia as palavras guardadas ressoarem em sua cabeça, como se quisessem lembrá-lo do que deixou de fazer. O modelo respirou fundo e se afastou da janela, caminhando até o piano. Talvez afastasse aqueles pensamentos se voltasse a tocar. Mas, antes que pudesse chegar lá, ouviu uma voz feminina o chamando.

— Adrien? — O coração do garoto acelerou quando aquela possibilidade o invadiu. "Ladybug?", pensou. 


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo capítulo será postado na quarta-feira. E eu prometo que vou responder os comentários assim que puder.
Obrigada por ler!



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