Depois daquele amor escrita por ChattBug


Capítulo 4
Prisão


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está o quarto capítulo, espero que gostem!



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Adrien encontrou o controle da janela automática e não hesitou em apertar o botão que a abria. Mas, quando uma pequena fresta apareceu, fazendo o ar frio da rua entrar em seu quarto, ele ouviu um barulho de alarme e, logo em seguida, um material resistente cinza apareceu cobrindo o lado de fora da casa, impedindo sua saída. "O sistema de autodefesa!", pensou e se afastou da janela. Só conseguiria abri-la se desligasse o sistema. Mas… quem ligou e por quê? Só faziam isso quando a mansão corria algum perigo, como aconteceu no dia em que um akumatizado tentou invadir a casa com um exercito de hipnotizados. Antes que ele imaginasse algo, ouviu a porta do quarto se abrir.

— Você não achou que ia ser tão fácil, achou? — Disse Gabriel, com o tablet nas mãos, e o modelo permaneceu em silêncio, confuso. Quando percebeu o que estava acontecendo, não conseguiu acreditar.

— O que você… — Foi interrompido.

— Acho que não fui claro o bastante.

— Você acionou o sistema de segurança para me prender aqui? — O designer de moda não respondeu a pergunta, mas Adrien sabia que a resposta era positiva.

— Você está proibido de sair, entendeu? Isso inclui fugas pela janela. — O modelo respirou fundo, tentando se acalmar. Sua vontade era gritar tudo o que achava que o pai deveria ouvir, mas sabia que isso não resolveria nada. — Eu pensei que, depois da nossa conversa, você não sairia dessa casa tão cedo. Mas não precisei esperar nem quinze minutos para descobrir que uma janela se abriu. E adivinha qual era? A mesma que encontrei aberta quando você fugiu hoje mais cedo. — Adrien percebeu que o pai queria dizer mais alguma coisa, mas ele apenas suspirou e saiu do local em silêncio.

O modelo encarou a parede cinza que estava no lugar de sua janela, sentindo a raiva invadi-lo novamente.

— Ótimo! Agora, além de não poder ir ao colégio eu não posso sair de casa! — Ironizou, jogando-se na cama. Plagg, que tinha se escondido quando Gabriel chegou ao local, se aproximou do loiro.

— Espero que nenhum akumatizado apareça nesse tempo que você está na "prisão". — Falou o kwami, fazendo o garoto se preocupar.

— Caramba! Eu não tinha pensado nisso!

— Relaxa, faz alguns dias que o Hawk Moth não manda vilões, ele deve estar tirando umas férias.

— Assim espero. — Disse e arrumou o travesseiro sob a cabeça. Não poderia sair de casa e sabia que não dava para resolver aquele problema com Marinette por mensagem. Então lembrou do desejo que teve há pouco tempo: dormir até o dia em que sua liberdade chegasse.

Mas, embora estivesse cansado, ele não conseguiu cair no sono rapidamente. Foi então que seu olhar voltou-se para os papéis no chão do quarto. O loiro respirou fundo e levantou, sabia que, ao deixar os poemas de Marinette ali, poderia correr o risco de alguém descobrir sobre a identidade secreta dos dois, já que, além de dizer que sabia o segredo dele em uma carta, a menina revelou que era Ladybug na outra.

Adrien pegou os papéis em formato de coração e iria colocá-los de volta na caixa, mas não conseguiu resistir ao desejo de ler novamente. Seus olhos percorreram aqueles versos que quase sabia de cor e, quando terminou a leitura, finalmente guardou as cartas de volta na caixa. Mas aquelas palavras não saíram de sua mente.

O primeiro poema enviado pela menina foi em um dia dos namorados, e, embora não estivesse assinado, ele tinha certeza que era dela por conta da caligrafia. Aqueles versos eram uma resposta para o poema que ele mesmo tinha escrito para Ladybug na escola e jogado fora. Lembrou do dia em que recebeu o cartão, quando, em meio a diversas declarações de fãs, Plagg escolheu a de Marinette. Naquele dia, quando terminou de ler, o kwami afirmou que alguém com a escrita tão melosa e enjoativa quanto a dele deveria ser sua alma gêmea. O garoto sorriu ao perceber que, se a azulada fosse mesmo Ladybug, Plagg poderia ter dito aquilo de propósito. E, se a carta estivesse assinada, Adrien com certeza concluiria que o kwami a escolheu propositalmente também.

O loiro nunca imaginaria que, depois de tanto tempo, voltaria a receber poemas como aquele, ainda mais da mesma pessoa. Quando encontrou os dois cartões em seu armário da escola ficou surpreso, mas se surpreendeu mais ainda quando os leu. Em um deles, Marinette falava sobre a dança lenta na festa de Nino e o modelo não imaginava que aquele momento tinha sido tão emocionante para a amiga, muito menos desconfiava dos sentimentos revelados por ela naqueles versos. Mas, ao relembrar aquela dança, sentiu seu coração acelerar e, quando leu a carta pela primeira vez, não conseguiu entender o porquê. Mas agora, pensando em tudo o que tinha vivido com Marinette nos últimos dias, no que sentia quando se aproximava dela e, principalmente, de quando a beijou na cafeteria, ele se perguntava sobre seus sentimentos pela menina. Quer dizer, claro que, se ela fosse mesmo a Ladybug, ele não teria dúvidas de seu amor por ela. Mas será que não tinha começado a gostar da azulada antes de descobrir que era sua lady? Até aquele momento, não entendia o motivo de tê-la beijado, sabia que nunca faria isso com alguém não gostasse. Será que a amiga realmente havia roubado seu coração sem que percebesse?

No outro poema, com o título "segredo", Marinette dizia que descobriu algo sobre ele, mas que não contaria a ninguém. E Adrien pensou que o segredo ao qual ela se referia era sua identidade secreta, o que o fez adiar ao máximo a conversa que teria com a amiga sobre os cartões, pois, se a rejeitasse novamente e dissesse que era apaixonado por Ladybug, a azulada poderia ser akumatizada e seria muito mais simples para ela conseguir seu miraculous.

Como não teve coragem de comentar nada com ela sobre os poemas, o modelo fez o mesmo que Marinette: apenas entregou sua resposta sem dizer uma palavra. Mas o que ele não esperava era receber mais uma carta da azulada. E esse quarto poema o surpreendeu totalmente, pois revelava que a garota pela qual era apaixonado e que acreditava não corresponder seu amor era a mesma menina que já tinha dito que o amava duas vezes — para Chat Noir em sua varanda e para Adrien nos poemas.

O loiro deitou novamente na cama e, encarando o teto, começou a pensar sobre o que faria agora. Quer dizer, tinha acabado de descobrir quem era a garota que roubou seu coração, não dava para ficar ali trancado em sua própria casa esperando o dia em que seu pai o libertaria daquela prisão. Mas… o que fazer? Não dava para simplesmente usar o cataclismo na janela e sair pulando sobre os telhados. Se Gabriel encontrasse aquilo, com certeza descobriria seu segredo. E foi tentando encontrar uma saída para aquelas grades que ele adormeceu.

O kwami voava, entediado, pelo quarto. E, ao encarar o garoto adormecido, sentiu um pouco de pena dele. Gostava da liberdade que seu dono lhe dava e gostaria que o loiro tivesse esse direito também. Plagg estava pensando no que iria fazer para acabar com aquele tédio quando seus olhos se fixaram no guarda-roupa do modelo. Sabia que ele guardava uma caixa lá com declarações e presentes de fãs e notou que, nos últimos dias, o garoto estava lendo as tais cartas, o que nunca imaginou que ele faria. Há poucos minutos, Adrien havia ficado um bom tempo se dedicando à leitura daquelas declarações e falando sozinho. O kwami lembrou que o dono havia falado mais cedo sobre cartas que recebeu de Marinette, incluindo uma que o garoto interpretou errado, acreditando que o segredo descoberto pela azulada era sua identidade secreta, e não sua paixão por Ladybug, como Tikki havia esclarecido. Ao pensar nisso, Plagg não resistiu ao desejo de lê-las.

O kwami entrou no guarda-roupa e, logo que abriu a caixa, se surpreendeu com quatro cartões iguais. O papel era rosa e tinha formato de coração, exatamente igual aos que o loiro tanto lia ultimamente. "Será que são os de Marinette ou de outra fã?", pensou e começou a ler as cartas, achando aquelas poesias melosas demais. Estava quase desistindo quando resolveu saber quem era a garota por trás daquelas palavras açucaradas, mas, assim que descobriu, ficou surpreso. "Caramba! Se ele soubesse que ela é a Ladybug…", pensava quando notou que ainda não tinha lido uma das cartas. Iria guardá-la sem ler, não queria ver aquela coisa enjoativa de novo, mas, quando seus olhos pousaram no título cartão, quase deu um grito.

— Garota mascarada? Ah não! Por favor, não seja o que eu estou pensando. — Disse enquanto começava a ler os primeiros versos. — Não acredito que a Tikki… — Foi interrompido por um barulho e, quando olhou para a janela, notou que o material que a cobria começava a sair. O sistema de segurança estava sendo desativado. "Estranho, achei que o pai dele queria trancá-lo aqui", pensou e, ao encarar o loiro, decidiu guardar as cartas de volta na caixa. Olhou para a janela novamente e resolveu sair, precisava conversar com Tikki sobre o poema de sua dona. Começou a voar até a janela do quarto que, embora não estivesse totalmente aberta, não o impediria de sair, já que poderia atravessá-la. Estava quase saindo quando escutou um alarme vindo do computador.

Adrien acordou alguns minutos depois com os gritos desesperados de Plagg.

— O que foi? — Respondeu sonolento.

— Akuma! — O kwami apontou para a tela do computador, que exibia a página do Ladyblog e o modelo levantou em um pulo.

— E como eu vou sair da… — Interrompeu a própria frase quando viu que a parede cinza que cobria a janela tinha saído. — Mas…

— Acho que seu pai saiu de casa, porque há alguns minutos ele desligou o sistema de segurança. — Falou o kwami e o garoto abriu a janela, mas, para sua felicidade, aquilo não fez com que ficasse preso novamente.

— Plagg, mostrar as garras! — Já transformado, ele saiu e saltou sobre os telhados até o local em que o vilão estava.

Quando finalmente encontrou o mais novo akumatizado, percebeu que Ladybug já estava lutando com ele. Foi só olhar para a garota que seu coração acelerou. Não apenas por gostar dela, mas por saber quem ela era por trás da máscara. Notou que a menina tinha a mesma sensação que a dele quando pousou ao seu lado e iniciou uma luta com o akuma. A azulada congelou quando viu seu parceiro e teria continuado parada se o vilão não tivesse atirado seu poder na direção dela. A heroína desviou do ataque e tentou se concentrar na luta.

Aquela batalha foi diferente e os dois perceberam isso. Ao contrário das outras, eles permaneceram a maior parte do tempo em silêncio e a falta de sincronia dos heróis era visível. Tanto Chat Noir quanto Ladybug foram encurralados diversas vezes pelo vilão por estarem distraídos. E, dessa vez, o gato não contou nenhuma piada ou jogou charme para a menina.

Quando finalmente derrotaram o akuma e a heroína reparou o estrago com seu poder, ela se aproximou para fazer o cumprimento que sempre faziam.

— Zerou. — Disseram juntos, mas sem animação nenhuma. Ouviram um apito dos brincos da azulada e ela fez menção de sair, deixando o garoto furioso.

Ele já estava um pouco fora de si depois daquela discussão com o pai e, como se isso não bastasse, não conseguiu dormir nada, pois foi acordado minutos depois que deitou por conta de um akuma. Além disso, tinha de lidar com aquelas revelações dos poemas de Marinette e com o fato de que não iria ao colégio, ou melhor, de que não sairia de casa tão cedo. Para completar, a garota pela qual era apaixonado agia como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse escrito poema algum, como se as máscaras não tivessem caído. Sem conseguir se conter, ele segurou o braço que Ladybug estava usando para se apoiar no ioiô.

— Tenho que falar com você.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo capítulo será postado na segunda-feira. Obrigada por ler!



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