Depois daquele amor escrita por ChattBug


Capítulo 2
Memórias


Notas iniciais do capítulo

---- Interrompemos as notas iniciais para registrar o surto da autora com o episódio "Oblivio" ----
AAAAAAAAIFBKDJSCENEIEHJIH
QUE EPISÓDIO FOI ESSE? ESTOU SEM VOZ DE TANTO GRITAAAARRDKDNDIBDKDB
—--------- Fim da interrupção ----------

Olá! (brincadeiras à parte) Aqui está o segundo capítulo, espero que gostem!
Ah, mais uma coisa, assim como as outras fanfics, vou ignorar os acontecimentos (maravilhosos, por sinal) desses novos episódios porque estes trariam algumas (talvez muitas) mudanças na história. Lembrando que considerei o que aconteceu em Weredad.



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Adrien tocava pela quarta vez naquela manhã a melodia que tanto tinha treinado nos últimos meses e sentia-se aliviado por finalmente tê-la aprendido. Agora poderia deixar aquela música de lado para estudar outras, mas quais? Seu pai ainda não tinha sugerido nenhuma e muito menos havia comentado sobre finalmente escutar a melodia que o loiro treinou durante meses sem nenhum erro.

Quando o modelo terminou de tocar, procurou entre as partituras algo que já conhecia e gostava. Um sorriso formou-se em seus lábios quando encontrou a música "miraculous", feita por uma cantora em homenagem aos heróis de Paris. Aquela melodia sempre lhe trazia boas lembranças, desde suas batalhas com Ladybug até a gravação do videoclipe da música, o qual tinha participado junto com seus amigos e com… Marinette. Sem hesitar, começou a tocar aquelas notas que quase sabia de cor. Mas, ao contrário do que sempre acontecia, a melodia não lhe trouxe as melhores recordações.

O olhar do loiro voltou-se para uma rosa dentro de um vaso que veio com seu jantar, já que tinha decidido fazer a refeição em seu quarto, e, logo em seguida, olhou para o guarda-roupa, local em que estava uma caixa que guardava todas as cartas e presentes que recebia de fãs. Mas não era apenas isso. Era naquela caixa que estavam os poemas que tinha recebido de uma certa garota. Os poemas responsáveis por muitas mudanças na vida de ambos.

Ele parou de tocar quando errou uma nota por conta da distração e encarou a manhã nublada através da janela, sentindo uma leve sensação de que já tinha vivido aquilo antes. Balançou a cabeça e voltou a tocar a melodia no piano, mas a música o fez lembrar de onde vinha aquela sensação. Foi em um dia muito parecido com aquele, no qual as nuvens acinzentadas decoravam o céu parisiense, que muita coisa mudou em sua vida. Ao olhar para trás, recordava que, naquela data, nunca imaginaria as transformações que aquele dia seria capaz de fazer.

O modelo levantou e se afastou do piano, aproximando-se da enorme janela do quarto. Encarando as nuvens cinzas que cobriam a cidade naquela manhã, se permitiu, mais uma vez, relembrar os acontecimentos vividos há alguns meses. Aquelas memórias costumavam invadir sua mente e muitas vezes sem permissão, mas, cada vez que pensava nelas, sentia as emoções daquele dia novamente. Voltar a pensar naquilo sempre era muito doloroso e o loiro já conseguia sentir algumas lágrimas se formando. Respirou fundo e, fechando os olhos, vivia, quase com a mesma intensidade, os acontecimentos que trouxeram consigo diversas mudanças.

***

Há dois meses:

Após colocar seu poema e a rosa sobre a mesa em que ficava o computador de Marinette, começou a imaginar o momento em que a amiga leria aquilo, sentindo um aperto no peito. Considerando os sentimentos da azulada por ele, ela sofreria bastante ao ler a carta, especialmente a última estrofe, na qual ele revelava que o amor dela não era recíproco. Será que estava tomando a decisão certa? A azulada realmente o amava e ter passado os últimos dias mais próximo dela tinha sido incrível. Lembrou de quando suas mãos se tocaram sem querer algumas vezes — o que fez seu coração acelerar — da felicidade que sentia ao encontrá-la, de suas conversas e do momento em que a beijou na cafeteria. Ao lembrar do último, um sorriso involuntário formou-se em seus lábios e, quando percebeu, tentou afastar a recordação. "Por que estou pensando nisso? Eu gosto da Ladybug! Por isso escrevi essa carta para a Marinette!", pensou. Mas, antes de sair, se permitiu olhar mais uma vez para a menina adormecida, desejando mais do que tudo que eles continuassem sendo amigos depois daquilo. Não queria que ela ficasse com raiva, que fosse akumatizada ou que deixassem de se falar. Não queria perdê-la.

Chat Noir saiu pela mesma janela que tinha entrado e a fechou. Ainda com a imagem da amiga dormindo em sua mente, saltou pelos telhados até chegar à mansão Agreste. No caminho, pensou ter visto Ladybug em um prédio e, imediatamente, parou. Mas, ao olhar para o local novamente, não a viu. Pensou que era apenas uma ilusão de sua mente e voltou a usar o bastão para pular sobre os telhados da cidade. Porém, uma pequena possibilidade atormentou sua mente. "E se outra pessoa encontrar o poema? Como o pai dela, por exemplo?", lembrou imediatamente do dia em que, trajado de super-herói, revelou que era apaixonado por Ladybug e Tom ficou furioso com ele por ter decepcionado sua filha, o que resultou na akumatização do padeiro mais tarde. Com esses pensamentos o atormentando, pensou em voltar para a casa da menina, pegar o poema e entregá-lo pessoalmente uma outra hora. Porém, ao encarar a mansão à sua frente, decidiu abandonar aquela ideia e ir para casa.

O loiro foi diretamente até a grande janela de seu quarto, que tinha deixado aberta quando saiu. Mas ficou extremamente confuso quando a encontrou fechada.

— Quê? Mas eu acabei de sair! Quem foi que fechou? — Pensou alto enquanto tentava, em vão, abrir a janela trancada. Sabia que poderia abri-la de forma rápida usando o Cataclismo, mas como iria explicar para seu pai que tinha quebrado aquele vidro enorme e resistente sozinho? Sem opções, rodeou a construção procurando alguma outra janela aberta, mas não encontrou. — Ah, é sério? Meu pai resolveu fechar a casa toda a essa hora da manhã? — Foi então que percebeu que não tinha outra alternativa, teria que entrar pela porta da frente.

Isso nem seria tão ruim se estivesse com a chave, pois assim conseguiria entrar de forma discreta na casa, talvez nem fosse visto. Mas, imaginando que entraria pela janela do quarto, não levou a chave e, após desfazer a transformação, hesitou por alguns segundos antes de tocar a campainha. "Com certeza, meu pai vai querer saber o que eu estava fazendo na rua tão cedo em pleno feriado", pensou encarando a grande construção.

— Pode entrar, Adrien. — A voz de Gabriel soou séria no interfone, fazendo Adrien se assustar, pois tinha imaginado que Nathalie atenderia. Alguns segundos depois, o enorme portão se abriu e o loiro hesitou por um tempo antes de entrar na casa. Algo lhe dizia que aquelas janelas fechadas e seu pai atendendo o interfone (o que era algo raro) estavam interligados. Era como se… Gabriel já estivesse o esperando.

O designer de moda via o filho em uma tela que exibia as imagens de uma das câmeras externas da mansão. E, segundos depois, ele pôde encarar o garoto pessoalmente. Pela expressão dele, parecia surpreso e preocupado com aquela situação. "Ele tem motivos para ficar assim", pensou, lembrando-se do que tinha descoberto há poucos minutos.

Como não tinha nenhum compromisso naquele feriado, Gabriel resolveu acompanhar o filho tocando piano no quarto. Da última vez que havia feito isso, encontrou o garoto falando ao celular com uma amiga que, embora ele considerasse bem talentosa, tinha ligado em uma péssima hora. Adrien vinha fugindo de seus compromissos ultimamente e, após o desaparecimento dele do estúdio em uma sessão de fotos, o designer de moda resolveu acompanhar um pouco mais o filho.

Naquele dia em que o encontrou falando com Marinette, Gabriel tinha prometido voltar mais tarde para ouvi-lo tocando, mas não o fez, então resolveu ir até o quarto do filho naquela manhã. Mas, ao encontrar o local vazio e a janela aberta, sentiu um desespero invadi-lo. Adrien tinha fugido do estudo do piano novamente. Só que, dessa vez, tinha até saído da mansão. Pensou em chamar o segurança particular do modelo ou até mesmo a polícia para procurá-lo, mas, ao perceber que o garoto voltaria mais tarde, tomou uma decisão que acabaria de uma vez com aquele problema. Embora não entendesse como o garoto conseguiu sair dali, pois o quarto dele ficava no segundo andar, Gabriel fechou todas as janelas da casa, assim, Adrien só poderia entrar pela porta da frente e seria obrigado a explicar seu sumiço. Antes do menino chegar, o designer de moda resolveu se certificar de uma coisa e pegou o tablet. Percebendo que estava certo, caminhou até a sala com o aparelho nas mãos, que naquele momento exibia a imagem da câmera do portão da casa, para aguardar o filho.

Agora, com Adrien parado em silêncio na sua frente, Gabriel se preparava para começar aquela conversa que seria dura, mas necessária. Talvez por enxergar uma seriedade maior do que a normal na expressão do pai, o modelo tentou resolver aquela situação.

— Pai, eu… tive que sair por causa de um trabalho da escola e… esqueci de te avisar.

— Não perca seu tempo inventando essas desculpas esfarrapadas, eu já descobri tudo, Adrien.

— D-descobriu? — Falou baixo, tentando imaginar o que Gabriel sabia. O garoto sentiu um frio o percorrer quando pensou na possibilidade de o pai ter descoberto sua identidade secreta. Afinal, não era qualquer um que passava por aquela mansão vigiada sem deixar rastros.

— Já sei que você vem fugindo de seus compromissos há algum tempo. Ou você acha que me convenceu com aquela história de "encontrei outro camarim e perdi a hora"? — O homem falou, referindo-se à desculpa inventada pelo filho para explicar seu sumiço em uma sessão de fotos.

— Mas eu… — Foi interrompido.

— Nem tente me dizer que não saiu do estúdio, porque eu não acredito mais nisso e agora eu tenho provas de que você me enganou. — Gabriel mostrou uma imagem no tablet, que era uma captura de tela de uma rede social. Nela, havia uma foto de uma das colegas de classe de Adrien com a legenda "Festa incrível, Nino!" e, logo atrás da garota e do aniversariante, encontrava-se um certo modelo adolescente distraído, conversando com uma menina de cabelos azuis. — Sabia que aquele seu pedido para adiar a sessão de fotos no dia da tal festa era bem suspeito.

— Pai, eu… — Deixou a frase morrer, não fazia ideia de como explicaria tudo aquilo.

— Ainda não sei como você conseguiu fugir, mas tenho certeza de que não foi "encontrando outro camarim." — Referiu-se novamente à história inventada pelo filho para tentar encobrir sua fuga, fazendo o garoto perceber que realmente precisava inventar desculpas melhores, como o próprio Plagg havia dito naquele dia da discussão. — Bom, já que você não tem nenhuma desculpa esfarrapada para explicar isso, eu vou continuar. Já está claro para mim que você vem fugindo de seus compromissos por conta de seus amigos da escola. — Adrien iria interferir, mas o designer de moda fez sinal para que o filho ficasse em silêncio. — Primeiro, você foge da sessão de fotos para ir à festa de um colega, depois eu te encontro conversando com uma amiga no horário em que deveria estar tocando piano e, mesmo que eu não saiba a razão de seu sumiço de hoje, tenho certeza que teve relação com um de seus amigos. — O modelo permaneceu sério, mas sentiu seu coração acelerar lembrando que realmente tinha fugido por conta dos amigos, ou melhor, por conta de uma certa amiga que era apaixonada por ele. — Isso sem falar nas inúmeras vezes em que você pediu para adiar ou cancelar os compromissos por conta de algo que tinha marcado com seus colegas. — Gabriel olhou para a foto que estava no tablet e apontou para Nino — Esse garoto. Foi ele que veio aqui pedir para fazer uma festa de aniversário para você, não foi? Naquele dia, eu disse para ele se afastar, mas, pelo visto, ele não me ouviu. Está claro que é uma péssima influência para você. Na verdade, não é só ele. Desde que foi para o colégio, você tem ficado mais irresponsável. Além de fugir de alguns compromissos e chegar atrasado em outros, você anda questionando o que eu digo. — Adrien, que encarava o chão já irritado com aquela conversa, voltou o olhar para o pai. Sabia onde ele estava querendo chegar. — Certamente, ir para a escola tem feito mal para você e, por isso, eu tomei uma decisão. Você vai voltar a estudar em casa com a Nathalie.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O próximo capítulo será postado na quarta-feira por volta desse horário. Obrigada por ler!



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