Outbreak escrita por snowzzrra


Capítulo 8
Volume 2 - Ato 3


Notas iniciais do capítulo

bodia



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Um dia antes do surto viral.

 

  Me apoio na mesa para descansar por um tempo antes de voltar a andar, minha munição estava acabando e eventualmente a minha pistola não seria o suficiente para lidar com todos os infectados, bom trabalho deixando aquela submetralhadora cair.

   

—- Você sabe que é errado, né? - De novo, aquela Elizabeth.

 

  Na mesma hora fico frustrada, quando tudo já estava na merda, ela precisa aparecer pra fazer eu me sentir horrível.

 

—- Digo, trabalhar para O Diretor, você sabe que é errado?

 

  É, era errado, mas eu precisava.

 

—- Não é como se você precisasse, tem outros jeitos de garantir que o mundo não vá para o saco.

 

  Tinha, mas esse era o mais garantido.

 

—- Como você sabe que eles não vão decidir explodir uma bomba de gás com o vírus?

 

  Ela estava certa, de novo. Eu não quero pensar nisso, não POSSO pensar nisso, eu tenho uma missão e eu vou terminar ela.

 

  Vou até a porta do armazém e tento abrir ela, sem sucesso, as coisas aqui embaixo poderiam ser tão mais fáceis se nem todos os lugares estivessem trancados por chaves em lugares especificamente longes da porta que abrem.

 

  Ouço então os sons de metais se chocando e um monstro grunhindo, olho para trás e no final do corredor estava ele, o agente infectado.

 

  Ele corre em minha direção e eu vou para a direção oposta, não demora muito para eu encontrar um cano que estava quase explodindo com a pressão.

 

  No tempo certo eu acerto um tiro no cano, ele estoura e começa a vazar gás quente, separando-me do monstro.

 

  O agente tenta atravessar, mas recua quando se queima.

 

  Sigo pelo corredor, porém vejo a multidão de infectados se aproximando por aquele lado, eu estava cercada.

 

  Forçada a entrar em um banheiro, olho para cima e vejo uma grade que leva até os dutos de ventilação, então eu uso a minha faca para abrir a grade e no último segundo antes de ser agarrada por um infectado, eu subo.

 

  Começo a me arrastar por aqueles dutos estreitos e frios. Eventualmente começo a me sentir tonta e sinto que o duto está aumentando sempre que eu avanço, até que ele simplesmente cai comigo junto.

   

  Me levanto lentamente enquanto olho ao meu redor, mas eu não conseguia ver nada naquela escuridão.

   

  Sigo em frente tentando me apoiar em alguma coisa só que sem sucesso, minha mão não conseguia alcançar nada.

   

  Me bato em alguma coisa e uso a minha mão para descobrir o que era, até eu alcançar uma maçaneta e a girar.

   

  A porta que se abre na minha frente me leva até uma casa velha e aparentemente abandonada que eu me lembrava bem.

   

—- Elizabeth, achou alguma coisa? - Um homem atrás de mim me pergunta.

 

  Olho para trás e vejo o Mason, é, sei bem onde eu tô.

 

—- Não, nada. - Respondo involuntariamente.

 

  Questão de tempo, já era quase hora.

 

—- Certo, vamos tentar abrir a porta para o porão então. - Na hora que ele diz isso, uma figura encapuzada aparece atrás dele com uma faca na mão e quando estava prestes a cortar o pescoço dele, eu volto ao normal.

 

  Quando olho ao redor, me vejo em uma pequena sala com alguns tanques de gasolina, minhas mãos estavam meladas de sangue e no chão estavam corpos de infectados.

 

  Tiro a minha faca da cabeça de um deles e a limpo na camisa do mesmo, antes de guardar ela, novamente ouço barulhos na porta, eram infectados novamente.

 

  Guardo a faca e puxo a pistola, saio da sala por outra porta e espero eles entrarem, quando o fazem eu dou um tiro certeiro em um dos tanques e ele explode, dando início para uma reação em cadeia.

 

  Abro outra porta atrás de mim e dou de cara com um extenso corredor branco e bem iluminado, sigo andando por um tempo até chegar perto da porta, mas quando vou tocar nela, a parede parece que recua.

 

  Vou andando até a porta novamente e ela recua a cada passo que eu dou, eu então começo a correr até ela e do nada ela avança em minha direção, me empurrando.

 

  Caio de costas no que parecia ser neve, e antes que eu perceba eu seguro uma criança que pulou em cima de mim rindo.

 

—- Já tá com fome? - Digo forçadamente.

 

—- Tô! O que tem pra comer?

 

—- A gente tem que ver, talvez a tenhamos que caçar. - Digo rindo, enquanto me levanto e boto o garoto nos meus ombros.

 

—- Vai me ensinar a caçar?

 

—- Ainda tá muito novo, não acha melhor ficar só vendo?

 

—- Cinco anos é muito novo?

 

—- Sim! - Digo dando uma pequena risada, fazendo o garoto cruzar os braços e suspirar.

 

  Essa parte do dia foi muito boa, mas o que vem depois é que me faz ficar lembrando tanto.

   

  Quando pisco, volto ao mundo real e me vejo no deposito que eu estava tentando entrar antes, eu devia apagar mais vezes se for pra achar assim fácil.

   

  Sinto o chão tremendo por um segundo e me viro de costas para ver o agente infectado, como que eu iria derrotar ele só com uma pistola? Começo a recuar lentamente analisando a sala, vejo alguns tanques de gasolina amontoados em umas caixas espalhadas, me lembro da reação do monstro de quando ele foi queimado pelo gás e já crio um plano rápido.

   

  No momento em que me viro de costas para correr em direção aos tanques de gasolina, o monstro faz o mesmo e corre em minha direção pronto para lançar um ataque devastador.

   

  Quando ele se aproxima dos tanques, dou um tiro certeiro que causa uma grande explosão e queima um pouco do meu braço esquerdo. Assim que a fumaça passa, vejo o monstro ainda de pé e com o cano de ferro agora em chamas.

   

  Ele se vira para mim e anda lentamente na minha direção, chegando mais próximo ele começa a tentar me atingir com ataques de cima para baixo, mas eu rolo para a direita e fujo de todos os ataques mesmo que por pouco.

   

  No último segundo eu pulo para frente rolando e fico de pé, dou tiros no monstro enquanto recuo e são quase inúteis contra ele.

   

  Corro até uma das grandes estantes e a empurro no infectado, ele sem muito esforço acerta o cano na estante caindo e a faz quase cair em cima de mim.

   

  Vou até outra caixa cheia de tanques e espero ele se aproximar, mas ele dobra os joelhos e dá um grande rugido antes de pular em minha direção se preparando para dar um ataque vertical.

   

  Pulo para o lado e quando ele acerta os tanques, ouço um grito distorcido e aterrorizante vindo do monstro que cai de joelhos ainda pegando fogo. Quando olho para as suas costas vejo que o vírus havia sido exposto, provavelmente para se resfriar depois da explosão. Corro em direção a ele com a minha faca e subo no monstro fazendo cortes naquela carne cinzenta e sangrenta que estava saindo das costas dele, depois de alguns ataques ele usa os ombros para me empurrar e se levanta irritado.

   

  O monstro solta o cano e dos seus pulsos, começam a sair garras afiadas feitas de ossos e carne aparentemente já apodrecida por um bom tempo.  

   

  Com um movimento rápido do seu braço esquerdo ele arremessa uma das garras em minha direção e eu acerto um tiro nela antes de chegar em mim.

   

  Quando olho para o infectado novamente, ele já correndo em minha direção e já estava perto demais, ele aponta a sua garra em minha direção para me dar um ataque certeiro. Em um movimento rápido e de instinto, eu passo por baixo do seu braço esquerdo e dou um tiro no vírus que faz o monstro parar de correr e novamente dar aquele grito ensurdecedor.

   

  Ele se vira já arremessando a garra com o braço direito e eu consigo esquivar, olho para trás para ver onde ele acertou e na mesma hora o tanque de gasolina atrás de mim explode.

   

  Minha visão fica turva e eu fico alternando entre acordada e apagada, sentindo dor ou não sentindo dor. Atordoada, me levanto com um pouco de dificuldade e sinto as minhas costas queimando como se o próprio inferno tivesse tomado moradia ali, vejo o monstro ainda de pé e vindo em minha direção em passos pesados e rápidos.

   

  Saco a minha faca e quando ele tenta me acertar um soco, eu pulo para trás para desviar do ataque e já pulo em cima do braço do monstro. Utilizo a minha faca para cortar a sua garra e posiciono ela na base do vírus exposto, então eu pulo das costas do monstro fazendo um corte circular com a garra arrancada.

   

  O monstro solta outro grito enorme antes do vírus cair no chão, logo depois o monstro cai junto, morto.

   

  Me apoio de estante em estante procurando a peça eletrônica nas caixas de madeira espalhadas pelo deposito em chamas, acho a peça ao lado de um documento, mas antes de eu conseguir a chance de o ler, o segurança de antes aparece.

   

—- Tá tudo bem aqui? - Ele pergunta vendo o monstro jogado no chão.

 

—- Tudo ótimo, achei a peça.

 

—- Que merda, as suas costas tão acabadas! - Ele diz se aproximando.

 

—- Eu não perguntei o seu nome, perguntei?

 

—- Não, não perguntou, agora deixa eu ver o que posso fazer para te ajudar.

 

—- Tá tudo bem, sério, eu só preciso enfaixar isso aí e seguir em frente.

 

—- É, claro, claro, e meu nome é Luke Hughes antes que você pergunte.

 

—- Ah, ok. - Digo tonta e quase desmaiando várias vezes.

 

—- Qual é a cor do seu sapato? - Ele pergunta enquanto pega uma garrafa de álcool.

 

—- Meu sapato? - Digo olhando para baixo - Marrom. - Respondo sem questionar.

 

—- Ótimo, isso aqui vai doer um pouco então se prepara.

 

  Antes de eu pensar no que poderia acontecer, ele joga álcool na minha ferida e eu sinto uma dor que eu não achei que fosse possível sentir, era como se várias facas estivessem atingindo as minhas costas ao mesmo tempo e repetidas vezes.

 

  Tudo estava ficando preto e eu lentamente estava sentindo o meu corpo amolecendo e sucumbindo para a dor.

 

—- Não, não apaga! Fica aqui! - Ouço Hughes dizer antes da minha audição também cessar.

 

  Acordo em uma sala escura e eu estava amarrada por correntes de ferro, sinto o cheiro forte de sangue no ar e me esforço para ver alguma coisa.

 

  Repentinamente uma luz acende e eu vejo a mim mesma, sentada em uma cadeira igual a minha, mas ela não estava presa.

 

—- Olha pra si mesma, toda queimada e ferida, quase nenhuma chance de sair viva e ainda determinada, meus parabéns!

 

  Não respondo, apenas a encaro seriamente.

 

—- Bem, você merecia um prêmio por ter chegado até aqui, eu esperava que você fosse ser uma poça de sangue e carne nesse momento!

 

  Ela se levanta e se aproxima de mim, bota as mãos nos meus ombros e sussurra em meu ouvido.

 

—- Quando você menos esperar, quando se sentir confortável, vão cortar o seu pescoço e você vai sangrar até a morte, impotente, e mesmo se você soubesse quem vai fazer isso, você nunca o impediria.

 

  Eu sinto que sei sobre o que ela está falando, mas não consigo me lembrar, ela estava bloqueando isso, como?

 

—- É simples, Liz, você não é forte o suficiente nem na sua própria cabeça.

 

  Ah.

 

—- Agora, o show deve continuar, acorda.

 

  Quando ela diz isso, vejo uma faca fazendo um corte horizontal na minha garganta e eu acordo ofegante.

 

  Vejo que estou deitada escondida atrás de algumas caixas, todas as minhas feridas estavam enfaixadas e o documento que eu estava segurando havia sido levado, mas a peça continuava no lugar.


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Notas finais do capítulo

Demorou um pouco, mas acontece.



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