Outbreak escrita por snowzzrra


Capítulo 9
Volume 2 - Ato 4


Notas iniciais do capítulo

bodia
Depois de lerem, não se esqueçam de comentar o que acharam, nem que seja um simples "gostei" ou "deveria mudar x coisa", obrigado.



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Um dia antes do surto viral. 

06:04 A.M. 

  

  Me levanto com um pouco de dificuldade, afinal, eu ainda estava sentindo um pouco de dor nas feridas. De qualquer forma, pego a pequena peça e a guardo em um dos bolsos do meu colete. 

   

  Vou até onde o corpo do monstro deveria estar e não vejo nada, até depois de cortar o que transformou ele fora, ele ainda estava vivo? 

   

  Faltava apenas uma peça eletrônica e um cartão de acesso, a outra peça a esse momento já deveria estar com o Hughes, isso é se ele estiver vivo ainda. 

   

  Caminho até uma das saídas do deposito e abro a porta lentamente, me deparo com um corredor escuro e fétido. Ando em frente com a Taurus em minha mão, a cada passo que eu dava o corredor ficava ainda mais escuro e o cheiro ficava cada vez mais insuportável. 

   

  Depois de alguns segundos, sinto estar andando em uma rampa que me levava para baixo, e o chão estava molhado. 

   

  O nível da água subia ao passo em que eu caminhava, até que minhas duas pernas estavam completamente submersas. Além disso, eu não conseguia ver nada além de uma luz vermelha ao longe. 

   

  Indo até a luz vermelha, algo se bate na minha perna, mas eu continuo seguindo em frente. De repente, sou puxada para baixo d'água e eu sinto algo perfurando a minha perna, pareciam ser muitos dentes. Puxo a minha faca e começo a usar ela para atacar o que quer que esteja me puxando para eu me soltar. Embaixo d'água, uso a minha lanterna para ver aquele "crocodilo" de antes, o seu pequeno olho fica ainda menor quando aponto a lanterna diretamente para ele, eu sentia que ele estava usando todas as suas forças para ou arrancar a minha perna, ou me afogar. 

   

  Uso a minha faca para dar um corte no olho dele, consigo me soltar e corro até uma pequena plataforma com um painel e um botão que eu não posso apertar. 

   

  Olho para a minha direita e vejo algumas pequenas plataformas de metal. Começo a andar lentamente em cima delas, tomando cuidado para não cair, vejo que alguns crocodilos nadam por aí apenas caçando uma presa desatenta. 

   

  Alguns deles notavam a minha presença e ficaram me rodeando, esperando pelo menor erro. Alterno a minha atenção entre eles e o caminho escuro na minha frente, uso a minha mão esquerda para tapar o meu nariz por conta daquele cheiro horrível 

   

  Caminhando por um tempo, encontro uma escada de mão que eu uso para subir e chegar em um pequeno corredor com uma porta na frente e duas janelas ao lado, no meio havia um infectado sem as pernas nem braços. 

   

  Me aproximo dele e me abaixo para enfiar a minha faca no seu crânio, assim o matando de vez, me levanto e na janela da esquerda eu vejo um homem negro careca e com uma barba grisalha, ele parecia estar entre os seus quarenta e cinquenta anos de idade. 

   

  Estava vestido com uma roupa de manutenção de coloração diferente das outras, e na sua mão havia a peça eletrônica que eu precisava. 

   

  Agitado com alguma coisa, ele insere uma senha em um painel e corre por uma porta reforçada, a fechando quando passa. 

   

  Abro a porta na minha frente e caminho por algumas salas trancadas até achar uma sala aberta, entro nela e vejo escadas levando para baixo, começo a descer até que uma garra gigante atravessa a parede e destrói a escada, me fazendo cair no chão. 

   

  Sinto novamente a dor das minhas feridas por alguns segundos, mas eu me levanto e sigo em frente até chegar em OUTRO deposito, porque só um não era o bastante. 

   

  Do outro lado do deposito, vejo o agente infectado, ele havia sofrido muitas mutações e agora andava com quatro pernas reforçadas com ossos. 

   

  Ele parecia ter cinco metros de altura nas quatro pernas, imagina em pé. Nas suas costas haviam três garras enormes seguradas por extensões de carne, que podiam se esticar. 

   

  Me escondo atrás de uma caixa de madeira quando ele se vira em minha direção, ouço ele vindo lentamente, mas só de imaginar aquela criatura querendo me matar, fazia o barulho de seus passos muito mais aterrorizante do que deveria ser. Percebo que ele estava vindo pela esquerda, então vou até a direita da caixa e ouço ele aproximando a sua cabeça do lado contrário, sua respiração era barulhenta e animalesca, o cheiro que saia de sua boca era BEM animalesco. 

   

  A cada segundo que ele passa perto de mim, meu coração acelera mais ao ponto que eu achei que iria morrer ali mesmo. Quando ele se afasta eu volto para o meu lugar, vejo uma porta a direita e me preparo para ir até ela. 

   

  Após se afastar o suficiente, me esgueiro até a porta e tento a abrir, mas sem sucesso. Olho para uma das estantes de ferro, e no topo dela havia um corpo de um homem vestido com as mesmas roupas de manutenção que o que eu vi agora pouco. 

   

  Imagino que ele teria a chave consigo, então começo a planejar um caminho até o topo daquelas estantes. 

   

  Uso algumas caixas como cobertura para o monstro não me ver, embora a parte que eu precisaria chegar para subir estava sendo vigiada pelo monstro. 

   

  Então pego uma chave de fenda jogada no chão e arremesso ela até o outro lado da sala, na mesma hora que o monstro ouve o barulho dela caindo no chão, ele estica uma de suas garras com uma velocidade impressionante para destruir ela, e vai verificar logo depois. 

   

  Aproveitando a janela de tempo que eu havia conseguido, vou até uma pequena caixa e subo em uma das estantes, mas o corpo estava bem acima. 

   

  Me arrasto pelo espaço apertado entre as estantes usando algumas caixas como cobertura. Eventualmente encontro uma caixa maior, que me possibilita acessar a estante superior. 

   

  Enquanto eu subo a caixa, ouço um rugido estrondoso e feroz, o monstro havia me achado. Isso se evidência mais quando ele utiliza uma de suas garras traseiras para tentar me perfurar, mas eu rolo para o lado e fico pendurada na estante. 

   

  Se aproximando de mim, ele usa uma de suas garras no suporte da estante e a faz cair comigo junto. 

   

  Ele usa a própria boca para segurar a estante, mas fica completamente exposto. Aproveito a chance e pulo na cabeça dele com a faca em mãos e a enfio no olho do monstro, fazendo ele soltar a estante e jorrar um sangue negro do seu olho. 

   

  Puxo a faca e utilizo a cabeça do monstro para me impulsionar até o corpo do funcionário morto. 

   

  Me apoio com as duas mãos na caixa que o corpo estava jogado e faço força para subir. Puxo a chave que estava presa em seu pescoço e vejo o monstro se preparando para me derrubar no chão. 

   

  Quando ele utiliza uma das garras para me acertar, eu esquivo e corto a garra fora com a minha faca. 

   

  Puxo os restantes da garra e pulo por cima do monstro e vou correndo direto até a porta. Prendo a garra no meu cinto e ouço um barulho de algo corroendo enquanto destravo a porta. 

   

  Sinto algo segurando o meu ombro e quando me viro, preparada para atacar, vejo o agente antes de ser infectado, ele estava banhado em sangue e algumas partes do seu corpo pareciam estar desencaixando. 

   

—- Me... Ajud... Ajuda... - Ele diz com dificuldade. 

  

  Não haveria de jeito de ajudar ele, o seu corpo já havia passado por muitas mutações e nenhuma cura faria isso se reverter de forma alguma. 

  

  Ele tira a mão de meu ombro e se afasta aos gritos. Ele começa a bater a cabeça na parede repetidamente e com muita força. 

  

  O seu corpo começa a se "desencaixar" e a parede começa a ficar cheia de sangue devido as batidas. 

  

  Ao dar uma última batida forte, o seu corpo cai no chão se corroendo e pulsando, até do nada parar. 

  

  Abro a porta e quando estou prestes a passar, vejo o agente se levantando e prestes a se transformar novamente. 

  

  De repente, das suas costas uma daquelas garras sai e vem na minha direção rapidamente. 

  

  Fecho a porta e pulo para trás, me salvo por poucos centímetros já que a garra atravessou a porta, mas ficou presa no meio do caminho. 

  

  Corro subindo as escadas enquanto ouço o monstro rugindo. 

  

  

Mason Fox, 

06:20 A.M. 

  

  

  Abro a porta com muito cuidado enquanto miro a minha pistola para qualquer coisa que possa aparecer. 

  

  Uso a minha lanterna sala escura e vejo corpos carbonizados jogados no chão, eles pareciam estar desesperados antes de morrerem. 

  

  Me aproximo do painel de controle e tento empurrar um corpo jogado em cima dele, mas ele se desfaz no mínimo toque que eu dou. 

  

  A informação que eu vim buscar ou virou pó, ou alguém levou enquanto fugia daqui. 

  

  Passo para a sala ao lado, diferente da outra essa estava intacta e não havia sinal nenhum de violência. 

  

  Investigo uma gaveta e encontro um botão, aperto ele e a sala fica completamente escura por alguns segundos. 

  

  Me preparo para o que pode estar vindo, mas as luzes da sala ligam novamente e alguns telões aparecem nas paredes. 

  

  Nos telões, vejo as instalações do que parecia ser a Cortex, destruídas e infestada de monstros em todos os lugares, merda. 

  

  Eu sabia que iria acontecer alguma coisa, mas tão rápido assim? Eu precisava voltar para Arkville antes que fosse tarde, a Emma ainda tava lá. 

  

  Em um dos telões vejo uma mulher de cabelos escuros, enfaixada em algumas partes do corpo, lutando contra o que parecia ser um leão de cinco metros, com três garras traseiras e sem pele. 

  

  Não demora muito e eu reconheço a pessoa na tela, Elizabeth, se fosse para alguém estar envolvido nessa bagunça da Cortex, era ela. 

  

  Merda, ela sempre tem que estar envolvida em todo tipo de coisa da Cortex, quando ela iria deixar aquilo de lado? 

  

  Aquela mulher era um enigma pra mim, e mesmo depois de tudo que ela fez e ainda está fazendo, eu ainda sinto falta dela. 

  

  Não, tenho que ignorar isso, vou voltar para Arkville antes que o vírus se espalhe e vou tirar a Emma dali. 

  

  Pego o meu celular e ligo para um dos meus companheiros no governo, eles precisavam ficar sabendo disso. 

  

—- Bom dia Fox! Trabalhando cedo assim? 

  

—- Escuta, Jason, o vírus na Cortex se espalhou. 

  

—- O que? Como assim? 

  

—- Estava fazendo uma das minhas investigações e encontrei um sistema de câmeras ligado no prédio da Cortex, o vírus se espalhou por toda a instalação, você sabe se já foi para o ar livre? 

  

—- Caralho cara, isso é grave, vou ver aqui. 

  

—- A gente precisa evacuar todo mundo rápido, essa merda é perigosa. 

  

—- Não precisa me falar duas vezes, e não, o vírus ainda não se espalhou para fora da instalação. 

  

—- Ótimo, avisa a Maria para ela emitir um comunicado, tô voltando pra Arkville. 

  

—- Escuta, Mason, hoje mais cedo um homem chegou aqui para conversar com a Maria, não ouvi direito o que estavam conversando, mas eu os ouvi falando sobre o vírus, você acha que a Maria tem algum envolvimento nisso? 

  

—- Não, não, a Maria tá limpa cara, eles deviam estar falando sobre se o vírus estava seguro com a Cortex? 

  

—- Não sei não, ela andou bem estranha esses dias, mas qualquer coisa eu te aviso. 

  

  Desligo a ligação e corro para fora do prédio e vejo que a neve havia ficado mais forte, o que eu estava esperando do Canadá? 

  

  

Elizabeth Navarro, 

06:28 A.M. 

  

  Ando por algumas salas em procura do funcionário com a peça eletrônica de antes e acabo encontrando OUTRO incinerador, pra que? Não faço ideia. 

  

—- Se identifique! - Uma voz em um alto-falante grita. 

  

—- Eu sou uma segurança daqui senhor, recém-chegada. 

  

—- Você está infectada! Eu sei que está! 

  

—- Não estou infectada, essas feridas foram queimaduras. 

  

—- Como eu sei que você não está mentindo? 

  

—- Não sabe. 

  

—- É verdade, não sei, mas eu não posso arriscar. 

  

—- O que? 

  

—- Me desculpe, mas eu preciso fazer isso. 

  

  Alguns buracos na parede se abrem, vejo chamas fracas que estavam crescendo com o tempo na pontinha. 

  

—- Me desculpe, me desculpe de verdade, mas eu não quero mais um monstro andando por ai! 

  

  Merda. 


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Notas finais do capítulo

Mais um pra conta.



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