O Fantasma da Ópera escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 4
Teatro Ópera Populari


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/E0qIG-h4rIE-Clary e Erik cantam juntos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775688/chapter/4

P.O.V. Clary.

Viajar no tempo requer alguma preparação, depois de estarmos devidamente vestidos e de eu ter o que precisava dirigi até um lugar afastado.

—Onde está me levando?

—Você reles mortal, precisa de um portal para viajar. E eu sou a guardiã deste portal.

P.O.V. Erik.

Ela parou o veículo e nos embrenhamos mata a dentro, até chegarmos numa caverna, porém... não havia como atravessarmos para o outro lado.

—Não há ponte.

—Os mundanos e o seu parco conhecimento. Aqui está a ponte.

Clarissa começou a caminhar em direção ao precipício.

—Não!

Quando ela pisou, o chão começou a se formar debaixo de seus pés.

—Incrível!

—Segure a minha mão. Se tentar atravessar sozinho, capaz de cair.

Atravessamos e no momento em que chegamos ao outro lado o chão voltou a sumir. Haviam várias armadilhas ao longo do percurso, porém finalmente chegamos.

No interior da caverna, bem no centro haviam três pilares. Um pequeno, um grande e um médio. Olhando mais atentamente haviam marcas circulares em cada pilar e uma espécie de encaixe sob o mesmo. No pilar central, haviam três pedras e o encaixe.

Clarissa moveu os marcadores de cada pilar e então, tirou o colar com a pedra roxa e colocou-a no encaixe.

Senti uma rajada de energia nos atingindo e logo estávamos nas catacumbas do Teatro de Paris.

—Desculpe. É neste lugar onde a fronteira entre o tempo e o espaço fica turva. Não importa para que época viajemos, se a cidade de Paris for o nosso destino, sempre vamos acabar aqui. Sinto muito Erik. Parece que quebrei minha promessa.

Disse ela pegando o colar que havia caído no chão.

—Estamos em mil oitocentos e setenta e dois. Dois anos após... o incidente.

Felizmente o teatro já havia sido reconstruído, restaurado a sua glória anterior.

Paris era linda, as pessoas nas ruas, o sol em meu rosto. Clarissa comprou uma propriedade enorme e a colocou em meu nome, mas seu próximo passo... eu jamais poderia ter previsto.

P.O.V. Clary.

Ele merece isso, Erik viveu nas sombras deste lugar por muito tempo. Este teatro é o lar dele, eu o ensinei sobre administração, contabilidade, gestão e foi de propósito. De caso pensado. Então, fui falar com os atuais proprietários do Teatro.

—Senhores. Soube que são os atuais proprietários do Teatro Ópera Populairi.

—Sim senhorita.

—Gostaria de comprá-lo.

—Oh, mas que tolice.

—Se virem o que eu tenho para oferecer... talvez não achem tanta tolice.

—Muito bem, jovenzinha. Vamos ao nosso escritório, assim podemos ter mais... privacidade.

Entramos no escritório, o velho asqueroso trancou a porta e então... antes que ele pudesse fazer qualquer coisa... coloquei uma mala sob a sua mesa.

—Abra.

Quando ele abriu, seus olhos só faltaram saltar das órbitas.

—Oh, Mon Dieu! Isto é...

—Ouro. Ouro puro. Tem mais de cem barras ai dentro, é o suficiente para você e o seu amiguinho viverem o resto de sua vida como reis, mas em troca... eu quero o Teatro.

—Negócio fechado. Morrice, vá buscar os documentos.

Nós assinamos o contrato na frente do tabelião e eu mandei colocarem o Teatro no nome do Erik.

—E qual é o seu nome, senhora?

—Senhorita. E não é pra mim. Coloquem o teatro no nome de Erik Moreau.

E foi o que eles fizeram. Assinei os documentos e pronto, o Teatro era dele. O problema é que... como o Teatro de Paris agora tem dono, não posso ficar aqui dentro sem um convite.

—Senhorita? Sente-se bem?

—Tenho que sair.

Enfiei desajeitadamente a documentação dentro da pasta e os dois me escoltaram para fora. Já do lado de fora pude respirar novamente.

—Clarissa! O que houve?

—Ele é seu agora.

Disse estendendo a maleta para ele.

P.O.V. Erik.

Quando vi aqueles papéis... não pude crer.

—Clarissa...

—Comprei pra você. Este teatro sempre foi a sua casa, agora é o seu lar.

—O que houve? Porque está deste jeito?

—Lembra o que eu disse... sobre... as escrituras, propriedade e tudo aquilo?

—Sim. Oh, por isso sentiu-se mal. O teatro é meu agora portanto...

Ela precisava ser convidada a entrar.

—É.

—Bem, se este é o problema... você senhorita Carlton é muito bem vinda no meu teatro.

Nós havíamos combinado um sobrenome falso para ela, para que não afetasse a linha do contínuo espaço tempo. Não me pergunte o que é isto pois eu não sei.

—Obrigado. Se lembra de tudo o que eu lhe ensinei sobre as fraquezas de gente como eu?

—Sim. Eu me lembro.

—Espero que esteja se protegendo.

Então, eu os vi. Christine e o Visconde de Chagny. Raoul.

Caminhando de braços dados pela rua. Eles não perdem por esperar.

P.O.V. Visconde Raoul de Chagny.

Vamos á reinauguração da Ópera esta noite.

—Senhores. Devem estar ansiosos por esta noite.

—Na verdade, Visconde... o teatro acaba de ser comprado. A senhorita ofereceu uma verdadeira fortuna por ele, não tivemos como recusar. Agora o Teatro de Paris pertence ao Senhor Moreau.

—Nunca conheci nenhum Senhor Moreau.

—Bom, parece-me que ele estará na inauguração esta noite.

P.O.V. Erik.

Erik Moreau. Gostei. Jamais tive um sobrenome, antes do espetáculo começar, minha primeira providência foi dar um fim em Carlotta Giudicelli.

—Senhoras e senhores, gostaria de apresentar-lhes o novo proprietário do Teatro de Paris. O Senhor Moreau, senhor Moreau... esta é Carlotta Giudicelli, nossa prima dama.

—Prazer Monsieur.

—Bem, lamento imensamente em dizer que Carlotta Giudicelli já não é mais a nossa prima dama.

—Perdon?

—Está demitida.

—Mas, Monsieur... temos uma apresentação para esta noite.

—Eu sei. E já tenho nossa nova prima dama.

—Quem?

—Você.

—Eu?!

Me lembrei do que Clarissa me contou sobre sua voz abençoada por uma sereia, sua voz de cantora é enfeitiçante, ela encanta qualquer alma e é mutável. Adaptável. Pode muito bem ser soprano, contralto, o feitiço da sereia concede a Clary a habilidade de adaptar sua voz a sua necessidade.

—Muito bem, eu cantarei, mas... com uma condição.

—Pois diga.

—Que cante comigo.

—Condição aceita.

Ela sorriu para mim. Um sorriso doce e amável que nenhuma outra mulher jamais me dirigiu em toda minha vida, nem mesmo Christine.

—E mais uma coisa. O Box cinco fica vazio.

—Não acredita mesmo na lenda do fantasma da ópera não é?

—Não quero começar com o pé esquerdo, Monsieur. Enquanto eu for dono deste estabelecimento, o box de número cinco, fica vazio.

P.O.V. Clary.

A tal Carlotta saiu revoltada, xingando todo mundo. E me levaram para os fundos onde me vestiram.

—Por favor, abra a boca.

—O que é isso?

—Perfume.

—Não vai jogar perfume na minha boca. De jeito nenhum.

Eles me enfiaram num maldito espartilho e camadas e mais camadas de vestido, um vestido azul turmalina de seda, arrumaram meu cabelo... então iam começar a me maquiar.

—O que é isso ai?

—Pó de arroz.

—Não vou ficar branca feito uma palhaça, vou?

—Não Mademoiselle.

—Tudo bem então.

Elas realçaram meus olhos, fizeram um belo trabalho. Não ficou exagerado.

—Obrigado. Digo, mercy.

Então, veio a minha deixa e Erik estava lá sentado ao piano. Sorri rapidamente para ele antes do holofote me iluminar e me deixar temporariamente cega. Então, respirei fundo e comecei a cantar.

Como sempre, a minha voz de sereia se adaptou a situação e deixou todo mundo enfeitiçado, fez os homens babarem.

P.O.V. Conde de Chagny.

O apresentador subiu ao palco.

—Madames and Monsierns, infelizmente a senhora Carlotta Giudicelli já não é mais empregada deste teatro. Portanto, esta noite como a voz principal, teremos a senhorita Clarissa Carlton. Uma boa noite e bom espetáculo a todos.

As luzes se apagaram e então, o holofote acendeu sob a cantora e ela era... belíssima. Os cabelos cor de fogo, a pele alva como leite fresco e para pier de resistance quando ela abriu a boca... Por Deus! Que voz é esta?

Deixou-me completamente hipnotizado, não havia outro som no recinto se não a voz dela e o piano. Ao final do primeiro ato, a multidão explodiu num aplauso estrondoso e ela prestou uma elegante reverência de bailarina pouco antes das cortinas se fecharem.

Começou com um burburinho, todos comentavam sobre como a voz dela era magnífica.

Na noite seguinte o teatro ficou lotado, mas notei que o box cinco estava vazio e ao final da peça, tivémos uma surpresa.

—Senhoras e senhores, sei que devem estar cansados, porém se me permitirem, gostaria de cantar uma última música. Acompanhada do novo proprietário do Teatro de Paris... o Senhor Erik Moreau.

Erik?

Então eles começaram a cantar e a letra era... um tanto quanto sombria. Eles dançaram, ele tocou o corpo dela, abraçou-a. Era uma encenação.

A Senhorita Carlton também é bailarina. Por debaixo das saias estava de sapatilhas. O vestido de seda vermelho, a maquiagem, a expressão no rosto dela. Era puro veneno, para minha total surpresa ela olhou diretamente para o camarote onde estávamos a mim e minha esposa ao fim da canção enquanto prestava reverência e em seu olhar vi fúria, sede de vingança.

Então, as cortinas se fecharam.

P.O.V. Clary.

Depois que todos foram embora, comentei com Erik.

—Ah, Erik é uma pena que você não viu a cara dele. Os olhos pareciam que iam saltar das órbitas, o coração dele batia tão rápido que achei que fosse parar. Foi tão engraçado.

Então, os membros da equipe, os bailarinos começaram a entrar carregando coisas.

—Minha Nossa Senhora! O que é tudo isso?

—Dos seus admiradores, senhorita Carlton.

—Misericórdia! Mas, é coisa ein? Flores, e... isso é uma joia?

Era um colar de diamantes.

—Quem mandou isso?

—O Conde de Chagny. Raoul.

—Ele é casado não é?

—Sim.

—Então, faça-me o favor e manda esse negócio de volta.

—De volta?

—Sou cantora, não prostituta.

E haviam mais joias, as que não vieram de homens casados, ou comprometidos... eu fiquei, as outras pedi para o mensageiro levar de volta.

—Está planejando alguma coisa. Eu vi que colocou um bilhete dentro da caixa do colar que Raoul lhe deu.

—Sim. Pobre Raoul, mal sabe ele que é a minha presa.

—Sua presa, ein?

—Sim. Perseguir, acuar... é tão excitante quanto matar. Quando ele perceber já estará enrolado até o pescoço na minha teia. Se importaria se eu... matasse Christine?

—Sim. Quero que ela sofra como eu sofri.

—Então, matar Raoul está fora de cogitação. Estraga prazeres.

—Porque?

—Pense bem. Ele é o Conde, Visconde sei lá o que. O cara é podre de rico e se ele morrer, Christine como esposa, fica com tudo. Estaremos dando a ela de bandeja o Poder para nos destruir. Se queremos nos vingar dos poderosos, temos que ser cuidadosos, e como bem sabe... eu tenho alguns truques na manga.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Fantasma da Ópera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.