O Fantasma da Ópera escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
De fera a Príncipe




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P.O.V. Erik.

Sou belo. Quando me vejo no espelho ainda não creio que o reflexo seja meu.

Foi um longo caminho até aqui, porém eu consegui. Graças á Clarissa sou belo.

Ainda me lembro do dia em que passei pela operação.

Flashback On.

É chegado o dia finalmente. Eles me prepararam, me colocaram em vestes deveras constrangedoras, porém é um preço pequeno a ser pago. 

O médico colocou algo sob meu nariz e me instruiu a contar de um á dez ao revés, entretanto... perdi a consciência antes de chegar ao três. E quando recobrei os sentidos pude sentir algo sob minha face.

—Ah, você acordou. Como se sente?

—Bem. Minha cabeça está girando.

—É o efeito da anestesia, logo vai passar. Vou avisar o Doutor Carter que já está acordado e se não se importar, vou passar na cafeteria do hospital para pegar algo pra comer. 

—Em absoluto.

—Volto rapidinho. A enfermeira vai trazer sua comida.

Dado o assunto, lembrei-me de quando entrei inadvertidamente na cozinha da residência dos Mikaelson. E eu a vi, alimentando-se. Sua face estava completamente mudada. De suas escleras saiam veias grossas, suas íris antes verdes agora estavam cor de carmim. As presas saltavam de sua boca. Mas, para mim ela ainda era um anjo.

Quando notou minha presença, tentou esconder-se. Como eu fazia. 

Eu a ouvi cantar, eu a ouvi falar, cantar. A vi, dançar, lutar, correr, pular, comer, se alimentar e até matar. Um ser tão magnifico como Clarissa Cullen Mikaelson tem que ser divino. Ela é o meu anjo. Meu anjo negro da música.

Devo a ela uma vida.

Flashback Off.

Aqui, agora olhando-me no espelho, lembro-me a primeira vez que me vi após a cirurgia. Não pude crer que aquele ser, tão medonho e repulsivo que já fui deixou de existir e deu lugar a um homem tão ou mais belo e charmoso do que o Visconde que um dia invejei. Meu rosto ainda estava inchado, porém com o passar do tempo o inchaço sumiu, meus cabelos voltaram a crescer até onde antes não cresciam.

—Ei! Não se esqueça de comer viu? Não quero que vire narcisista.

—Narcisista?

—É um termo. Vem do mito grego de Narciso. Alguém vaidoso demais é narcisista.

—Conhece este mito?

—Sim. Filho do Deus do rio Cifiso e da ninfa Liríope, segundo  a lenda Narciso nasceu na região grega da Boécia. Ele era forte, alto, galante e lindo, muito lindo e atraente.  E esta era sua maior fraqueza, na verdade... foi sua ruína. Antes mesmo dele nascer, um oráculo chamado Tirésias disse a Liríope que sua criança seria extremamente bela, saudável e forte. Porém avisou que ele jamais deveria contemplar a própria imagem, ver o próprio reflexo ou isso o destruiria.

—Porque motivo?

—Estou chegando lá.

Ela prosseguiu o conto.

—Além de ser muito belo, Narciso era extremamente orgulhoso e arrogante. Então, um dia... ele acidentalmente viu a própria imagem refletida na água de um lago. E ao invés de se apaixonar por uma suas muitas admiradoras, aquelas que o amavam... ele apaixonou-se pelo próprio reflexo. E uma destas admiradoras era a ninfa Eco que ficou ofendida por ele tê-la rejeitado e escolhido a si mesmo. Então, amaldiçoou-o. Usou sua fraqueza contra ele. Narciso ficou tão obcecado com a própria imagem refletida na superfície do lago que... definhou de fome e sede e acabou morrendo na margem do lago. E foi transformado numa flor.

—Queria tanto que o Visconde e Christine me vissem agora.

—Posso dar um jeito nisso. O meu pai tem o seu quarto de memórias, lá tem várias roupas, retratos e coisas que ele usou durante os séculos. As roupas dele devem caber em você. E as da tia Rebekah em mim. Viajamos de volta e esfregamos na cara daqueles dois metidinhos o "monstro" que você é. Para aquela besta da Christine ver o que perdeu. E finalmente, poderá demonstrar seu talento, fazer arte abertamente, usar sua voz. Então, vamos viajar?

Perguntou com um sorriso de canto e os olhos cheios de desejo de vingança.

—Com prazer senhorita.


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