Ebriedade sóbria, abismo e fragmentos escrita por João Antônio G S


Capítulo 10
Manifesto de amor e insegurança a uma amante nula e Fragmentos #2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775620/chapter/10

Manifesto de amor e insegurança a uma amante nula

 

O tremor da expectativa estrangula minha ânsia ante a própria expectativa.

Carente tremor

E o anseio de sacia-lo.

 

Suspiro o toque lento

Olhar vagaroso a sondar o sentimento febril

Contato próximo de dois corpos embriagados,

Tímidos,

Recíprocos.

 

Mas acalentam-se numa violência carnavalesca

Na pressa de amar e perder-se

— por um instante sequer -

No desejo ardente em ser consumido pelos braços,

boca,

olhos teus.

 

Que é neles que habito e me entrego:

Onde o eterno retorno impera.

E que é preciso destruir o tempo

Para afogar-me na pele tua

E voltar nunca mais.

 

Mas também sei, que de tudo isso,

Só me lamenta toda essa potência de desejo

Ter como alvo um rosto em branco

E a expectativa sob a ânsia de uma vontade indefinidamente inconcreta.

 

 

Fragmentos #2

I

A caricatura de mim mesmo:

O desembesto onírico

Ilógico

Pesadelo Cartesiano

Náusea Kanteana.

Eis aqui

— E ali -

A faceta insanamente contente:

Que por detrás, jaz exclamação pelo eterno retorno

 

Internamente pressurizado num remoer agonizante

Daquilo que é febril ;

O exterior desdobra-se como a um envoltório plasmático dum sol,

Precavendo-se em seu colapso derradeiro.

 

O êxtase:

Pela irracionalidade irrestrita

Almejara racionalidade incondicional

Afinal, somos seres lógicos

 

Lógicos, Lógicos,Lógicos,Lógicos e lógicos e lógicos

e lógicos e lógicos e lógicos

 

II

A abstração monetária me devora

E infelizmente eu a adoro

E adoro e adoro e adoro e adoro

E oro e oro e oro e oro

Por sua perenidade

 

III

Mas aquilo que me devora alhures

é a música

A musa música a musa música  a musa música a musa música

 

Eu danço e olho de canto de olho:

ela dança, não dança e dança, não dança, ela dança, não dança!!!

De canto de olho eu olho…

 

Agora no futuro daquilo que foi  

eu

presente

Ponho-me a pensar penso…

Na corda bamba: meus fios de cabelo

— ou seriam os seus?

E me afogo, me dreno, me destruo, me sinto, te pinto, te grito, eu grito, eu grito, eu grito!

...Em silêncio… O nome

O nome… O nome… Seu nome! seu nome!

Ele me consome

Mas eu sou bobo e espero

...de-ses-pe-ra-da-men-te, de-ses-pe-ra-da-men-te, de-ses-pe-ra-da-men-te

Que me olhe nos meus olhos

E molhe meu coração

 

Logo te entrego a chave

D’eu enclave

E crave um contentamento

Meu intento, meu invento, meu contento,

Meu alento, meu fomento,

Eu sedento, eu tento

Te invento,

Me invento

É só vento, é só vento, é só vento, é só vento, é só vento,

é só vento, é só vento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ebriedade sóbria, abismo e fragmentos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.