Sempre fora tão corajosa, mas agora se deixara abater. Uma confusão amorosa? É isso que me diz, Tomoka? – perguntava Sumire

Sim, senhora. A Sakuno anda um tanto estranha – respondia Tomoka, enquando se punha a olhar pela janela o modo com que Sakuno lanchava lá em baixo – acho que o fora que ela levou do Echizen fez bastante mal a ela.

Parece que sim, realmente, mas, de qualquer forma, ela deve superar logo

Nem Tomoka, nem Sumire perceberam quando Tezuka se aproximou

Quem se recuperará logo?

A vice-capitã do time feminino, Tezuka-senpai – respondia Tomoka

O que ela tem? – perguntava Tezuka, ajeitando os óculos e depositando vários papeis na mesa de Sumire – Ah Sumire, já terminei o confidencial...

Depressão... – respondia Tomoka

Ok, Tezuka! Poderia se retirar agora? – retrucava Sumire – preciso continuar a conversar em particular com Tomoka

E assim Tezuka saiu. Todos estavam treinando lá em baixo, e isso lhe conferiu a vontade de descer também e simplesmente ordenar 100 voltas pela quadra na primeira “irregularidade” que lhe constasse.

Sakuno, estava lanchando enquanto assistia ao treino dos titulares, quando Tomoka chegou.

Yo Sakuno! Você deveria treinar com a equipe feminina, não? – perguntava Tomoka

Ahn? É que hoje a capitã liberou mais cedo – respondia Sakuno, sem desgrudar os olhos do jogo-treino

Nossa, você tá concentrada em que nesse jogo? – perguntava Tomoka, curiosa

Nada não... – respondia Sakuno sem prestar atenção no que a amiga dizia – É que eu gosto de ficar olhando o Kaidoh jogar.

Sakuno estava um tanto diferente. Ela gostava de ver o Ryoma jogar, no máximo, e, apensar de gostar de todos os titulares, costumava ver os jogos do Ryoma, e treinar tênis.

Mas, alguma coisa recentemente fizera ela mudar de ação.

Agora, tinha costume de ver os treinos dos jogadores, menos do Ryoma, e treinar cada vez mais. Queria ser capaz de estar à altura de Ryoma. Queria provar a ele que ele não sabia o que havia perdido.

Ou talvez, passar a impressionar as pessoas da Seigaku por ser talentosa no tênis, e não por ser a atrapalhadinha neta da treinadora.

E ela faria de tudo para conseguir.

Sakuno vira Ryoma se aproximar e nem quis terminar de ver o jogo, simplesmente puxou Tomoka, e elas saíram andando

Sa... – ia perguntar Tomoka, mas viu Ryoma e logo se calou

Não é possível que ele me siga o tempo todo! Ele sempre vem assistir aos mesmos jogos que eu! Ah! Já che—

Tomoka até tentou avisar, mas não conseguiu.

Sakuno estava gritando e chorando tão distraída que não percebeu que Kikumaru estava vindo em sua direção. E este estava distraído pensando em algo, e não imaginava se bater com ninguém.

Gomenasai, Kikumaru-senpai – dizia Sakuno, toda sem graça

Ah! Sem proble... – Dizia Eiji um tanto distraído ainda - Você estava chorando, nya?

Ahh... é, mas não foi nada não. – respondia Sakuno sem graça

Tomoka se intrometeu

Foi algo sim. Ela levou um fora do Ryoma-sama

O QUÊ? Ochibi deu um fora em Sakuno,? Nyaaa... – dizia Eiji, enquanto abraçava Sakuno, deixando-a perceber o quão afetuoso ele era. – Não chore por alguém que não te merece, Sakuno-chan, existem pessoas que merecem estar com você todos os momentos, e que vão saber te dar valor, Basta você saber superar isso, ser forte, e esperar que uma pessoa como essa vai aparecer, nyaaa

Sakuno comoveu-se um pouco com aquelas palavras. Será que existia alguém assim realmente?

Kikumaru-senpai... – falava Sakuno, um pouco sem graça de perguntar o que vinha em sua mente

Hai...?

Você já achou essa pessoa? – perguntava Sakuno, corada

Iie... Agora tenho que ir, Ja ne, Sakuno-chan! – dizia Eiji, se afastando das garotas, e indo em direção à quadra

Tomoka estava sem entender o motivo da pergunta de Sakuno. Na verdade, nem a mesma entendeu porque ela havia perguntado aquilo. Sabia que fora indiscreta.

Saíra andando e Tomoka a seguiu, até uma escada, onde as duas se sentaram

Sakuno... por que perguntou aquilo ao Kikumaru-senpai? – perguntava Tomoka, curiosa

Não sei Tomoka, foi impulsivo – respondia Sakuno, ajeitando as tranças do cabelo

Sei... – respondia Tomoka, distraída

Ficaram em silêncio, até a hora de irem embora, Sakuno e Tomoka se despediram, e cada uma foi pra sua casa.

Quando Sakuno chegou em casa, foi direto pro seu quarto.

Lembrara do que Kikumaru havia dito-lhe, mas, ainda chorava por Ryoma.

Ryoma sempre foi o garoto que ela amou, desde que o viu no trem.

Sakuno perdeu-se em pensamentos e lágrimas, e nem ouviu o telefone tocar...

Algumas horas depois, viu que havia recado na secretária eletrônica, pôs-se a ouvir, e viu que era da Tomoka

“Sakuno, liguei pra você, mas você não atendeu. Só queria saber como você estava. Espero que esteja tudo bem. Tchau“.

Tomoka estava realmente preocupada com Sakuno, afinal, nunca havia visto a amiga daquele jeito.

Sakuno então ligou pra Tomoka e lhe disse que estava tudo bem, e que se encontrariam no outro dia, na escola.

Naquela tarde, Sakuno não saiu do quarto pra nada. Não só se lamentava de ter sido “jogada fora” quanto queria entender o que Kikumaru lhe dissera.

E ela ficara lá mesmo. Não saíra pra nada. Ela não queria ver ninguém.