Improváveis escrita por Katheryn


Capítulo 2
Capitulo I


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas lindas e meus lindos!!

Aqui mais um capitulo bem fresquinho para vocês, usando do meu tipo de analogia preferido - com comida - posso dizer que acabou de sair do forno!

Revisei apenas rapidamente, então se encontrarem algum erro, me perdoem e saibam que logo farei, mas sem alterar qualquer elemento da história.


Enjoy!



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Aquela visão a fez sorrir.

Em plena quarta-feira, as... Hinata olhou o relógio em seu pulso. O relógio marcava exatamente 17h47min e era quase inacreditável, mas o Dr. Hyuuga Neji se encontrava na sala de desembarque lhe esperando. O moreno de longos cabelos castanhos segurava uma plaquinha que dizia simplesmente “One-cham, TOP MUSA”.

Hinata riu, obviamente não foi seu primo que escreveu a placa, por ele – ela sabia – a plaquinha soaria mais impessoal e até fria, provavelmente com um engessado “Hinata-sama”... Ás vezes formalidades a irritavam. Suspirou, observando melhor o entorno e logo encontrando a pessoa responsável pela plaquinha. Não foi difícil encontrar, ela estava exatamente na direção que o bico de Neji apontava.

Hanabi.

Sua irmã mais nova estava mais alta e mais linda. Seu coração falhou uma batida. Fazia um ano, talvez um pouquinho mais, desde que os vira pessoalmente, mas só agora, ao vê-los, percebia o quanto sentia saudades. Esse sentimento impulsionou seus pés, antes mesmo que sua mente conseguisse formular qualquer comando, lá estava ela, praticamente correndo para eles com um sorriso nos lábios e olhos cristalinos.

— Hinata! – Hanabi gritou, fazendo Neji se sobressaltar.

Ao que parece, os óculos escuros que o moreno usava serviam para algo além de o fazer parecer mais bonito e misterioso. Naquele breve momento, onde ele parecia mais estar dormindo em pé que qualquer outra coisa, Hinata se deu conta que as lentes escuras na verdade ocultavam os vários plantões que ele devia ter feito para estar ali, agora.

— Irmãos! – A modelo saudou, correspondendo a empolgação da Hyuuga mais nova, estacionando sua mala de qualquer jeito e abraçando-os em seguida.

Antes mesmo que Neji conseguisse reagir ao grito da prima mais nova, sentiu-se ser envolvido em um abraço afetuoso, foi impossível não retribuir.

— Hinata! – Ele disse simplesmente, envolvendo também as primas em seus braços.

Neji, dentre os três, nunca fora o que mais demonstrava emoções ou afeto, no entanto, apesar de ainda mostrar-se sério e muito reservado à primeira vista, com o tempo e as pessoas certas em seu caminho, esta característica havia mudado um pouco.

— Como senti saudade de estar com vocês! – Hinata confessou, soltando-os e olhando-os nos olhos – Vocês estão tão diferentes... – Comentou.

— Nós fizemos vídeo-chamada há três dias! – Hanabi respondeu, passando as mãos pelos próprios cabelos, como se procurasse algo diferente em si. Neji sorriu pequeno ante ao gesto – Mas não é a mesma coisa, não é verdade? – Concluiu por fim.

— Não é a mesma coisa. – Hinata confirmou.

Mais que estar em sua cidade natal, a sensação de estar em casa vinha da forma como era recebida e se sentia acolhida por aqueles que amava.

Todavia, nem mesmo essa sensação a protegia do caminho que escolhera trilhar. Estava treinada, foi fácil perceber quando algumas pessoas começaram a observá-la e reconhecê-la. Foi fácil, também, perceber quando algumas – “poucas pessoas, graças a misericórdia”— pensou – tentavam, discretamente, fotografar o seu encontro com sua família.

Hinata aprendera sim a conviver com a fama, os holofotes e tudo o que isso implicava. No entanto, por mais pública que sua profissão fosse, seus momentos com a família e amigos, seus relacionamentos, eram coisas que ela honrava por manter preservados. Ela os mantinha a parte de sua vida profissional, evitando sua exposição a todo custo.

— Podemos ir? – Ela perguntou – Quero curtir vocês, tê-los só pra mim!

(...)

Para a surpresa de Hinata, toda a sua família lhe esperava na sala de jantar. Seu pai, seu tio e até mesmo Ko, seu segurança e membro do clã. Nos últimos anos Ko sempre esteve com a morena, fazendo papel de segurança, amigo e as vezes até de pai e de babá, nutriam um intenso respeito e carinho um pelo outro.

No entanto, em decorrência de uma doença do pai de Ko, Hinata o mandara para casa umas semanas antes dela. Mas nada ode ser feito para  aplacar a enfermidade, a doença matou o homem rapidamente.

Hinata olhou para o primo e para a irmã, que sorriram cúmplices. Era perceptível que eles haviam estreitado seus laços enquanto ela esteve fora. Por um lado aquilo aqueceu o coração da morena, por outro, teve um pouco de inveja.

Sorrindo, Hinata foi abraçar um por um. Primeiro seu tio que a aguardava amistoso e de braços abertos, tão parecido fisicamente com seu pai e tão diferente na personalidade. Ko foi o segundo a ganhar um abraço apertado.

Por último, seu pai também veio lhe abraçar. Foi um abraço longo e apertado e de brinde, Hinata ainda recebeu um belo e raro sorriso do pai. Sem dúvidas o ranzinza e severo Hiashi havia mudado muito com o passar dos anos.

— Filha, como é bom ter você em casa. – Ele disse antes de soltá-la. Foi inevitável para a morena que as lágrimas, que ela não queria que caíssem, preenchessem seus olhos.

Mais uma vez, aquela sensação de estar em casa a preenchia. Ela não estava preparada para uma recepção tão amistosa, muito menos para se emocionar com tanta facilidade.

— Cada ano que passa você fica mais bonita! – Seu tio elogiou – Tá vendo Hiashi, por isso digo que ela parece mais comigo que com você...

Hiashi tratou logo de rodar os olhos e ignorar o irmão, eram gêmeos afinal, e se a filha dele era linda, o mérito era todo dele e de sua esposa.

—  Hunf... Mas o Neji continua inteligente. – Retrucou, fazendo todos rirem, inclusive Neji, que a princípio, motivado pela ausência de sono, não entendeu exatamente o que o tio quis dizer com o comentário.

Depois daquele momento de descontração vieram outros e outros, recheados de histórias e algumas reclamações. Em dada altura do jantar, que iniciou-se logo após a sessão de abraços, as reclamações viraram contra os primogênitos, Hinata e Neji, reclamações essas, orquestradas por seus pais. Quando os gêmeos se uniam para reclamar a ausência de netos, eram muito bons nisso e cheios de argumentos.

No entanto, quem mais reclamava era Hizashi. Entre os pontos altos de sua argumentação, o filho e a nora que trabalham demais ganhava em disparada.

— Um filho médico que mal vejo, uma nora policial que mal vejo... Mal sei se eles se veem! – dizia, o copo de vinho na mão – Talvez isso dificulte a vinda dos meus netinhos...

Enquanto Neji quase morria engasgado, Hanabi ria descontroladamente. Ela adorava jantares em família, nada conseguia tirar tanto o seu primo sério e comedido do eixo como eles. Se ele ficava vermelho ou constrangido em outras ocasiões, Hanabi não saberia responder.

Hinata acabava por rir também, mas ficava desconfortável como o tópico bebês, embora disfarçasse bem. Ela não se lembrava dos jantares em família serem tão calorosos, certamente não eram quando ela era mais nova. Felizmente, para ela, a cota de reclamações tipicamente Hyuugas, como a sua irmã costumava chamar as características particulares de sua família, ficavam muito mal distribuídas, recaindo praticamente todas sobre Neji.

Hizashi só falta implorar para que seu filho tirasse férias e se casasse. Afinal, nas palavras do tio:

“ - Chega um momento que um homem precisa ser avô. ”

Pelo visto, os gêmeos estavam em sintonia com esse desejo, ainda que em disparidade, ou ao menos Hizashi era o que demonstrava com mais ênfase suas necessidades de futuro avô. Hinata já previa o velho estragando a criança completamente, enchendo-o de mimos. Sorriu, queria ter tido um avô assim.

(...)

Os Hyuugas dormiram muito tarde na noite anterior, ou melhor dizendo, muito cedo, pois a madrugada havia começado quando o último Hyuuga se recolheu.  Não foi surpresa para Hinata, quando descera para pegar uma fruta na cozinha, encontrar a casa completamente silenciosa, mesmo o relógio marcando 09h00min.

Acordou com a barriga roncando, mas tinha que focar no havia planejado para hoje. Uma visita a instituição de acolhimento social mais famosa da cidade. Precisava ver com os próprios olhos se era tudo aquilo que lhe contaram e se atendia realmente bem seus assistidos. Apoiar uma instituição significava para ela mais que investir seu dinheiro em uma causa social e neste caso em especial, atrelar sua imagem a uma causa.

Não tinha muito tempo a perder, precisava se arrumar logo, pois já estava atrasada - de acordo com o seu próprio cronograma. Rapidamente voltou para o seu quarto que continuava igualzinho ao dia em que foi embora, nem um móvel fora do lugar, mas não ficou muito tempo observando o cômodo. Tomou banho, fez a higiene pessoal e escovou os dentes como se estivesse em um quarto de hotel e com pouco tempo disponível antes de uma sessão de fotos.

A roupa que pretendia usar já estava separada em sua mala, ainda não desfeita. Vestiu-se sem dificuldades, indo olhar-se no espelho. Na noite anterior havia tirado da mala somente uma troca de roupa para dormir e a roupa que trouxe para Ko. Não gostaria que ele usasse terno, queria a dupla mais discreta.

Era fácil perceber que seu segurança e amigo precisava se distrair um pouco, pois ainda estava muito triste pela perda do pai. Por mais que o despistasse as vezes, sabia que ele já queria voltar a trabalhar, e dessa vez não poderia deixá-lo para trás.

— No lugar de “eu amo rámen” poderia estar escrito “rámen deixa os peitos enormes” – Hanabi observou, ao invadir o quarto da irmã, sem ao menos bater na porta, mas teve que ser rápida para desviar do travesseiro que Hinata lhe jogou. – Bom dia pra você também!

— Você não está ajudando! Quero algo que não chame muito atenção... – Hinata disse, olhando-se no espelho novamente. – E bom dia! – sorriu!

Hanabi balançou a cabeça negativamente. Hinata sempre chamava atenção, mesmo sem querer. A família Hyuuga no geral chamava bastante atenção. Os olhos claros em um tom raro, os cabelos muito lisos e escuros, em combinação com a pele tão clara formava um conjunto exótico e belo. Em sua maioria, os membros da família conservavam o biótipo magro que também lhes era característico.

“Genética realmente é importante” Hanabi pensou, mas secretamente gostaria de conseguir ficar mais morena e menos vermelha quando pegava sol. Suspirou, aquele não era realmente um problema ou o maior deles. Consigo mesma ela pensou que a sua irmã já devia saber, mas, se queria parecer mais “normal” a primeira coisa que deveria disfarçar, ou melhor, esconder, eram seus olhos tipicamente Hyuugas.

— Você sabe que vai precisar usar óculos escuros, não sabe? – Perguntou apenas por desencargo de consciência.

— Sim. – Hinata suspirou, fazendo biquinho - Mas não gosto de escondê-los.

Hanabi riu, sabia que nem sempre foi assim. Neji havia lhe contado muitas coisas sobre a irmã depois que ela viajara, ou o quê a própria Hanabi definia como o período de sua vida toda. Não fosse pelo primo, na maioria das vezes, ela não saberia tanto sobre a sua irmã.

Quando Hinata viajou, pouco menos de um ano depois de tornar-se modelo, – aos dezesseis anos - Hanabi tinha apenas cinco aninhos recém completados. Viram-se pessoalmente poucas vezes depois disso, a Hyuuga mais nova sabia cada data e quantas vezes de cor. Hinata fora inclusive, o motivo de sua primeira viagem internacional.

Observando a irmã mais velha por os óculos escuro, a mais nova desejou ter a irmã por perto por mais tempo. Sentia tanta falta dela ao seu lado. Mal sabia Hanabi, que por trás das lentes escuras recém colocadas Hinata observava-a através do espelho, envolvidas em pensamentos semelhantes.

A morena ainda sentia-se um pouco culpada por não ter acompanhado melhor o crescimento da irmã, por ter que saber de coisas importantes como o primeiro beijo dela por telefone. Principalmente, sentia-se culpada por deixar a irmã que nunca conheceu o amor de mãe, sozinha, já que a mãe delas havia morrido poucos meses depois de dar à luz a pequena. Não foi uma decisão fácil no fim das contas, muito menos livre de consequências.

 “Se não fosse Neji eu teria perdido bem mais”— Pensou com certo pesar e muita gratidão.

A família Hyuuga, sempre muito tradicional, uma linhagem antiga de excelentes médicos, não queria ter uma filha modelo em sua ramificação. Seu pai fora inicialmente contra a ideia e por muito tempo depois, até quando não lhe restava mais nada além de aceitar sua decisão.

Completando o look, Hinata colocou um boné, fazendo Hanabi rir.

— One-cham, vai tentar despistar o Ko outra vez? – perguntou sabendo que a irmã costumava fazer isso.

— Bem que eu queria, mas não quero deixá-lo chateado.

Ko era o segurança particular de Hinata, um membro confiável do clã – como Hiashi gostava de enfatizar – e uma das condições para que ela continuasse a ser modelo e viajasse o mundo, depois de certo incidente no início de sua carreira internacional. A morena até pensara em protestar na época, mas sabia que continuaria a ser modelo se assim decidisse e que seu pai não mais tentaria lhe impedir.

A maturidade que acabou adquirindo em pouco tempo, mostrou-lhe que na verdade aquela havia sido uma forma dele de tentar lhe proteger, e até a demonstração de carinho de um pai preocupado. Às vezes, quando pensava sozinha sobre isso, não conseguia chegar a conclusão se agiria da mesma forma, surpreendentemente condescendente, que o seu pai agiu.

— Ko acabou se tornando um ótimo parceiro de viagem – Hinata observou, mais para ela mesma que para a irmã – E também separei uma roupa mais discreta para ele...

Hanabi riu, imaginado como a irmã poderia ter pensado em “disfarçar” o pobre segurança. Será que ele ia ficar com a mesma aparência de “não quero ser visto” da Hinata? Hanabi riu de novo, saindo do quarto.

— Preciso ver isso com meus próprios olhos!

(...)

— Estou parecendo um adolescente! – Ko resmungara pela enésima vez – Ninguém vai acreditar que sou seu segurança, pelo contrário, é possível que achem que sou um adolescente que tentou roubar seu carro!

Hinata riu. Não achava que tinha ficado tão ruim e além do mais, ela havia comprado aquela roupa nos Estados Unidos, pensando exatamente nesse momento. Ko realmente parecia mais novo que ela foi capaz de imaginar naquelas roupas, mas entre adolescente e a crise dos trinta anos, ele estava mais para a crise dos trinta anos. Riu novamente.

— Está perfeito então, Ko! – Ok, ela sabia que era mentira, mas para um "disfarce", “ não estava tão ruim” repetia para si mesma – Cumprimos nosso propósito! – piscou – Mais uma coisa Ko, não precisa entrar comigo, eu quero fazer isso sozinha... – sorriu, desculpando-se, mas o segurança já esperava por isso.

— Quem disse que eu quero que me vejam assim? – Brincou, mas era verdade, Hanabi quase rolando de rir e perguntando se ele estava em alguma “crise típica da idade” já fora o suficiente – Aliás, pelo endereço que me passou, já chegamos.

(...)

— Já que vai participar da aula com as crianças hoje, eu já vou indo. – Konohamaru disse, vendo Naruto cercado por – nas palavras carinhosas dele – “pirralhinhos”.

— Mas já?? – Naruto questionou – Por que tão cedo?

— Ah, a Moegi me chamou para almoçar. – deu de ombros – Mas ela quer passar numa livraria antes.

Naruto encarou o menino, normalmente ele andava em trio com os amigos. Ele, Moegi e Udon.

— E o Udon, não vai com vocês? – perguntou, prevendo a resposta.

— Acho que não – O moreno respondeu, enquanto mexia no celular, sem desviar os olhos da tela por nem um segundo. Aquilo irritava tanto Naruto – Ela não comentou nada.

— Hunmm, entendi! Só vocês – Naruto disse com ênfase e em tom de insinuação, fazendo Konohamaru finalmente desviar os olhos da pequena tela que trazia nas mãos.

— O quê? – questionou – O que significa esse “Hunmm” ?

Naruto riu, não era possível que Konohamaru fosse mais tapado do que ele fora na mesma idade. Era óbvio para qualquer um que tivesse olhos que a menina de cabelos alaranjados tinha uma queda por ele e que por brincadeira do destino, ou simples acaso, Udon tinha uma queda por ela.

Fato é que o caso era quase como a obra “quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade, e pelo visto Konohamaru estava no papel do que não amava ninguém. Naruto riu, participar das aulas de literatura da Fundação estava ampliando suas referências para as situações cotidianas.

— Nada! – defendeu-se – Se fosse alguma coisa, inteligente como é, você já teria percebido. – concluiu, tentando manter-se sério com sua última frase.

Se tivesse êxito, em breve dominaria a arte da chacota. Konohamaru, não entendeu o que Naruto quis dizer, mas deu a entender o contrário – ou achou que tivesse feito.

— Crianças, deem tchau pra ele para começarmos logo nossa aula de karatê! – O loiro quase gritou, apertando sua faixa preta no final da frase apenas para dar ênfase.

— Tchau tio Konohamaru! – As crianças gritaram em coro, enfatizando cada silaba!

Naruto ria com diversão. Ás vezes Konohamaru achava que ele virava mais uma criança no meio das outras, mas agora, aquilo era algo para Kakashi, o professor de karatê da Fundação, lidar. Dando um tchau menos animado e com um pequeno aceno o moreno saiu.

Quando estava no corredor ainda pode ouvir Naruto reclamando com Kakashi sobre o livro que estava lendo e que aquilo não era algo para trazer para um ambiente cheio de crianças, ameaçando inclusive, de não deixar o padrinho dele e autor dos livros o presentear com mais edições exclusivas. Konohamaru riu, não entendia porque tanta polêmica a respeito de livros tão chatos.

Ainda mexendo no celular, Konohamaru foi dobrando os corredores da Fundação. Ele conhecia aquele lugar como a palma de sua mão, havia inclusive acompanhado a construção/ reforma do lugar. Foi um trabalho muito bem feito e bastante caro, claro que dinheiro não era um problema para Naruto, mas fora uma obra realmente imensa.

Em poucos minutos ele já se encontrava na área de segurança que fazia o limite entre a Fundação e a rua. Para evitar riscos, Naruto havia instituído um rígido controle de segurança, para evitar que pessoas indesejadas tentassem entrar e viessem causar algum mal a quem estava lá dentro, afinal, pessoas vindas das mais diferentes situações acabavam parando na Fundação.

— Hey Izumo! – Konohamaru cumprimentou um dos seguranças, mas antes que pudesse escutar a resposta dele, seus olhos capitaram uma figura que não esperava ver tão cedo. Estava petrificado!

— Hi... Hinata?? – perguntou, não acreditando no que seus olhos viam.

Embora a figura que acabara de passar pela segurança fosse um pouco menor que ele imaginava, e estivesse usando enormes óculos escuros e um boné que escondiam boa parte de seu rosto, uma fã como ele a reconheceria em qualquer lugar.

Hinata se espantou, até o momento que teve que apresentar seus documentos a segurança, estava crente que seu disfarce estava funcionando muito bem.

— Como sabe quem eu sou? – perguntou, estupefata. Os seguranças riram da situação, Izumo e Kotetsu sabiam dos talentos de Konohamaru para tiete.

— Ouso dizer que ele é um fã... – Kotetsu disse.

— E ouso dizer que ele a reconheceria até de burca – Izumo completou rindo, mas nada abalava a confiança de Konohamaru. Afinal, sua musa inspiradora estava bem na sua frente.

Depois de Naruto e de seu falecido avô, Hinata era a pessoa que ele mais admirava.

— Konohamaru, ela veio conhecer a Fundação, ia mandar chamar o Naruto, mas porque você não aproveita e a leva até ele?

— Claro! – respondeu prontamente – Posso te mostrar alguns lugares no caminho também! – sorriu.

— Será um prazer! – Hinata concordou – Parece que você tem a confiança dos seguranças e conhece muito deste lugar... – comentou.

— Sim – Ele concordou – Vamos? – disse parando ao lado de Hinata, sem saber bem o que fazer. Será que devia dar o braço para ela, para guiá-la? Não sabia, em todo caso, acabou esperando-a ficar do seu lado para começar a andar – Apesar de novo na época, eu vi este lugar ser erguido... Digamos que conheço bem o fundador e diretor-presidente. – falou com orgulho perceptível na voz.

O tom agradou Hinata, que o acompanhou.

No caminho que a levaria até Naruto, o diretor-presidente, passaram por algumas alas da Fundação. Primeiro pelas quadras, que ela pode observar apenas de longe, depois por duas piscinas a céu aberto, mas fora informado que havia uma piscina coberta também. Passaram ainda por um refeitório que se encontrava vazio no momento, mas que mantinha um cheirinho gostoso presente. Já passava das dez horas da manhã e logo seria servido o almoço. As poucas pessoas que encontrou no caminho haviam elogiado muito Naruto e sua bondade.

Em sua mente, Hinata já formulava uma imagem dele. Baseando-se no respeito e admiração que as pessoas pareciam ter por ele, além do pouco que pode ver da organização da fundação, começara a imaginar que ele teria lá pelos seus quarenta anos, provavelmente. Talvez fosse muito sério, mas quanto a isso tinha dúvidas. Não era uma parte importante, mas perguntou-se inclusive se ele era feio, visto que em sua breve pesquisa sobre ele e sobre a Fundação, não havia encontrado uma foto sequer dele ou qualquer informação sobre sua idade.

— Já estamos chegando. – Konohamaru disse, ao adentrarem um corredor – Ele está participando da aula de karatê com as crianças hoje. Ele gosta de participar de algumas aulas, essa é a preferida dele.

Poucos passos depois, haviam chegado. Era a hora da verdade. Como era esse Naruto, o diretor-presidente?

(...)

Hinata espiou dentro da sala. Haviam dois adultos, um de cabelos grisalhos que certamente era o mais velho, mas ele usava algo semelhante a uma máscara higiênica e não era possível tentar adivinhar sua idade assim. O outro, era alto, jovem, forte e atlético, com cabelos loiros luminosos e que sorria com as crianças. Definitivamente, para Hinata, o sócio fundador devia ser o grisalho.

Vendo Hinata observar dentro da sala, provavelmente sem saber qual dos dois homens presentes era o Naruto de quem ela tanto ouviu falar em tão pouco tempo e sabendo o quanto ele era reservado, Konohamaru apontou para Naruto.

Hinata deixou os lábios formarem um “o” em surpresa. O moreno ao seu lado sorriu.

— Eu sei, ele parece muito jovem para ter feito tudo isso – Konohamaru falou – Mas não se engane, papai é mais velho que parece.

“Papai???” Hinata arregalou os olhos por detrás dos óculos escuros, a palavra ressoando dentro da sua cabeça.

— Quantos ano você tem? – perguntou ao moreno.

— Dezessete! – Ele respondeu com a empolgação típica da idade. Konohamaru tinha a mesma idade que sua irmã, Hanabi.

As contas não batiam em sua cabeça, mesmo olhando de longe, o diretor-presidente da Fundação Namikaze não parecia ser mais velho que ela. “Ou ele teve um filho muito, muito novo” Era importante destacar em sua mente o “muito novo”, “Ou ele sugava a energia vital das criancinhas para manter essa aparência! ”

— Pai! – Konohamaru gritou, chamando a atenção de Naruto, que o olhou com uma ruga formando-se entre os olhos no mesmo instante.

(...)

Naruto pediu licença para as crianças – era importante incentivá-las a educação e ao bom comportamento e nada melhor que exemplos para isso – e foi de encontro ao filho.

— Konohamaru? – questionou, o cenho franzido.

O loiro perguntava-se internamente o que acontecera, o garoto raramente o chamava assim. Depois que fizera quatorze anos então... Suspirou, lembrando-se e não deixando de perguntar-se se toda criança ao se tornar adolescente se tornava "assim".

— Tudo bem? – Naruto perguntou, finalmente – Eu estava com as crianças... – disse, só então reparando na mulher ao lado do garoto.

De boné, enormes óculos escuros, camiseta regata e jeans meio rasgados nos joelhos e coxas. Inclinou um pouco a cabeça, voltando seus olhos azuis para a regata, fazendo a mulher pigarrear alto ante tal gesto.

Ele pode ver que ela ficara um tanto quanto vermelha e mais que isso, por trás das lentes escuras, sentiu que ela o fuzilava com os olhos.

— Não me admira que tenha tido filhos tão cedo! – A morena resmungou, jogando seus longos cabelos lisos para a frente, escondendo o máximo possível dos seus seios fartos que a regata deixava em evidência.

Naruto também ficou vermelho e constrangido, concomitantemente.

— Não é nada disso! – apressou-se em dizer, se dando conta da impressão que passou.

— Ele é mais velho que parece! – Konohamaru interveio, com ar de troça. Naruto apenas lhe lançou um olhar severo, fazendo-o ficar quieto e mudar de postura no mesmo instante.

— O que fez com a educação que te dei? – O loiro lamentou, lembrando-se de que também, algumas vezes, chegou a aprontar junto com Konohamaru. Não entendia porque sua consciência era sempre tão efetiva, possivelmente a morena sustentasse razão na sua fala e ele tivesse realmente se tornado pai cedo demais. Hinata apenas observava, era nítido as engrenagens rodando dentro da cabeça loira, deixando-a curiosa – Me desculpe – Ele disse, por fim – Eu não estava olhando... Bem, olhando... – Tentou começar, mas acabou olhando para o busto da morena, desviando o olhar rapidamente – É que está escrito “eu amo rámem” – apontou para as palavras na regata dela – Achei interessante...

— Ele também ama rámen! – Konohamaru o cortou novamente, mas desta vez, falou baixo e com certo ar de intimidade, praticamente sussurrando no ouvido morena, que sorriu. Naruto rodou os olhos, mas não negou.

— Em todo o caso – Ele interveio – Ele é adotado!

Konohamaru fez bico em resposta, não por Naruto declarar que o adotara, mas pelo loiro acabar com sua breve diversão. Naruto puxou-o para o seu lado, bagunçando os cabelos do adolescente e sorrindo, recuperando também o sorriso do moreno.

— Temos onze anos de diferença de idade, então... de certa forma você está certa, não? – sorriu para a morena – Mas... Quem é você?

— Hyuuga Hinata. – Se apresentou, tirando os óculos com uma mão e estendendo a outra para cumprimentá-lo – Prazer.

O loiro correspondeu ao gesto, trocando um aperto de mão firme com ela. Ele estava um pouco surpreso, achava que ela tinha um segurança, que não desgrudava dela e inclusive era parte do seu clã, mas parece que não... Além de parecer uma pessoa comum por detrás daqueles óculos e boné.

Naruto fez uma nota mental para lembrar-se de não acreditar no que lia – ocasionalmente – nas revistas de Konohamaru.

— Desculpe não ir atendê-la pessoalmente, não fui informado que a senhorita tinha confirmado a visita. – disse em tom mais formal.

— Espero não ser um incômodo para você, mas preferi fazer uma surpresa. – Ela informou com um sorriso, mas sem desculpar-se em momento algum por chegar inesperadamente.

Aquela atitude irritou um pouco o loiro, na mesma medida que lhe despertou curiosidade e interesse. Ele sabia o porquê dela ter feito uma visita surpresa, ele também já havia visitado outras intuições e ONGs, assim como já fora parte integrante de algumas no passado.

Naruto tinha ciência de como algumas coisas poderiam ser diferentes de uma visita agendada para uma visita surpresa. Contudo, mesmo entendendo a atitude de Hinata, e sabendo que faria o mesmo, não podia deixar de se indignar com a mais leve desconfiança sobre o trabalho que realizava com todo o seu empenho.

Talvez, esse incômodo lhe abandonasse com o passar do tempo, afinal, a fundação iria contemplar apenas cinco anos no dia do evento anual, daqui a poucos dias. Suspirou, não podia julgar ninguém sem conhecer.

— Não é incomodo algum – sorriu – Por isso mantenho o espaço aberto para visitação o ano inteiro, claro, desde que sejam cumpridos certos requisitos de segurança. Não temos nada a esconder – disse mais sério – Mas não pode me culpar por não ter mandado providenciarem um almoço elaborado. – sorriu novamente.

Hinata lhe sorriu inconscientemente.

Realmente, mais que impressão sua, o sorriso do loiro era mesmo cativante. O modo como alternava entre o sério e o responsável e o sorriso brincalhão, presente nos lábios em quase o todo o tempo a impressionara. Mais impressionada ainda, ela estava pelo loiro a sua frente e ela terem a mesma idade e ele já haver construído tudo aquilo.

— Suspeito que meu filho já tenha lhe mostrado muitas coisas, mas posso acompanhá-los no restante da visita?

— Seria um prazer – Hinata respondeu – Tenho algumas perguntas pra te fazer também. – concluiu, fazendo menção de colocar os óculos novamente.

— Não! Não precisa colocar os óculos – Ele a interrompeu – Você tem belos olhos, não deveria escondê-los – sorriu – Prometo que não haverá paparazzi aqui. – brincou – Só vou me despedir das crianças e os acompanho.

Muito espontâneo, ele apenas seguiu de volta para as crianças, antes que qualquer uns dos morenos lhe respondesse. Não que precisasse. Não que Konohamaru fosse responder algo, ainda estava muito ocupado contemplando Hinata. Não que Hinata fosse responder algo também, estava muito ocupada com seus pensamentos e lembranças.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês leiam notas finais.

Quero aproveitar esse espacinho para agradecer os leitores que estão acompanhando e dedicar um beijo especial para os que deixaram seus comentários aqui e dizer que os adorei! Fico muito feliz com a interação de vocês e com certeza, seus comentários me incentivam.

Obrigada pelo carinho.

Claro, aguardo mais comentários.


Beijos!



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