Improváveis escrita por Katheryn


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas lindas e meus lindos!

Primeiro de tudo, pquero agradecer vocês pelo carinho que recebi. Vocês são o máximo! Amo vocês!
Realmente, estou muito feliz com a repercussão do prólogo e primeiro capítulo.
Desejo profundamente que vocês continuem gostando.
Já li todos os comentários, depois de postar este capítulo vou responde-los.
Muito obrigada a vocês que deixaram seus comentários e por colocarem essa fic nos seus favoritos!

Bem, por ultimo, mas não menos importante, desculpem a demora para postar. O motivo da demora foi minha vida pessoal mesmo, mas outra hora conto a vocês sobre...

Mais uma coisa, para vocês que me perguntaram, pretendo que as demais postagem não demorem tanto e ocorram num intervalo de 7 a 14 dias. (A depender da inspiração e da disponibilidade, também podem ocorrem um perídio de tempo menor.)

E por fim,


Enjoy!




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Neji bocejou, um bocejo longo e muito preguiçoso.

Todos que estavam sentados à mesa com ele o olharam admirados. Até seu pai e seu tio, sincronicamente, pensaram em dar uma olhada na quantidade de plantões que ele vinha fazendo.

— Nossa rapaz! – Hiashi foi o primeiro a falar, verdadeiramente admirado com a quantidade de sono que seu sobrinho ainda parecia ter -  Você foi o primeiro a ir se deitar e parece que foi o que menos dormiu...

As palavras do patriarca Hyuuga, no entanto, silenciaram-se tão rápido quanto a expressão dele foi de reflexiva para entendimento pleno. O que o sonolento Neji e a intrépida Hanabi não perceberam é que a nova expressão de Hiashi era completamente proporcional aos passos que certa morena dava ao descer as escadas da mansão Hyuuga, completamente distraída. Não que Neji ou Hanabi pudessem desconfiar, vez que estavam sentados de costas para a escada.

Por outro lado, Hizashi que estava sentado no sentido oposto ao filho e a sobrinha, tinha uma visão privilegiada e podia ver claramente sua nora descendo as escadas. Um sorriso teceu-se no rosto dele.

“Uma manhã gloriosa para pensar em netos!” — Era tudo que o pai de Neji pensava, enquanto levava sua xícara de café aos lábios, satisfeito.

— Bom dia Tenten! – Hizashi falou alto e contente, não se contendo, e só então deu uma golada em seu café.

A morena parou com o pé a meio centímetro do próximo degrau, petrificada, e sorriu sem graça, percebendo que teria que encarar todo o clã. Enquanto Hiashi mantinha seu olhar sério nela, sem uma expressão que pudesse ser lida, os outros viravam-se para encará-la também. Neji com um sorriso doce e amarelo nos lábios.

“Oh, mas são médicos! Não deveriam estar em algum plantão? No hospital? Salvando vidas? ” Tenten pensou com ironia, avaliando internamente se era muito tarde para fingir que caía da escada e morria. Na noite anterior, ao sair do trabalho cheia de saudade do seu namorado, vir de encontro a ele havia lhe parecido uma excelente ideia. Agora, no entanto...

Correspondeu ao sorriso de Neji, mas ainda teve vontade de matá-lo por omitir que seu tio e seu pai ainda estariam em casa as dez da manhã de uma quinta-feira. Não eram adolescentes pegos no flagra, mas não podia negar que as vezes a postura severa de Hiashi lhe intimidava bastante.

E não poderia se sentir menos intimada nesse momento, afinal, passara boa parte da noite mantendo o médico mais promissor da família acordado, depois que ele passara mais de trinta e seis horas sem dormir descentemente. E isso ter acontecido na “sede Hyuuga” – como ela gostava de chamar a casa de Hiashi -  era um fato a ser levado em consideração.

— Hizashi! – Sorriu amarelo, tomando coragem para continuar a descer os degraus. Já podia prever os comentários sobre netos que viriam a seguir...  Agradecia apenas por ter vestido uma roupa em vez de descer só de roupão, como pensou em fazer a princípio – Amor, Sr. Hyuuga, Hana...

— Bom dia flor do dia... – Hanabi lhe sorria sugestivamente.

“Estou sendo boba” Tenten dizia a si mesma. Tinha coragem para enfrentar bandidos perigosos, por que não teria para um café da manhã com a família de Neji? E bem... Essa história de netos que seu sogro repetia incansavelmente nos últimos tempos vinha lhe fazendo refletir.

Talvez estivesse na hora de começar a pensar em ser mãe.

— Bom dia. – Hiashi falou simplesmente, observando a mesa, pensando na pessoa que faltava entre eles. Suspirou. – Mais alguém deveria estar conosco também. – Deu voz a seus pensamentos.

Tenten o olhou, lembrando-se que hoje deveria ser o dia que finalmente conheceria a prima-irmã de Neji. Onde ela estava afinal?

— Não ligue para as lamurias desse velho turrão... – Hizashi comentou, pegando na mão da morena e conduzindo-a para sentar-se a seu lado – Como é bom te ver! Como tem passado?

— Dormiu bem? – Hanabi perguntou, indiscreta, recebendo em resposta um olhar mortal de Neji e do próprio pai. – O que eu falei de errado? – deu de ombros, fingindo inocência – Tio, acho que o senhor não precisa se preocupar tanto sobre ter netos... – tripudiou, tomando um gole de seu suco de laranja, bem a tempo de ver seu pai ficando um pouco vermelho e constrangido.

Hanabi gostava de provocar seus familiares. Sabia muito bem o que tinha acontecido entre o primo e a namorada. Não era boba e ser tratada daquela forma era mais que subestimar sua inteligência, era ignorar os estímulos aos quais todos os adolescentes estão expostos, seja nos jornais, redes sociais, até em livros e comerciais de TV – e os quais ela considerava, em sua maioria, completamente sexistas.

Além do mais, sua família era formada praticamente toda por médicos. Todos eram instruídos. Por que ainda era um tabu falar sobre sexo com a filha adolescente? Possivelmente deveria se considerar com sorte por sempre ter estudado em bons colégios e ter tido acesso à educação sexual. Nessas horas sentia muito a falta de ter uma mãe, talvez pudesse falar com ela sobre essas coisas. Contudo, em seu íntimo, questionava-se da veracidade desse pensamento. Mas talvez as coisas mudassem agora que Hinata estava de volta.

Seu olhar se voltou involuntariamente para a cadeira vazia ao seu lado. Percebeu o pai olhando para o mesmo lugar, pensativo. Quando seus olhares se cruzaram, o mais velho lhe sorriu, confiante e esperançoso. Hanabi reconheceu um pouco da própria esperança naquele sorriso pequeno, uma esperança compartilhada por ambos.

Do outro lado da mesa, a margem da conversa com o sogro, Tenten observava a dinâmica pai e filha. Ela adorava Hanabi, principalmente por ver-se um pouco nela quando tinha a mesma idade. Esse era um dos motivos de não se importar por ela lhe usar, eventualmente, no meio de suas provocações.

 Se pelo que conhecia da história de Hinata, ela surpreendera a família, eles deveriam se preparar com Hanabi. Definitivamente, ela não iria viver à sombra da irmã mais velha. Era espirituosa e voraz de mais para viver à sombra de quem quer que fosse, sempre cheia de opiniões e argumentos.

Em seu canto, todo circunspecto, ninguém notou que Neji também observava a todos.

(...)

Ver Naruto se despedir das crianças foi engraçado. Pelo que parecia, o loiro levava mesmo jeito com os pequenos e eles o adoravam na mesma medida. Agora, de volta aos corredores o trio estava silencioso.

Hinata tinha muitas perguntas, é verdade, mas se deparar com o “Naruto diretor-presidente” sendo alguém completamente diferente do que havia imaginado fez muitas outras perguntas surgirem.

Konohamaru que estava entre ela e o loiro, não mexia mais no celular. O adolescente tentava não parecer muito interessado, mas era fácil pegá-lo olhando Hinata com admiração. Naruto por outro lado, rodava os olhos a cada vez que isso acontecia. O loiro poderia até negar, mas estava com um pouco de ciúmes.

— Então...  – Naruto quebrou o silêncio – Imagino que tenha perguntas... – dirigiu-se a Hinata, mas antes que ela pudesse lhe responder, ele direcionou seu olhar ao filho — E você garoto, não tem alguém te esperando? – ergueu as sobrancelhas para o moreno.

Pela expressão que Konohamaru fez parando de andar, ele havia esquecido completamente que iria sair com a Moegi.

— Você esqueceu... – Naruto riu.

Hinata ficou curiosa.

— Eu não sabia que você tinha compromisso! – Hinata disse – Por que não me falou? Eu não teria tomado tanto seu tempo. – completou com doçura.

Konohamaru demorou um pouco para responder, enquanto o loiro apenas observava. O moreno tinha ficado um pouco sem graça, Naruto só não sabia dizer se pela atenção que Hinata lhe direcionava ou por ter esquecido da amiga.

— Sem problemas! – Konohamaru disse por fim, coçando a cabeça e com um sorriso amarelo. – Eu, bem... – Não completou a frase, mas já segurava o celular novamente, um pouco incerto.

Para a morena foi fácil saber o que ele queria, mas estava com vergonha de falar.

— Quer tirar uma foto antes de ir? – Ela sorriu.

— Não incomode a moça. – Naruto disse, rolando os olhos – Acho que ela não quer todo mundo sabendo que ela está aqui... – ponderou.

— Tem razão – Hinata concordou – Mas é só não postar a foto, posso confiar em você, não posso? – Mal ela acabou de falar e lá estava novamente o brilho nos olhos do moreno.

— Claro! – Ele disse animado, mais que pronto para uma selfie.

Ao passo que os morenos tiravam suas fotos – sim, suas fotos, pois tiraram pelo menos umas quatro – Naruto afastou-se deles, não queria correr o risco de aparecer em nenhuma. Entre fotografar e ser fotografado, a primeira opção era a ideal.

— Obrigada! – O moreno disse animado, guardando o celular. Dessa vez Naruto teve que sorrir, apesar de considerar tudo aquilo um pouco bobo, era sempre bom ver Konohamaru feliz. – Já que vai colaborar com a Fundação, vamos nos ver de novo, não? – perguntou, esperançoso.

A resposta àquela perguntava despertou o interesse do loiro também. Ambos a olharam, aguardando.

— Bem... Primeiro vou terminar de conhecer essa instituição... – Ela começou, observando o modo que a olhavam, especialmente Naruto, algo no olhar dele era indecifrável. – Mas sim, acredito que nós nos veremos novamente.

Nada poderia ter deixado o moreno mais animado, e Naruto desconfiava que começaria a vê-lo mais na Fundação a partir de agora. Ele se despediu de Hinata com um abraço e o loiro riu internamente, pelo visto na mesma medida que o moreno era um pouco tapado para muitas coisas, também sabia aproveitar as raras oportunidades da vida.

— Poucas vezes eu o vejo tão animado. – Naruto comentou, observando o adolescente sumir pelos corredores.

 Com os braços cruzados sobre o peito e as costas apoiadas na parede, direcionou seu olhar visivelmente curioso para Hinata.

—  O quê? – Ela quis entender o olhar que lhe era direcionado.

— Nada – Ele disse, desencostando-se – Você parece um pouco diferente do que imaginei.

— Por que não sabe como eu te imaginei. – Ela deixou escapar, arrependendo-se em seguida.

— E como me imaginou? – Ele perguntou, divertido.

Hinata não sabia bem se deveria responder ou como deveria responder.

— Por que não diz o que pensou sobre mim primeiro? – Ela sugeriu, escorregadia.

Naruto ajeitou mais uma vez sua faixa preta. Não havia trocado de roupa, tampouco pretendia fazê-lo.

— Talvez você não goste do que vou falar. – Avisou, adotando um tom sério – Mas posso contar enquanto vamos ao refeitório – disse apontando a mão para o corredor vazio, aguardando que ela ficasse ao seu lado para começar a andar. Tudo sob o olhar atento da Hyuuga – Bem, para começar não imaginei que fosse aparecer de surpresa e vestida como todo mundo nos filmes, quando não querem ser vistos e acham que estão disfarçados...

— Hey! – Hinata protestou com ar de graça. Ainda considerando o seu disfarce muito bom – Falou o cara que anda de kimono...

Naruto riu.

— Devo ressaltar que não estava preparado para a visita – deu de ombros – E continuando, é curioso uma modelo não querer ser notada, especialmente fazendo uma obra social... – disse como se fosse óbvio – Você também parece ser simpática e me surpreendeu a resposta que deu ao Konohamaru. Se decidir colaborar conosco pretende mesmo retornar? – questionou-a, olhando em seus olhos.

— Por que não retornaria? – Ela ergueu uma sobrancelha, não foi difícil perceber que ele esperava que ela fosse uma pessoa mais fútil que suas palavras polidas, mas diretas, descreviam – Nem toda pessoa famosa é superficial. – respondeu um pouco ofendida.

Mal perceberam, mas já estavam na porta do refeitório.

— Acredite ou não, mas muitas das pessoas que ajudam mal sabem o que acontece com as crianças por aqui. Ou o que acontece com as famílias delas, ou se importam – Um pouco de amargura ficou visível em suas palavras – Esses, alguns famosos e quase todos ricos, usam a “caridade” para ganhar algum prestígio, curtidas e seguidores.

Hinata o olhou, pensando em um modo de responder. Ainda que tudo o que ele disse fosse verdade, e ela sabia que era, fazer um pré-conceito dela baseado nisso era ridículo. A morena respirou fundo, não queria levar aquilo ainda mais para o pessoal.

Ficou claro que ele não gostou muito da visita surpresa dela, mas não conseguia imaginar o motivo. Não parecia algo pessoal – e nem tinha como ser, pois não se conheciam -, ponderou. Talvez fosse algo sobre os “ricos e famosos” com os quais ele já lidou em nome da Fundação, mas ela não sabia dizer. Balançou a cabeça levemente, abandonando este pensando.

— Você fala de pessoas ricas como se não fosse rico... – Ela disse.

Naruto sorriu sem humor. O que ele poderia dizer? Havia sido sincero, mas talvez tenha soado rude. Talvez, também, não havia enfatizado a parte que agora ela lhe parecia diferente do que imaginou inicialmente. Conteve um suspiro, ele não era bom em lidar com muitos dos doadores ou com os possíveis doadores.

— Você não conhece muito a alta sociedade daqui, não é? Apesar de fazer parte dela... – Ele a encarou interessado.

Antes que Hinata pudesse respondê-lo, foram interrompidos.

(...)

— Naruto! – Um senhor disse, já próximo a eles, interrompendo a conversa antes que Hinata pudesse responder. – O almoço já está quase pronto, mas fiz um especial para você, se tiver interessado... – O senhor disse com muita animação, percebendo tarde demais que interrompia a conversa – Eu... Desculpem, acho que os interrompi. – falou um pouco sem graça.

— Oi Teuchi! Tudo bem, é bom saber que conseguiu vir hoje – Naruto saudou o senhor, com simpatia – Deixe eu te apresentar uma amiga – disse, indicando Hinata que ficou um pouco surpresa pelo adjetivo usado – Acho que ela vai gostar do prato especial. – sorriu.

Comida era um assunto que sempre deixava Naruto feliz, independente da situação em que se encontrasse.

— Bem, Teuchi essa é Hinata e Hinata, esse é Teuchi... – disse com simplicidade.

— Hyuuga, Hinata? – Teuchi questionou, apertando a mão da morena, que sorriu e confirmou com um aceno de cabeça.

— Minha filha admira o seu trabalho, mas eu não conheço muito... – confessou – Mas... A senhorita gosta de rámem?

Hinata olhou para a própria regata.

— É um amor incondicional. – brincou.

(...)

— Sasuke, você está um pouco adiantado.  – O moreno disse sem virar-se para ver o visitante que acabara de adentrar sua sala.

— Estava por perto... – Sasuke respondeu – Tenho novidades.

A última frase fez Shikamaru finalmente virar-se para encarar o outro moreno. Ás suas costas a bela visão da cidade e principalmente do céu, que podiam ser vistos através da janela panorâmica do vigésimo andar da sede dos escritórios Nara, ficou para atrás, sendo substituída pela visão do sorriso cínico do Uchiha.

 - Tsk... Odeio quando  você aparece de repente... E com esse sorriso. – O Nara se lamentou.

O sorriso de Sasuke se alargou um pouco.

“Por que minha secretária sempre deixa ele entrar sem ser anunciado? ” Se questionou. Mas desconfiava da resposta, uma vez que era algo comum entre a maioria das mulheres ter uma quedinha pelo Uchiha.

— Eu ia contar que a Hinata já está na cidade...

— Mas? – Shikamaru questionou, perguntando-se onde essa conversa iria chegar.

— Tenho uma informação melhor. – Sasuke disse. – Ela está na Fundação... Nesse momento.

— Que problemático! – O Nara suspirou.

Voltou a olhar para a janela, pensativo.

Embora a Fundação Namikaze levasse o nome da família de Naruto e das empresas que hoje pertenciam a ele, o amigo não costumava tratar diretamente com doadores como Hinata. Não desde três anos atrás pelo menos.

Muitas pessoas desconheciam o fato que apesar de Naruto sempre ter sido rico, no mais reluzente sentido da palavra, nem sempre ele soube disso ou viveu nas condições que deveria ter vivo. Verdade seja dita, a maior parte da vida, o loiro havia vivido como um órfão e passado por muitas coisas que Shikamaru sequer poderia imaginar.

Felizmente a verdade sempre vem as claras. A vida Naruto mudou radicalmente desde então e a Fundação é um dos reflexos positivos do dinheiro e do poder. Porém, ninguém o preparou para viver nesta atmosfera, não realmente. E ainda que o tivessem feito, alguns golpes não são esperados.

— A Hyuuga é sensata. – A voz de Sasuke preencheu a sala.

O Nara suspirou de novo.

— Não sei se estou mais preocupada com ela ou com ele. – respondeu.

Sasuke sabia que a possível e provável doação da morena também não era uma preocupação para Shikamaru.

— Você já foi mais tranquilo, cara.

— Eu não era o advogado no Naruto nessa época. – Shikamaru sorriu, por fim.

— Só vim dizer para não se preocupar. – Sasuke disse, fazendo o Nara erguer as sobrancelhas – Acho que eles vão se dar bem, como disse a Hinata é sensata e o Naruto vai ter que superar modelos socialites um dia.

— Estou aliviado com suas constatações. – Shikamaru foi irônico.

Sabia que Sasuke tinha razão, pelo menos quanto a última parte. Mas o Nara sabia que ainda que Naruto mostrasse sempre seu lado otimista e positivo, o golpe que sofrera com a ex ainda era uma veia aberta. Por isso, ele ainda desprezava e recusava-se a fazer parte dos altos círculos sociais da cidade.

Em todo caso, o pior que poderia acontecer era o loiro não conquistar um novo doador, e então, essa missão seria dele. Mais uma vez.

(...)

Teuchi havia os conduzido para a cozinha. Sem muitos detalhes, ele havia contato a Hinata que conheceu o Naruto quando ele ainda era pequeno, numa época que ele não era capaz de imaginar a construção da Fundação e que, se ele conseguisse, não imaginou que teria as proporções atuais.

Entre as observações de Teuchi, “quem pode parar um homem com um sonho? ”, foi a que definitivamente cativou Hinata para a história contada. Aquela frase poderia dizer mais sobre Naruto do que ele se deixava demonstrar a primeira vista.

Hinata descobriu também que Teuchi não era um funcionário oficial da Fundação. O senhor especialista em rámem é proprietário do Ichiraku, um restaurante próximo ao centro da cidade e que tem os mais variados tipos de rámem no cardápio. Ah, ele havia deixado claro que agora faziam entregas também.

— Uma ou duas vezes no mês ele vem cozinhar aqui. – Naruto informou – É um dia de comida “especial”, porque apesar de gostoso as crianças não podem viver disso né? – brincou.

— Ora, por que não? – Hinata correspondeu a brincadeira.

Estavam saindo de dentro da cozinha para esperarem pelo rámem, que Teuchi fez questão de preparar para eles, no refeitório. A cozinha era muito bem equipada e limpa, com uma equipe razoável de pessoas trabalhando. Eram sete pessoas no total.

— Coisa dos nossos nutricionistas... – comentou – Mas falando sério, todas as refeições são preparadas conforme a indicação de nutricionistas que prestam consultas para nós. Eles participam da elaboração dos cardápios.

Naruto escolheu uma mesa mais próxima a cozinha que proporcionava uma visão ampla do refeitório. Eles decidiram por almoçar ali mesmo e antes da refeição principal ser servida, assim poderiam aproveitar o tempo antes das crianças lotarem o local, para conversarem melhor.

Em pouco tempo, duas tigelas generosas e fumegantes de rámen estavam na frente deles.

— Espero que gostem! – Teuchi sorriu.

Mal agradeceram a comida, já começaram a comer. Hinata até o momento não imaginava que estava com tanta fome. Enquanto comia, a morena observou Naruto. Não imaginou que fosse possível, mas a curiosidade que tinha por não conseguir encontrar nenhuma informação sobre o misterioso Diretor-presidente da Fundação Namikaze havia apenas aumentado depois de conhecê-lo pessoalmente.

— O quê? – Naruto perguntou ao notar ser observado.

— Estava pensando, o senhor Teuchi parece lhe conhecer bem e ainda assim, não encontrei nenhuma informação sobre você antes de vir, não realmente.

— Olhe pelo lado positivo, o conhecimento que temos um do outro é proporcional... – O loiro respondeu, continuando a comer.

— Desconhecimento, você quis dizer... – Ela retrucou.

— Eu não me interesso por essas coisas de revistas e rede social... – Naruto respondeu – Nem tenho rede social, na verdade.

— Isso foi fácil de perceber, pela interação entre você e seu filho pouco tempo atrás. – lembrou.

— Espero que não fique ofendida por nem todo mundo ser seu fã. – Ele respondeu, sem pensar no que dizia.

Hinata arregalou os olhos surpresa. Depois os semicerrou. Era óbvio que ele não era seu fã, ela não esperava por isso, mas não entendia a implicância.

— Isso nunca me ofenderia, suas opiniões pré-formadas por outro lado... – falou, deixando claro o quanto estava incomodada - Me pergunto se trata todo possível doador assim. – Ela falou um pouco irritada, colocando os hashis sobre a mesa e encarando o loiro.

— Geralmente eu não trato com eles... – confessou, percebendo finalmente o quanto foi rude com a morena.

— Isso deu para notar...

Ele riu, sem graça outra vez.

— Desculpe. – pediu e suspirou – Acho que eu não enfatizei a parte importante. – Ela o encarou, cruzando os braços embaixo dos seios, esperando que ele continuasse – A parte importante é que, pelo visto, você não é como imaginei e que estou feliz por saber que está mesmo interessada no bem estar das crianças que atendemos e em saber como a Fundação funciona. – Ele a olhou nos olhos – Eu não tive a intenção ser rude, você pode voltar outras vezes sim, se assim desejar. – afirmou, vendo-a descruzar os braços, pousando-os delicadamente sobre a mesa – Eu sinto muito, me desculpa?

Hinata pode sentir a sinceridade do pedido de desculpas, mas demorou um pouco para responder.

O suspense fez Naruto recorrer a literatura outra vez, confessando a si mesmo que tinha um lado amargurado estilo Heathcliff, mas que ninguém merecia ser sua Cat. Ele precisava mudar esse seu lado.

— Sim, tudo bem! — Hinata disse finalmente — Está desculpado e também... — Ela deu de ombros — Nem lhe passa pela cabeça como eu te imaginei... — brincou, cortando clima sério.

Naruto relaxou.

— Se eu não tivesse acabado, poderia ter engasgado agora! – O loiro disse e eles riram. – Então, como me imaginou?

— Bem, digamos que te imaginei bem sério. Assim, um senhor... – Naruto ergueu as sobrancelhas loiras para a descrição que ela fazia – Ok, bem velho mesmo, com baixas probabilidades de ter pelo menos quarenta, pançudinho... ? – concluiu com uma careta.

— Eu não sou velho e nem “pançudinho” – respondeu fazendo aspas com os dedos.

— Não, não é ... – Hinata sorriu, reparando físico dele que pouco era revelado pelo kimono, mas era fácil imaginar.

Percebendo o olhar dela, o loiro a encarou, sorrindo sugestivo e deixando a Hyuuga vermelha, mas dessa vez, a constrangida era ela.

— Eu, eu... – gaguejou e ele não conseguiu segurar mais a risada, fazendo-a perceber que ele estava brincando. Ela rodou os olhos - Vai ou não me falar e mostrar mais da Fundação?

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem!

Por favor, deixem suas opiniões nos comentários e se tiverem alguma experiência para dividir ou coisas que gostariam de ver aqui, sintam-se a vontade também.

Mais uma coisa, o tamanho dos capítulos está "ok" para vocês?

Beijos!



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