Atlantis - Pronta Para Jogar Uma Nova Vida escrita por Mizuno Aoi


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Ferreiro, a Donzela e um Propósito


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meus amores ^^
Aqui vai mais um capítulo, talvez tenha ficado um pouco confuso, então qualquer coisa pode me perguntar
Música do capítulo: Too Late To Say Goodbye - Cage The Elephant



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Agora que sua mente estava mais calma ela se virou para retornar a casa do Ferreiro, era uma caminhada de no máximo 15 minutos, mas sua percepção de tempo estava em choque com os recentes acontecimentos. Levaria tempo até que ela se acostumasse a isso. Quanto tempo ela ainda ficaria presa em Elegante?

O Ferreiro e a Donzela esperavam por ela na parte de fora da casa, eles conversavam enquanto colhiam materiais. Assim que Janice os viu diminuiu a passada, respirando fundo e organizando os pensamentos. Isso mesmo, ela sempre foi uma pessoa pragmática, por mais que toda a situação fosse louca e aterrorizante, ela ainda deveria tratar de tudo a sua maneira, com calma e raciocínio lógico.

“Oi, desculpa por antes, eu andei pensando sobre algumas coisas e tenho algumas dúvidas...” O ferreiro em especial abriu um grande sorriso ao vê-la. Karina também gostou dela desde o começo, era como uma irmã mais nova, totalmente perdida, mas com um futuro claramente promissor pela frente. Os dois conversaram em sua ausência e chegaram em uma conclusão: Essa garota estava tão perdida quanto eles, o mínimo que poderiam fazer era tentar ajudá-la a entender alguma coisa.

“Claro, venha aqui, vamos te explicar um pouco sobre como as coisas vivas se comportam nesse planeta.” Ela se juntou a eles, se sentindo agradecida por eles terem praticamente adivinhado suas preocupações. “Cada local tem uma maneira diferente de lidar com os seres vivos, tanto em tempo quanto em criação. Aqui os seres vivos entram em um ciclo de nascimento quase que diretamente ligado a morte, ou seja, quando alguém morre, sua alma sofre uma transformação e renasce e em outro corpo, como outro ser, depende de cada um o tempo que isso leva, mas para animais e seres de inteligência similar demora em torno de alguns minutos. Seres mais complexos podem levar alguns dias, e pessoas que viveram por muito tempo de meses a anos. Quando um ser morre, sua matéria é automaticamente devolvida a natureza, podendo ser coletada e transformada em itens. Seguindo o mesmo conceito do teleporte normalmente essa matéria é trocada por itens já existentes armazenados em da mesma maneira que itens em um inventário, ou seja, numa parte dimensional diferente da que a criatura se encontra. A troca é equivalente e aleatória, então nós usamos isso normalmente para nossa alimentação, trocando produtos para nossa sobrevivência por coisas de igual valor que nós coletamos ou produzimos.”

Janice pensou nisso por um momento, era um conceito totalmente novo para ela, mas fazia sentido a sua maneira. As criaturas provavelmente sentiam da mesma forma que os animais criados para alimentar a humanidade, então apesar dela não gostar da ideia de chacinar outros seres vivos para usufruir deles, ela entendia a necessidade disso. “Nós fazemos a mesma coisa na Terra, a diferença é que do jeito que o animal morre ele fica no mesmo lugar, nós mesmos temos que limpar seus corpos.”

“Aqui também, a única diferença é que eles são levados diretamente para o local adequado, assim, enquanto estiverem vivos podem continuar em seu ambiente natural, nós não precisamos sair pra caçar e perder tempo carregando seus corpos.” O Ferreiro completou.

“A única coisa que eu não entendo é como pode existir vida sem reprodução” Janice questionou depois de pensar por mais um momento. A donzela Karina sorriu, como se tivesse a explicação perfeita para isso.

“A vida aqui é formada automaticamente, os corpos só precisam de uma alma complementar para ganharem vida. Em outros planetas já não é assim, como no seu, a vida é fragmentada em muitas partes menores e inconscientes, mas que continuam tendo uma alma.” A nossa querida protagonista não podia dizer que tinha entendido alguma coisa realmente, ela absorveu o conceito, que provavelmente deixaria qualquer biólogo louco. Para sua sorte ela era apenas uma estudante de programação, não precisava se forçar a entender essas coisas. Ela suspirou e aceitou, sem poder dizer mais nada.

“Mais alguma duvida?” Ela pensou por mais um tempo antes de perguntar uma coisa que a deixou preocupada.

“Bom, no jogo que eu conheço, vocês dois seriam considerados NPCs, na grande maioria dos jogos seriam considerados imortais, mas a premissa desse jogo em especifico era tornar as interações o mais realistas possíveis, então NPCs podem ser mortos por jogadores... Normalmente de raças inimigas, mas tudo aqui parece ser muito tranquilo. Então....” Apesar dela só ter visto uma única raça até o momento, a dos humanos. Janice se sentiu confusa tentando explicar isso para os dois, pois não queria trata-los como objetos sendo que estavam claramente vivos.

Pai e filha suspiraram juntos, seus rostos tensos. Era claramente um assunto sensível, então o ferreiro assumiu a conversa com um tom controlado.

“Nós não somos a única raça que vive nesse planeta, e nem todas as raças aqui se dão bem, temos vários conflitos de interesses, e muitas vezes acabam ficando violentos. A regra é que o jogo funciona nesse planeta inteiro, então se uma pessoa de outro local desejar a morte de um dos nossos, essa pessoa vai entrar na mira dos jogadores. Porém nós temos uma solução para isso, nós temos dublês de corpos, você não viu nossas cópias na entrada da loja? Tentamos nos comunicar com você primeiro através delas, jogadores não conseguem ver nossos corpos reais, então controlamos nossos dublês para que nada de ruim aconteça. Esses corpos são como manequins, então mesmo que o corpo seja atacado e destruído, nossa alma continua intacta, e nós não morremos.”

Isso sim era bizarro. “Por que eu não vejo esses dublês?” Parando bem para pensar, isso não fazia o menor sentido, ela estava claramente ligada com a programação do jogo, então o ideal seria que ela visse apenas esses dublês. No máximo os dois graças a sua ligação estranha com esse planeta.

“Isso nós não sabemos, por isso demoramos tanto para ir falar com você, realmente levamos um susto.” A Donzela respondeu. Essa resposta deixou Janice desconcertada, então ela realmente era uma coisa estranha nesse planeta.

“Eu... consigo voltar pra casa?” Ela estava morrendo de medo de perguntar isso, não sabia se ia gostar da resposta, e nem se estava pronta para ouvir, mas talvez esperar mais não fosse a melhor ideia. Quanto menos tempo ficasse nesse lugar melhor.

“Nós não sabemos" Disse o Ferreiro, “Nós acreditamos que você venha de outra dimensão ou outro universo. É apenas uma teoria, mas depois de conversarmos foi o que fez mais sentido. Você disse que é de uma linha temporal diferente, então eu acredito que alguma coisa separou seu corpo de sua mente e a trouxe para outra dimensão, tentando manter uma conexão com o seu antigo eu, mas algo deu errado e você acabou em outro planeta, que está ligado com o seu. O fato de ter voltado no tempo é estranho, mas existem várias teorias para isso, a mais provável é que você não estava destinada a nascer nessa dimensão, por isso foi acordar aqui de todos os lugares, pois não causaria nenhum colapso estrutural em outra dimensão.”

O Ferreiro olhou para Janice que claramente não tinha entendido nada. Karina resolveu explicar as coisas desde o começo, tentando deixar mais claro para ela. “Pense assim, existem incontáveis dimensões, cada vez que uma pessoa faz uma escolha ou fica em dúvida, novas dimensões são criadas, e isso nunca tem fim. A um tempo atrás nosso povo conseguiu comprovar isso, porém não conseguimos entrar em contato com essas outras dimensões, ninguém sabe o que aconteceria se duas dimensões separadas colidissem, a natureza das dimensões é se separar, se expandir, como uma árvore. Não se juntar.” Isso sim fez sentido para ela. Conversando com essas pessoas ela se sentia no futuro, não no passado. Era ao mesmo tempo assustador e interessante.

“Mas isso ainda não explica o que diabos eu estou fazendo aqui.” O Ferreiro sorriu. Ela sabia que ele já tinha explicado, só não tinha entendido o que aquilo tinha a ver com ela.

“Você deve ser de uma outra dimensão, depois da sua cirurgia, sua mente se desprendeu do seu corpo mas não voltou para o ciclo da vida, procurou por seu corpo em outro lugar, e quando não achou, foi para o mais próximo que conseguiu encontrar de você, esse jogo, mas a sua mente não podia habitar um corpo no jogo em uma dimensão que você já existia, sendo na forma que você se lembra ou em outra. Então vagou entre dimensões e se encontrou aqui... Agora por que sua alma manteve suas memórias, isso ainda é um mistério.” Seu coração acelerou compreendendo o que tudo aquilo queria dizer. Ela estava morta no mundo em que conhecia, mas sua vontade de viver a levou para esse mundo. Foi a forma que encontrou de se manter viva e continuar sua jornada.

“Quer dizer que eu quis vir pra cá?” Isso era impossível. Não conseguia acreditar. Terror líquido desceu por sua garganta, a deixando ainda mais sem palavras.

“Eu não sei, só sei que essa não é a realidade que você conhece, por isso não precisa ter medo de mudar o futuro. O futuro que você conhece continua sem você, esse é outro futuro, feito pra você do presente.” A Donzela completou. “Eu sei que é difícil de aceitar, mas você provavelmente está morta no seu mundo e não pode voltar pra lá. Aqui é a sua casa agora, pode fazer o que quiser aqui, sem medo.”

Janice se sentou na grama, sua mente zunindo em pensamentos confusos. O Ferreiro guiou sua filha em direção a casa, dizendo para Janice tomar o tempo que precisasse para pensar, e então eles entraram.

[Você completou a Missão do Ferreiro Samuel: Sabedoria +100. Inteligência +100. Aumento de 30% de Clareza.]

Ela olhou incrédula para os atributos, o que era tudo aquilo? Que missão era essa que ela não se lembrava de ter sido notificada? Ainda não tinha entendido bem como o sistema do jogo funcionava agora, principalmente com ela sendo uma aberração interdimensional, mas estava cansada demais para pensar sobre isso agora, ela queria uma bebida, ou qualquer coisa que a mantivesse entretida enquanto deixava o trabalho de processar tudo isso para seu subconsciente.

Ela resolveu juntar um dinheiro e ir em um bar. A cidade no jogo realmente se parecia com uma cidade da vida real, muitos jogadores começariam a frequentar os bares de Atenas em breve, tanto para formarem grupos de expedição quanto para se divertirem. Esses lugares obviamente tinham bebidas, porém no momento ela não tinha dinheiro, então tudo que restava era matar alguns monstros e pegar o dinheiro que eles deixarem cair.

Ela foi para a Floresta do Medo e encontrou uma área não muito movimentada antes de fazer seus preparativos, observou um dos Porcos Grotescos Aterrorizado a uma distancia segura de 10 metro e inspecionou seus atributos.

[Porco Grotesco Aterrorizado

Nível 0 – Comum

Vida: 60/60]

Os monstros, equipamentos e itens são divididos em 5 classes: comum, raro, épico, lendário e imoral. Cada uma mais rara e forte que a anterior, monstros comuns e raros são relativamente fáceis de matar, porem seus itens não são de grande qualidade, de épico em diante que que a brincadeira começa, seus itens são realmente bom e são bem difíceis de se lidar, sendo necessárias estratégias cada vez mais complexas. Monstros de classe Imoral são como deuses e normalmente estão relacionados com conquistas territoriais ou missões especiais, jogadores solos tem dificuldade para matar um sozinho mesmo com 50 níveis de diferença, em compensação seus itens são, como o próprio nome diz, imorais.

Ela se aproximou do Porco por trás, furtivamente ativando a habilidade Fome do Pecador, seu corpo girou ao redor da presa, o fazendo ficar confuso, então ela o acerto na parte de trás da nuca, fazendo um valor de dano flutuar na cabeça do monstro enquanto sua vida caia para menos de 10% em um único ataque, o animal tremeu violentamente, procurando por Janice, que se manteve as suas costas antes de acerta-lo novamente, fazendo sua vida cair para zero.

[Experiência: +150]

O corpo do animal caiu com um baque no chão, uma aura azul o envolveu e em seu lugar surgiram 3 itens e algumas moedas, ela recolheu o dinheiro, 2 cobres, o que não era praticamente nada, porém os jogadores ainda fariam um bom uso das moedas de cobre até atingirem o nível 10, quando a prata se tornaria mais comum, e a partir do nível 40 o ouro. Ela verificou os outros itens.

[Carcaça animal – Material comum

Descrição: Usado na confecção de consumíveis]

Duas carcaças droparam, ela pegou e os colocou em seu inventário sem nenhuma surpresa, era um dos itens mais comuns que seriam vendidos a NPCs ou Alquimistas nos níveis básicos. Ela se virou para o último item, uma pedra amarelada do tamanho de sua mão.

[Enxofre em Pedra – Material Comum

Descrição: Usado na confecção de equipamentos. Quando queimado causa cegueira a um alvo do tipo monstro por 3 segundo]

 Um sorriso apareceu em seu rosto, apesar de ser um item comum ainda tinha uma chance baixa de ser dropado, no começo do jogo seria um eufemismo usá-lo, porém mais para frente se tornaria bem raro e útil graças a demanda por itens com efeitos atordoantes. Ela conseguia pensar em alguns usos para essa pedrinha maravilhosa.

Ela olhou para sua barra de experiência preenchida em 1%, Atlantis era um jogo em que subir de nível era extremamente complicado, desde o começo os jogadores teriam dificuldade de adquirir experiência. Ela pensou por um momento antes de seguir para o norte.

Talvez conseguisse mais dinheiro indo para um local com monstros mais fortes, ele imaginou que com sua experiencia de vida no jogo não deveria ter nenhum problema em lidar com criaturas nos níveis mais altos. Se considerasse os atributos insanos que o jogo lhe dera ao sair da casa do Ferreiro então, ela só precisava adquirir uma habilidade mágica e causaria um estrago nos monstros de baixo nível, sua experiencia subiria como louca, e o dinheiro para bebida estaria garantido.

Ela saiu da floresta e logo foi arrebatada com uma linda visão de um campo aberto coberto com grama purpura, vaga-lumes brilhavam mesmo durante a luz do dia, criando um cenário quase sagrado. Ela continuou seguindo em frente antes de encontrar algumas ruínas de pedra cinza pálida, eram apenas restos de um templo extremamente desgastado, não havia nada além do chão de pedra.

[Você descobriu as Ruínas do Templo Esquecido]

Janice subiu na pedra, vasculhando os arredores, por ser um servidor recém-aberto ainda haveriam várias áreas a serem exploradas, então ela poderia achar alguns itens interessantes se olhasse com cuidado. Esse era seu objetivo, explorar o maior número de áreas desoladas possíveis e adquirir itens especiais antes de outros jogadores. Essa com certeza era a melhor maneira de conseguir coisas boas e de graça, não teria muito trabalho e sairia por cima! Voltar no tempo era incrível, como esse pensamento em mente ela finalmente se sentiu um pouco feliz e ansiosa.

Ela fora trazida para esse mundo por alguma razão, então se tornaria forte como pudesse, e com uma vida inteira de experiência em um jogo que pessoas colheram informações para ela por 200 anos, era simplesmente perfeito. Tudo que ela sempre quis em sua vida passada fora ter sucesso em algo, agora ela poderia, e ambição não era algo que faltava em seu corpo pequeno.

Após verificar que não havia nada na superfície, ela desceu e começou a rodear a pedra, ela viu um pequeno desenho rúnico em um dos lados, quase imperceptível, colocando sua mão sobre ele a pedra começou a tremer e uma pequena luz azul surgiu em sua palma, em seguida apareceu um livro fino, incrivelmente bem conservado comparado com o resto das coisas ao redor. Ela especulou que o livro sobrevivera com algum tipo de magia de proteção.

Janice inspecionou o livro, sua capa era feita de couro e não tinha nenhuma informação gravada, abrindo ela sentiu cheiro de papel velho e poeira, parece que mesmo protegido contra a deterioração, o item ainda sentia sua própria idade e a deixava transparecer livremente.

[Códice da Conjuração – Um Estudo dos Seres

Descrição: Após a leitura o usuário pode adquirir a habilidade Domador de Criaturas Vivas

Restrição: Nenhuma]

Era um livro de habilidade mágica! E mais, era exatamente o tipo de habilidade que ela estava acostumada em sua vida passada, seria essa sorte alguma compensação divina?

Janice pulou de felicidade em seguida se sentou no degrau de pedra e começou uma leitura avida. Não existia nenhuma regra específica para como se adquirir habilidades no jogo, o mais comum era na leitura de livros, outras no uso repetitivo de certos movimentos do jogador, algumas era possível obter após conversar com um mestre NPC, mas o jogo sempre inovava, alguns jogadores obtiveram habilidades após imitarem monstros, outros por completar missões únicas, as vezes habilidades se fundiam em algo novo. Existiam diversas variáveis.

O conteúdo do livro era puramente teórico, explicando ao jogador como canalizar magia para talismãs ou objetos mágicos, em seguida como usar essa fonte de energia em outro ser vivo perto da morte e ganhar sua lealdade. Muitas vezes seria necessário fazer a criatura ganhar sua afinidade com a vida ainda cheia ou salva-la do perigo. Era um feitiço bem simples e útil.

[Você aprendeu Domador de Criaturas Vivas!]

[Domador de Criaturas Vivas – Iniciante

Descrição: Convoca uma conexão mágica entre um jogador e uma criatura viva, tornando a criatura sobre comando do jogador. Necessário um talismã ou item mágico preenchido com mana do jogador. Taxa de sucesso 30%

Alcance: 20 Metros

Conjuração: 30 segundos

Resfriamento: 60 segundos

Restrições: Só pode ser usada em criaturas do tipo vivo]

Era uma habilidade incrível, principalmente para ela que sempre jogou usando algum tipo de criatura convocada, apesar de em sua vida passada ela só ter adquirido habilidades para domar criaturas do tipo Morto-Vivo, o uso era exatamente o mesmo. Ela foi tomada por empolgação, não tinha nenhum item ou talismã no momento, mas não demoraria muito para adquirir alguns e por essa habilidade em prática.

Com essa nova habilidade em mãos ela decidiu ir para um mapa de nível 3 ao sul de Atenas onde os monstros dropavam vários itens com propriedades boas para a linha de classe que ela queria seguir. Antes disso precisava retornar à cidade para fazer alguns preparativos, talvez o Ferreiro pudesse ajuda-la a conseguir uma besta ou alguma outra arma de longo alcance. Olhando para suas 12 moedas de cobre no inventário ela sabia que demoraria um tempo antes de poder comprar outra arma, pois as mais baratas custavam pelo menos 50 cobres. Todo jogador começava com 10 cobres no inventário para comprar algum amuleto de proteção ou consumíveis.

O dinheiro no jogo estava diretamente ligado com as contas das pessoas na vida real e as missões no jogo possuíam o intuito de educar a população sobre o maior numero de assuntos possíveis e dos mais variados tipos. Com o passar do tempo o governo mundial investiu uma grande soma de dinheiro no jogo e o transformou na escola de todos os cidadãos, não era pouco dizer que ela conhecia esse jogo desde bebê, pois era exatamente isso.

Entretanto na situação atual do jogo isso tudo ainda era muito rudimentar, demoraria pelo menos mais 5 anos antes da criadora do sistema de educação ser praticamente empurrada para a presidência do país, e 2 anos depois ser eleita internacionalmente como a primeira regente mundial. Ela aconselharia o mundo a entrar em um frenesi de crescimento exponencial, sua existência era uma lenda até mesmo 200 anos depois da morte. Janice sorriu pensando sobre isso, nessa dimensão talvez ela tivesse a sorte de conhecer tal deusa na Terra, afinal se o jogo existia ela também estava agora nesse maravilhoso universo, respirando o mesmo ar e andando pela mesma terra. Dividindo o mesmo tempo.

Com um pensamento incontrolavelmente alegre ela foi para a cidade praticamente saltitando durante todo o caminho, se esquecendo de suas antigas intenções de beber até cair, com essa nova habilidade em mãos ela não se sentia mais confusa. Apenas acabou esquecendo suas preocupações por um momento, tomada de uma felicidade familiar, que ela costumava sentir sempre que conquistava algo no jogo.

Agora, sendo a pessoa com maior conhecimento sobre esse mundo, uma ideia maliciosa foi se formando aos poucos em sua mente, realmente era difícil para pessoas ambiciosas deixarem esse tipo de oportunidade passar, ainda mais quando o sucesso estava praticamente garantido.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido até aqui ^^ Já fez essa autorinha muito feliz
Duvidas? Sugestões? Crises existenciais? Use o espaço aqui em baixo que eu vou ficar feliz em ler e responder com muio amor e carinho
Boa noite e bom fim de Carnaval o/



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