Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 62
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a ultima semana de Recomeçar.
Desde já quero agradecer por me acompanharei durante esses cinco meses em que a fic estava sendo postada. Obrigada por cada comentário, sugestão ou critica, pois a opinião de vocês me ajudaram a construir essa fic.

Espero que estejam gostando da reta final, beijos e boa leitura.



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—Tenha bons sonhos minha garotinha. -sussurrei suave depois que cobri Ária e beijei a sua testa com carinho. Sai do seu quarto com cuidado para não acordá-la e desliguei a luz no processo.

—Ela dormiu? - Leah questionou enrolada na manta que havia esquecido na varanda, assim que me encontrou fechando a porta do quarto de Ária.

—Sim, e porque está enrolada em uma manta? - questionei curioso e ela suspirei.

—Deixei as minhas roupas no meio da floresta, porque queria lhe assegurar que a minha parte loba iria me “devolver” para você. Afinal quando sai você estava todo preocupado e inseguro de que eu não voltasse.

—Estava mas não estou mais, e obrigado por pensar em mim.

—Sempre vou pensar em você, Elliot. Agora, será que assustei a Ária? - Leah questionou preocupada e neguei sorrindo.

—Claro que não amor, ela ficou encantada com você, lhe disse que não havia porque temer.

—Tem certeza? - ela questionou insegura e revirei os olhos antes de pegá-la no colo, fazendo-a rir de surpresa. - Me coloca no chão, Elliot.

—Coloco, assim que chegarmos ao nosso quarto, de preferência na nossa cama. - disse olhando em seus olhos e ela sorriu, antes de leva-la para o nosso quarto.

Coloquei Leah com cuidado na cama, antes de me inclinar sobre ela e beijar sua testa, suas bochechas e seu nariz com carinho.

—Eu te amo muito Elliot Thompson. - Leah sussurrou olhando em meus olhos enquanto acariciava meu cabelo com carinho.

—Eu também te amo muito Leah Clearwater, futura senhora Thompson. - segredei e ela sorriu antes de me puxar para um beijo repleto de amor e saudade.

— O que houve? Porque você ficou tão sério de repente? - Leah questionou suave assim que a acomodei em meu peito depois que havíamos feito amor.

—Não estou sério, só estou pensando. - disse suave e ela apoiou seu queixo em meu peito para que pudesse ver meu rosto.

—Conheço você, Elliot. Percebo quando sua respiração muda enquanto está dormindo, quando está pensativo, quando está preocupado e como agora, quando quer me contar algo mas não sabe como. - ela disse suave e suspirei vencido.

Não poderia esconder nada de Leah, ela tinha o direito de saber por mais que isso pudesse mudar a sua decisão de casar comigo.

—Preciso te contar algo, e não sei por onde começar. - disse angustiado e ela me olhou preocupada enquanto nos sentávamos na cama.

—Você está doente, é isso? - ela questionou apavorada com a remota chance de me perder.

—Estou bem Le, não precisa se preocupar.

—Você não seria capaz de mentir pra mim sobre isso, não é?

—Não. - jurei olhando em seus olhos, mas quando achei que ela fosse ficar mais calma aconteceu o contrário.

—Então é alguma coisa com a Ária? É isso não é? - ela questionou desesperada enquanto tremia.

—Querida, nossa filha está bem. - assegurei olhando em seus olhos tentando passar confiança no que dizia.

—Tem certeza?

—Tenho, agora respire fundo. -pedi e ela concordou antes de respirar fundo tentando acalmar sua pulsação e seus tremores. -Asseguro a você que não há ninguém doente, mas preciso contar algo que escondi quando terminei de ler o livro.

—Você escondeu algo de mim? - ela questionou confusa por ouvir o que disse.

—Não foi de proposito Leah, só estava tentando resolver o problema para que você não precisasse se preocupar. Passei meses pesquisando alguma solução mas não obtive êxito, e acho que você não deve casar comigo sem saber, afinal diz respeito a você e a sua escolha.

—Do que você está falando Elliot?

—Sabemos que só poderemos ter um filho depois que fizermos o mesmo juramento que Lyva e Heitor fizeram. Só que não lhe contei o que aconteceu depois do juramento, porque achei que poderia achar uma solução para que você não passasse por isso, mas não consegui. - disse envergonhado por minha mentira e principalmente por não ter conseguido achar uma solução para o que aconteceria depois do juramento.

—E o que acontece depois do juramento?

—Seu corpo irá voltar ao normal, mas todo esse processo será doloroso demais, pelo que Heitor descreveu no livro, Lyva praticamente morreu em seus braços por alguns minutos antes de voltar. - disse entre lagrimas enquanto olhava nos olhos da minha noiva. - Não quero que passe por isso Leah no dia mais feliz da nossa vida. Não vou suportar vê-la sofrer só para termos um filho, prefiro não ter um filho com você.

—Não ouse dizer uma coisa dessas Elliot. - ela disse seria enquanto olhava em meus olhos o que me deixou confuso. - A escolha é minha. Agradeço por ter tentando evitar que passasse por esse momento, mas escolho passar. Passaria por qualquer coisa para termos um filho.

—Você não sabe o que está dizendo Leah, não tem noção da dor que irá passar e não vou suportar vê-la agonizando sem poder fazer nada.

—A decisão é minha Elliot. - ela me lembrou decida e olhei em seus olhos notando que não havia nenhuma dúvida ali.

Sem dizer uma palavra, me levantei da cama peguei minha calça de moletom vestindo-a em seguida.

—Onde você vai? - ela questionou confusa assim que percebeu que iria sair do quarto.

—Vou tomar uma ar antes que diga algo que nos magoe e não quero isso.

—Se você sair desse quarto agora, vai me magoar. É isso o que você quer?

—E você, não está preocupada em me magoar? - questionei serio olhando em seus olhos. - Você está apenas preocupada com a possibilidade de ter um filho, não está dando a mínima em como vou me sentir ao vê-la sendo consumida em dor, apenas porque disse algumas palavras que foram ditas a mais de cem anos atrás. Não quero ver a minha mulher sofrendo e você vai me obrigar a assistir sem poder fazer nada.

Sem dizer nada, Leah levantou da cama e veio me abraçar com carinho enquanto me pedia desculpas. Não pretendia chorar, mas saber que seria a causa do sofrimento da mulher que amava me deixava desesperado.

—Me desculpe por pensar apenas em mim e não me preocupar como se sentiria. Fico emocionada que tenha tentado achar outra solução, mas se tiver que passar pela dor para termos uma família maior, passo sem reclamar. Mas queria muito que você estivesse ao meu lado segurando a minha mão enquanto passo pela tormenta, como sempre fez. - ela pediu enquanto estávamos abraçados e a afastei para ver seus olhos.

—Tem certeza disso?

—Tenho. Não sei explicar, só sinto que é o certo a se fazer. Mas não quero fazer nada sem você, afinal a base de um casamento é o companheirismo. Se não quiser, vou aceitar a sua opinião. - ela disse e suspirei concordando, o que resultou em um sorriso de Leah e vários beijos de agradecimento. - Muito obrigada amor.

—Não há nada que você não me peça que eu não faça, e me perdoe por esconder isso de você. - disse arrependido e Leah sorriu com carinho para mim.

— Eu te perdoo. Mas é o que você quer? Você quer ter outros filhos? - Leah questionou e sorri surpreso.

—Quantos filhos você quer ter mesmo, amor?

—Dois, três com a Ária.

—Dois? E eu achando que você só quisesse um.

—Claro que não, ser filho único é horrível e sempre quis ter uma família grande. - ela se justificou antes de passar seus braços pelo me pescoço enquanto me olhava com carinho. - E então, doutor Thompson, gostaria de ser o pai dos meus filhos?

—Eu adoraria ser pai dos seus filhos. - disse e ela sorriu feliz antes de beijá-la com carinho, com cuidado peguei a minha noiva no colo, levando-a para a cama onde fizemos amor até adormecermos.

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 As semanas haviam passado rapidamente e logo estávamos as vésperas do dia 20 de agosto, data escolhida para ser realizado o nosso casamento. Três dias antes da cerimônia, Sue e minha avó, fizeram questão de realizar o discurso de que os noivos não poderiam se ver pois daria má sorte, o que achamos um absurdo, mas não adiantou em nada expressarmos a nossa opinião, já que no final quem ganhou foram elas. Mas demos um jeito de burlar essa ordem, devo admitir que nos encontrarmos as escondidas no meu carro no estacionamento do hospital quando saia do plantão, tinha sua adrenalina além de ser sexy. Se Sue ou minha avó desconfiavam das nossas escapulidas, fingiam que não sabiam de nada e fazíamos o mesmo, porque era dificiel demais ficarmos separados.

—Será que poderíamos conversar? - meu avô questionou entrando no quarto assim que autorizei sua entrada após ele bater na porta.

—Claro vô. - disse suave enquanto enxugava meu cabelo em uma toalha.

Depois que Sue e minha avó me proibiram de ver a minha noiva, minha amiga me recebeu novamente em sua casa assim como meus avós. Fiquei realmente feliz em saber que Cece e Sebastian iriam se casar, depois que minha amiga tomou coragem e o pediu em casamento. Mas Cece deixou claro que só se casaria depois de um ano, pois ainda estava de luto pela sua mãe e seu noivo concordou.

—Você não me parece nervoso para amanhã? - ele questionou suave enquanto se sentava na minha cama e me sentei ao seu lado.

—Estou tentando não pensar no que vai acontecer amanhã, vô. - disse nervoso enquanto olhava em seus olhos azuis claros.

—Sabe Elli, me sinto afortunado de poder estar vivenciando esse momento com você. Nunca pensei que algum dia poderia casar um neto, depois de tudo o que houve no passado. - meu avô disse emocionado.

—Estou feliz que esteja ao meu lado amanhã vô.

—Me desculpe por não estar no seu primeiro casamento. - meu avô disse culpado e segurei sua mão com carinho.

—Você não teve culpa vô. Todos nós fomos vítimas do que aconteceu, se serve de consolo meu primeiro casamento não foi a melhor parte da minha vida, o ponto alto dele foi a Ária.

—E você passou por tudo isso sozinho?

—Sim, mas isso me transformou no homem que sou hoje, e agradeço as dificuldades que passei. Porque tudo me trouxe até a Leah. - disse olhando em seus olhos com carinho. - E não quero que fique se culpando por não ter participado da primeira parte da minha vida, porque devemos aproveitar o hoje.

—Tão novo e já tão sábio, o meu garotinho. - ele disse suave enquanto acariciava meu rosto com amor.

—Adrian e Ava ficariam tão felizes pelo filho incrível que tiveram. Porque mesmo não sendo criado por seus pais ou por nós, você tem tanta coisa dos dois... Tê-lo na minha vida, foi como ter uma parte do meu filho de volta, e isso não tem preço para mim.

—Nem pra mim, vô. Porque nunca tive um pai na vida e você em tão pouco tempo, se transformou em um pai pra mim. - disse entre lágrimas e meu avô sorriu antes de me abraçar com carinho.

—Eu te amo tanto Elli. - ele sussurrou me abraçando apertado.

—Eu também te amo muito vô. - sussurrei entre lágrimas antes de nos separamos.

Com cuidado meu avô tirou uma pequena caixa de joias azul do bolso e a colocou nas minhas mãos, o que me deixou confuso.

—Abra querido. - ele disse me incentivando a abrir a caixa, dentro dela havia um par de abotoaduras douradas. -O que achou?

—Elas são lindas vovô.

—Que bom que gostou. Essas abotoaduras estão na nossa família há 150 anos, Elli. Meu pai me deu elas na véspera do meu casamento e as dei ao seu pai na véspera do casamento dele, para que as usasse. E hoje, na falta dele estou lhe entregando essas abotoaduras para que você as use amanhã e quem sabe um dia, as dê ao seu filho na véspera do casamento dele.- meu avô disse carinhoso e desviei os olhos das abotoaduras para vê-lo.

—Obrigado pelo presente vô, vou usá-las amanhã. E prometo, que vou continuar a tradição da família entregando-as ao meu filho. - jurei olhando em seus olhos e ele concordou antes de me abraçar com carinho.

—Desejo a você toda a felicidade e amor do mundo. Mas você me permite lhe dar três concelhos? - ele questionou antes de nos separarmos e concordei.

—Um casamento deve ser feito à base de três palavras, querido: Amor, Aceitação e Perdão. Nunca deixe de dizer ou demonstrar o quanto ama a sua esposa, porque a correria do dia a dia nos rouba momentos preciosos e sem cultivo, o amor tende a morrer, por mais apaixonados que estejam no começo. Aceite que a apesar de se amarem, vocês dois são diferentes, e as vezes as diferenças causam choques em uma relação. Então aceite que vocês são duas pessoas diferentes que se escolheram, para passarem o resto da vida compartilhado afeto, amor e carinho. E o mais importante de tudo o perdão. Nunca saia de casa ou vá dormir brigado com a sua esposa, pedir perdão não é sinal de fraqueza, meu neto e sinal de amor. Porque só quem ama reconhece seu erro e tenta concertá-lo. Ame sempre a sua esposa como se fosse seu último dia, seja o herói dos seus filhos e os ame mais do que a sua própria vida, porque a vida é feita de momentos que passam rápido demais e devemos aproveitar cada um deles. - meu avô disse olhando em meus olhos e concordei com carinho antes de abraça-lo.

Esse era um dos momentos do qual jamais iria esquecer, porque a falta do meu pai era algo que jamais poderia ser aplacada, mas o carinho e amor do meu avô conseguia amenizar o meu sentimento de órfão.

—Boa noite querido. -meu avô disse amoroso e me deu um beijo na testa.

—Boa noite vô e obrigado pelos conselhos. - disse agradecido e ele sorriu amoroso antes de me deixar a sós em meu quarto.

Assim que meu avô saiu do meu quarto, guardei a caixa das abotoaduras no criado mudo ao lado da cama antes de me deitar, e tentei pegar no sono o que se mostrou inútil. Era como se faltasse alguma coisa naquela cama ou melhor alguem, e sorri assim que meu celular começou a tocar e vi na tela a foto da minha noiva.

—Você também não está conseguindo dormir? - Leah questionou assim que atendi e sorri concordando.

—Sim e você?

—Já rolei pela cama inteira e nada. Tentei fugir sem ser notada, mas a minha mãe me pegou no flagra. Dona Sue só faltou colocar um segurança na minha porta. - ela reclamou frustrada pela vigilância da mãe e sorri.

—Te entendo amor. E a nossa filhote? - questionei curioso, afinal Ária fez questão de ficar com a mãe durante os dias que estaríamos separados. Apesar da distância, minha filha sempre vinha me ver depois da escola antes de ir para o café.

—Dormindo, ela nem percebeu que rolei a cama inteira. - minha noiva segredou e sorri, afinal minha filha sempre teve o sono pesado desde bebê.

—Isso é normal. Quando era bebê, Ária ficou vinte quatro horas dormindo direto, o que me deixou apavorado, na hora esqueci todo o meu conhecimento médico e acordei ela.

—E ela estava bem?

—Estava, mas passou o dia inteiro chorando e resmungando coisas incompreensíveis, como se estivesse reclamando por ter sido acordada para mamar.

—Isso é bem a cara da nossa filha.

—É sim. - disse sorrindo e logo o silencio se estalou do outro lado da linha. - O que foi?

—Não houve nada. - ela desconversou e suspirei.

—Eu te conheço Leah, mesmo não podendo ver seu rosto sei que está pensativa apenas pelo som da sua voz. Não importa o que seja, estou aqui para te ouvir.

—Queria poder compartilhar momentos assim com você.

—Nós vamos compartilhar, eu prometo.

—Você acha mesmo que podemos? - ela questionou em dúvida.

—Acho. E quando esse momento chegar, você nem vai me querer por perto, porque estará enjoando só de ouvir a minha a voz. E vai querer me matar por ter ti tocado quando estiver sentindo as dores do parto. - segredei e Leah sorriu do outro lado da linha.

—Você é doido, amor. Jamais vou fazer isso com você.

—Você diz isso agora. - segredei e ela sorriu o que me deixou feliz por ouvi-la novamente relaxada.

—Obrigada por tentar me fazer relaxar e a ter esperança.

—E funcionou?

—Funcionou. Mas o que você faria caso isso acontecesse-se? - minha noiva questionou e sorri feliz só de imaginar, que um dia Leah pudesse gerar um filho nosso.

—Eu ficaria ao seu lado, não importando as circunstâncias. Seguraria o seu cabelo enquanto estivesse vomitando, seguraria a sua mão e diria o quanto estaria orgulhoso da mulher forte e corajosa que você é, e o quanto sou afortunado por ter a chance de formar um família com você. E a partir de amanhã amor, tudo isso pode ser possível, basta apenas termos esperança.

—Eu te amo Elliot e muito obrigada por você ter entrado na minha vida. - ela disse com a voz emocionada.

—Eu é que agradeço Leah, você salvou a minha vida e a transformou. E jamais poderia agradecer o que fez por mim ou pela minha filha.

—Basta apenas me amar pra sempre. - ela pediu suave e sorri apaixonado.

—Isso é algo que não precisa me pedir, amor. Vou te amar até depois do meu último dia de vida.

—Eu também Elliot.

Conversamos mais um pouco, antes de desligarmos, afinal amanhã teríamos um longo dia pela frente.


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