Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 58
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, espero que gostem.
Beijos e até segunda.
E se preparem para os últimos capítulos.



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—Onde você vai tão cedo em pleno sábado? - questionei sonolento assim que me espantei e vi Leah devidamente arrumada enquanto terminava de fazer uma trança em seu cabelo.

—Você esqueceu que hoje é a festa de aniversário da Ária? - ela questionou surpresa enquanto sentava na cama.

E tinha como esquecer?

Minha filha havia passado duas semanas falando apenas disso, ainda mais com o presente que meus avós mandaram para ela, um carro que ela sonhava em ter e que custava uma fortuna. Nunca tinha visto a minha filha gritar tanto quanto no dia que o carro chegou.

—Não tem como esquecer. Toda vez que olho para aquela Ferrari vermelha, me lembro da traição dos meus avós. - disse sério e minha noiva revirou os olhos.

—Elliot é só um carro.

—Que custa uma fortuna Leah. O qual disse que não daria a Ária, e meus avós passaram por cima da minha decisão. - disse magoado e ela respirou fundo antes de se sentar ao meu lado.

—Amor, minha mãe sempre diz que pais corrigem e os avós mimam. E Elli, é só um presente, que não vai transformar a Ária em uma menina mimada, tenho certeza disso.

—Só acho que ela é nova demais para ter um carro tão caro. - reclamei e ela sorriu concordando.

—Tudo bem, acho que devíamos ter uma conversa com ela sobre o carro. - Leah disse e concordei.

—Eu converso com ela, não se preocupe.

—Tem certeza?

—Tenho, afinal o incomodado sou seu.

—Então tá. Vou para o café terminar de fazer os doces da festa, depois vou ajudar a Ayla a ver algumas revistas de casamento, para que ela comece a escolher algumas coisas, provavelmente só vamos nos ver a noite no café. - ela disse suave e gemi a conta gosto o que a fez rir.

—O que vou fazer o dia inteiro sem você?

—Eu sei meu bem, é uma tortura para mim também, mas vai passar em um piscar de olhos.

—É o que desejo. Espera, a Ayla já vai começar a organizar o casamento dela?

—Sim, ela me contou que quer casar aqui em Forks, e como madrinha do casamento, é meu dever ajudá-la a escolher entre uma tolha de cetim e uma tolha de seda, mesmo que não saiba qual é a diferença entre as duas. - ela disse confusa e foi impossivel não rir.

—Não era para você rir, Elli, as duas são praticamente iguais.

—Não estou rindo de você, amor. Só estou pensando, que você já está confusa ao ajudar a sua prima a escolher toalhas para o casamento dela, imagina no nosso. - disse e ela sorriu negando o que me deixou confuso.

—Eu já sei tudo o que quero para o nosso casamento. - ela disse e a olhei surpreso, afinal ainda não havíamos tido essa conversa.

—Verdade? E o que você quer para o nosso casamento? - questionei curioso e Leah sorriu como se estivesse vendo tudo na sua frente.

—Em primeiro lugar não quero casar na igreja e muito menos em uma casa de festa. Sempre quis me casar em La Push ao ar livre, algo simples mas de muito bom gosto. Já até separei algumas ideias, que iria mostrar para você, mas foram semanas conturbadas. - ela se justificou envergonhada por não ter me contado antes.

—Eu que o diga. - disse pensando na carta que havia lido da minha mãe, na despedida de Carlisle e no presente extravagante que meus avós deram a minha filha.

—O que acha dá ideia? - ela questionou interessada na minha opinião e respirei fundo antes de responder. - Se não tiver gostado, posso mudar meus planos não tem problema nenhum. Tudo que quero é que seja algo que represente nós dois.

—Leah, eu amei a ideia. De verdade. - disse suave e ela sorriu antes de lhe beijar com carinho enquanto deitávamos na cama.

—Elliot, eu preciso sair...- ela sussurrou assim que a deixei respirar e comecei a beijar seu pescoço.

—Prometo que serei rápido. - disse e ela sorriu antes de me puxar para mais um beijo.

—Leah, estamos atrasadas. - Ayla chamou depois que bateu na porta interrompendo nosso beijo.

—Se ficarmos calados, ela não vai nos escutar. - sussurrei para a minha noiva que sorriu como se não acreditasse na minha ideia.

—Por mais que seja tentador ficar na cama com você, eu não posso. Prometi que ajudaria a Ayla, e ainda tenho muitas coisas da festa do nosso filhote para resolver. Me perdoa por não ficar com você. - ela pediu torturada enquanto acariciava meu rosto.

Sabia que não satisfazer meus desejos causava dor em Leah, afinal segundo o que a mesma havia me dito e o que lê no livro de Lyva. O objetivo de um lobo era fazer seu imprinting feliz, não importasse o que, e ficar o dia inteiro na cama com Leah sempre me fazia feliz.

Mas cabia a mim, tranquiliza-la de qualquer culpa por não atender meu desejo.

—Hei, está tudo bem amor. Não precisa se sentir culpada por não poder ficar comigo, podemos colocar minha ideia em prática amanhã, o que acha?

—Isso irá te fazer feliz? - ela questionou ainda em dúvida.

—Sim, e nunca esqueça que você é a minha felicidade. - disse olhando em seus olhos e ela sorriu amorosa para mim.

—E você é a minha. - ela segredou antes de nos beijarmos e Ayla começou a chamar a prima novamente.

—Já estou indo. - ela disse assim que se separou de mim e lhe puxei para lhe dar mais um beijo, antes dela ir até a porta e virar para me ver.- Eu te amo Elliot.

—Eu também te amo Leah. - disse e ela sorriu antes de sair com a prima.

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—Tudo bem Elliot? - Gael questionou enquanto se servia de café assim que coloquei o prato cheio de panquecas em cima da mesa.

—Sim, só estou preocupado. -disse me sentando a mesa e tirando meu celular do bolso, verificando que não havia nenhuma mensagem ou chamada de vídeo dos meus avós, o que me deixou preocupado.

—Posso não te conhecer tão bem quanto a sua noiva, mas tem algo errado com você.

—São meus avós. Não consigo falar com eles desde ontem, já liguei para a casa deles e Meg disse que os dois viajaram, mas ela não sabia para onde.

—Tenho certeza que eles estão bem, talvez ainda estejam no avião. - Gael disse antes de pegar uma pequena montanha de panquecas e olhei para ele. - O que? Sou um filho da lua, preciso me alimentar bem. E além do mais, é falta de educação reclamar da quantidade de comida que seus hospedes consomem. Pode me passar a calda de chocolate?

—Você é cara de pau mesmo. - disse pegando o vidro e entregando para ele que sorriu como se fosse o dono do lugar.

—Bom dia pai, bom dia Gael. - Ária disse assim que entrou na cozinha e me deu um beijo em seguida.

—Bom dia filha, acabei de fazer panquecas, mas se quiser mais é só pedir que faço, já que o nosso hospede comeu a metade. - disse me servindo de suco de laranja e Gael revirou os olhos.

—Está tudo bem pai, você sabe que só como no máximo duas panquecas. - ela disse antes de se servir das panquecas.

—Viu Elliot, te fiz um favor, afinal as panquecas iriam estragar. - ele disse passando a calda para a minha filha.

—Carolina, nós precisamos ter uma conversa sobre o seu carro. - disse e ela parou de cortar sua panqueca para me olhar nos olhos.

—Você vai me fazer devolvê-lo? - ela questionou com lágrimas nos olhos.

—Por mais que tenha a autoridade de fazer isso, não vou fazer. - disse e ela me olhou surpresa.

—Porque não vai fazer isso?

—Porque ele é seu, foi um presente dos seus avós e não seria certo tomá-lo. Por mais que pense que ter uma Ferrari seja algo extravagante demais para uma menina de dezesseis anos. Só quero que tome cuidado filha, um carro não é um brinquedo, usado de maneira errada, pode machuca-la e a pessoas inocentes também. - disse sério e ela concordou enquanto me olhava nos olhos. - Me prometa que seguirá as leis e que não irá correr, porque se souber que você saiu por ai feito velozes e furiosos, pode dar adeus ao seu carro vermelho reluzente.

—Eu prometo pai. - ela jurou olhando em meus olhos e concordei antes de voltarmos a tomar o nosso café.

—Como você consegue? - Gael questionou confuso assim que Ária nos deixou a sós e subiu para arrumar seu quarto.

—Como eu consigo o que? - questionei confuso enquanto começava a recolher a mesa do café da manhã.

—A ser pai, qual é o segredo? - ele questionou desesperado enquanto me ajudava a recolher a mesa.

—Não tem segredo Gael, você aprendi com o seu filho. Os pais crescem com seus filhos.

—Mas você é o melhor pai que conheço, afinal criou a Ária praticamente sozinho e ela te escuta, apesar de ser uma adolescente, e todo mundo sabe que essa fase é terrível. - ele disse assustado e tive que me segurar para não rir.

—Obrigado por me achar um bom pai, mas nem sempre a minha filha me escuta.

—Não me diga que ela herdou o gênio de cão da Clara? - ele questionou com pesar e sorri.

—Isso acontece às vezes, mas na maioria do tempo ela tem o meu gênio. - comentei colocando as louças na pia antes de olhar para Gael e percebi que ele estava assustado.

E não poderia culpa-lo, afinal ele seria pai em breve e não havia ninguém com quem pudesse conversar sobre isso.

—Acho que vou ter que bancar o seu irmão mais velho.

—Temos a mesma idade Elliot. - ele disse e sorri concordando.

—Eu sei Gael. - disse e indiquei que voltássemos para a mesa. - Sei que está assustado, também senti isso quando descobri que seria pai, e é bom se sentir assustado.

—Bom porquê?

—Porque isso quer dizer que você sabe o tamanho da sua responsabilidade. Não vou dizer que ser pai é fácil, claro que não. Vai ter momentos ruins que serão compensados por momentos maravilhosos, e você sempre vai sentir que não está fazendo nada errado, mas só o tempo lhe dirá se está no caminho certo. Tenho certeza que você será um excelente pai, afinal você já ama seu filho, não é verdade? - questionei olhando em seus olhos.

—Sim. Seria capaz de morrer por ele, o que é estranho. Afinal, nem o conheço ainda e já o amo mais do que tudo no mundo.

—Isso Gael, é o que chamamos de amor de pai. É tão forte e verdadeiro que não pode ser ignorado.

—Obrigado pela conversa Elliot. - ele disse agradecido.

—Não precisa agradecer. - disse antes de me levantar da mesa e ir lavar as louças.

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Passei praticamente a manhã inteira inventando algo para fazer, enquanto me preocupava com a falta de notícias dos meus avós, para passar o tempo reli meu livro favorito Vinte mil léguas submarinas de Júlio Verne, que ganhei quando fiz treze anos de madre Angélica. Fiquei imerso na leitura por horas, até que desci para buscar um copo de água na cozinha e ouvi minha filha conversando com Gael, enquanto ele preparava queijo quente para os dois.

—Gael? - Ária chamou enquanto tirava a jarra de suco da geladeira.

—Sim.

—Posso lhe perguntar uma coisa?

—Claro princesa. - ele disse tirando o queijo do fogo e colocando-o em um prato.

—Você por algum momento achou que eu fosse filha do seu irmão? - ela questionou e fiquei surpreso por sua pergunta.

—Como você sabe do meu irmão? Ou dessa história?

—Meu pai e a minha mãe me contaram.

—Eles não escondem nada de você.

—Não, afinal uma família é feita de confiança. Não é? - Ária questionou e Gael sorriu.

—É sim. No começo fiquei em dúvida, porque Killian tinha tanta certeza de que você era filha dele, que estava disposto a entrar em guerra com todos para tirar você e sua mãe do Elliot. Sempre estive do lado do meu irmão, e se você fosse filha dele, como afirmava faria de tudo para que fosse criada em nosso clã.

—E o que aconteceu?

—Quando te conheci, você era apenas um bebê, mas soube que não era filha do meu irmão, e tentei fazê-lo mudar de ideia, mas ele estava cego de amores pela sua mãe.

—Como teve tanta certeza que não era filha do seu irmão?

—Seu cheiro. Ele é uma mistura perfeita da Clara e do Elliot, se você pertencesse ao meu clã, jamais poderia ter o cheiro dele. Mas meu irmão não quis ouvir. Foi dificiel convencê-lo, mas no final Clara conseguiu fazê-lo desistir de você.

—Ela não queria uma criança pequena atrapalhando sua fuga romântica. - minha filha disse chateada, mas antes que pudesse entrar na cozinha para consolá-la Gael me surpreendeu.

—Hei, a Clara não merecia a filha incrível que você é, e não pode deixar que o passado te assombre. Você tem um pai incrível que seria capaz de tudo por você, e ainda ganhou uma mãe postiça maravilhosa, porque a Leah seria capaz de tudo por você. Não sabe a sorte que tem.

—Eu sei sim, e agradeço todos os dias.

—É isso ai princesa.

—Mas posso te fazer outra pergunta?

—Claro.

—Como a minha mãe se transformou em uma filha da lua? Ela já era uma e meu pai não sabia?

—Isso é um pouco complicado, e acho que seu pai não vai querer que te conte. - Gael disse e tive a certeza que ele sabia que eu estava ouvindo, e que ele estava me dando a chance de parar aquela conversa, mas sabia que Ária tinha o direito de saber sobre a mãe.

—Sou forte, posso aguentar.

—Tudo bem. Clara era humana, assim como você. Mas ela pediu ao meu irmão para transformá-la, e isso é algo que não podemos fazer sem a autorização do conselho. Uma transformação é arriscada demais e dolorosa, afinal precisamos morder a pessoa que passa semanas agonizando até a transformação terminar, isso se ela resistir. E essa não é a pior parte.

—E qual é?

—O descontrole que vem depois da transformação. Clara demorou anos até conseguir pensar coerentemente.

—E alguma vez ela falou de mim?

—Você quer a verdade ou uma mentira? - ele questionou suave.

—A verdade.

—Não, e sinto muito que tenha tido uma mãe como ela.

—Tudo bem, agora tenho uma mãe incrível que me ama mais do que qualquer coisa no mundo. - minha filha disse com a voz embragada e entrei na cozinha.

Assim que me viu, Ária correu para os meus braços e a abracei com força enquanto ela chorava em meu peito.

—Isso já passou filha. E eu te amo muito assim como a Leah. - disse suave enquanto beijava seus cabelos.


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