Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 56
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar.
Lembrando que a partir de hoje a fic entra em sua penúltima semana, e desde já quero agradecer por me acompanharem nessa jornada incrível de cinco meses contando a história da Leah.
Me sinto afortunada e realizada por poder dividir essa historia com vocês e espero que estejam gostando.
Espero que apreciem o capitulo de hoje porque está emocionante, beijos e boa leitura.
Até quarta gente.


Obs: As partes em negrito correspondem ao conteúdo da carta.



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Leah acabou desmaiando no meu colo e isso me deixou ainda mais preocupado, enquanto cruzava a sala com pressa.

—O que aconteceu com a mamãe? - Ária questionou preocupada assim que viu a mãe desacordada em meu colo.

—Não tenho ideia, filha. Mas vou leva-la para o quarto e examiná-la.  - disse antes de subir as escadas com pressa e todos vieram atrás de mim.

—Será que é algum reflexo do tempo em que ela ficou como loba? - Sue questionou preocupada enquanto tentava deixar a minha noiva confortável.

—Não sei, talvez seja. - disse preocupado enquanto tentava acordar Leah sem sucesso.

—Ela está bem, só precisa de um pouco de álcool. - Gael disse entrando no quarto com um vidro de álcool.

Desconfiado, o vi abrir o vidro e se aproximar da minha noiva, mas o impedi bloqueando a sua aproximação de Leah.

—Elliot, não é hora de bancar o protetor. - ele disse sério enquanto me olhava.

—Pelo que saiba você não tem um diploma de medicina.

—Não, mas entendo muito de lobisomens. E você deixou a Leah nesse estado, agora me deixe ajudar a sua noiva. - Gael pediu e olhei em seus olhos, vendo neles que ele falava a verdade o que me deixou confuso.

Jamais seria capaz de fazer algum mal a Leah, mas foi dificiel duvidar de Gael quando ele encostou de leve o vidro de álcool perto do nariz da minha noiva, que acordou como se nada tivesse acontecido.

—O que aconteceu? - Leah questionou confusa se sentando na cama.

—Lembra quando lhe disse mais cedo, que seus sentidos iriam ficar mais apurados? - Gael questionou olhando nos olhos de Leah.

—Sim.

—Pois é, o cheiro do seu noivo te embriagou. Mas você vai melhorar assim que anular o cheiro dele.- Gael disse oferecendo o vidro de álcool para Leah que concordou, antes de começar a passar nos locais indicados por ele.

Assim que a cor voltou para o rosto de Leah, Gael disse que ela deveria tomar um banho para se livrar do meu cheiro, e Sue e Ayla ficaram no quarto para ajudá-la.

—Como isso aconteceu? Estamos juntos a mais de quatro meses, e meu cheiro nunca fez mal a Leah. - questionei preocupado assim que saímos do quarto.

—Antes ela era apenas uma loba comum, Elliot. Mas agora, ela é uma alfa e seu corpo está se adequando a essa nova condição. Todos os sentidos da Leah estão hipersensíveis, o toque de uma mensagem de celular pode soar para ela como uma britadeira, e o seu cheiro pode deixá-la tão bêbada como se tivesse bebido uma garrafa inteira de rum.- ele explicou olhando em meus olhos e fiquei preocupado.

—Minha presença pode machuca-la?

—Não, vocês só precisam tomar cuidado, pelo menos até os sentidos dela voltarem ao normal. E não, ela não vai deixar de te amar por causa disso. - Gael disse e corei sem graça, afinal era como se ele tivesse lido a minha mente.

—Como é que você...- sussurrei e ele sorriu suave.

—Leah tem razão quando diz que você é transparente como cristal.- ele disse me olhando nos olhos antes de voltar a falar. - Um imprinting é pra vida toda Elliot, não pode ser quebrado ou destruído, nem por uma mudança de “posto”. Você continua sendo o macho dela e nada irá mudar isso.

—Obrigado Gael e me desculpe se fui grosseiro com você lá dentro.

—Tudo bem, você só estava preocupado com a Leah, quando alguem que amamos não está bem, perdemos a razão, digo por experiência própria. - ele disse compreensivo e concordei.

—Ayla tem enjoando muito durante a gravidez?

—Você não sabe o quanto. Teve um dia que ela não saiu do banheiro.

—Isso é normal nos primeiros meses. Faça ela comer assim que acordar, alguns biscoitos de agua e sal em jejum, ajuda a aliviar os enjoos. - disse a ele que sorriu agradecido.

—Você está com uma mulher incrível Elliot, cuide bem dela. - ele disse de repente e concordei.

—Eu sei e vou cuidar bem dela. - disse olhando em seus olhos.

—Elliot, a Leah quer te ver.- Ayla disse saindo do quarto ao lado de Sue, nos encontrando no corredor.

—Acho melhor não. Não quero machuca-la. - disse preocupado e Sue sorriu carinhosa para mim antes de segurar a minha mão.

—Se ela quer vê-lo é porque está tudo bem, não fique com receio. - Sue disse e concordei antes de entrar no quarto receoso.

Entrei no quarto com cuidado e fiquei aliviado, quando vi que Leah já tinha a aparência melhor do que quando a deixei.

—Você está mesmo bem? - questionei preocupado sem sair de perto da porta, ficando contra o vento, afinal não queria que Leah passasse mal novamente por minha culpa.

—Estou querido, não precisa ficar temeroso. Vem cá amor, senta aqui do meu lado. - Leah pediu batendo ao seu lado na cama e fiquei onde estava, porque não queria machuca-la.

— Não quero te machucar. - sussurrei com dor, por me distanciar dela.

Sem dizer uma palavra, Leah se levantou da cama e veio até mim.

Entrelaçou suas mãos as minhas, como se quisesse sentir o calor delas, em seguida ela subiu para os meus braços, seu toque em minha pele era tão intenso e forte, muito mais que antes. Como se fosse a primeira vez que nos tocávamos, e a intensidade de seu toque me deixou tonto.

—Peguei você, meu amor. - Leah sussurrou assim que me segurou quanto ameacei cair. - Você também notou a diferença, quando te toquei agora, não foi?

—Sim. O que está acontecendo conosco? - questionei preocupado enquanto minha testa estava encostada na sua.

—Nada para se preocupar, só a nossa ligação que está se adequando a nossa nova realidade. Vem, vou te ajudar a deitar um pouco, isso vai te ajudar com a tontura. - Leah disse suave enquanto me ajudava a ir para cama.

—Que nova realidade? -questionei ainda sob os efeitos da tontura.

—Estou me adequando a ser uma alfa, assim como você está se adequando a ser um imprinting de uma alfa. Nossa ligação será muito mais forte que antes, por isso estamos tão sensíveis ao toque um do outro. - Leah explicou enquanto tirava meus sapatos e vinha para o meu lado ajeitar o travesseiros que estavam em minha cabeça, mas apesar de toda tontura notei que suas mãos tremiam.

—Amor, você não está bem. - sussurrei preocupado e segurei sua mão.

—Não, mas vou ficar assim como você. Só precisamos ficar um tempo juntos, para nos acostumarmos um ao outro de novo. - ela sussurrou e concordei antes de puxá-la para o meu peito, onde ficamos aconchegados um ao outro.

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Foi preciso quatro dias para que os efeitos da tontura passasse, mas em seu lugar havia ficado um desejo insano. Não conseguíamos ficar longe um do outro por muito tempo, era como se nosso amor e a nossa ligação tivesse sido ampliada. Leah era capaz de me sentir a quilômetros de distância, mesmo que meu cheiro estivesse longe demais para ser sentido, ela havia desenvolvido um sexto sentindo apurado em relação a mim e a nossa filha.

Leah sempre sabia quando precisávamos dela, sem ao menos dizermos.

—Pode entrar. -disse sem desviar a atenção dos exames que analisava no raio-x, assim que alguem bateu na porta da sala dos médicos.

—Será que poderíamos conversar Elliot? - ouvi Carlisle dizer e virei para vê-lo.

Desde que soube a verdade sobre as minhas origens, evitava Carlisle pelo hospital e ele respeitava a minha decisão, só conversávamos quando éramos obrigados a tratar de trabalho.

—Aconteceu alguma coisa com algum paciente? - questionei olhando em seus olhos.

—Não, estão todos estáveis.

—Ótimo, então não temos nada para conversar. - disse voltando minha atenção para o aparelho de raio-x.

—Havia esquecido como a nossa família é orgulhosa demais. - ele disse e virei para vê-lo.

—Eu não sou da sua família. Porque a minha família não deixa os parentes recém-nascidos em orfanatos. - disse severo e Carlisle respirou fundo.

—Por mais que você tente negar Elliot, você é um Cullen. Você herdou a nossa empatia, o nosso senso de ajudar o próximo, nossa lealdade e o sinal de nascença no ombro direito da nossa família. - ele disse e fiquei surpreso, afinal não havia contado sobre o meu sinal de nascença para ninguém.

As únicas pessoas que sabiam dele, era Ária porque possuía uma igual no mesmo lugar e Leah, que sempre dizia que o meu sinal de nascença era sexy, o que sempre me fazia revirar os olhos.

—Como é que você...- sussurrei ainda confuso e Carlisle desabotoou os primeiros botões da sua camisa antes de me mostrar seu ombro direito, que exibia uma marca de nascença igual a minha.

—Você herdou o problema da alergia a canela do seu pai e o sinal de nascença da sua mãe. - ele explicou suave antes de abotoar novamente os primeiros botões da sua camisa. - Mas não vim aqui para força-lo a nada, entendo e respeito o seu desejo de não me querer por perto, só vim cumprir o último pedido da sua mãe.

—Achei que o último pedido dela, fosse você me levar para casa. - disse confuso enquanto o via tirar um envelope de carta do bolso do jaleco, e entrega-lo a mim.

—Ava me pediu três coisas antes de morrer em meus braços. A primeira era leva-lo para casa quando pudesse se defender de qualquer perigo, a segunda era nunca tirar a sua medalhinha e pedir no orfanato que nunca fizessem isso, porque além de ser uma pista para as suas origens, São Lucas é seu padrinho e sempre iria olhar por você. E a última, era lhe entregar essa carta depois que você soubesse quem era e aceitasse esse fato. - ele explicou suave e desviei a atenção dele para olhar o envelope em minhas mãos.

—Como ela era? - questionei sem desviar os olhos do envelope.

—Ela era como você. Generosa, amorosa, tinha o talento incrível para o piano e amava você incondicionalmente, mesmo sem conhecê-lo.

—Obrigado pela carta, Carlisle. - disse sincero desviando os olhos da carta.

—De nada, e não precisa se preocupar com a minha presença, essa é a última vez que nos encontramos, Elliot. Já fiquei tempo demais em Forks e preciso me mudar.

—Você vai embora pra onde?

—É mais seguro se você não soube. Espero que você tenha uma vida feliz ao lado da Leah. - ele disse suave antes de me olhar uma última vez e sair da sala.

Depois que Carlisle saiu da minha sala fiquei encarando a carta em minhas mãos por alguns minutos, sem coragem de abri-la até que ouvi uma batida na porta.

—Entre. - disse guardando a carta no bolso do meu jaleco, antes de Leah entrar na minha sala com uma sacola nas mãos.

—Acabei de fazer um bolo de cenoura com calda de chocolate, e trouxe um pedaço para você. - ela disse suave enquanto balançava a sacola e a olhei sem acreditar na sua desculpa. - Tá legal, senti que você precisava de mim e só segui meu instinto. O que aconteceu?

—Eu preciso de colo Leah. - disse com a voz embargada e ela concordou antes de se sentar no sofá que havia na sala, em seguida deitei a minha cabeça em seu colo antes dela começar a acariciar os meus cabelos de leve.

—O que houve meu bem? Pode me contar qualquer coisa. - ela sussurrou sem parar de acariciar os meus cabelos.

—Estava convicto de que não queria o Carlisle na minha vida, afinal ele me abandonou quando mais precisei. Mas depois do que ele me disse, não sei mais o quero, e ainda tem a carta.

—Que carta? - Leah questionou confusa e tirei a carta do bolso do meu jaleco e entreguei a ela. -O que ela diz?

—Não tenho ideia, estou com medo de abrir. Tudo que sei é que ela era da minha mãe.

—Você deveria lê-la. - ela disse com a carta nas mãos.

—Acho que não tenho coragem. - disse com medo e Leah sorriu surpresa.

—Claro que tem. Você impôs a sua presença a uma loba selvagem arriscando a sua vida, até que ela se lembrasse de quem era. Se tivesse mais coragem seria um lobisomem. - ela disse e foi impossivel não rir da sua comparação.

—Eu te amo muito sabia? - disse olhando em seus olhos e Leah sorriu.

—Sabia, e eu te amo muito também. - ela sussurrou antes de se inclinar para me beijar, mas nosso momento de carinho foi interrompido pelo som do alto falante que havia na sala, chamando meu nome.

—Eu preciso ir. - disse entre um beijo e outro e Leah gemeu a contra gosto.

—Eu sei. - ela sussurrou triste antes de nos beijarmos uma última vez e levantarmos.

—Assim que deixar o plantão, passo no café para busca-las. - disse e Leah concordou antes de passar as mãos no meu cabelo tentando arrumá-lo.

—Posso te dar um conselho, minha vida?

—Claro.

—Arrume um tempo e leia a carta, sinto que ela irá te fazer bem.

—Tudo bem. - disse e ela sorriu antes de sairmos da sala.

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Graças a Deus o plantão havia sido traquilo, o que era normal em Forks.

 Enquanto colocava meu jaleco na maleta, percebi que a carta ainda estava no bolso do mesmo, respirei fundo e peguei a carta em minhas mãos, antes de me sentar em uma das várias camas que haviam no repouso masculino dos médicos. Com cuidado, abri o envelope e tirei a carta que estava dentro, antes de começar a lê-la.

“Meu querido e adorado menininho,

Meu doce e amado Elliot,

Se estiver lendo essa carta, é porque Carlisle cumpriu o que me prometeu ontem à noite. Sinto dentro de mim, que talvez não tenha a oportunidade de conhecê-lo, que não poderei ver seus olhos, ou ouvir o som da sua risada e muito menos ouvir me chamando de mãe pela primeira vez.

Peço que não fique com raiva de mim Elliot, estou tentando lutar para ficar com você, afinal você é um pedaço do homem que amo. Mas é tão dificiel respirar sem ter o seu pai do meu lado. Seu pai e eu te amamos profundamente, desde o momento em que soube que estava grávida, esperamos ansiosamente para conhecê-lo, implorando ao tempo para que passasse mais rápido, apenas para termos você logo em nossos braços, mas a maldade do mundo destruiu nossos sonhos.

Fazendo com que você nunca tenha a chance de conhecer o pai incrível que seria o Adrian. O pai que te amava e te desejava mais do que tudo na vida.

Seus avós paternos James e Adélia, são pessoas maravilhosas que têm muito amor para dar, tenho certeza que os dois amenizaram um pouco a nossa falta, quando conhecê-los. Sinto muito, por você ter crescido sem o amor deles ou o nosso, mas é perigo demais para um bebê indefeso voltar sozinho para Londres, seu primo pode machucá-lo, impedindo que você tenha a chance de crescer e se tornar o homem incrível que sei que será.

Me perdoe meu amor, por condená-lo a crescer sozinho em um orfanato, sem ter a chance de conhecer a sua história. A história de amor da qual você é fruto, nunca esqueça disso Elliot, você foi feito com muito amor e é muito amado por mim e por seu pai, onde quer que ele esteja.

Sei que quando Carlisle lhe contar toda a verdade, você ficará com raiva, e não tiro a sua razão. Mas perdoe o seu tio, querido.

Carlisle, ainda está tentando me fazer mudar de ideia, mas sei que você não pode ficar com ele. Seria perigoso demais para um humano conviver com vampiros, não por causa deles, pois sei que nenhum deles seriam capazes de lhe fazer mal, mas há pessoas no mundo deles que lhe usariam apenas para atingi-los.

Perdoar Elli, é uma das maiores qualidades da nossa família, e espero que você consiga me perdoar e perdoá-lo por atender os meus desejos.

Desejo que você tenha uma vida repleta de felicidade, aventuras, realizações e amor. Que encontre alguem que te ame profundamente e que você retribua na mesma intensidade, que te faça sorrir sem motivos por coisas banais, que seja seu porto seguro quando precisar de colo, que lhe dê filhos incríveis, transformando-o no melhor pai do mundo, assim como seu pai seria.

Você é a minha maior realização Elliot, não me arrependo de nada que vivi, se pudesse faria tudo de novo, apenas para tê-lo novamente.

Eu te amo profunda e irrevogavelmente meu adorado menininho, nunca esqueça disso, e sempre estarei ao seu lado.

Com amor,

Mamãe.”

 

 


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