Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 48
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar que promete grandes emoções.
Beijos, boa leitura e até sexta.



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Depois que terminamos de tomar café da manhã, James ligou para o aeroporto solicitando que o jatinho da família, me levasse para Forks e agradeci por sua preocupação, pois assim chegaria mais rápido ao meu destino.

Só teria que esperar por volta de uma hora, para que a torre liberasse o voo e a aeronave abastecesse, enquanto esperava, meus avôs fizeram questão de me levar até o lugar que seria meu quarto de bebê. Quando entrei naquele lugar, foi impossivel não chorar diante de todo cuidado e carinho que emanava dele. Adélia explicou, que meu pai fez questão de pintar as paredes ele mesmo, de um azul claro, cor escolhida pela minha mãe.

A cor era a mesma dos olhos de James, que disse que eram a mesma cor dos olhos do meu pai, e minha mãe fez questão de tê-la nas paredes. Havia notas músicas na parede em que o berço estava, como se fosse uma partitura, mas não reconhecia que música era aquela.

—Ava fez essa música de ninar para você. - Adélia disse enquanto tocava as notas na parede, fascinado pela harmonia do arranjo que elas possuíam. - Ela era um excelente pianista, muito talentosa.

—Ela fez essa música pra mim? -questionei surpreso pelo cuidado, afinal pintar aquelas notas na parede deve ter sido muito trabalhoso.

—Fez meu bem. Nunca tivemos coragem de desarrumar esse quarto, e agora sei porque. Você precisava ver com seus olhos o quanto seus pais te queriam e o amavam, mesmo sem conhecê-lo.

—Eles realmente me queriam. - disse entre lágrimas e Adélia e James sorriam carinhosos.

—Mais do que tudo nesse mundo. Elliot, você é fruto do amor deles. Ava e Adrian contavam os dias para a sua chegada, ás vezes surpreendia seu pai, implorando para a barriga da sua mãe, para que você viesse antes da hora, porque ele não ia conseguir esperar nove meses, e isso sempre me fazia rir. Adrian passava horas conversando com você, as vezes Ava brigava com ele, por não deixar você ou ela dormirem. - James disse sorrindo com saudade do filho.

—Ele conversava comigo? - questionei surpreso, afinal poucos pais faziam isso, essa prática era feita mais pelas mães do que pelos pais.

Quando Clara estava gravida, eu conversava por horas com a barriga dela, e continuei essa prática quando Ária era bebê.

— Sim. Se não tivesse acontecido essa tragédia, você teria tido os melhores pais desse mundo. - Adélia disse suave e pegou um porta retrato que havia na cômoda ao lado do berço. - Quero que fique com essa foto, para que você saiba como seus pais eram.

Com cuidado ela colocou o porta retrato em minhas mãos e olhei para a imagem que havia nele. Ava e Adrian pareciam tão felizes naquela foto, os dois estavam em um jardim ricamente decorado por luzes, pelas roupas deduzi que a foto havia sido tirada na festa de casamento deles. Olhando para aquela foto, percebi que tanta coisa havia sido roubada de mim.

Não tive a chance de conhecer meus pais ou receber o seu carinho.

Não tive a chance de jogar futebol com o meu pai, ou de ganhar colo da minha mãe quando me machucasse.

Na verdade, não tive a chance de ser filho, e isso era algo que jamais poderia ser recuperado.

—Sinto muito por não termos tido a chance de nos conhecermos. - sussurrei acariciando a foto de leve e constatando que eu era uma mistura perfeita do dois.

—Eles também sentem querido. - Adélia disse suave e acariciou meus cabelos com carinho.

—Isto é seu Elliot. - James disse pegando uma caixa de joias de cima da cômoda e entregando a mim, confuso abri a caixa e vi que havia uma medalhinha igual à que usava.

—A nossa família é devota de São Lucas, ele é o protetor de todos os Thompson. Sempre que um novo membro da família nasce, recebe uma medalhinha do nosso protetor com as suas inicias. - ele explicou e peguei a medalhinha de dentro da caixa, logo percebi as inicias “E.T” atrás da medalhinha, comprovando que aquela joia pertencia a mim. - Seu pai, mandou fazer a sua medalhinha para que quando você nascesse ele pudesse entrega-la, como a tradição manda.

—A minha mãe fez isso, só que com a medalhinha do meu pai. - disse tocando a medalhinha que estava no meu pescoço desde que era bebê e James concordou.

—Sim, e São Lucas te protegeu todos esses anos antes de trazê-lo para casa. Se permitir, quero lhe entregar o presente do seu pai, porque tenho certeza que Adrian queria muito que usasse a medalhinha que fez para você. Me permite? - James questionou se aproximando de mim e concordei, antes dele tirar a medalhinha que estava no meu pescoço e entregar para Adélia, em seguida ele pegou a outra medalhinha que estava na caixa de joias.

—Entrego a você, que é meu bem mais precioso, a medalhinha de São Lucas, para que ele o proteja, o guarde e o defenda de todos os perigos. E que você possa entrega-la um dia ao seu filho assim como estou fazendo agora. - James disse visivelmente emocionado antes de colocar a medalhinha em meu pescoço. -Seja bem-vindo a sua família meu amor.

Sem dizer nada, pois as lágrimas me impediam abracei meus avôs com força, enquanto ambos retribuíam meu gesto e me enchiam de beijos carinhosos.

Naquele momento, lembrei de quando Carlisle disse que minha mãe havia sussurrado algo para mim quando nasci, antes de colocar a medalhinha que usava em meu pescoço. Só poderiam ser as mesmas palavras sussurradas por minha mãe. Depois que conseguimos parar de chorar, nós três descemos.

 Meus avôs fizeram questão de me levar até o aeroporto, me despedir deles foi extremamente doloroso. Era como se estivesse deixando uma parte de mim.

—Me desculpem, se pudesse não os deixaria jamais. - disse segurando a mão dos dois.

—Não se desculpe Elli. Se está nos deixando agora é por uma boa razão, e além do mais não será por tanto tempo. - Adélia disse amorosa e sorriu tentando me passar força.

—Eu prometo que não. -jurei olhando nos olhos dos meus avôs.

—Não se preocupe, vamos estar esperando ansiosos o seu retorno. E espero que a sua noiva venha dessa vez, estou curioso para conhecê-la. -James disse e sorri suave.

—Eu também espero. - disse suave e dei um último abraço nos meus avôs antes de me despedir do meu amigo e embargar ao lado da minha filha.

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Chegamos em Forks por volta da madrugada, o piloto do jatinho me entregou um cartão com o seu telefone, para que ligasse quando fossemos voltar, agradeci antes de pegar meu carro no estacionamento do aeroporto. Tive que recorrer a ajuda do GPS para chegar até La Push, pois nas vezes em que fui até lá, era sempre minha noiva que me guiava.

—Carol, ligue para a Adélia e depois para o Sebastian, e diga que já chegamos. - pedi a minha filha assim que parei em um semáforo.

—Você quer dizer seus avôs? - ela questionou pegando o meu celular do bolso do casaco que estava usando.

—Sim, acho que vou precisar de tempo para conseguir chama-los dessa forma. - disse voltando a dirigir com cuidado, afinal estava de madrugada e caia uma chuva fina.

Ária falou com os meus avôs e depois com Sebastian, lhes assegurando que havíamos chegado bem, mas que ainda não tínhamos notícias de Leah, quando soubéssemos iriamos ligar avisando.

—Filha, posso te pedir uma coisa? - perguntei de repente e ela me olhou confusa.

—Claro pai.

—Me prometa que se as coisas saírem do controle, você irá correr para se proteger. Sem olhar para trás. - pedi olhando para a minha filha que ficou surpresa por meu pedido.

—Claro que não. Você é o meu pai e sempre vou cuidar de você. Prometi a mamãe que cuidaria, não importasse o que acontecesse. - ela disse suave e parei de respirar, confirmando as dúvidas que ainda tinha sobre o que havia acontecido com Leah.

—Ela pediu para você cuidar de mim? Quando foi isso? - questionei estacionando o carro na frente da casa de Leah.

—Foi um dia antes dela devolver o anel de noivado. Porque?

—Acho que sei o que aconteceu a sua mãe. - disse antes de sair do carro e Ária me acompanhou, por sorte a chuva havia parado.

A dor de ser afastada de mim, deixou Leah desesperada e sem rumor.

 Ela devia estar com tanta dor que para aplacar todo esse sentimento, preferiu se transformar em uma loba e viver como uma, do que enfrentar o distanciamento imposto por seu próprio imprinting. Mas iria onde fosse preciso para trazê-la de volta.

—Pai, o que houve com a mamãe? - ela questionou segurando meu braço, me impedindo de continuar andando.

—Ainda não sei, mas o meu palpite é que ela virou uma loba, Ária.

—Mas ela já virava antes, pai.

—Eu sei querida, só que dessa vez é diferente. Das outras vezes, Leah estava no controle e agora não. Por isso o laço que nos uni está fraco, porque está esquecendo da vida humana dela e se tornando apenas uma loba.

—A mamãe nos esqueceu? - ela questionou entre lágrimas e acariciei seu rosto com carinho.

—A sua mãe nunca vai nos esquecer, somos as duas pessoas que ela mais ama nesse mundo, nem que tenhamos de lembrá-la disso, mas vamos trazê-la de volta. Eu prometo isso a você.

—Não quero perder a minha mãe, papai. - Ária disse entre lágrimas e a abracei com carinho antes de beijar seus cabelos.

—Nós não vamos perde-la, eu prometo. - disse consolando a minha filha.

Assim que Ária havia se acalmado, subimos os degraus que davam acesso a varada da casa de Leah, antes de tocarmos a campainha.

—Só espero que Ayla não esteja de plantão hoje. - disse tocando novamente a campainha.

—Elliot, que surpresa. - Charlie disse severo assim que abriu a porta e fiquei confuso.

Afinal, ele e Sue moravam em Forks desde que se casaram.

—Sei que está querendo me matar agora Charlie, mas preciso falar com a Leah. Preciso saber se ela está bem. - disse desesperado e ele sorriu sem humor.

—Matar é pouco. Você é pai, então tenta se colocar no meu lugar, e pense por um só minuto, no que faria ao cara que machucou o coração da sua filha. - ele disse furioso enquanto me olhava, como se estivesse pensando na melhor forma de me matar. - Avisei a você que se magoasse a Leah, eu atiraria em você.

—E não tiro a sua razão de querer atirar em mim.

—Vovô, por favor, não machuque o meu pai. - Ária disse entre lágrimas enquanto ficava na minha frente.

—Por Deus Charlie, você está assustando a nossa neta. - Sue disse saindo de dentro de casa e olhando feio para o marido, que olhou para a minha filha. - Ninguém irá machucar seu pai, querido. Eu prometo.

—Me desculpe querida, não queria te assustar. - Charlie disse envergonhado por assustar Ária.

—Que bom que você veio meu filho, temos muito o que conversar. - Sue disse suave enquanto me olhava e prestei atenção nela.

Sue não parecia a mesma que conheci, ela parecia triste e cansada além de possuir olheiras, denunciando que ela não estava dormindo direito, o que me deixou ainda mais apavorado.

—Sue, sei que não mereço pedir qualquer coisa para vocês depois que magoei a Leah, mas por favor, o que aconteceu com a minha noiva? - implorei entre lágrimas e ela segurou as minhas mãos com carinho antes de olhar em meus olhos.

—A garota que nós dois conhecemos e amamos se foi Elliot. - ela disse com dor e foi impossivel controlar os soluços de dor que sacudiram meu corpo.

Não podia acreditar que a mulher que amava havia deixado de existir, isso não podia ser verdade.

Só não cai no chão porque Sue me abraçou com carinho, tentando me consolar.


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