Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 47
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, que está emocionante.
Fico tão feliz que estão gostando dos capítulos, isso me dá a sensação de que estão no caminho certo.
E dedico esse capitulo a todos os meus leitores pelos comentários maravilhosos em cada capitulo.
Obrigada pelo carinho, beijos e até quarta.
E se preparem porque teremos mais emoções.



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—Esse homem não pode ser o Elliot, Adélia. Nosso neto morreu antes mesmo de nascer. - James disse severo interrompendo nosso abraço. - Francamente Sebastian, nunca pensei que você fosse capaz de compactuar com um impostor.

—Elliot não é um impostor James, e foi por acreditar nele que o trouxe até aqui. - meu amigo disse serio olhando para James.

—Como pode duvidar meu querido? Elliot é parecido com a Ava, e tem o sorriso do Adrian, assim como o nariz e as mãos do nosso filho. - ela disse me olhando de cima a baixo.

—Já tivemos outros parecidos na nossa porta, Adélia. E ponha uma coisa na cabeça, nosso neto morreu assim como nosso filho. - ele disse convicto e não fiquei com raiva dele, afinal podia ver em seus olhos o quanto estava sofrendo por ter que tocar nesse assunto.

—Juro para vocês que não estou mentindo. Fui deixado no orfanato ainda recém-nascido e nunca soube quem eram meus pais, tudo que tinha deles era essa medalhinha. - disse tirando-a do meu pescoço e entregando a Adélia que soluçou ao reconhecer o objeto. - Só recentemente, descobri que possivelmente posso ser o neto de vocês.

—Oh meu Deus. É a medalhinha do Adrian, James. - ela sussurrou e foi até o marido lhe mostrar a medalhinha.

Incrédulo, vi James tirar uma medalhinha de seu pescoço, e compará-la com a que estava nas mãos de sua esposa, de longe percebi que as duas eram idênticas.

—Coloquei essa medalhinha no meu filho quando ele era apenas um recém-nascido, e a tirei de seu pescoço quando reconheci seu corpo no hospital, após recebermos a notícia do acidente. - James disse com o olhar perdido, como se lembrasse de toda dor do passado. - Coloquei essa medalhinha no pescoço de Ava, depois do enterro de Adrian, desde então, jamais a vi sem está joia.

—Ela jamais entregaria essa medalhinha a outra pessoa, que não fosse seu filho. - Adélia disse suave, enquanto acariciava as costas do marido.

—Isso não pode ser verdade. Se for, você teria hoje...- ele sussurrou ainda olhando para as medalhinhas que estavam em suas mãos e o interrompi.

—Trinta e oito anos. Fiz aniversario em janeiro. - disse e ele me olhou ainda confuso. - Sei que é confuso, pra mim também está sendo, mas estou disposto a fazer um exame de DNA para provar que estou falando a verdade. Não vim atrás do dinheiro de vocês, tudo que quero é descobrir quem são meus pais, descobrir de onde venho.

—Você só quer descobrir o seu lugar no mundo. - Adélia disse e sorri negando o que lhe deixou confusa.

—Eu já sei o meu lugar no mundo. - disse suave e foi impossivel não lembrar da minha noiva.

Porque Leah era o meu lar, o lugar para onde sempre queria voltar, não importasse por onde andasse ou o quanto estivesse magoado. Eu sempre voltaria para ela.

—Não estamos duvidando de você Elliot, é perceptível a semelhança de você com seus pais. - Adélia disse suave enquanto tentava entender o que havia falado antes.

—Eu ficaria mais tranquilo e vocês também. -pedi e James concordou antes de pegar o celular e ligar para o laboratório, pedindo um técnico com urgência para a sua casa.

Enquanto esperávamos, Adélia e Meg quiseram saber tudo sobre mim, mesmo se fazendo de indiferente a minha presença, James prestava atenção a cada palavra que eu dizia enquanto conversava com Sebastian. Assim que o técnico chegou, ele coletou amostras de saliva minha, de Adélia e de James, que recomendou descrição e urgência para o técnico, que concordou antes de sair, assegurando que o resultado sairia nas primeiras horas da manhã do dia seguinte.

—Acho melhor irmos, antes que fique tarde. - disse cansado.

 Parecia que o cansaço da viagem estava começando a me atingir, e Ária nem se falava, ela estava praticamente dormindo de olhos abertos.

 -Nada disso, não vou deixar meus netos se hospedarem em um hotel. Essa também é a sua casa Elliot. - Adélia disse séria e olhei para James, que não estava contente com a minha possível estádia em sua casa.

—Não se preocupe Adélia, seu netos ficaram na minha casa. E além do mais, acho melhor esperarmos o resultado do exame, antes de qualquer coisa. -Sebastian disse tentando acalmar Adélia que concordou a contra gosto.

— Tudo bem, mas como iremos conversar? Perdi tanto tempo da sua vida e da vida da minha bisneta, não quero mais perder nenhum minuto. - ela disse sorrindo antes de abraçar minha filha.

—Vou lhe dar meu cartão, ele tem o meu telefone. Assim, quando quiser falar comigo ou com a minha filha, é só me ligar. - disse tirando o cartão do bolso da frente da minha mala, e entregando a ela que sorriu surpresa assim que olhou para o meu cartão.

—Não sabia que você é médico. -Adélia disse surpresa e sorri com orgulho ao falar da minha profissão.

— Sou médico a mais de quinze anos, no início da carreira quando Ária era bebê, me especializei em cardiologia, mas depois de alguns anos me especializei em emergência, e atuo nesse ramo desde então.

—Seu avô também é médico, com especialização em neurologia, um dos melhores que Londres já viu, melhor até que eu. Já o seu pai, era farmacêutico. Adrian se especializou na área de fabricação de medicamentos, ele abriu os laboratórios quando terminou a faculdade, logo a empresa se tornou referência em fabricação de medicamentos de qualidade. - Adélia explicou suave e a olhei surpreso.

—Olha quem fala, você sempre foi uma médica incrível, mas corajosa que eu. - James disse olhando para a esposa que sorriu.

—Me desculpe, a pergunta, mas qual era a sua especialização?

—Emergência. - ela segredou e piscou para mim. -Você usa o sobrenome de solteira da sua mãe?

—Não sabia que o sobrenome Marshall era dela. A madre que me recebeu, disse que a única coisa, que o médico que me deixou informou, foi meu nome e sobrenome. - disse tentando me recuperar das informações sobre a minha família.

—Tudo bem, agora me dê um abraço bem apertado, meu bem. - ela pediu e fui abraça-la meio sem jeito.

E abraçar Adélia me dava uma sensação de paz tão grande, de acolhimento e amor. As mesmas sensações que sentia quando Sue me abraçava.

 - Tenho certeza que você deve ter sido um bebê encantador, afinal se tornou um homem lindo, tão lindo quanto seu pai era. E deve fazer muitas mulheres suspirarem. - ela disse assim que me soltou e corei sem graça antes dela beijar a minha testa, me deixando ainda mais vermelho.

—Obrigado pelo elogio, mas isso realmente não acontece. - disse sem graça e Ária negou fazendo Adélia sorrir.

—Não é o que a sua noiva diz. - Sebastian disse malicioso e o olhei feio.

—Você tem uma noiva? Ela veio com você?

—Eu tenho, e não. Ela não veio comigo.

—Pelo seu tom de voz alguma coisa aconteceu. - Adélia disse suave segurando as minhas mãos enquanto olhava para os meus olhos. - Vocês dois brigaram e agora estão afastados, não foi?

—Como é que a senhora...- comecei a falar confuso e ela me interrompeu sorrindo.

—Você pode não ter herdado os olhos azuis do seu pai e do seu avô, mas seus olhos refletem o seus pensamentos assim como acontecia com Adrian. - ela disse visivelmente emocionada por lembrar do filho.

—Eu sinto muito, não consigo imaginar como deve ser dificiel perder um filho.

—É muito cruel sim, querido. E peço a Deus, que você nunca tenha que experimentar tal dor. - ela disse antes de me abraçar mais uma vez com carinho.

— Será que a senhor poderia devolver a minha medalhinha? Não me separo dela desde que sou bebê. - pedi olhando para James que ainda segurava a minha medalhinha em suas mãos.

Sem dizer nada, James olhou uma última vez para a medalhinha em suas mãos, antes de vir em minha direção, segurei a respiração assim que ele se aproximou de mim, me olhou nos olhos por alguns minutos e colocou a medalhinha em meu pescoço antes de se afastar. Me despedi de Adélia e Meg antes de sair ao lado de Sebastian e da minha filha.

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—Ainda bem que liguei para a cozinheira, avisando que voltaria hoje. - Sebastian disse assim que descemos para jantar e a mesa já estava devidamente posta.

Depois que cheguei da casa dos meus possíveis avôs, subi para o meu quarto, tomei um bom banho antes de cair na cama e ligar para Leah, que novamente não me atendeu. Mas isso não me faria desistir, continuei tentando até que peguei no sono, sem conseguir uma resposta.

—Seu avô não foi com a sua cara mesmo, papai. - Ária disse assim que começou a se servir.

 -Não posso julgá-lo, deve ser muito doloroso para ele todo esse assunto. - disse revirando a comida no prato.

—É verdade, os dois sofrem até hoje com a perda do único filho. - meu amigo disse e me olhou com cuidado. - A comida está tão ruim assim Elli?

—Não Sebastian, está ótima. Eu é que estou sem fome. Vocês se importariam se fosse me deitar? - questionei me levantando e os dois me olharam preocupados.

—Vocês está bem pai?

—Só estou com um pouco de dor de cabeça, meu amor. Vou tomar um comprimido e deitar um pouco. - disse suave antes de beijar a testa da minha filha e subir para o meu quarto.

Assim que entrei em meu quarto, sentei na cama e peguei a pequena caixa de veludo que estava em cima do meu criado mundo. Olhar para aquele anel, sem vê-lo na mão de sua dona, me deixava angustiado e não sabia porquê.

Não conseguia entender direito o que estava acontecendo, mas sabia que algo estava errado. Antes, conseguia sentir Leah, não importasse se estivéssemos longe. A presença dela era algo praticamente tangível, mas agora, era como se o nosso laço estivesse fraco, praticamente quebradiço. E isso nunca havia acontecido, nem quando estava com medo de me envolver com ela no início da nossa relação.

Sem pensar direito, coloquei a caixa em cima do criado mudo e peguei meu celular, ligando novamente para Leah, mas como das outras vezes, minha ligação foi parar no correio de voz, e decidi lhe deixar uma mensagem.

—Leah, sei que fui um completo idiota e mereço ser ignorado, mas por favor, em nome de tudo que vivemos e sentimos um pelo outro, apenas me dê uma chance de me desculpar. - implorei desesperado e tentando segurar as lágrimas. -Só me atende amor e me diga que está tudo bem, porque estou preocupado com você. Não consigo mais senti-la como antes. Eu te amo, Lê, mas se não estiver pronta pra me perdoar, vou entender. Só quero saber se você está bem, por favor. Não precisa nem me ligar, se não quiser falar comigo, só me mande uma mensagem dizendo que está tudo bem.

—A mamãe ainda está te ignorando pai? - Ária questionou entrando no meu quarto com um copo de leite.

 -Sim, não sei mais o que fazer. Esse silêncio dela está me deixando preocupado. - disse apreensivo e Ária colocou o copo de leite em cima do criado mudo, antes de se sentar na minha cama.

— Eu também estou. Ligo para a mamãe todos os dia e sempre cai na caixa postal. Será que aconteceu alguma coisa com ela? - minha filha questionou preocupada.

— É isso que está me preocupando. Podemos estar separados, mas a Leah que conheço jamais deixaria de me atender, nem que fosse para gritar comigo. E ela jamais deixaria de atender um telefonema do filhote dela, lembro da vez que ela me deixou esperando na linha só para atender a sua ligação. - expliquei e ela sorriu surpresa.

—Quer dizer que entre mim e você, a mamãe preferiu falar comigo?

—Não fica se achando Carolina. - disse suave e ela sorriu triunfante. - Vou voltar para Forks assim que receber o resultado de DNA.

—E os seus avôs? Pensei que quisesse conhecê-los?

—E quero, mas não sei como posso te explicar para que entenda.

—Só tenta pai. - ela sussurrou suave e respirei fundo tentando me acalmar.

—Alguma coisa aconteceu com a sua mãe. Algo grave, sinto isso. - disse e Ária me olhou assustada, mas acariciei seu rosto com carinho tentando acalmá-la. - Filha, não quero te assustar, mas preciso que seja forte.

—Não quero perder a minha mãe. -ela sussurrou e a abracei com carinho antes de beijar seus cabelos. - Como você tem certeza que aconteceu algo com ela?

—Sou o imprinting da Leah, filha. Desde que nos vimos pela primeira vez me sinto ligado a ela e ela idem, sempre senti a sua presença antes dela se aproximar de mim. Sempre senti o tamanho e a força do amor que nos unia, mas agora... O sentimento ainda existe, só que está fraco e isso nunca aconteceu. Por isso tenho certeza que algo aconteceu com ela.

—Que tal se ligássemos para a vovó? - ela questionou e gemi com medo.

Desde que Ária começou a chamar Leah de mãe, Sue e Charlie fizeram questão de deixar claro a minha filha, que ela poderia chamá-los de vovó e vovô. No começo, Ária ficou sem graça, mas acabou se acostumando a chamá-los de avôs, até Seth era chamado de tio pela minha filha.

—A sua avó deve estar querendo me matar agora. - disse apreensivo e ela sorriu enquanto se separava de mim.

—Pai, deixa de ser medroso e liga para a vovó.

—Não estou sendo medroso Ária, apenas cauteloso. -expliquei e ela sorriu.

—Tudo bem, só não esquece de fazer o seu testamento, porque se a vovó não te matar o vovô com certeza vai, e o tio Seth vai sumir com o seu corpo. - ela disse e a olhei chocado.

—De que lado você está Ária?

—Do lado da mamãe é claro, na minha opinião você nunca deveria ter pedido um tempo para ela, mas entendo que essa história de sentimentos é complexa. Ah, trouxe um copo de leite morno com mel, já que o senhor não comeu nada. - ela disse suave indicando o copo antes de me dar um beijo de boa noite.

Assim que Ária saiu do meu quarto, tentei dormir um pouco mas não consegui, pois a minha cabeça estava cheia de preocupações, tentei ligar novamente para Leah e ela não me atendeu. Frustrado e sem sono, decidi pegar o livro que ela havia me entregado e comecei a ler de onde havia parado.

—Não acredito nisso. Como eles foram capazes...- disse perplexo e com raiva, assim que lê a última página do livro e me assustei quando meu celular tocou.

Meu coração se acelerou ao pensar que poderia finalmente ser Leah, mas não era. A chamada era de um número desconhecido.

—Boa tarde senhor, gostaria de falar com o senhor Marshall? - uma voz feminina questionou do outro lado da linha assim que disse alô, e fiquei apreensivo, porque das outras vezes em que ouvi essa mesma frase pelo telefone as notícias não haviam sido boas.

—Sou eu, com quem falo?

—Sou Mary Jones, diretora da central de matriculas da universidade de Harvard. Tentamos entrar em contato várias vezes com a senhorita Clearwater, para questionar a sua não confirmação de matricula, por sorte conseguimos encontrar o seu telefone na documentação dela.  Qual é o seu grau de relacionamento com a senhorita Clearwater? - ela questionou e parei de respirar, tentando entender o que ela havia falado.

— Sou o noivo dela. Espera, senhora Jones. Como assim não houve confirmação de matricula? - questionei confuso, afinal sabia que Leah deveria estar com raiva de mim, mas esquecer a matricula do curso que sempre sonhou em fazer, era algo que ela jamais esqueceria.

O que me deu ainda mais certeza de que alguma coisa aconteceu com a minha noiva.

Eu precisava voltar para casa e saber o que tinha acontecido com Leah, e fora isso ainda tinha que lhe contar tudo o que descobri no livro sobre a primeira loba da tribo quileute, algo que iria mudar a sua vida.

— A senhorita Clearwater, deveria ter efetuado a matricula para o curso de medicina três dias atrás algo que não aconteceu. É um protocolo da universidade, quando ocorre uma desistência da matricula ligar e questionar o porquê. - ela explicou e ficou esperando a minha resposta.

—Realmente não sei explicar o porquê da minha noiva não ter feito a matricula, senhora Jones. Estou fora do país, visitando alguns parentes. - desconversei, afinal seria indelicado da minha parte expos a minha vida pessoal para alguem que eu nem conhecia.

—Entendo senhor Marshall, e fico triste pela desistência da sua noiva, pelo histórico dela, a senhorita Clearwater tem tudo para se tornar uma médica incrível. Espero que ela não desista.

—Eu também senhora Jones, agradeço pela sua preocupação e por sua ligação.

—Tenha uma boa tarde senhor Marshall. - ela desejou e agradeci antes de desligar e ligar para Leah, mas novamente caiu na caixa postal e decidi deixar uma mensagem, uma bem irritada por sinal.

—O que você pensa que está fazendo da sua vida Leah Clearwater? Como pode não fazer a sua matricula na universidade? Quer saber, esquece essa história de respeitar o espaço um do outro, estou voltando para casa e vamos ter um longa conversa, nem que seja para gritarmos um com o outro. - disse sério e meu celular sinalizou que havia uma ligação em espera. - Tenho que desligar, mas você não vai escapar da nossa conversa.

—Eu te acordei querido? - Adélia questionou preocupada, assim que salvei a mensagem de voz na caixa de correio de Leah automaticamente sua ligação foi atendida.

—Não Adélia, já estava acordado. - disse me lembrando que nem havia dormido direito e comecei a organizar a minha mala, a qual nem havia desarrumado ontem.

—Está tudo bem Elliot? Sua voz parece preocupada, aconteceu algo?

—Está tudo bem, acho que deve ser o fuso que ainda está mexendo comigo. - dei uma desculpa qualquer, afinal não podia despejar em cima da minha possível avó, toda a minha crise amorosa.

—Isso irá passar logo querido. Mas liguei, para convidá-los para tomar café conosco, e então, aceita o convite?

—Não sei Adélia, acho que James não vai ficar muito feliz em me ver.- disse receoso e ela sorriu suave.

—Seu avô quer te ver Elliot, precisamos colocar um ponto final em toda essa história. Você não acha?

—Acho. - disse cansado de não saber de onde vim.

—Pois bem, estarei esperando-os para o café da manhã. Deseja algo em especial? - ela questionou animada e sorri, pois ela parecia uma avó louca para realizar os desejos do neto.

—Não precisa se incomodar Adélia.

— Você jamais será um incomodo querido. Espero você para o café Elli, posso te chamar de Elli? - ela pediu carinhosa e sorri.

—Claro. E estarei lá Adélia, até daqui a pouco.

—Até querido. - ela disse e desligamos.

Respirei fundo algumas vezes, tentando acalmar a minha mente que estava um caos com tudo que havia lido no livro e para piorar, ainda recebi a notícia que Leah não havia feito a matricula em Harvard. O que me deu ainda mais certeza de que deveria pegar o primeiro voo para casa assim que saísse da casa dos Thompson.

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—Senti tanta falta dos meus netos queridos. - Adélia disse me abraçando e Ária ao mesmo tempo.

—E de mim, você não sentiu Adélia? - Sebastian questionou magoado e minha avó sorriu.

—Você já é de casa Sebastian, e não se preocupe, porque sempre terá um lugar no meu coração por ter trago meus netos para casa. - Adélia disse amorosa e meu amigo sorriu sem graça.

—Adélia, o café já está pronto. - Meg disse sorrindo assim que entrou na sala e nos viu.

—Obrigada Meg. Agora, tirem seus casacos e vamos tomar café. - ela disse e fizemos o que pediu, entregando-os a Meg antes de seguir Adélia até a sala de jantar.

Assim que me viu entrar na sala, James se levantou da sua cadeira e nos cumprimentou antes de sentarmos e Meg começou a nos servir.

—Pedi que fossem feitos três cópias do exame, para que ficasse com cada um de nós. - James disse entregando o envelope azul lacrado para mim e para Sebastian. Assim que segurei o envelope, minhas mãos tremeram de nervosismo. - Deixei para sabermos o resultado juntos, tudo bem?

—Sim, obrigado pela consideração. - disse suave enquanto ele pegava o outro envelope igual ao meu e fizemos o mesmo.

Respirei fundo antes de abrir o envelope e pegar o resultado do exame, enquanto James e Sebastian fazia o mesmo. Assim que lê o resultado e compreendi o que ele dizia, não consegui conter as lágrimas. Eu era noventa e nove virgula noventa e nove por cento compatível com James e Adélia. Eles eram meus avôs biológicos.

Finalmente minhas perguntas sobre a minha origem haviam sido respondidas.

Eu havia encontrado a minha família.

—Está tudo bem Elliot. - James disse emocionado enquanto se levantava e vinha até mim, me abraçando sem cerimônia enquanto eu chorava sem parar. - Você não está mais sozinho querido, conseguiu voltar para casa, apesar de tudo e prometo que nunca mais iremos nos separar.

Com cuidado James me afastou de seu peito para ver meus olhos e sorriu para mim, de forma encantada.

—Não consigo acreditar que você esteja aqui... Que um pedaço do meu menino amado está vivo. - James disse entre lágrimas e sorriu para mim, como se eu fosse o melhor presente da sua vida.

—Desculpe seu avô, por não ter sido mais receptível quando chegou, mas foram tantas pessoas que vieram aqui se passando por você, só não queria ter que enfrentar toda aquela dor de novo. - ele sussurrou arrependido enquanto enxugava as minhas lágrimas e sorri compreensivo.

—Está tudo bem, se estivesse no seu lugar também faria a mesma coisa.

—Que bom que esteja em casa Elliot. - ele disse sorrindo e olhou para Ária que estava também emocionada assim como meu amigo. - Estou feliz que os meu dois netos estejam em casa.

—Desde o momento em que você entrou nessa casa, soube que era meu neto. Tenho certeza que seus pais estão felizes por finalmente ter o filho deles ao lado dos avôs. - Adélia disse saindo de sua cadeira para me abraçar com carinho e beijar meus cabelos.

—Agora que tal se tomássemos café, e depois conversarmos? Sei que você deve ter muitas perguntas sobre seus pais. - Adélia disse e concordei sorrindo.

— A única coisa que não entendi foi porque Ava, antes de morrer, não deu nosso endereço para o serviço social para que eles nos ligassem e fossemos buscar você quando nasceu? - James questionou pensativo.

—Ela estava com medo. - disse olhando para a minha filha e pensando que faria a mesma coisa que a minha mãe fez se estivesse no seu lugar. - Pelo que soube, a mesma pessoa que matou meu pai tentou provocar um aborto nela quando estava grávida, por isso ela fugiu sem avisar nada.

—Ela queria te proteger de Oscar. E entregar você a nós seria um grande risco, afinal você era apenas um bebê indefeso. - Adélia disse e concordei.

—Ela preferiu em seus últimos momentos, entregar você para a adoção do que manda-lo de volta a Londres, afinal ainda não sabíamos que Oscar havia tramado contra seus pais, só Ava desconfiava e não acreditamos nela. Nunca poderíamos pensar que Oscar iria fazer algo assim, ele e Adrian eram primos. -James disse pensando no passado.

—Que tal se deixássemos esse assunto para lá? E comemorar que nosso neto voltou para casa e ainda nos deu uma bisneta linda? Vou preparar um jantar incrível e chamar a família inteira.

— Adélia disse animada assim que eles voltaram para seus lugares e me senti péssimo, afinal não meus planos não incluíam a minha participação no jantar da família, por mais que quisesse conhecê-los.

— Preciso lhes dizer uma coisa, só não quero que fiquem magoados comigo. - implorei preocupado como a reação deles.

—Poder nos contar qualquer coisa Elli. - Adélia disse suave e James concordou.

—Preciso voltar para casa. - disse e os dois me olharam tristes.

—Tão cedo? Pensei que você quisesse ficar um pouco conosco, para conversarmos. Tenho tantas coisas para lhe contar sobre seus pais...- Adélia disse triste e James concordou.

—E eu quero. Quero saber tudo sobre eles e sobre vocês, mas preciso voltar para Forks. Tenho certeza que aconteceu alguma coisa com a minha noiva, e só vou ficar tranquilo quando vê-la e comprovar que está bem. Só peço que me perdoem. - implorei olhando em seus olhos.

—Não nos peça perdão Elli por ficar preocupado com a mulher que ama. Você pode voltar para Forks e ver a sua noiva, vamos esperar o seu retorno. - Adélia assegurou carinhosa e James concordou.

—Obrigado pela compreensão Adélia e James.

—De nada, meu bem e se quiser pode nos chamar de vovó e vovô.

—Esperamos muito tempo para ouvir nosso neto querido nos chamando de avôs. - James segredou carinhoso e foi impossivel segurar as lagrimas.

—Eu também esperei muito tempo para ser o neto de alguém. - disse entre lagrimas e os dois sorriram antes de me abraçar com carinho.


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