Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 46
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, fico feliz que estejam gostando da fic e não percam as emoções da próxima semana.
Beijos e até segunda.



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Ficar longe de Leah não estava me fazendo bem.

Eu não conseguia trabalhar direito e muito menos dormir, porque senti falta de sua presença, estava praticamente a um passo de implorar na sua porta que me aceitasse de volta, mas não poderia trazê-la para a bagunça que estava a minha vida agora.

Em um dia, havia deixado de ser Elliot Marshall, o médico da pequena Forks, para ser o possível Elliot Thompson, herdeiro dos laboratórios mais famosos de todo o mundo, e isso me assustava, porque não queria deixar de ser quem eu era. Estava apavorado com a ideia de procurar minha família biológica, o que era uma surpresa para mim, afinal sempre quis saber quem eles eram, e agora não tinha coragem de me arriscar em conhecê-los.

Minha cabeça estava a mil por hora e precisava acalmar meus pensamentos, então resolvi correr um pouco, talvez isso me ajudasse a pensar. Quando estava voltando para casa tive a surpresa de ver Leah sentada na minha porta, foi impossivel controlar meu coração que se acelerou como se fosse a primeira vez que a via. Leah era muito mais bonita do que me lembrava, só que seus olhos não eram os mesmos de antes, que possuíam um brilho especial. Agora eles estavam tristes e sabia que a culpa era minha, o que me fez sentir ainda pior.

A forma como ela havia me tratado, era como se não passássemos de velhos amigos e isso me magoou, afinal nós dois éramos muito mais que meros conhecidos. Tudo bem que a culpa por estarmos separados era minha, mas a minha vida havia virado de cabeça para baixo, e a única certeza que tinha era de amar a mulher em minha frente.

Foi tão bom tê-la novamente em meus braços, era como se não houvéssemos nos separado um único dia, mas algo dentro de mim me alertava. Era como se Leah estivesse pretendendo se afastar de mim, por isso tentei fazer com que ela prometesse que não se afastaria, mas não consegui. Quando finalmente tomei coragem de convidá-la para entrar, para que assim pudéssemos conversar, ela simplesmente me deu uma desculpa qualquer e foi embora.

Assim que entrei em casa e fechei a porta, me encostei nela pensando no que havia feito com a minha vida. Havia magoado a única mulher que amei de verdade, e tudo porque ela havia sido leal a uma promessa feita a Carlisle. Só de pensar que Leah havia sido mais leal a outra pessoa do que a mim, me deixou magoado, porque ela havia decido esconder algo de mim sem ao menos pensar em como me sentiria, mas isso me fez perceber que não poderia ficar magoado por tanto tempo.

Eu amava Leah de todo o meu coração, e a queria de volta.

Respirei fundo, enxuguei as minhas lagrimas e liguei para ela, pois precisava lhe pedir desculpas por tê-la feito sofrer tanto, mas todas as minhas ligações caiam na caixa postal. Com esse simples gesto, percebi que Leah não queria mais falar comigo, afinal ela havia me incentivado a ir para outro país sem ao menos vacilar e isso me fez cair em pratos.

Havia perdido o meu amor da minha vida, por ter sido um idiota cabeça dura, e jamais iria me perdoar por isso.

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—Tem certeza que é isso que você quer? - Sebastian questionou enquanto estávamos na fila do   check in de embargue.

—Tenho. - disse suave enquanto olhava para as passagens em minha mão.

Depois que consegui controlar minha crise de choro, subi para o meu quarto e fiz as minhas malas antes de comprar passagens para Londres, por sorte consegui um voo para hoje mesmo.

—Elliot, não faz isso. Não ignore os seus sentimentos como eu fiz um dia, vai atrás da sua noiva e conversem. - Sebastian disse suave e respirei fundo tentando controlar minhas lágrimas.

—Eu tentei Sebastian, mas ela não quer falar comigo. Se estivesse no lugar dela, nem eu iria querer. Talvez, Leah esteja bem melhor sem mim. - disse com dor e sem acreditar muito no que dizia, pois vi em seus olhos que ela não estava melhor sem mim, e meu amigo me olhou preocupado.

—E você? Está melhor sem ela?

—Nunca vou ficar bem longe dela, Sebastian. - disse com dor e respirei fundo, tentando fazer o que Leah havia me pedido. - Leah tem razão, preciso conhecer quem sou e agora não estou sendo uma boa companhia para ninguém. Talvez, a distância seja um bom remédio para nós dois.

— E ai está o maldito orgulho dos Thompson. Seu avô é tão cabeça dura e orgulho quanto você, como nunca percebi isso antes? - ele se questionou e revirei os olhos. - Deus, até nisso você parece com o James, sempre que está errado ele revira os olhos igual a você.

—Sebastian, para de fantasiar. Pode ser que eu nem seja o Elliot que eles estejam procurando. - disse entregando a minha passagem e a da minha filha a atendente quando chegou a minha vez.

—Eu acredito que sim, mas não contei nada a eles. Só disse que conheci um parente da Ava, que estava vindo para Londres visitar o tumulo da prima, e iria leva-lo para conhecê-los.

—Só espero que eles acreditem nisso.

—Eu também. Porque se James souber que conheço o neto dele a mais de quinze anos, ele vai ficar uma fera.- ele disse e sorri da sua explicação, afinal até alguns dias atrás não sabíamos a identidade dos meus pais.

Depois que fizemos o check in, fomos nos despedir de Cece que optou por não ir, já que ela estava ocupada com um caso importante, de um antigo cliente de Nova York.

—Se cuidem, e quando chegar lá me liguem. - ela pediu e concordei.

—Obrigado por tudo Cece.

—Não precisa agradecer, é para isso que servem os amigos. Desejo toda sorte do mundo para você. - ela disse suave e sorri antes de abraça-la com carinho.

—Tomem conta do Elliot. E por favor, coloquem algum juízo nessa cabeça dura. - Cece pediu a minha filha e ao meu amigo assim que nos separamos e os dois concordaram.

—Vou tentar. Vou sentir saudades dinda. - minha filha disse abraçada a Cece.

—Eu também meu bem. - ela sussurrou antes de dar um beijo em minha filha e soltá-la.

Esperamos Cece se despedir de Sebastian antes de embarcarmos no avião.

—Pai? - Ária me chamou enquanto andávamos em direção ao embarque.

—O que foi amor? - questionei olhando em seus olhos.

—Sei que achar sua família é o seu sonho, mas estou preocupada com a mamãe. Tentei ligar para me despedir, mas ela não me atendeu, e a mamãe nunca deixou de atender um telefonema meu. - Ária disse preocupada e concordei.

—A sua mãe precisa de um tempo, amor. Talvez, essa viagem seja boa para nós dois. - disse suave e ela me olhou sem acreditar no que falava.

—Não acredito que você desistiu da mamãe. - ela disse incrédula e respirei fundo antes de olhar para Ária.

—Leah lhe contou sobre o imprinting, na noite em que você dormiu na casa dela? - questionei e ela concordou suave.

—Ai está sua resposta, amor. Eu jamais vou desistir da sua mãe e ela de mim. Posso estar magoado com o que houve, mas não paro de pensar nela um só minuto.

—Porque não damos meia volta e você vai atrás dela? - Ária sugeriu e sorri suave.

—Porque quando se envolve sentimentos, tudo é mais complicado, filha.

—Você falou igualzinho a mamãe. - ela disse frustrada e fiquei surpreso por Leah pensar igual a mim.

A viagem havia sido cansativa, não consegui dormir um só minuto porque minha cabeça estava em Leah. Tentei ligar para ela, mas todas as minhas ligações caiam na caixa postal, então deixei uma mensagem para ela.

Quando desembarcamos em Londres caia uma chuva forte, Sebastian disse que era a forma da cidade de me dar boas-vindas, o que me fez revirar os olhos.

—Tem certeza que você não quer descansar? Podemos ir amanhã. - Sebastian questionou enquanto dirigia em direção a casa Thompson, depois que pedi a ele que fossemos direto para lá.

—Não, prefiro resolver tudo o quanto antes. Não aguento mais ficar com essa dúvida por mais um dia. - disse e meu amigo concordou antes de fazer uma curva e entrar em uma rua que casas enormes.

—Chegamos. - Sebastian disse assim que parou em frente a um portão de ferro de uma linda casa de muro de pedras, que possuía um lindo jardim do lado de dentro.

Fiquei praticamente sem folego enquanto olhava para o jardim que estava ao redor da casa, ele possuía inúmeras flores, principalmente uma infinidade de amores perfeitos, o que me fez lembrar ainda mais de Leah.

—Bom dia doutor Navarro, achei que só voltaria mês que vem. - o porteiro disse surpreso assim que se aproximou do carro e Sebastian abaixou o vidro.

—Pois é Taylor, mas apareceu um assunto muito importante que me trouxe antes do tempo. James e Adélia estão em casa?

—Sim, podem entrar antes que essa chuva engrosse. - Taylor disse e Sebastian se despediu dele antes de entrar na mansão.

—Pai, está tudo bem? - Ária questionou preocupada, acho que estava perceptível em meus olhos o meu medo.

—Não, e se eles não acreditarem em mim?

—Eles é que irão perder, em não conhecer o neto incrível deles. E temos para onde voltar se nada der certo. - ela disse suave e segurou a minha mão, tentando me passar força e coragem.

—Você está falando de Nova York ou Forks?

—Vamos voltar para onde o seu coração mandar pai, porque vou te seguir sem reclamar. - ela disse e sorri agradecido por seu carinho antes de envolvê-la em um abraço.

—Prontos? - Sebastian questionou e concordei antes dele tocar a campainha.

—Sebastian, que surpresa em vê-lo.- uma senhora disse sorrindo assim que abriu a porta e viu meu amigo. -  Achei que só chegaria a noite.

—Eu também, mas consegui pegar um voo ontem à noite.- ele explicou e ela olhou para nós, principalmente para mim.

—Minha nossa, você realmente deve ser parente da Ava. - a senhora disse surpresa assim que e pediu que entrássemos.

—Você a conheceu? - questionei nervoso e ela sorriu.

—Sim, estou com os Thompson antes de Adrian nascer. - ela disse triste mas sorriu de leve, espantando sua melancolia. - Que indelicadeza a minha, eu me chamo Meg, porque não me entregam seus casacos, vou providenciar algo quente para vocês, enquanto Adélia e James não descem. Sebastian, faça as honras da casa.

—Claro Meg. - Sebastian disse e Meg sorriu antes de pegar nossos casacos, saindo em seguida para guarda-los.

—Isso foi uma má ideia. Acho melhor irmos embora. - disse em pânico e fiz menção de sair dali, mas meu amigo segurou meu braço me impedindo de ir embora.

—Não perca a coragem agora, Elli. Você sempre quis saber de onde veio, essa é a sua chance. - ele disse me olhando nos olhos e tentei me convencer disso.

—Desculpem a demora Sebastian, mas tive alguns problemas com a entrega de medicamentos. - um senhor de cabelos brancos e olhos azuis cor do céu disse envergonhado por sua demora, enquanto entrava na sala ao lado de uma senhora de cabelos brancos e olhos castanhos, eles eram Adélia e James, meu avós.

—Está tudo bem James, espero que não tenha sido algo grave com o laboratório. - Sebastian disse assim que soltou meu braço.

—Obrigado por nos receber, senhores Thompson. - disse olhando para os dois que sorriram suave antes de indicar que sentássemos.

—Não precisa de toda essa cerimonia, afinal você é parente de Ava e o Sebastian já é de casa, então estamos todos em família. Pode nos chamar de Adélia e James. - Adélia disse gentil e James concordou.

—Adélia, James, este é o meu amigo Elliot e a sua filha, minha afilhada, Ária. - Sebastian disse nos apresentando e Adélia sorriu emocionada para mim.

—Elliot, seria o nome do nosso neto. Foi o nosso filho, Adrian que escolheu o nome. - ela disse e sorriu triste.

E saber disso me deixou de guarda baixa, afinal não existia uma manual para a situação que estava vivendo agora. Mas antes que pudesse dizer algo Meg entrou na sala com um badeja, e respirei aliviado, talvez uma bebida quente me desse coragem de seguir em frente agora que estava tão perto.

—Trouxe um chá de camomila e alguns biscoitinhos. - Meg disse gentil enquanto colocava a bandeja em cima da mesa e começava a servir o chá para todos.

—E então Elliot, o que lhe traz a Londres? - James questionou curioso enquanto me olhava atentamente.

—Como Sebastian lhes informou, vim visitar o tumulo da minha prima e aproveitei para conhecer um pouco a família dela. - expliquei e agradeci assim que Meg me entregou a minha xicara.

—Aceita alguns biscoitos? - ela questionou com a vasilha de biscoitos nas mãos.

—Por acaso eles são de canela? - questionei e eles me olharam confusos.

—Porque a pergunta Elliot? - Adélia questionou curiosa.

—Sou extremamente alérgico a canela, tive uma crise alguns meses atrás e não morri por pouco. - disse e ela me olhou confusa assim como Meg e James.

—Meu filho era alérgico a canela também, na realidade Adrian herdou a alergia do pai. - Adélia disse sem tirar os olhos de mim.

—É um defeito genético da família, só atingi aos homens da família. - James explicou e sorri de nervoso.

—É muita coincidência. - disse sorrindo nervoso antes de tomar meu chá, todos na sala pararam para me ver, menos Ária e Sebastian.

—Porque você tem o sorriso do meu Adrian? - Adélia questionou entre lagrimas e olhei para meu amigo em pânico.

—Siga em frente Elli. - ele sussurrou e Ária concordou.

Respirei fundo algumas vezes, antes de dizer as palavras que mudariam a minha vida para sempre.

—Acho que a senhora sabe a verdade. - disse suave olhando em seus olhos, e ela me olhou por um longo tempo antes de se levantar e vir até mim.

Adélia segurou em minhas mãos, me levantando para que pudesse me ver melhor, como se ela estivesse procurando algo do seu falecido filho em mim, e assim que encontrou, isso a levou as lagrimas.

—Oh meu Deus, isso não pode ser possível. Elliot...Meu neto querido. - Adélia sussurrou chorando antes de me abraçar com força.

E pela primeira, vez senti que todas as perguntas que haviam dentro de mim, tinham sido respondidas naquele momento, Adélia não era meu pai ou a minha mãe, mas ela era um pedaço da minha família, das minhas origens e isso já era muito importante para mim.


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