Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 45
Leah


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, que promete fortes emoções.
Beijos e até sexta.



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Ainda me sentia meio sonolenta, mas algo me impulsionava a acordar, como se Elliot precisasse de mim e estava certa.

Assim que abri os olhos vi que Elliot estava chorando com as mãos no rosto, enquanto estava sentado na poltrona que havia no meu quarto. Era um choro tão doloroso que meu coração se partia por vê-lo daquela forma, me levantei da cama e fui em direção ao meu imprinting, que ficou envergonhado por ter sido pego chorando.

—Me desculpe, se te acordei. Eu só precisava...- ele sussurrou entre lágrimas e sentei em seu colo antes de abraça-lo com carinho, enquanto Elliot chorava sem parar em meu pescoço.

Não questionei nada a ele, mas sabia que Carlisle tinha lhe contado todo a verdade sobre a sua família, e agora deveria estar preparada para a reação do meu noivo quando ele soubesse, que sempre soube de tudo. Mas eu não estava preparada para a sua reação.

—Se senti mais calmo? - perguntei assim que ele parou de chorar e lhe ofereci um copo de água.

—Não tem como ficar mais calmo quando se descobri a sua origem de uma só vez. - ele disse ainda abalado e acariciei seu rosto com carinho antes de beijar sua testa.

—Isso vai passar, você só precisa de tempo, amor. E a sua cabeça? - questionei preocupada me lembrando do corte que ela possuía depois de Clara ter batido nele.

E só de lembrar isso, minha loba interior ficou furiosa.

—Estou bem, Carlisle deu alguns pontos. - ele disse o nome do médico com raiva.

Meu Deus, que ele me perdoe por ter guardado esse segredo durante tanto tempo.

—Elliot, preciso te confessar uma coisa. - sussurrei nervosa e ele não prestou atenção em mim, pois segurava a minha mão direita, olhando-a confuso.

—Me desculpe, te interromper, mas onde está seu anel de noivado? Por acaso, você o perdeu? - ele questionou confuso assim que desviou os olhos da minha mão para me olhar.

—Não. Eu o guardei, afinal ninguém vê uma loba por ai usando um anel de diamante. Por acaso você está chateado por não estar usando-o? - questionei nervosa e ele me olhou surpreso.

—Claro que não, meu bem. Só perguntei porque achei que você o tivesse perdido, se tivesse eu ligaria para o seguro da loja para informa-los e iriamos escolher outro.

—Você colocou meu anel no seguro?

—Claro. Fiz um seguro de perda e roubo, pensei que como você tem que se transformar sempre, talvez acabasse esquecendo o seu anel por ai. E não quero que pense, que precisa sempre estar usando o anel que lhe dei, pra mim ele não é importante, Leah. O que sempre irá me importar é o seu amor por mim. - ele disse suave e me senti ainda pior.

—Por favor, não me odeie. - supliquei entre lágrimas enquanto olhava em seus olhos e Elliot me olhou confuso.

—Meu amor, eu jamais vou te odiar. Leah, você é a minha vida. - ele sussurrou e sua declaração me fez chorar ainda mais.

—Lê, amor, pode me contar qualquer coisa, meu bem. - ele pediu suave e abaixei a cabeça, sem coração de olhar em seus olhos.

—Eu sabia Elliot. - sussurrei envergonhada por ter mentindo por tanto tempo.

—Sabia sobre o que?

—A verdade sobre você. Sobre quem eram seus pais.

—Desde quando você sabia?

—Carlisle me contou depois que Clara me atacou. - confessei e ele me olhou sem saber o que falar.

 -Isso foi há meses. - ele me lembrou sério e concordei. - Deus eu preciso respirar.

Sem dizer nada, sai do colo de Elliot e ele se levantou indo em direção a sacada que havia no meu quarto, abrindo a porta de vidro e saindo para o ar frio do começo da manhã.

—Elliot, por favor, fala ou grita comigo, se isso te deixar melhor. Só não fica em silêncio, pelo amor de Deus. - implorei angustiada já que ele não fazia nada, apenas olhava para a floresta que cercava minha casa.

—Porque não me contou sobre meus pais quando Carlisle disse a verdade para você? - ele questionou serio assim que saiu da varanda e veio até mim.

Naquele momento pode ver a magoa em seus olhos e isso me doeu profundamente.

—Eu não podia, ele me fez prometer que não contaria nada.

—Já estou cansado dessa história de promessa. Você devia lealdade a mim Leah, e não ao Carlisle. Você sabia como me sentia em não saber sobre os meus pais, sobre as minhas origens, e no momento em que descobriu a verdade, não teve a dignidade de me falar porque prometeu a alguém?!- Elliot gritou furioso e vi em seus olhos que ele se sentia traído por mim, porque sempre soube o quanto ele desejava descobrir algo sobre sua família, ao em vez de contar a verdade quando a descobri, eu escondi dele.

—Me perdoa Elliot. Eu não queria, mas não podia contar um segredo que não era meu. Carlisle é que tinha o direito de contar a verdade a você.

—Não. Você é que tinha, no momento em que descobriu. Você era a mulher Leah, não podia esconder um segredo que diz respeito a minha vida. - Elliot disse furioso e senti as lágrimas molharem a minha face.

—Me perdoa por favor, só estava tentando te proteger. - sussurrei entre lágrimas e ele me olhou furioso.

—Eu não sou de cristal para ser protegido, Leah. Como você pode fazer amor comigo, escondendo isso tudo? Como pode aceitar se casar comigo, enquanto mentia pra mim? Como pode me olhar nos olhos esse tempo todo, escondendo o que eu mais queria saber na vida? Como você pode, Leah? - Elliot questionou entre lágrimas e a dor que vi em seus olhos me fez chorar ainda mais.

—Sei que fui errada, mas por favor, não me odeie. Eu te amo tanto, Elliot. Tudo que fiz foi para o seu bem. - implorei o seu perdão e ele me olhou furioso.

—Não ousei dizer que me ama, ou que tudo que fez foi para o meu bem. Quem ama não engana, Leah. - ele gritou furioso enquanto me olhava magoado. - Como posso confiar em você depois disso? Se foi capaz de esconder algo tão importante pra mim, quem me garante que não continuará escondendo coisas de mim?

—Elliot, o que você quer dizer com isso? - sussurrei em prantos.

—Eu preciso de um tempo. Preciso colocar meus pensamentos em ordem, preciso descobrir de onde vim. - ele disse sério e meu coração perdeu uma batida. - Preciso respirar um pouco, antes que diga algo sem pensar, que acabe magoando nós dois.

—Você não pode se afastar de mim, Elliot. Você é meu imprinting e posso obriga-lo a ficar do meu lado. - disse desesperada e ele me olhou sério.

—Não posso negar isso, Leah. Mas se fizer isso, você sabe que não vou te perdoar, por não respeitar a minha escolha. Agora, por favor, me deixe ir embora. - ele pediu e por mais que minha loba gritasse, dizendo que não deveria deixar nosso macho ir embora, me afastei dando passagem a ele.

Elliot me olhou uma última vez antes de sair do quarto, desesperada fui atrás dele e o encontrei na sala conversando com Ária.

—O que está acontecendo? Podemos ouvir os gritos de vocês daqui de baixo. - minha mãe disse preocupada e a ignorei enquanto ficava na frente de Elliot, que era mais alto do que eu.

—Você não me ama mais é isso? - questionei desesperada e ele me olhou com dor.

—Você sabe que jamais vou deixar de amá-la, por mais que queira nesse momento. Deixar de te amar é como pedir para o sol deixar de nascer, é algo impensável. - ele sussurrou com dor e entre lágrimas.

 Naquele momento, pode ver todo o estrago que a minha mentira causou no coração do meu imprinting, e isso fez meu coração sangrar.

—Elliot, por favor, não me deixa. Não depois de tudo que passamos para ficar juntos, me perdoar, por favor. - implorei chorando assim que me ajoelhei na sua frente e ele me olhou com dor.

—Não faz isso Leah, por favor. - ele pediu com a voz embragada e se ajoelhou em minha frente.

—Eu vou morrer sem você...- solucei com dor e ele me abraçou com carinho antes de beijar minha testa.

—Eu também vou sem você. Te deixar é como deixar uma parte de mim, e isso está acabando comigo, mas agora, preciso ficar sozinho e pensar. Você me magoou, traiu a minha confiança e não sabe o quanto me dói pensar em ficar longe de você. Mas agora, será melhor para nós dois, ficarmos separados. Por favor, Leah, apenas me dê um tempo para colocar a minha vida no lugar. - ele implorou no meu cabelo e gemi de dor antes de concordar.

Sem dizer nada, soltei Elliot de meu abraço e ele encostou sua testa na minha, acariciou meu rosto com carinho antes de beijar a minha testa e se levantar, me deixando sozinha no chão.

Mantive meus olhos no meu imprinting e no meu filhote, enquanto os via sair da minha casa, e vê-los indo embora me tirou o ar e o equilíbrio, só não cai porque minha mãe me segurou.

—Pronto, filha. Eu segurei você.- ela sussurrou me abraçando com carinho e enterrei meu rosto em seu peito, antes de gritar de dor por estar longe das duas pessoas que mais amava nesse mundo.

No fundo Elliot tinha razão.

Eu devia minha lealdade a ele e a mais ninguém, havia quebrado a sua confiança.

 Mesmo que minha cabeça dissesse que deveria lutar por ele, não podia fazer isso, pois se o forçasse tudo ficaria pior, e não queria que Elliot deixasse de me amar, tudo que podia fazer agora era esperar que talvez o tempo curasse suas feridas e ele me perdoasse.

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Ficar longe de Elliot não estava me fazendo nada bem, não conseguia trabalhar, comer ou me concentrar em algo. Ás vezes ia vê-lo de longe no refeitório do hospital e percebi o quanto ele estava sofrendo também por estarmos longe.

Mas ele precisava de espaço e lhe daria isso, por mais que doesse a distância.

—Não sei porque vocês brigaram, mas sei o quanto meu pai senti a sua falta mãe. - Ária disse suave assim que veio até a cozinha do café.

Depois do que aconteceu há duas semanas atrás, tive uma conversa franca com Ária e lhe contei toda a verdade sobre mim, já estava farta de mentiras, ainda estava pagando o preço por ter honrado a minha palavra a Carlisle.

Não queria que a minha filha de coração me odiasse também, já bastava o pai dela. Ária me entendeu e me aceitou, mesmo sabendo que eu era uma loba. Uma loba que havia matado a mãe dela.

Quando lhe contei isso, implorei o seu perdão em meio as lágrimas e ela me acolheu dizendo, que eu não tinha culpa pelas escolhas de Clara, ela havia traçado seu próprio caminho. Ária me disse que em poucos meses fui a mãe que ela nunca teve, e foi assim que ela começou a me chamar de mãe.

—Não sei porque vocês não param com isso e voltam de uma vez. Vocês se amam. - ela disse obvia e sorri triste para ela.

—Se as coisas fossem tão simples filhote... Mas quando se envolve sentimentos, tudo é mais complicado. Escondi algo do seu pai, e ele tem todo o direito de ficar magoado comigo. A errada nessa história toda fui eu e não ele.

—O papai me contou sobre a família dele de Londres. Acho que ele está pensando seriamente em ir atrás deles. - ela disse e fiquei surpresa por sua revelação.

—Você tem certeza disso, amor? -questionei com medo de Elliot deixar o país e sem me avisar.

—Talvez, o papai começou a procurar sobre os Thompson na internet, e devo admitir que ele é a cara da Ava Thompson, mas o sorriso é sem dúvida do Adrian. Papai me disse que os avós dele ainda estão vivos e moram em Londres, notei que ele ficou tentado em conhece-los, meu padrinho disse que a casa dele vai estar à disposição e que ele irá acompanhar o papai se ele decidir ir a Londres. - ela confidenciou e prendi a respiração com medo.

—E você acha que o seu pai que ir para Londres?

—Tenho minhas desconfianças, mãe.

—Mãe, onde você vai? - Ária questionou preocupada enquanto tirava meu avental com pressa.

—Preciso dar uma saída rápida filhote, você fica de olho em tudo? - pedi e ela concordou antes de pegar meu casaco e minha bolsa.

—Você vai atrás do papai não é?

—É, mas não é para o que você pensa. - a recriminei e ela sorriu suave, o mesmo sorriso do pai.

—Não estou pensando em nada. - ela disse suave e revirei os olhos antes de sair do café, indo em direção à rua, fiz parada para um taxi e assim que entrei, dei o endereço de Elliot ao motorista.

Quando desci do taxi e parei em frente à casa de Cece, meu coração acelerou e foi inevitável não lembrar de todos os momentos que compartilhei com Elliot ali, fui atingida por uma saudade esmagadora que me levou as lágrimas, mas eu precisava ser forte, precisava dizer as palavras certas que o fizessem ir atrás da sua família.

Respirei fundo algumas vezes antes de tocar a campainha, mas ninguém atendeu o que era estranho, afinal hoje era a folga de Elliot. Toquei a campainha mais algumas vezes e não obtive resposta, me restando apenas sentar na calçada de Cece e esperar alguém aparecer.

Para a minha surpresa, meia hora depois, Elliot veio correndo pela rua com fones de ouvido. Assim que o vi, foi impossivel não me apaixonar novamente.

Meu coração bateu acelerado enquanto minha respiração ficava entrecortada.

Elliot era muito mais bonito do que as minhas lembranças dele.

Quanta saudade eu sentia dele.

 Do meu macho.

Do meu imprinting.

—Leah? - Elliot questionou confuso assim que me viu e tirou os fones, antes de vir em minha direção. - O que faz aqui?

E sua interrogação me doeu, era como se ele não me quisesse por perto.

—Me desculpe, não vim te incomodar. Eu respeito o tempo que você me pediu, só vim até aqui porque queria lhe devolver uma coisa. - disse suave sem olhar para os seus olhos, afinal não queria ver neles o quanto Elliot me queria longe.

Sem lhe dar chance de perguntar qualquer coisa, peguei a pequena caixa de veludo que estava dentro da minha bolsa e entreguei a ele, tentando ao máximo não encostar em sua mão.

Depois que Elliot pediu um tempo, passei dias trancada no quarto, só sai dele quando Ária foi me visitar e fez questão de passar a noite comigo, me fazendo companhia enquanto assistíamos filmes tristes, comíamos sorvete e brigadeiro. Ter o apoio da minha filha me ajudou muito a tentar seguir em frente.

Enquanto estava reclusa, meu irmão buscou meu anel de noivado onde havia escondido e me entregou. Passei dias olhando para meu anel até que decidi que deveria devolvê-lo a Elliot.

—Porque está me devolvendo o seu anel de noivado? - ele questionou sem olhar o conteúdo da caixa.

—Do que adianta ter um anel se meu noivo me odeia?

—Eu não te odeio Leah.

—Mas também não me quer por perto. E não está sendo fácil ficar longe de você. - confessei envergonhada, pois não queria força-lo a nada.

—Não está sendo fácil para mim também. - ele confessou triste e levantei meus olhos para vê-lo, e Elliot parecia tão abatido, como se não dormisse direito a dias.

Sem perceber, dei um passo em sua direção e ele fez o mesmo, era como se algo nos guiasse em direção ao outro, estávamos praticamente a um passo de nos beijarmos, quando o alarme de um carro tocou na rua nos despertando.

—Me desculpe, eu não devia...- sussurrei sem graça com medo de que Elliot se afastasse ainda mais de mim. -Eu só...Vim devolver o anel, nada além disso.

—Eu sei disso Lê.- Elliot sussurrou e senti meu coração acelerar, ao ouvi-lo me chamar pelo apelido carinho que ele havia me dado.

—Está tudo bem Leah? Você parece meio perturbada. - Elliot questionou preocupado enquanto me olhava.

—Estou bem, mas posso lhe dar um conselho, como sua amiga? - pedi olhando em seus olhos e me doeu ter que me colocar apenas no lugar de sua amiga.

—Claro. - ele disse e respirei fundo antes de dizer as palavras que o fariam ir atrás da sua origem.

As mesmas palavras que o levariam para longe de mim.

—Vá atrás do seu passado Elliot, realize o seu sonho de conhecer a sua família, você mais do que qualquer um merece saber de onde veio. Não perca tempo ficando com medo, apenas vá atrás deles. - disse olhando em seus olhos e ele me olhou surpreso por meu conselho.

Afinal, estava mandando-o para outro país, tendo grandes chances de talvez nunca mais vê-lo novamente.

—E se eles não gostarem de mim? - ele questionou com medo e sorri carinhosa.

—Não tem como eles não gostarem de você, Elliot. Você é a pessoa mais incrível, verdadeira, gentil, amorosa e leal que conheço. Eles seriam uns tolos se não gostassem de você. - segredei e ele sorriu com carinho.

—Você tem certeza disso? Certeza que quer que eu vá para Londres? - Elliot questionou confuso com a minha sugestão.

—Sim. Você precisa encerrar esse capitulo em branco na sua vida, esse sempre foi o seu desejo, não fique protelando, apenas vá e conheça a sua história. Faça isso por você mesmo. - disse incentivando-o a seguir suas origens.

—Só vou atrás da minha família, se você aceitar seu anel de volta. - ele sugeriu e sorriu surpresa por sua proposta.

—Que tal, você guardá-lo pra mim? Quando for a hora certa, você me devolve. - disse sincera e ele concordou suave.

—Elliot, será que você poderia me dar um abraço? - pedi segurando as lágrimas e ele concordou antes de me abraçar com carinho.

Assim que estava nos seus braços, fechei os olhos me perdendo nas sensações que seu corpo provocava no meu, só por estarmos juntos. E o seu cheio de madeira, homem e mel me transportaram para o passado, onde tudo era mais simples.

Me permitir divagar em minhas lembranças, enquanto aproveitava esse momento ao lado do amor da minha vida. Tudo que queria agora era registrá-lo em minha memória.

—Você está tremendo, Leah. - ele sussurrou preocupado enquanto acariciava minhas costas com carinho. -Não precisa se preocupar, prometo que não vou demorar em Londres.

—Não, quero que leve o tempo que precisar. - sussurrei em seu pescoço e ele me afastou de leve, para que pudesse me olhar nos olhos.

—Você vai estar aqui quando eu voltar, não vai? - ele questionou sério e concordei.

Era como se Elliot tivesse lido os pensamentos que haviam ocupado minha cabeça durante dias.

—Vou. - disse olhando em seus olhos.

—Promete?

—Acho melhor não prometer. Afinal, estamos separados por causa de uma promessa. - disse desviando os olhos dele.- Acho melhor eu ir, está ficando tarde.

—Você não quer entrar e ficar para o jantar? Tenho certeza que Cece, Ária e Sebastian iriam adorar.

—Tenho umas coisas para resolver no café. - menti e ele concordou meio desapontado. -Eu preciso ir.

—Tudo bem, obrigado Leah pelo concelho. E foi muito bom te ver de novo. - ele disse suave enquanto me olhava.

—De nada Elliot, e foi muito bom te ver de novo também. Desejo toda a felicidade do mundo para você. - disse suave antes de me afastar dele e caminhei em direção à rua.

Elliot ainda ficou um tempo na porta me olhando, ele só entrou em casa quando virei a esquina ficando impossivel me ver. E foi naquele momento que desabei em lágrimas e dor.

Foi impossivel controlar minhas lágrimas ou meu corpo que tremia sem parar, e acabei caindo no chão enquanto chorava desamparada.

Por minha culpa, estava longe do grande amor da minha vida e isso fazia meu coração doer de uma forma que achei que ele fosse parar. Sabia que não conseguiria voltar a respirar ou viver com toda aquela dor dentro de mim. Me levantei do chão ainda cambaleante e arfante, caminhei em direção a floresta que havia perto dali, assim que estava devidamente protegida pelas árvores, tirei minhas roupas e as larguei embaixo de uma árvore qualquer antes de respirar fundo e me transformar em loba.

Desliguei todos os pensamentos humanos que vagavam em minha mente, todas as dúvidas e incertezas acerca do meu relacionamento com Elliot e me entreguei ao meu lado animal sem me importar com mais nada.

De hoje em diante Leah Clearwater deixaria de existir para sempre.


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