Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 44
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, que está recheado de revelações.
Espero que gostem, beijos e boa leitura.



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—Com ela está? - Jacob, Sam e Gael questionaram assim que desci as escadas após deixar Leah em seu quarto.

Depois que Leah praticamente ressuscitou em meus braços, decidi que deveríamos leva-la para o hospital para fazer alguns exames, afinal ela havia ficado sem respirar por alguns minutos, mas Carlisle me assegurou, depois de um exame detalhando, que a minha noiva estava bem, só precisava de um bom descanso.

—Apesar de tudo pelo que passou, Leah está visivelmente bem, a deixei dormindo sob a vigilância de Sue e Ária. - disse me lembrando de como as duas ficaram apavoradas ao me ver passar pela porta com Leah no colo, que havia dormido no meio do caminho, e o fato de minha cabeça está suja de sangue não ajudou em nada.

—Tem certeza doutorzinho? - Gael questionou desconfiando da minha competência e o olhei ofendido.

—Tenho. Carlisle a examinou minunciosamente e acompanhei cada momento do exame, depois fiz o mesmo. Por acaso está duvidando da minha competência como médico?

—Nunca se sabe, afinal deve ser anti ético, um médico examinar a namorada. - Gael disse e o olhei severo.

—Não quando ela está com a vida por um fio. E além do mais, Leah não é minha namorada, ela é minha noiva, ou melhor, a minha mulher. - disse deixando claro a última palavra, porque se ele achava que tinha alguma chance com Leah, ele estava muito enganado.

—Vamos parar com esse duelo de testosterona e egos masculinos por aqui? Minha prima precisa descansar, e ter dois homens discutindo sobre quem fica com ela, não ajuda em nada. - Ayla disse severa ficando entre mim e Gael.

Mas antes que Gael pudesse argumentar algo, ele congelou assim que olhou nos olhos de Ayla. E não sei dizer o porquê, mas já havia visto aquela mesma expressão em algum lugar.

—Você está bem? - ela questionou preocupada olhando para Gael.

—Não sei... Acho melhor ir embora. - Gael disse antes de ir embora com pressa.

—Que cara estranho. Ele saiu sem ao menos se despedir. - Ayla disse dando de ombros antes de olhar para onde Gael havia saído.

—Ele já foi tarde.

—Deixa de ser ciumento doutor Marshall, como se a minha prima tivesse olhos para outro homem que não fosse você.

—Eu confio na Leah, não confio é nele. - disse e todos riram o que me deixou corado de vergonha.

Antes que pudesse me recuperar do constrangimento, um senhor em uma cadeira de rodas, veio até mim e segurou as minhas mãos enquanto me olhava nos olhos, como se visse algo neles.

—Pai, está tudo bem? - Jacob questionou preocupado para o homem que segurava as minhas mãos.

—Está. Só que... Nunca havia visto um imprinting tão forte assim, nem sabia que um objeto de imprinting, poderia ter tanta força para trazer um dos nossos dos braços dos nossos antepassados. - ele disse olhando em meus olhos. -  A sua ligação com a Leah é muito mais forte do que qualquer outro imprinting, tente não magoá-la. Vocês tem algo especial.

—Soube disso desde que a vi pela primeira vez. - assegurei a ele que concordou.

—Espero que sejam felizes. - ele desejou suave e apertou minhas mãos de leve antes de soltá-las.

—Elliot, será que poderíamos conversar alguns minutos? - Carlisle pediu assim que desceu as escadas e concordei.

—Aconteceu alguma coisa com a minha noiva? - questionei apreensivo e ele sorriu me tranquilizando.

—Não, Leah ainda está dormindo. Mas tenho certeza que você ficou intrigado sobre a história de eu conhecer a sua mãe.

—Sim, afinal não tem lógica isso ter acontecido. - disse e ele suspirou suave, como se estivesse se preparando para reviver algo muito doloroso.

—No final, você verá que tem lógica sim. Vamos para cozinha, lá podemos conversar melhor.

—Tudo bem. - disse acompanhando-o até a cozinha enquanto os outros saiam discretamente da casa de Leah.

—Apenas me prometa Elliot, que irá ouvir a história até o final, por favor.

—Claro, não se preocupe. - disse suave enquanto nos sentávamos antes de Carlisle começar a contar como havia conhecido a minha mãe.

Quando era humano, Carlisle possuía uma irmã mais nova, que ficou desesperada com o seu sumiço, quando ele se transformou em vampiro. Assim que aprendeu a se controlar, ele a visitou em uma noite e lhe contou o que havia acontecido, e ela não fugiu dele, pois para ela, Carlisle ainda era o seu irmão, e apesar de querer que ele ficasse com ela, os dois sabiam que seu pai iria caçar o filho como fazia com os outros.

Com a ajuda da irmã, Carlisle saiu de Londres e nunca mais voltou, mas os dois ainda se correspondia através de cartas, isso aconteceu até a morte da irmã. Em meio a dor Carlisle decidiu cortar relações com sua família humana, afinal eles eram frágeis e poderiam morrer a qualquer momento e ele sabia que não suportaria outra perda. Mas há trinta e oito anos atrás, uma jovem grávida de cinco meses bateu em sua porta implorando por ajuda, dizendo que ela era uma parente dele, e quando olhou para ela soube que falava a verdade, pois Ava era a imagem de sua falecida irmã.

—Então, a minha mãe se chamava Ava? - questionei ainda confuso com a revelação de Carlisle ser um vampiro.

— Sim. Você herdou muita coisa dela Elliot, apenas o seu sorriso é do seu pai. - ele disse suave enquanto me olhava com carinho.

—Você conheceu meu pai também?

—Não. Quando conheci Ava, ela havia acabado de perder o marido, só conheci seu pai por fotos. Seu pai se chamava Adrian, ele morreu em um acidente de carro, o qual foi provado mais tarde, que o carro em que ele estava havia sido sabotado. Alguns meses antes de nos procurar, ela havia sofrido uma tentativa de aborto, induzida por um chá servido pelo sócio e primo de Adrian. -Carlisle disse perdido em pensamentos.

—Espera, laboratórios farmacêuticos em Londres? Como era o nome desses laboratórios? - questionei já desconfiando da verdade.

—Laboratórios farmacêuticos Thompson. Por acaso você os conhece? - ele questionou ao longe e parei de respirar ao entender as coincidências da vida.

Meu melhor amigo, Sebastian, padrinho da minha filha, trabalhava para os laboratórios Thompson há anos, ele frequentava a casa do dono das empresas regularmente e soube recentemente, sobre a trágica história do verdadeiro dono da empresa, filho de James. Só que nunca pensei que pudesse ser o neto perdido, ou melhor, o neto que havia sido dado como morto, o herdeiro dos laboratórios Thompson.

—Elliot. - Carlisle disse preocupado assim que perdi o equilíbrio e ele me segurou.

— As iniciais A.T. da minha medalhinha, são as inicias de Adrian Thompson? O mesmo Adrian Thompson dos laboratórios Thompson? O mesmo laboratório para quem o padrinho da minha filha trabalha a anos como representante jurídico? - Questionei tentando montar o quebra cabeça que era a minha vida.

—Sim, eu também me surpreendi com esse fato.

—O que aconteceu com a minha mãe? Porque segundo o Sebastian, ela morreu em um acidente de carro.

— Assim que Ava chegou a minha casa, cuidei dela, mas ela estava muito debilitada. A perda do marido a deixou sem chão, foi um verdadeiro milagre você ter sobrevivido, afinal ela entrou em trabalho de parto quando estava de sete meses. E foi um parto tão complicado, Elliot, pensei que fosse perde-los. Você passou os primeiros quatro meses conosco, pois estava muito debilitado.

—O que aconteceu com a minha mãe Carlisle? - questionei novamente e ele respirou fundo, como se não quisesse me dar essa notícia.

—Ela não resistiu ao parto Elliot. Ava só teve a chance de pegá-lo no colo uma única vez, na qual ela sussurrou algo para você antes de colocar a medalhinha que usa até hoje, a mesma que ela usava desde que chegou em minha casa. - ele disse visivelmente abalado por lembrar do passado. - Ava me fez jurar que o esconderia, pois não queria que você corre risco de vida. Ela me instruiu para entrega-lo para adoção, mas que o vigiasse de perto, pois quando você estivesse adulto, eu deveria lhe contar a verdade e o leva-lo para casa. Achei melhor, contar aos seus avôs que Ava havia morrido em um acidente e que os médicos não haviam conseguido salvar você, por isso eles acham que você nem teve a chance de nascer.

—Me levar para casa? Você está trinta e oito anos atrasado Carlisle. Como pode me deixar sozinho em um orfanato? Eu era seu neto. Que espécie de monstro você é? - gritei furioso enquanto o olhava.

—Elliot, você precisa entender. Eu estava preso a uma promessa que fiz a sua mãe no leito de morte dela, e além do mais não podia ficar com você, seria arriscado. E jamais colocaria alguem da minha família em risco.

—Não se deixa alaguem da família em um orfanato, quando ele é apenas um bebê recém-nascido.

—Elliot, apenas me deixe...- ele começou a dizer e o cortei.

—Não quero ouvir as suas explicações Carlisle. Agradeço por ter me contado a verdade sobre as minhas origens, mas agora não quero mais ouvir a sua voz. Porque tudo que sinto agora é raiva de você, por ter me abandonado quando mais precisei.

—Me perdoe Elli, só fiz isso porque achei que estava te protegendo. - Carlisle disse com a voz embargada.

—Não, você podia estar fazendo tudo mesmo me protegendo. - disse severo antes de sair da cozinha e subir para o quarto de Leah.

Eu precisava de paz para a minha mente, precisava colocar os meus pensamentos no lugar.

E só de ver a minha noiva dormindo, já conseguia acalmar a minha mente.


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Notas finais do capítulo

E se preparem para o capitulo de quarta feira, pois teremos mais revelações...



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