Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 4
Leah


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, gostaria de agradecer a todos que estão lendo e comentando, fico muito feliz de que a historia esteja agradando.
E a você, que adicionou a fic e aos leitores fantasmas, aparecem estou louca para conhecerem vocês.

Sobre o capitulo de hoje... Ele promete, espero que gostem, beijos e até quarta.



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—Onde coloco os pães doces Leah? - Julie, que trabalhava no café comigo, questionou enquanto eu verificava as maquinas, pois não teríamos tempo de abastecê-las enquanto servíamos todas as pessoas que foram ao enterro de Elba.

—Coloque ali nas cestas em cima da mesa, por favor Julie. E não esqueça de identificar os que são de canela. - disse e ela concordou antes de ir continuar o seu serviço.

Cece havia me lembrado várias vezes que eu deveria fazer doces livres de canela, pois seu amigo era super alérgico a essa especiaria. Tudo que não queria agora, era mais alguém com quem ela se importava batendo no hospital.

Havia deixado Cece sozinha, após seu amigo ter ligado dizendo que já estava no carro a caminho de Forks, fiquei preocupada em deixa-la sozinha, mas ela me garantiu que ficaria bem e longo Elliot estaria aqui para lhe fazer companhia, então decide que deveria terminar de tomar todas as providências para o velório e o enterro de Elba. Porque apesar de querer forte Cece estava arrasada, e se pudesse aliviar um pouco o sofrimento dela faria isso de bom grado.

Assim que tudo estava pronto, eu e os outros funcionários do café saímos do estabelecimento e fomos em direção a igreja, onde ocorrência a missa para Elba. Quando entrei na igreja a missa havia acabado de começar e logo vi Ayla acenando para mim, sem fazer barulho, caminhei até onde ela e minha família estavam sentados.

—Você demorou, achei que nem viria. - mamãe sussurrou assim que me sentei ao lado de Ayla.

—Estava terminando de arrumar a cafeteria para a recepção. Espero que tudo esteja da forma que Elba queria.- disse preocupada e minha mãe sorriu carinhosa.

Elba havia nascido em Nova Orleans e segundo ela, essa cidade nunca dormia, sempre havia festas para alegrar a cidade, não importasse qual ocasião fosse, podendo ser de casamento a enterro, tudo era regado a um bom jazz. Então Cece e eu decidimos, que como nossa última homenagem a uma das pessoas mais importantes das nossas vida fosse com muita comida, bebida e um bom jazz.

—Tenho certeza que está querida.- ela disse suave e voltamos nossa atenção para a frente. Tentei me concentrar na missa, mas Ayla me cutucou discretamente com o cotovelo, e virei para vê-la.

—Quem será o senhor costas gostosas que está consolando a Cece?- Ayla sussurrou para mim enquanto tentava ver o rosto do acompanhante de Cece, o que era impossivel, afinal estávamos bem atrás.

—Deve ser o amigo dela que estava vindo.- disse sem dar importância.

—Se ele for tão gostoso quanto as costas, ela está bem servida de amizade. - minha prima disse maliciosa e tentei disfarçar meu riso cobrindo minha boca com o folheto que recebi na entrada, só Ayla para insinuar uma coisa dessas dentro de uma igreja.

A missa havia sido linda, e tenho certeza que Elba teria gostado, de onde quer que estive. Jamais poderia esquecer a expressão de dor no rosto de Cece enquanto sua mãe era enterrada, e no quanto ela segurava o casaco do seu amigo com força, como se ele fosse a única coisa que a mantivesse sã no meio de toda dor pela qual estava passando. Eu conhecia muito bem a dor de perder um dos pais, e isso era algo que jamais passava, poderia amenizar com o tempo, mas sempre estava lá doendo de vez em quando, para nos lembrar o quanto aquela pessoa era importante.

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—Obrigado Leah. - Jacob disse assim que lhe entreguei seu café.- E Elba teria adorado tudo que fez para ela.

E olhei ao redor, vendo todos comendo, bebendo e conversando ao som de um bom jazz.

Sim, Elba realmente teria adorado tudo isso

—Eu precisava agradecer de alguma forma Jacob. - disse e ele concordou enquanto tomava seu  café.

—Ai está você. Estava te procurando por todos os lados.- Cece disse suave assim que se aproximou de mim e Jacob.

—Aconteceu alguma coisa? - questionei preocupada, afinal não sabia se Cece havia gostado ou não da recepção, pois não queria incomodá-la com assuntos de decoração, ela já estava passando por coisas demais.

—Não, fique tranquila. Só queria lhe agradecer. - ela sussurrou gentil enquanto me olhava.

—Você esteve ao lado da minha mãe quando não pode estar, e quando precisei esteve comigo nos piores momentos. E tudo isso...- ela sussurrou indicando a recepção que havia feito. - Ficou maravilhoso, a minha mãe teria adorado. Obrigada por tudo, Leah.

—Não precisa agradecer Cece, fiz tudo com muito amor.

—Eu sei, e você já se tornou uma grande amiga para mim. Posso lhe dar um abraço? - ela questionou emocionada e concordei antes de nos abraçarmos.

—Queria muito que você conhecesse o meu melhor amigo e a minha afilhada, se não estiver ocupada. - Cece disse assim que nos separamos e olhou para Jacob, sugerindo algo.

—Claro, não tem problema. Jacob é só um amigo. - disse e ele concordou de forma vigorosa, afinal não conseguia nem imaginar nós dois como um casal e acho que nem ele.

Fomos em direção a uma mesa, onde estava sentada uma garota que possuía um xicara de chocolate quente repleto de creme e alguns muffins de amora em sua frente.

—Leah, essa é a minha afilhada Ária. Ária, essa é a minha amiga, Leah.- Cece disse nos apresentando assim que nos aproximamos da garota.

Ária era uma garota linda devia ter no mínimo uns quinze anos, possuía longos cabelos pretos lisos que chegavam quase a sua cintura, seus olhos eram de um castanho escuro, e seu sorriso era sincero, como se ela estivesse realmente feliz em me conhecer. Eu não era de simpatizar com as pessoas de primeira, mas com ela foi algo natural, era como se algo nela me impulsionasse a gostar da sua presença.

—É um prazer conhecê-la Leah. Minha dinda, ultimamente vive falando de você. O que me deixou curiosa, afinal desde que nasci só sei de um amigo da minha dinda. - ela disse sorrindo suave e sorri.

—É um prazer conhecê-la também Ária. E estava curiosa para conhecê-los, afinal Cece fala muito de vocês.

—E o seu pai?- Cece questionou confusa a afilhada por não ver o amigo ali.

—Estou aqui. Só fui pegar mais café, porque ele está uma delicia.- ouvi alguém dizer enquanto se aproximava de nós.

 Aquela voz fez meu corpo se arrepiar e meu estômago se comportar como se estivesse cheio de borboletas, sem controlar minhas ações virei a procura de seu dono, mas havia muitas pessoas no café, bloqueando assim a minha visão.

—Papai é um viciado em cafeína, acho que vou ter que mandá-lo para os cafeínas anônimos. - Ária segredou e as duas sorriram menos eu que paralisei ao ver um homem caminhando em nossa direção com um copo extra grande de expresso nas mãos.

—Eu ouvi isso Ária.- ele disse repreendendo a filha com doçura assim que parou ao lado de Cece e tomou um gole do seu café, enquanto eu acompanhava seus movimentos fascinada.

Assim que meus olhos o viram parecia que tudo no mundo havia perdido o equilíbrio, todo o meu interior estava sendo agitado de dentro para fora sem nada para me segurar. Era como se todas as minhas defesas estivessem sendo reduzidas a pó diante daquele homem de olhos castanhos escuros brilhantes, cabelos pretos e barba por fazer que o deixava lindo e extremante sedutor. Meu corpo, que jamais havia sentido frio depois que me transformei em loba, tremeu incontrolavelmente enquanto olhava para ele, como se estivesse vendo a minha tábua de salvação no meio da tormenta que estava meu interior naquele instante.

Tudo pareceu se encaixar de repente, todas as minhas incertezas, duvidas e medos haviam desaparecido por completo, não me sentia mais deslocada no mundo, porque havia acabado de encontrar meu mundo, e ele possuía o sorriso lindo e quente, capaz de aquecer tudo ao seu redor, principalmente a mim, tudo nele me atraia como se fosse uma atração gravitacional. Logo senti cordas invisíveis me prendendo a ele, de forma definitiva, e a parte de mim que tentava lutar contra, tentando me proteger, se rendeu ao homem que estava na minha frente. Tornando as cordas invisíveis fortes como o aço, incapazes de serem quebradas.

Daquele momento em diante, senti que seria capaz de qualquer coisa para vê-lo feliz e seguro, seria capaz de dar a minha vida a ele, se me pedisse.

De repente, minha mente foi inundada por imagens que não eram minhas, mas pode reconhecer ele em muitas delas. Eram lembranças dele, da vida que teve até hoje.

Meu coração batia acelerado, diante de cada memória feliz dele, onde seu lindo sorriso aparecia, e se partiu quando vi o pior momento da sua vida, a perda da mulher que amava, ou melhor que ainda amava. Ver e sentir o amor que ainda nutria por sua falecida esposa, fez meu coração se apertar e o ar faltar em meus pulmões me fazendo perder o equilíbrio, afinal não podia imaginar vê-lo amando outra pessoa, isso me doía fisicamente.

E logo comecei a ouvir uma voz autoritária se apossar de minha mente.

Ele era meu.

Meu macho.

Meu imprinting.

Meu Deus, o que havia acabado de acontecer comigo?

—Leah, você está bem? - Cece questionou ao longe, parecia que sua voz estava em meio ao caos no qual ainda estava perdida.

—Não sei. - sussurrei tremendo da cabeça aos pés e me apoiei na mesa que havia em minha frente para não cair, enquanto ele me olhava preocupado.

—Acho melhor, levá-la para dentro. Ela não me parece bem.- ele disse preocupado e todos concordaram.

O olhar de preocupação em seu rosto me deixou angustiada, não queria vê-lo sofrendo por nada, só queria que seu lindo sorriso voltasse ao seu rosto e isso se tornou uma verdadeira missão para mim, fazer com que ele sempre estivesse sorrindo. Foi com esse pensamento que entendi o que havia acontecido comigo, e tal entendimento me fez tremer de forma violenta e perder os sentindo.

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—Graças a Deus, ela voltou a si. - ouvi Cece dizer aliviada enquanto abria os olhos ainda confusa, por estar na área de descanso destinada aos funcionários, que ficava na parte dos fundos da cafeteria, mais precisamente deitada no velho sofá de três lugares que havia ali.

—Como se senti Leah?- ele questionou preocupado enquanto segurava meu pulso, como se verificasse algo.

Seu toque em minha pele não me deixava pensar direito, parecia que todo o meu ser estava concentrado na forma em que seu corpo estava tão perto do meu, em como ele era quente e cheiroso, uma mistura perfeita de madeira, homem e mel. Ou seria, madeira, homem e sal? Eu precisava ter certeza, precisava sentir seu perfume mais de perto, essa incerteza estava me corroendo por dentro.

—Leah?- ele chamou preocupando e pisquei confusa tentando controlar a vontade que tinha de pular em seu colo e cheirar seu pescoço acabando assim com as dúvidas sobre o seu cheiro.

E não pode evitar que meu coração batesse enlouquecido ao ouvir meu nome sendo pronunciado por ele, daquela forma tão linda e cadenciada, era praticamente um canto de seria para mim.

Meu Deus, eu preciso me controlar. Ou melhor, precisava me afastar antes de fazer uma loucura, mas só de pensar nessa possibilidade senti meu coração doer assim como todo o meu corpo.

—Estou bem.- sussurrei meio incerta depois de um tempo, pois ele me olhava como se esperasse uma resposta para a sua pergunta.

—Tem certeza? Você me parece meio perturbada. - ele questionou preocupado antes de soltar meu pulso, o que me deixou triste.

—Foi um dia estressante. - disse sem tirar os olhos dele que concordou.

—Tudo bem, quero que acompanhe o movimento do meu dedo com os olhos, por favor.- ele pediu e concordei, mas notei que ele ainda usava sua aliança de casamento junto com a da falecida esposa, algo que poucas pessoas faziam hoje em dia, a não ser que fossem verdadeiramente apaixonadas e não quisessem esquecer a pessoa amada.

Esse pensamento me trouxe dor, porque não conseguia imaginá-lo amando outra pessoa, ele me pertencia, havia sido destinado a mim. Passei anos esperando por ele e não podia permitir que ele ainda sentisse algo por outra pessoa, isso não era certo.

Ele era meu.

Meu macho.

Meu imprinting.

Minha mente estava tomando um rumo desconhecido, era como se uma parte minha, que só se manifestava quando estava transformada, houvesse tomado conta de mim, e não havia gostado de saber que seu imprinting tinha ligações tão profundadas com outra pessoa.

—Eu estou bem, não precisam se preocupar, só preciso ir para casa. - disse nervosa pois não me sentia controlada o bastante para ficar perto de ninguém, muito menos do meu recém conquistado objeto de imprinting.

—Nada disso, você desmaiou. E me desculpe dizer, mas parece que está bem confusa, é melhor ficar aqui e esperar alguns minutos até se sentir melhor. - ele disse sério usando um tom de autoridade e Cece concordou.

—O Elli, tem razão Leah. Você não me parece bem, vou chamar a sua mãe enquanto fica aqui quietinha se recuperando. Fica de olho nela Elli, porque a Leah é geniosa. - Cece disse e a olhei feio enquanto ele sorria, e percebi que ao sorrir se formavam algumas ruguinhas ao lado dos seus olhos, o que lhe deixa ainda mais lindo.

E o sorriso dele parecia uma das sete maravilhas do mundo, como se tudo ao redor se iluminasse e se aquecesse.

—Não se preocupe, tenho experiências com garotas geniosas. Afinal, minha filha é uma delas.- ele brincou e os dois riram de uma forma intima, o que não me agradou em nada, e deixou a minha loba sedenta por sangue enquanto repetia seu mantra sem parar em minha mente.

Ele era meu.

Meu macho.

Meu imprinting.


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