Recomeçar escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 3
Elliot


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de Recomeçar, espero que estejam gostando da história



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A noite estava fria e muito escura, podia ouvir o som da minha respiração enquanto corria sem rumo por uma floresta desconhecida, sentia que meus passos estavam sendo acompanhados por algo ou alguém, andei por cerca de meia hora até que cheguei em uma clareira e vi a lua cheia sair do meio das nuvens, iluminado toda a noite e do outro lado da clareira vislumbrei um lobo de pelagem branca, mas não era um lobo comum pois ele parecia ser maior.

Assustado comecei a andar para trás devagar, tentando me afastar sem ser notado, mas falhei, pois o lobo branco começou a andar em minha direção, sem alternativa comecei a correr feito um louco para longe da clareira, não conseguia mais raciocinar, só estava agindo por instinto de autopreservação. Cansado acabei tropeçando em um troco e cai no chão sem forças para me levantar, sem esperanças acompanhei os movimentos lentos do lobo em minha direção me encarando com seus olhos azuis.

Minha respiração e meu coração estavam acelerados enquanto a fera se aproxima de mim, e naquele momento soube que tudo estava perdido, que ninguém poderia me salvar do lobo.

—Pai, acorda. - ouvi minha filha chamar ao longe enquanto me sacudia, tentando me despertar do pesadelo que tinha ás vezes.

—Está tudo bem? Acordei com seus gritos.- Ária perguntou preocupada.

Respirei fundo algumas vezes antes de passar a mão no rosto, tentando espantar o medo que esse pesadelo sempre me fazia sentir.

—Estou bem, amor, foi só um pesadelo. - sussurrei cansado enquanto me sentava em minha cama. - Me desculpe se te acordei.

—Não precisa se desculpar pai. Tem certeza que está bem? -ela questionou preocupada enquanto pegava a jarra de água que havia no meu quarto e me servia um copo.

—Está querida. - disse suave antes de aceitar o copo e tomar um pouco de água, tentando acalmar meu coração que estava acelerado.

—Deve ter sido um pesadelo horrível, nunca vi você gritando desse jeito. Talvez, se me contar não ficará tão assustado. - Ária propôs e sorri suave para ela.

—Foi apenas um sonho bobo, meu amor. Mas se você realmente quer fazer algo por mim, poderia me dar um abraço. - pedi suave e ela sorriu antes de me abraçar com força.

—Você não me dá um abraços desses a muito tempo. - disse acariciando seu cabelo e ela sorriu em meu peito.

—Pega mal abraçar o pai na frente dos amigos, você quer que a minha reputação de encrenqueira vá para o ralo? - ela questionou e sorri antes de beijar a sua testa.

—Eu te amo papai, e sempre vou estar ao seu lado. - Ária disse assim que se afastou para me olhar nos olhos.

—Eu também te amo filha, e também vou estar ao seu lado. Agora, acho que devemos dormir, afinal temos um avião para pegar amanhã.

—Tudo bem. Posso dormir aqui com você se quiser, afinal é muito ruim dormir sozinho depois de um pesadelo. - ela disse e concordei antes de me soltar dela.

Logo Ária se acomodou ao meu lado na cama e não demorou muito para pegar no sono, já eu não consegui mais dormir. Porque o pesadelo com o lobo branco não saia dos meus pensamentos. Com cuidado me levantei da cama, sem acordar Ária e peguei meu celular que estava em cima do criado mudo, abri a porta de vidro que separava meu quarto da sacada e sai para a brisa fresca da madrugada, me sentei em uma das cadeiras que havia ali e liguei para a pessoa que mais precisava de mim naquele momento, talvez assim pudesse esquecer meu pesadelo.

—Você não deveria estar dormindo a uma horas dessas, Elli?- Cece questionou com a voz rouca assim que atendeu o telefone.

—Não consegui dormir. Não quando você está passando pelo inferno e não posso estar ao seu lado.

Havia ligado na hora do almoço para Cece, querendo saber como a sua mãe estava, e foi entre lágrimas que minha amiga me contou que sua mãe estava muito mal, os médicos haviam lhe informado que talvez ela não passaria dessa tarde. Me senti um inútil em ouvir minha amiga chorar desesperada sem poder lhe abraçar, tudo que pude fazer foi prometer a ela que estaria no primeiro avião em direção a Forks. Foi complicado pedir licença no hospital para poder ficar ao lado da minha amiga, o diretor disse que não poderia me ajudar, afinal a mãe de Cece não era nenhuma parente minha, e além do mais eu já tinha tirado as minhas férias e não possuía nenhuma licença vencida. Então tomei a decisão mais louca e racional da minha vida, pedi demissão do hospital onde trabalhava desde que fazia residência. Podia ser loucura para alguns, mas para mim não.

Cece era a minha única família além da minha filha, não podia deixa-la nesse momento, porque ela estive ao meu lado em todos os momentos da minha vida, sorrindo comigo nos momentos felizes, segurando minha mão nos mais assustadores e chorando comigo nos mais dolorosos.

Eu devia isso a ela como amigo.

Eu devia isso a ela como irmão.

—Como você está?- questionei preocupado, afinal odiava saber que ela estava sozinha nesse momento.- Você consegui comer alguma coisa? Dormiu um pouco?

—Eu não estou bem. Parece que tem um buraco no meu peito Elli.- ela soluçou com dor antes de começar a chorar.

—Eu me sinto horrível por não estar ai. Você não devia estar sozinha num momento desses. - disse me sentindo impotente, em vê-la sofrer.

—Não se preocupe, a Leah está comigo. Ela está fazendo de tudo para me animar.- ela disse suave e fiquei surpreso, afinal ela nunca havia me dito que tinha uma amiga em Forks.

—Entendo, que bom que você não está sozinha.- disse fingindo ciúmes, talvez assim fizesse Cece sorrir um pouco, afinal isso sempre dava certo.

—Tá com ciúme Elli?- ela questionou brincando e sorri por ouvi-la um pouco animada.

—Talvez, achei que fosse seu único super amigo. - segredei e ela sorriu suave.

—Você é o primeiro super amigo, talvez a Leah seja a segunda. - ela disse suave e sorri.

—Aguenta só mais um pouco, logo vou está ai. Não vou te deixar sozinha. - prometi a ela.

—Nunca duvidei disso Elli nem por um segundo, agora acho melhor descansarmos, afinal você tem um voo para pegar, e eu terei um dia dificiel amanhã.

—Tudo bem. Se for dificiel demais, me ligue. - pedi e ela concordou.

—Boa noite Elli.

—Boa noite Cece.- sussurrei antes de desligarmos o telefone.

Fiquei um pouco mais na sacada do meu quarto, antes de voltar para a cama, afinal tinha um voo bem cedo para pegar amanhã.

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—É tão bom tê-los aqui.- Cece disse emocionada enquanto abraçava a mim e minha filha assim que entramos na sua casa.

A viagem até Forks, havia sido longa e cansativa, mas precisava estar ao lado da minha amiga nesse momento, mesmo que meu corpo estivesse implorando por uma cama desesperadamente.

—Jamais iriamos deixa-la sozinha num momento desses dinda. Somos uma família.- Ária disse suave assim que Cece nos soltou.

—Sei disso meu bem, e agradeço tanto por tê-los em minha vida. - ela disse agradecida. -Agora, acho que vocês devem estar cansados, afinal acordaram cedo para o embargue.

—Estou bem dinda, dormi no avião, mas adoraria tomar um banho. - Ária pediu e Cece concordou enquanto explicava em qual quarto minha filha ficaria e onde era o banheiro.

—Me desculpe. - Cece sussurrou culpada, assim que minha filha nos deixou a sós.

—Desculpar pelo que Cece? - questionei confuso enquanto olhava em seus olhos.

—Por fazer você passar por tudo isso de novo, Elli. Sei que prometeu que jamais estaria em outro enterro, e oito anos depois aqui está você, no enterro da minha mãe. - ela soluçou culpada.

Sem dizer nada puxei minha amiga para um abraço apertado, que logo foi retribuído por ela, não demorou muito para que Cece começasse a chorar de forma dolorosa, e tudo que pude fazer foi acariciar suas costas de leve, e abraça-la com força tentando manter a minha amiga inteira diante de tanta dor. Mas não podia evitar que esse momento me trouxesse lembranças das minhas próprias perdas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo, beijos e até segunda. E se preparem, porque o próximo capitulo promete.